- Felix - (Before)
Layne e Peter brigavam com frequência, esquecendo por um minuto que estávamos conversando de algo muito sério, briguinhas desnecessária garotos. Thomas foi falar com Baekki e não voltou até agora, há, devem estar namorando, só que não quem dera.
- Glauco não mostrou sinal de vida gente, acho que não pegamos leve com o doido. - disse Peter.
- Espero que ele fiquei assim. - falei.
- Será culpa? - adivinhou Peter.
- Não sei...toda vez que olho ele, ele desvia o olhar e corre para o banheiro masculino. - fiquei pensativo.
- Vá falar com ele, então! - disse Layne revirando os olhos.
- Falar com ele? Ah, o quê eu diria? - fiz uma voz aguda. - Oh! Glauco! Sinto muito por ter te espancado até a morte mas foi preciso porque queria proteger meus amigos! - voltei com a voz normal. - Nem morto! Não vou falar com ele nem á pau.
- Mas, tipo, o garoto tá...depressivo.
- Que ele continue.
- Felix, por favor, o garoto tá desligadão do mundo, ouvi boatos dizendo que ele quis se matar.
.- O que?! HAHAHAH, não me faça rir, Peter.
- São só boatos, vai procurar ele, a gente fica aqui te esperando.
- Ai ai. - fui em direção ao banheiro masculino.
Entrei lá e senti a sola do meu sapato ficar úmido. Olhei para os espelhos e vi eles sujos de barro. Olhei para o chão e me assustei com um líquido vermelho entre água misturada. Olhei para uma das portas e vi duas pernas. Meu coração bateu rápido.
- G-glauco? - chamei receoso enquanto me aproximava da porta trancada.
Ouvi uma respiração forte, então uma voz:
- Vá embora.
Engoli em seco e pensei: "Layne tinha razão". E eu pensando que tudo era atuação do pequeno Glauco, mas eu estava errado, ele realmente sente culpa, sente tanta tristeza que se culpa, mas é bom se culpar, porque você percebe depois de um tempo que você terá que se perdoar.
- Eu quero falar com você, por favor, abra a porta. - respondi melancólico.
Eu não ouvi nada, quando estava quase perdendo a esperança, ele abriu lentamente a porta, abri um sorri mas quando vi ele, meu sorriso foi por água abaixo.
- O quê houve com você?! - perguntei horrorizado.
Seu pulso estava cortado e saía sangue abundantemente e ele cobria com a mão, tapando a ferida.
E quando vi seu rosto eu realmente vi o quê fizemos com ele, seu rosto estava caindo aos pedaços, seus olhos estavam vermelhos ao redor e tinha pequenos cortes na sua bochecha, mesmo com tudo isso, ele sorria.
- Eu fiz. - respondeu.
- Por que? - me preocupei de imediato.
- Eu bati na Bae, eu mereço isso, obrigado por baterem em mim. Eu aprecio muito, eu sou o cara do mal na história.
- Mas...você pode mudar, não precisa viver assim, talvez Baekki te perdoe, hein?
Ele me olhou com atenção, respirou fundo e respondeu.
- Eu já tentei me desculpar mas...ela ficou em dúvidas.
- O quê você esperava? Machucou ela e os amigos dela, é difícil, mas você ainda tem chances, por favor.
- Eu não sei se consigo... - baixou o olhar.
Peguei sua mão e tirei a faca que segurava, ele me olhou confuso, eu sorri e disse.
- Não somos tão diferentes, eu também fico assim para baixo, eu estou com você, vamos, você precisa ir ao médico. - peguei ele pela mão e arrastei pra fora do banheiro.
- Por que está me ajudando? Sou uma praga que precisa ser detida.
- Não quando essa "praga" começa à se culpar e sentir pena.
- Ah.
Cobri seu rosto e andei para a diretoria. Chegando lá eu entrei na sala da diretora, expliquei que alguns meninos fizeram isso com ele mas não soube quem. Eu disse meia verdade e meia mentira. Se eu dissesse o quê ele fez e eu fiz isso com ele por vingança, nem quero saber o que acontecerá próximo. A diretora agradeceu por eu tratar dele e disse que ela cuidaria do resto, eu saí dali aliviado.
* Sexta - feira *
- William -
Eu e Cassiel conversávamos sobre o quê fazer à respeito de Baekki, na sala, sentados.
- Eu estou desinformado, não deveríamos falar com os outros? Amigos da Bae? - perguntou ele.
- Acho uma boa. - falei e saí da sala.
Ficamos procurando por Thomas, até que achamos ele, no gramado cercado de meninas e meninos. Fomos até lá.
- Ei, Thomas, o quê aconteceu com o Glauco que não vejo mais ele? - perguntei.
Ele tomou um susto quando me viu, se levantou e sussurrou:
- O que está fazendo aqui?
- Tentando ganhar informações. - respondeu Cassiel de braços cruzados.
- Acho melhor vocês irem, estamos falando com o Felix, Glauco parece estar com problemas sérios.
- O quê houve? - insisti.
- Eu e o Layne, Peter e Felix espancamos ele por vingança do quê fez com Baekki e comigo e com Sarah e você, ele está se sentindo culpado agora que viu o quê fez e ele se machucou feio e foi parar no hospital, mas ele veio hoje e quer falar com Felix, agora vão!
- Oh, não tem nada o quê podemos fazer?
- Não, desculpe, nós podemos nos encarregar, vocês podem falar com Baekki dizendo para ela não se interferir, estamos cuidando disso.
- Tudo bem, vamos, Cassiel, se precisarem de ajuda, tem à nós, okay?
- Está bem, agora vão, preciso voltar. - ele parecia incomodado.
Fomos procurar por Baekkibia. Cassiel foi procurar no parquinho enquanto eu ia para outras salas e ia para a frente do portão. Sem sucesso. Cassiel se juntou à mim sem esperanças. Então quando íamos indo para sala, no meio do caminho vi Glauco. Ele estava de chapéu preto que cobria seu rosto. Corri em sua direção.
Ele me olhou perturbado e disse:
- William! Olhe, desculpa por ter te drogado, eu sinto muito, eu estava fora da minha mente, me perdoa?
- Sim, eu acho, então...eu ouvi boatos de que você cortou seu próprio pulso e foi parar no hospital, você ficou maluco por acaso?
- Provavelmente, estou procurando por Felix, viu ele?
- Ah, o moreno? Sim, está no gramado junto com outros garotos e meninas.
- Tudo bem, obrigado! Tchau! - ele correu.
- Tchau...eu acho. - respondi obcecado.
Cassiel me olhou furioso.
- Por quê não bateu no cara? Ele te drogou! E você perdoa o doido? Se liga! Vai que ele só está fingindo que está se sentindo o "cachorrinho coitado", quando vê, ele late e te morde!
- Ele pareceu bastante sincero para mim.
- Para mim não!
- Vamos apenas procurar Baekki.
Ele me seguiu sem muita vontade depois do acontecido. Fomos na diretoria e encontramos Baekki com companhias. Lolo e....um menino ruivo. Fui até lá.
- Oi, William. - disse Lohana.
- Oi, eerr, Bae, podemos falar contigo? - chamou Cassiel.
Ela nos olhou contente, e nos deu um longo abraço. Olhamos ela confusos, ela riu.
- Saudades dos meus amigos! - ela se virou para o garoto e sussurrou. - Espera um pouco, Dylan, volto em um minuto.
Ela veio comigo e perguntou:
- Sim?
- Eu fui enviado por Thomas para dizer que tudo está sobre controle, estão cuidando do assunto de Glauco, okay?
Ela olhou pra trás rapidamente, então se virou para mim.
- Okay. Entendi.
- Ah, okay, era só isso mesmo, podemos ficar aqui?
- Ahn, claro!
Se juntamos na conversa, ficamos curiosos com o garoto.
- Qual seu nome? - perguntou Cassiel.
- Dylan Kyung, e o seu?
- Sou Cassiel William, este é meu amigo William Souza.
- Nice to meet you. - respondeu Dylan balançando a mão do outro.
- O mesmo.
Conversamos sobre ele, Dylan era muito quietinho e sorria escondido, ele era tímido e e dava um ar de uma pessoa interessante. Parece ter história para contar mas tem vergonha.
Depois ele disse que não queria conversar muito sobre ele e mudou de assunto para eu e Cassiel. Contamos para ele como nos conhecemos, depois de como nós brigávamos e acabou o relacionamento, depois de como voltamos. Dylan se mostrou interessado, enquanto anotava alguma coisa no caderno que sempre carregava consigo.
- Layne -
- Thomas, por que essas meninas estão aqui? - sussurrei no ouvido dele.
- Elas estão insistindo em saber o quê rolou entre mim e Bae, só estão aqui por causa de romance, não liga.
- Mas elas não podem saber o quê tá rolando, elas são fofoqueiras.
- Estamos ouvindo, Layne, sabia? - disse Priscilla, uma garota loira que usava maquiagem.
- Ah.. - respondi envergonhado.
Ela me olhou passando a língua pela boca, eu senti nojo e revirei os olhos e meus olhos encontraram Peter me encarando estranhamente. Foi rápido esse sentimento, depois tudo voltou ao normal.
- Eu vou procurar pelo Glauco então, já que ele me quer, vai me ter. Eu acho que ele quer ajuda para se desculpar à Baekki, vou arrumar para ele um psiquiatra e vou ver no que dá. - Felix se levantou decidido.
Eu já ia dizendo que talvez não seja uma boa ideia mas quando me toquei ele já tinha ido.
Ficamos calados, grilos cantando em respostas como sempre. Peter me olhou e disse alto.
- Eu e Layne vamos pra sala, boa sorte você aí Thomas com as meninas.
Thomas olhou para Peter confuso.
- Como assim?
Brian me puxou pelo braço e fomos para sala. Eu perguntei.
- O que está fazendo?
- Cara, batemos no doido, o doido está com o rabo entre as pernas, o quê mais podemos fazer?
- Eu não sei. Eu pensei que nossa vingança acaba por aqui.
- E acaba sim, mas só em caso, vamos vigiar ele, se ele realmente se sente culpado, vamos conversar com ele.
- Tudo bem. - respondi.
Ele balançou a cabeça, contente e depois se sentou perto de mim para discurtimos sobre outra coisa.
- Glauco -
Eu estava desesperado procurando por Felix, até que finalmente eu tinha esbarrado nele e envergonhado falei.
- Ah, oi, então, eu queria pedir sua ajuda para eu falar com Baekki. - baguncei o cabelo.
- Como quiser, vamos, William disse que ela está na diretoria.
Seguimos para a diretoria, calados. Chegando lá encontramos Bae com Sarah e um menino, fui até lá me sentindo arrasado quando recebi olhares de reprovações.
- Uuuhh, Bae, queria conversar com você em particular, se importa? - perguntei sentindo um nó na garganta.
Ela olhou para o garoto, então para Lohana, dizendo alguma coisa mas foi baixo de mais para eu ouvir. Então me seguiu para um lugar mais quieto, junto com Felix.
- O quê querem? - perguntou ela impaciente.
- Eu apenas queria pedir desculpas de novo, eu sei que não confia em mim, ontem fui para mandado para o hospital porque tinha feito cortes em mim, minha condição só piora. Você e seus amigos me odeiam, e eu não culpo vocês, eu era ignorante, irresponsável e sem noção, você não deveria ter sofrido. Se não quiser me perdoar, eu entendo...eu já venho pensando nisso, eu, talvez amanhã eu pegue um ônibus para aterrissar na outra cidade, sozinho, fugir de casa...
- Você vai ir embora, por causa de mim? - perguntou ela desesperada.
Olhei para Felix ao meu lado e ele tava com a mesma reação.
- Sim. - respondi baixando a cabeça.
- Mas, você poderia ficar e ser nosso amigo! Não precisa fazer isso.
- Não, eu preciso. E vou, amanhã eu vou dar meu jeito, roubar dinheiro dos meus pais e picar a mula. Eu apenas queria que você estivesse lá para eu te ver, a última vez. - segurei sua mão.
Ela ficou pensativa, sua expressão preocupada me fazia sentir triste, ela me olhou, lacrimejando.
- Não! Não vá!
- No fim da linha, ás oito horas em ponto, te vejo lá. - fui embora.
Deixamos lá, Baekkibia mais solitária do quê nunca. Caída na grama de joelhos e chorando, eu pensei o seguinte. "Ela deveria estar feliz por eu finalmente estar saindo daqui"
- Você realmente vai embora? - perguntou Felix.
- Sim.
Ele me parou ficando na minha frente.
- Por favor, não vá! Você é meu amigo!
- Desde quando?
- Desde que te bati naquele dia! Eu realmente estava com raiva de você, mas no fundo vi que você estava se sentindo culpado, melancólico, abandonado.
- Bem, agora vou fazer a coisa certa, pelo menos.
Felix me olhou por um bom tempo, então disse:
- Eu vou contar para os outros, falo com você na saída.
- Tudo bem. - respondi tristonho.
Ele foi, comecei à pensar sobre o que eu estava prestes a fazer amanhã, será mesmo a coisa certa ir embora? Será que sou capaz?
Angustiado, voltei para sala e escondi o rosto e chorei silenciosamente.
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