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História Little Lines About Love - Bela e Fera: Loved Me Back To Life


Escrita por: JanneEsquivel

Notas do Autor


O seguinte capítulo descore sobre o clássico casal de A Bela e a Fera, animação da Disney que foi ao ar pela primeira vez em 1997. Aqui, procurei exaltar o poder de Bela sobre seu próprio destino, agora vinculado ao Príncipe Adam (a Fera). Não acho que bela torna-se a esposa troféu após seu "Felizes Para Sempre", acredito que não é a intenção de nenhum dos dois.
Baseio-me na inteligencia da mesma personagem retratada em Once Upon A Time, visto que a mesma justifica seu gosto pela leitura em ideias construtivas, habilidades em ler várias línguas, conhecimento administrativo, heroísmo, etc. Mas é importante deixar claro que desprezo seu relacionamento abusivo com a Fera (Rumple) da série de TV. De fato, a Fera na animação se mostra insensível e abusivo para com seu pá, no entanto, ao longo da história ocorre a mudança de cenário quando ele finalmente se apaixona por ela e percebe que não é amor mantê-la ali contra sua vontade.
Sem mais delongas, espero que gostem desse capítulo tanto quanto eu. Boa leitura.

Capítulo 2 - Bela e Fera: Loved Me Back To Life


Fanfic / Fanfiction Little Lines About Love - Bela e Fera: Loved Me Back To Life


"I wish that I could disappear
The voices inside were so real
But you stood by my side
Night after night, night after night    

Aquela biblioteca nunca mais fora a mesma. Antes da maldição cair sobre meu castelo, o salão quase nunca recebia alguém. Ainda me envergonha a total falta de interesse que eu tinha a respeito da leitura, logo, a não ser que fosse para mantê-la limpa a fim de não incomodar os outros ambientes, a biblioteca poderia ser completamente ignorada. Assim como muitas outras coisas, Bela mudara isso também, de modo que ela passava a maior parte das suas tardes envolta por montanhas e mais montanhas de livros. Ela tinha transformado o espaço em um grande reflexo do seu próprio universo. Havia sempre folhas em branco, tintas e penas espalhadas por todo o lugar; alguns livros formavam pilhas e pilhas ao longo dos corredores quando eram colocados um em cima do outro; as estantes estavam sempre mudando de organização e cada vez mais novos livros estavam sendo adicionados. Bela não só lia em francês, como também em inglês, português, alemão e até mesmo em mandarim e hindi. Sua presença nas reuniões de negócios que ocorriam ao longo do meu retorno eram indispensáveis. Era absolutamente encantador vê-la colocar aqueles nobres soberbos nos seus lugares e os fazerem pensar no povo. E imaginar que eu já fora um deles.

            - Passará o resto do dia me observando? – sua voz invadiu meus pensamentos de modo delicioso. Estava virada para mim, segurando um livro aberto entre as mãos, mas ainda sentada no chão com vários outros ao seu redor. A luz das três da tarde banhava toda a biblioteca, bem como seu singelo vestido azul, oferecendo-me a mais bela visão de um anjo.

            - Posso parar se lhe incomoda tanto – respondi de braços cruzados, o lado direito do meu corpo descansava contra o batente da porta de entrada. – Mas devo lhe informar que causaria uma grande angustia no meu coração não poder observá-la enquanto aproveita da sua atividade preferida.

            - Dramático... – Bela revirou os olhos, fechando o livro e pondo-se de pé. – Junte-se a mim então, tenho algo para lhe propor.

            Justo quando achei que ela viria em minha direção, sua trajetória muda perpendicularmente a fim de alcançar a mesa de estudos mais próxima, de onde ela tirou um livro e o ergueu para mim. Um claro convite para a minha aproximação. Bela só veio até mim uma vez, eu tinha que me lembrar disso.

            - Moll Flanders? – Quis saber enquanto recebia o livro em mãos, analisando com curiosidade as letras douradas em alto relevo que marcavam o título na capa.

            - Ótimo, você se lembra então da história?

            Acenei positivamente.

            - A vida da Sra. Moll Flanders me fez pensar em algo que eu há muito desejava, desde quando ainda morava com o meu pai. Você acha que podemos construir uma casa para mulheres?

            - Desenvolva.

            - Não lhe ocorre que se talvez a Sra. Flanders tivesse um lugar que a acolhesse, sua vida não teria sido tão difícil? Veja, sua história retrata exatamente a perspectiva de vida para todas as mulheres que não nasceram em bom lar, bem como as que não tiveram um bom casamento. Não concordo que nós sejamos reduzidas a isso, feitas apenas para casar e quando defeituosas, descartadas a própria sorte. Penso em um abrigo, que cuidará de mulheres desamparadas quando ninguém o fizer. Elas terão então companhia, tarefas para lhes ocupar os dias, leituras para lhes ocupar a cabeça e lhes darem ideias, alguém com que sempre conversar... Terão esperança para o futuro, quem sabe até mesmo força para lutar pelo próprio.

            - Nós temos uma casa de veraneio aos arredores do condado, com capacidade para trinta ou quarenta convidados se ainda me lembro bem...

            - Quando suas frases terminam assim eu sempre devo esperar um “mas”.

            - Bom, nossos negócios ainda não estão completamente restaurados. Fiz muitas coisas impensáveis enquanto Fera e quase arruinei nossas finanças, o que quer dizer que talvez nós só possamos abrigar dez ou quinze mulheres por hora. Apenas até tudo estar resolvido, então logo poderemos preencher a capacidade.

            - Isso quer dizer que você concorda?!

            - E por que eu não deveria?

            Bela pulou em cima de mim, envolvendo meu pescoço com os braços e me apertando num abraço animado. Ela ria de felicidade no meu ouvido, lançando os pés para trás enquanto eu tentava nos manter de pé.

 - Não se preocupe com os fundos! – Ela me avisou me deixando e rodando a mesa, mexendo nas pilhas de papeis espalhadas pela superfície de mármore. – Já tracei alguns planos.

- Ficaria surpreso se já não o tivesse.

- Todas as nossas negociações tem sido um sucesso...

- Graças a você – não pude deixar de comentar.

- Graças as nós, Adam – Ela parou de se mexer enquanto dizia isso, muito séria e vermelha. Era a coisa mais charmosa que eu já vira em toda a minha vida.

- Não querida, sou apenas o marido.

- Você não tenho jeito. Continuando... – ela revirou os olhos, voltando a se concentrar nos papeis. – Temos feito muitos amigos ao decorrer de nossas reuniões, logo eu pensei em lhes oferecer um jantar beneficente a fim de arrecadar mais fundos e sócios que queiram doar, periodicamente, recursos. Tudo para a casa de mulheres.

            - É uma ótima ideia. Talvez pudéssemos oferecer consultas de emprego, conseguir alguns professores também. Sabemos que infelizmente, para mulheres, todas essas coisas são como luxo, o que com toda certeza irá ajudá-las.

            - Quer dizer que você está realmente concordando comigo?

      Foi a minha vez de revirar os olhos até volta-los para ela e fixa-los no seus. Rodei a mesa devagar sem nunca deixar de admirar aquelas enormes e brilhantes íris castanhas. A cada passo que eu dava, a respiração dela oscilava e meu sorriso tornava-se maior. Sem nenhuma palavra, meus braços envolveram sua cintura, aproximando-a de mim até seu corpo ficar contra ao meu tanto quanto fosse possível. A minha intenção era nunca desviar os nossos olhares, mas seus lábios estavam irresistíveis.

Woke me up, one touch, and I feel my heart
             Loved me back to life, back to life, but I died

O beijo de Bela fora minha redenção, salvara-me da escuridão quando ninguém mais poderia, ou até mesmo queria. No entanto, não teria valido de absolutamente nada se o que ele representa-se para nós não fosse real. Desde então, nós usamos tal ato para demonstrar e explicar o que era difícil pôr em palavras. Então, naquele momento, beijá-la queria dizer o quanto eu estava de acordo com a sua ideia e o quanto eu admirava a mulher fantástica com que eu tivera a sorte de me casar.

- Sua dúvida me ofende – suspirei quando ela finalmente buscou por ar.

- Adam...

- Não há nada que venha de você que me ponha em desacordo. Como eu poderia negar esta ideia, Bela? Tudo o que você tem feito desde que chegou foi transformar este lugar em algo melhor, algo que ele nunca foi antes. E o que você tem feito pelo vilarejo, a biblioteca local, o fornecimento alimentar...

- Sejamos honestos. A ideia de usar os campos para plantações de trigo e demais grãos foi completamente sua. Não tenho como saber sobre solos férteis, ainda não cheguei nesses livros.

- Você poderia ficar quieta? O que eu estou tentando fazer é agradece-la. Por 10 anos eu tenho carregado o peso da desgraça das minhas terras nas minhas costas, então você aparece e luta bravamente para tirá-los de mim, sem pedir nada em troca. Eu nem mesmo fui gentil com você na primeira vez que nos conhecemos.

Bela sorriu numa curva suave. Pude sentir todas as lembranças do nosso começo passando pelos seus olhos enquanto ela me mantinha preso a eles. Sua mão direita acariciou a lateral do meu rosto de modo que eu o inclinei para descansar em sua palma. Seu toque, por mais simples que fosse, aquecia meu corpo como nenhum cobertor jamais o fizera.

- Amo você. – Ela sussurrou, alargando o sorriso.

- E Deus sabe o quanto eu sou grato por isso – devolvi-lhe. – Você muda para melhor tudo aquilo que toca. Você planta a esperança e colhe admiração por onde passa. Como eu poderia ir contra a palavra da mulher que você é?

- Obrigada. Tenho sorte em ter alguém a me apoiar dessa maneira.

- Não. Jamais veja por esse ângulo. Não é mais que minha obrigação, lembra-se? Você mesmo me ensinou isso, certo? Nenhum homem deve se sentir privilegiado por tratar sua esposa como uma igual. É apenas como as coisas devem ser.

- Estou tão orgulhosa! – Ela bateu nos meus ombros, rindo divertidamente.

- Está tirando sarro de mim, princesa?

- Sim, acho que estou.

Eu amava quando ela ria, era o que fazia meus dias valerem a pena. Sem sombra de dúvidas eu ouviria aquele só pelo resto de toda minha vida sem nunca reclamar das suas melodias. No entanto, quando Bela o fazia, eu não podia conter a vontade de beijá-la, ainda mais quando estávamos tão próximos como naquele momento. Era inclusive outra coisa que eu seria capaz de fazer até morrer: beijá-la. Bela era tudo o que importava, sua felicidade resumia o meu mundo. O que quer dizer que eu congelaria o inferno se preciso fosse e, por mais que me doesse incomparavelmente, eu seria capaz de deixa-la ir se isso a fizesse sorrir daquele jeito. Sua gentileza e altruísmo me encantaram de modo que hoje eu sou uma pessoa melhor. De certo, ainda muito longe do perfeito, mas esse também deixara de ser meu objetivo desde que eu conseguisse apenas ser bom e gentil.

Depois de todos os meus abusos, meu egoísmo e minha completa ignorância para com os outros, a última coisa que eu merecia era misericórdia. Contudo, enquanto eu olhava para Bela ali, fitando-me com curiosidade por causa do meu silêncio, eu era grato pela segunda chance que me fora dada. Eu era grato pelo amor. Eu era grato por ela.

You loved me back to life, life
From the coma, the wait is over
You loved me back to life, life
From the coma, we're lovers again tonight"

Loved Me Back To Life - Sia version
 

 


Notas Finais


Gosto de pensar também que Bela é a frente de seu tempo, por isso o tema do dialogo entre os dois vai muito além de romantismo, mas sim a discussão de uma ideia capaz de mudar a sociedade da época.
Gostaria de esclarecer que, na cronologia, o retorno de Fera para forma humana é muito recente. É de se pensar que depois de tantos anos esquecido, o reino também sofreu com desfalques financeiros, logo, os dois tem que trabalhar arduamente para restaurar os danos. É importante a participação dos dois e não só de Adam (a Fera).
Enfim, deixarei que pensem no resto com carinho. Volto agradecer se você chegou até aqui. De muito vale para mim. Até o próximo.


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