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História Little Princess Kim - Quase uma gravidez coletiva


Escrita por: RainbowTU

Notas do Autor


Oi pessoas que vieram até aqui! Sejam todes bem-vindes!

Antes que leiam quero dizer uma coisa: nunca escrevi uma MPreg, só comecei a ler fics assim de uns poucos meses para cá e ainda não consegui entender muito bem a sistemática de uma gravidez masculina, já que o pouco que li não era explícito nesse quesito. Então aviso a você que tem costume de ler fanfics com este conteúdo que, talvez, ela seja um imenso close errado. Perdoem a noob, ok?

Eu tive a ideia desse plot numa noite de revoltinha babaca com o que geralmente leio em fanfics por aí e, depois de pensar nele um tempo, decidi escrever. E apesar de não gostar tanto do resultado, resolvi postar porque é a coisa mais distante de minha zona de conforto que já produzi. Quis fazer o registro dessa minha ~ ousadia ~ para a posteridade! haha

Avisinho dado, quero desejar aos corajosos/as/es que vão se aventurar nessas linhas muito boa sorte e que a leitura seja agradável!

Enjoy the journey! <3

P.S.: as capas foram feitas por minha amiga Evelyn Postali. Ela é escritora, ilustradora e muitas outras coisas. Deem uma gloogleada no nome dela e se inteirem sobre seu trabalho. =)

Capítulo 1 - Quase uma gravidez coletiva


As gravações estavam cada vez mais exaustivas, sugando-lhe ao máximo. Taehyung lhe advertira sobre o fato, falando que a produção de um dorama era algo muito intenso. Por isso, tentou se preparar para aqueles dias, reorganizando sua agenda, aumentando treinos e exercícios... E julgou que tinha feito um bom serviço, até a chegada das últimas semanas. Estavam aproximando-se do fim de tudo e a sensação de Seokjin era de que os dias passaram a ter doze horas em vez de vinte e quatro e o trabalho fora multiplicado. Não que estivesse reclamando; finalmente estava realizando seu maior sonho profissional. Não poderia, porém, fingir que sua rotina não era puxada.

Entrou no camarim e, sem fechar a porta, jogou-se sobre o pequeno sofá ali alocado, deitando-se de bruços no móvel. Ainda vestido com o terno azul-claro de seu personagem, cerrou os olhos e inspirou com força, soltando o ar devagar. Repetiu a atividade incontáveis vezes, sentindo tanto o corpo quanto a mente relaxarem. Pretendia manter-se parado por mais tempo, apenas respirando, mas o som do telefone fixo começou a reverberar no ambiente, forçando-o a esticar o braço até a mesinha próxima para alcançar o aparelho.

— Kim Seokjin, às ordens. — Disse ao erguer a cabeça e encostar o telefone na orelha.

— Santa formalidade. — A pessoa do outro lado respondeu com um ar zombeteiro.

— Namjoon... — O jovem sorriu, sentando-se no sofá. — Achei que fosse alguém da produção. Eles que costumam ligar para esse número.

— Eu não teria ligado para esse, caso atendesse seu celular.

— Desculpa. Eu nem sei onde meu celular está. — Deu uma breve olhada em seu redor. — Deve estar no meio das minhas roupas.

— No meio das suas roupas? Está falando comigo pelado, hyung?

— Não! — Soprou uma risada leve. — Estou com as roupas do personagem ainda. Acabei de gravar não faz nem dez minutos.

— Ah, sim... — Soltou um gemido. — Ai...

— O que foi?

— Você sabe. — Arfou. — HyeYeon.

— Ela ainda está chutando muito?

— Demais... — Um novo arfado. — Já é o terceiro dia que ela parece querer me rasgar de dentro para fora. ‘Tá complicado.

— Caramba! — Suspirou, passando a mão nos cabelos. — Queria que tivesse um jeito de dividir essa parte agoniante com você, Namjoon. Sinto muito.

— Não tem o que sentir. Assim que as coisas são. — Abafou um gemido. — Como foi seu dia?

— Cansativo. E o seu?

— Um tédio. Não é que eu não goste de estar gerando nossa filha, mas o fato de ser uma gravidez de risco me impede de fazer as coisas mais simples sozinho e... — Calou-se por um instante. — Quietinha, HyeYeon, por favor...

— Tem passado a mão na barriga? Ela sempre se acalma com um pouco de carinho, não é?

— É... Eu venho fazendo isso, mas... — Emudeceu novamente por alguns segundos. — Não tem funcionado. Especialmente hoje.

— Continua alisando a bebê e põe seu telefone perto dela.

— Ok.

Seokjin esperou um pouco, e quando achou que o aparelho já estava posicionado perto do ventre do namorado, passou a falar com a menina que se formava ali. Identificou-se e iniciou um relato de como tinha sido seu dia, para em seguida se mostrar interessado no desenvolvimento da bebê e pedir-lhe, com muita delicadeza, que se comportasse e deixasse appa Joonie descansar.

Namjoon, que colocara a chamada em modo viva voz, escutou toda a “conversa” com um sorriso imenso nos lábios. Seu companheiro não costumava estar muito presente fisicamente, posto o fato de ter surgido a oportunidade de atuar durante o intervalo forçado do grupo, mas era de uma dedicação ímpar.

A gravidez não fora planejada, representava um risco se as determinações médicas não fossem cumpridas, mas Namjoon não se arrependia. Apesar da brusca interrupção de seus planos de carreira e das mudanças na vida pessoal, estava feliz.

— E então? — Seokjin questionou ao encerrar seu “diálogo” com a bebê.

— Ela decidiu lhe obedecer. — Desligou o serviço de viva voz e recolocou o celular na orelha. — Parou de se retorcer.

— Pelo visto nossa filha vai ser como você. Basta um carinho e minha voz melodiosa para que todo o estresse se dissipe.

— Acho que tenho o direito de ter ao menos oitenta por cento de genes dominantes na nossa filha, Jin hyung. Eu que estou passando pelo processo de gestação. Nada mais justo.

— Não só concordo, como torço para isso. Vou achar maravilhoso ter uma mini Namjoon em casa. — Sorriu audivelmente, escutando o outro fazer o mesmo. — Agora me diz, se alimentou direitinho? Tomou suas vitaminas? Estão cuidando de você como se deve?

— Sim, claro. Sempre cuidam, não? É quase uma gravidez coletiva.

— De fato. Como eles se dividiram dessa vez?

— Bom, hoje Yoongi hyung foi cuidar da cozinha.

— Aigoo! Yoongi na cozinha? Já posso acender umas velas em agradecimento ao milagre?

— Não é como se fosse grande trabalho. É só esquentar o que você deixa preparado. Para os outros, ele faz ramén.

— Sei... E os demais?

— Hoseok ficou de companhia e enfermeiro pela manhã, logo depois que você saiu. De tarde ficou o Jimin, ele me ajudou com o banho e tudo. Agora está na sala com a namorada. Ela ficou conosco durante o turno do Jimin. Até trouxe um filme e colocou para vermos mais cedo, uma comédia açucarada, bem engraçadinha. Também comprou uma jaquetinha verde para a HyeYeon, muito bonita. Fez um embrulho lindo. Fotografei antes de abrir o presente, caso queira ver.

— Que consideração da parte dela! JiYon é uma boa garota. Jimin tem sorte.

— Tanto quanto se pode ter, na situação dele. Não deve ser fácil ser hétero nesse mundo ridículo em que vivemos.  

— Nem me fala... E Jungkook?

— Jungkook? — Fez uma breve pausa. — Estava comigo até ainda pouco, mas saiu para comprar umas coisas que pedi.

— Saiu para comprar o que, exatamente?

— Nada demais.

— Comida?

— Também.

— Ai, Joonie... Sabe que não pode ficar saindo da dieta. — Mordeu o lábio inferior. — Qual o desejo da vez?

— Nada que eu não possa comer, hyung.

— O quê?

— Hum... — Soltou o ar dos pulmões, fazendo barulho. — Umas mangas, uma melancia e queijo japonês.

— Hein? — Estalou a língua, fazendo um som de surpresa. — Manga com melancia e tofu?

— Não posso controlar as coisas que a HyeYeon pede.

— Não é ela quem pede. Isso de desejo durante a gravidez é psicológico, e eu acho que...

— Não começa, hyung. Acha mesmo que eu ia querer comer essas coisas todas por vontade própria?

— Mas é verdade! Você ouviu a médica explicar que essa história de desejos é um mito que acaba se enraizando na mente de quem engravida e...

— Nem você nem a médica sabem como é. — Interrompeu-o com um tom de voz sério. — O grávido sou eu. Eu que sei. Para de me contestar.

— Aish! — Calou-se um instante, respirando fundo. — OK, está certo... — Bufou. — Vai comer as três coisas juntas?

— Sim.

— Isso é nojento, Namjoon.

— HyeYeon não acha.

— Que seja. — Recostou-se no sofá, esticando as pernas. — Espera ao menos eu chegar em casa para comer, assim eu posso controlar as quantidades para que não saia tanto das estipulações da sua nutricionista.

— Não é como se eu fosse comer sem que estivesse aqui. Sua presença é fundamental para meu desejo.

— Ah, não me diz... — Virou a cabeça para trás, massageando as pálpebras. — Eu vou ter que inventar uma receita?

— Não. Eu já elaborei tudo.

— E o que vai ser?

— Arroz com creme de manga, queijo japonês cozido em molho de peixe e calda de melancia.

— Meu estômago se embrulhou só de ouvir isso, imagina preparar... Tem certeza que não dá para deixar passar?

— Não faz desfeita, hyung, é para nossa filha.

— Aish! — Soltou o ar pela boca de maneira ruidosa. — Para que eu fui inventar de gozar dentro, pelo amor!

— Eu bem avisava “hyung, dentro não, cuidado” e você dizia o quê? “Só dessa vez, Joonie, não vai acontecer nada...”. Agora HyeYeon está se formando.

— A gente sempre foi cuidadoso, era só de vez em quando... Nunca se espera que aconteça, Namjoon.

— É o que acontece quando dois homens ou duas mulheres transam sem proteção, não é? Não importa se acontece sempre ou uma só vez, se um dos dois estiver no período fértil, uma foda só é suficiente. Esqueceu-se das aulas de Biologia? Não faz tanto tempo assim que estivemos na escola.

— Não seja sarcástico. Entendeu o que quis dizer.

— Sabe o que isso parece? Conversa de quem se arrependeu de ter apoiado a gravidez do namorado.

— Claro que não! No começo foi duro, mas sabe que eu amo HyeYeon, não é? E passei a amar muito mais você depois que disse que ia assumir as consequências da nossa imprudência, mesmo sabendo dos perigos para sua saúde e tendo que deixar seu trabalho de lado por tantos meses... — Suspirou bastante alto. — Não me arrependo de nada, Joonie. Perdão por ter dado a entender isso.

— Eu estava brincando, Jin hyung. — Deu uma risada baixa. — Sei que não se arrepende. Estava apenas implicando com você.

— Humpf... – Relaxou perceptivelmente. — Nunca tenho certeza quando está brincando ou não. Desde que ficou grávido suas reações são um tanto surpreendentes para mim.

— Hormônios. — Pigarreou de leve. — Ainda vai gravar hoje?

— Não. Já encerrei.

— Demora para vir?

— Depende do Tae. Ele estava ajustando uma das cenas, parece que algo na atuação da parceira dele não está se encaixando bem.

— Tomara que ele termine logo. Preciso mesmo de você aqui.

— Logo vou estar aí para você.

— Vou esperar. — Ficou mudo por um momento. — Acho que é melhor eu desligar, hyung. HyeYeon está começando a querer se agitar de novo, talvez se eu ficar quieto e calado ela não fique elétrica.

— Tudo bem. Amo vocês.

— Nós sabemos.

Despediram-se e a chamada foi encerrada. Seokjin se espreguiçou e, bocejando, se levantou e foi até o pequeno closet, onde suas roupas estavam colocadas. Tirou o terno do personagem, dobrou as peças e as guardou. Pegou suas próprias roupas e se vestiu com rapidez. Vasculhou a área até encontrar sua carteira, as chaves do automóvel e o celular, que continha, no visor, o aviso de seis ligações perdidas de Namjoon. Sorrindo, pôs o aparelho no bolso traseiro do jeans, voltou para o sofá e se sentou para esperar por Taehyung, a fim de irem juntos para o apartamento do grupo. Estava quase dormindo quando escutou o grito de seu dongsaeng.

— Hyung! — A porta do camarim foi aberta abruptamente, revelando um descabelado Taehyung. — Já podemos ir?

— Devemos. — Respondeu ao se levantar. — Tenho pressa.

— Aconteceu alguma coisa?

— Nada sério. — Respondeu ao puxar o rapaz para fora, atravessando a porta e a trancando. — Namjoon teve mais um de seus desejos esquisitos.

— Ah... — Sorriu largo. — E o hyung precisa ir correndo para cozinhar, não é?

— Sabe como funciona.

— Se sei! — Riu. — Algo muito estranho?

— Manga com arroz, melancia e tofu. — Ia andando com certa velocidade para o estacionamento, que não ficava longe, acompanhado de perto pelo outro. — Algum desses deve ser temperado com molho de peixe, já não me lembro qual.

— Não parece combinar muito.

— Não combina nada. — Apertou o botão para destravar o seu veículo tão logo o avistou. — Por mim Namjoon não comia essas coisas loucas, não é necessário, mas ele fica temperamental se não come, é o jeito ceder.

— Eu acho é bom, assim eu consigo experimentar um monte de esquisitice. — Falou parando ao lado da porta do passageiro e a abrindo. — Vou poder provar essa também, não é?

— Que horror, Tae! Você acabou de dizer que as coisas não combinavam, como quer provar? — Riu com vontade, sentando-se no assento do motorista e afivelando o cinto de segurança. — Namjoon está grávido, tem desculpa para essas sandices. Qual a sua?

- Ué, e precisa? — Sentou-se em seu lugar e imitou o outro. — Eu quero provar! Quer desculpa melhor?

— Aigoo! — Gargalhou, dando partida no veículo. — Só você e Namjoon-ah para comerem aquelas gororobas com gosto!

— É a sua comida, Jin hyung. Pode fazer cocô à milanesa e eu aposto que vai ser o cocô mais bem cozido e temperado de Seul.

— Olha que um dia eu faço! E você vai ter que comer.

— Faça! Vai ser um prazer comer cocô preparado por suas mãos!

— Kim Taehyung... Que criança louca é você!

Seokjin ria do rapaz quando manobrou o automóvel e saiu do set de gravações, cumprimentando o porteiro ao passar por este. Já tinham avançado um bom pedaço do caminho quando notou que Taehyung o olhava de maneira fixa e inexpressiva, como de costume.

— O que foi, TaeTae? — Questionou se virando rapidamente para o jovem ao parar num sinal vermelho. — Por que me olha assim?

— Nada sério. — O garoto manteve o olhar. — Meu hyung ainda está sorrindo. É por isso.

— E isso lá é motivo para me encarar como se nunca tivesse me visto sorrir?

— Sim, desde o dia em que esse sorriso bobo que vejo agora começou a ser raro nos lábios do meu hyung mais velho. — Disse despreocupadamente, olhando pelo vidro da janela quando o carro entrou em movimento. — Tem estado tão cansado e sério ultimamente. É difícil ver essa curvinha fofa na sua boca.

— Ah... — Fez um som arrastado com a garganta. — Não dá para ser diferente. Com HyeYeon vindo aí, o Namjoon passando por toda a delicadeza do processo, o grupo parado forçadamente, o dorama em fase final... É muita coisa para lidar, TaeTae. Eu acabo me esquecendo de sorrir com mais frequência.

— Eu entendo. — Virou-se para o maior, que dirigia atentamente. — Hyung...

— Hum?

— Eu sei que diz para Joon hyung que está contente porque vão ter HyeYeon, mas... — Interrompeu-se.

— Mas o quê?

— Nada não. — Balançou a cabeça, mexendo nos cabelos. — Bobagem.

— Pergunte o que deseja saber.

— É que... — Pôs sua atenção no caminho à frente. — Quando Joon hyung disse que estava grávido você não gostou muito da notícia. A gente sabe que você não queria ter filhos agora, mas Joon hyung disse que não iria interromper a gravidez, e o hyung teve que aceitar, porque era ele o grávido e não tinha como força-lo a abortar... — Calou-se, suspirando.

— Onde exatamente quer chegar, Tae?

— Bom... — Tornou a olhar o amigo. — Meu hyung está mesmo feliz por ser pai? Pode ser sincero comigo, eu nunca vou contar nada a ninguém, só preciso saber.

— Ah... É isso... — Deu um sorriso de canto. — Por que precisa saber?

— Porque... — Coçou o nariz, desviando a vista para um ponto qualquer na paisagem externa. — Essa coisa toda que vivemos agora, Joon hyung e a gravidez inesperada, a maneira como você cuida dele, como todos nós estamos empenhados em fazer a gestação ser a mais tranquila e saudável possível... É uma nova fase nas nossas vidas, a gente teve que se reajustar completamente, mas... Todo mundo parece estar gostando disso, não é?

— Suponho que sim.

— Você também está gostando, Jin hyung?

— Bem... — Inspirou ruidosamente, mantendo-se focado na direção. — Todos nós sabemos que essa gravidez me pegou desprevenido e que eu relutei bastante em aceita-la, mas agora, apesar da reviravolta que nos causou e de todo o esgotamento e dos problemas... — Sorriu outra vez, balançando a cabeça num sinal de satisfação. — Eu vou ser pai, TaeTae. O homem que eu amo vai me dar uma filha, um pedacinho de nós dois. Não tem como eu não estar feliz por isso. — Olhou de soslaio para o mais jovem. — Se às vezes eu acho que teria sido melhor ter feito um aborto? Não vou negar, quando estou no auge do estresse eu penso nisso. E sei que Namjoon pensa a mesma coisa em alguns momentos, como quando ele está compondo e precisa parar porque HyeYeon se debate dentro dele ou quando precisa pedir ajuda até para ir na cozinha e voltar. Mas isso vai tão rápido quanto vem. É um pensamento tão ligeiro que nem merece consideração.  

— Sei... — Levou os dedos ao queixo e tamborilou um tanto na região. — Mesmo não querendo antes, agora não pensa que teria sido melhor se HyeYeon não existisse, é isso?

— É isso. — Coçou a nuca e observou o outro com maior atenção. — O que está se passando nessa sua cabecinha, Taehyung?

— Oi? – Revelou um semblante de desentendido para Seokjin. — Como assim?

— Não se faz de sonso. O que realmente o motivou a me fazer essa pergunta?

— Hum... — Arfou. — Eu só queria saber se era possível alguém que não quisesse ter filhos ficar de fato feliz em caso de uma gravidez surpresa.

— Ah é? E qual a razão para essa dúvida?

— É que... — Virou o rosto para a janela. — Eu fico pensando, se eu aparecesse grávido, como Jungkook iria reagir...

— Como é que é? — Parou o carro em mais um sinal vermelho e se virou totalmente na direção do mais jovem. — Kim Taehyung, por acaso engravidou?

— O quê? Não! — Encarou o outro, surpreso com a colocação. — Jungkook não me come e nem me deixa entrar nele se não for cheio de camisinhas e espermicida, ainda mais depois que Joon hyung apareceu de barriga!

— Caramba, TaeTae, que susto! — Fechou os olhos e suspirou em alívio. — Continuem assim, por favor, pelo menos por enquanto. Duas crianças praticamente ao mesmo tempo seria muito complicado.  

Taehyung não respondeu de imediato. Olhava para Seokjin com o rosto apático, enquanto este retomava o caminho para o apartamento deles. Vários minutos se passaram antes que ele se manifestasse outra vez.

— Acontece que eu não quero continuar assim. — Disse com o tom neutro.

— Do que fala?

— Eu não quero ficar me prevenindo todas as vezes que transo com meu namorado. Não quero viver apavorado por medo de uma gravidez, como se ter um filho fosse a pior coisa do mundo. Antes a gente até fazia sem nada disso de vez em quando, mas agora... Ele está neurótico.

— Ele só está sendo sensato, TaeTae. E eu lhe dou razão. Por mais que eu ame HyeYeon e tudo o mais, não é nada simples. E isso é só o começo. Depois que ela nascer a vida do Namjoon e a minha nunca mais serão as mesmas. É preciso estar preparado.

— Não é bem essa a questão, hyung... — Deu um suspiro sibilado. — Jungkook é um tremendo dum egoísta, só pensa nele o tempo todo. Não me leva em consideração em nenhum momento.

— Percebo... — Abriu e fechou os dedos duas vezes sobre o volante. — Há algo que eu deva compreender a partir desse desabafo?

— Não... — Deu um meio sorriso. — Coisa minha e dele. Deixa p’ra lá.

— Tudo bem.

Seokjin deu de ombros e prosseguiu dirigindo. Se conhecia bem seus dongsaengs mais jovens, sabia exatamente o que estava ocorrendo entre eles. Taehyung adorava crianças e, impulsivo como era, deveria estar enchendo os ouvidos do namorado sobre terem um filho. Jeongguk, por sua vez, era obcecado demais pelo trabalho e por si próprio para ao menos cogitar essa possibilidade agora. O embate deveria estar intenso entre os garotos.

Nada mais disseram até chegarem em frente ao prédio onde moravam. Seokjin estacionou o veículo na garagem do local e saiu às pressas pelo estacionamento, seguido de perto por Taehyung. Tinha um jantar absurdo para preparar e não queria fazer as duas pessoas mais importantes de sua vida esperarem além do necessário.


Notas Finais


IMPORTANTE: O nome da bebê não foi escolhido aleatoriamente. Segundo umas pesquisas, esse nome significaria inteligente e brilhante, bela e graciosa. Que nome melhor para se dar à uma cria de Seokjin e Namjoon, não é?

Olá a você que chegou até aqui! Muito obrigada!

Então... O grávido é o Namjoon. Sabem aquelas revoltinhas que eu mencionei nas notas iniciais? Uma delas é o fato de o Seokjin quase sempre ser o uke, o frágil, o fofo, o meiguinho, o que engravida... Eu gosto de diversificar. Como nunca encontrei, o jeito foi fazer, né? Espero que tenham curtido a possibilidade.

Beijos de pêssego para as criaturinhas que chegaram até aqui! Espero que tenha sido bom e queiram voltar! <3


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