História Live A Dream - Seleção Brasileira.

 

 

Clarissa Pov's

 

 

Escutei meu celular despertar e bufei, ainda estava com sono. Desliguei o despertador que me irritava e sentei-me na cama. Quando já estava mais desperta, percebi que Gabriel não estava mais ao meu lado. Ignorei, ele sempre levanta primeiro que eu.

 

Levantei da cama e ainda tropeçando nos próprios pés, segui para o banheiro. Fiz minhas higienes e logo depois tomei um banho bem fresco pra ver se despertava um pouco. Ao sair, peguei no armário uma calça jeans clara um pouco rasgada na coxa e um cropedd preto de mangas compridas. Coloquei essa roupa e um sapatinho de cano médio. Deixei meu cabelo solto mesmo e fiz uma maquiagem. Eu me sentia bonita e sorria satisfeita por isso. Aliás, eu tinha acordado radiante. Eu sentia que meu dia ia ser bom.

 

Peguei meu celular, o colocando no bolso de trás da calça jeans e dei uma arrumada na cama. Dei uma última olhada para o quarto e sorri satisfeita com meu final de semana. Sai dali e fechei a porta, ao chegar na sala encontro Gabriel sentado no sofá – já arrumado – com um sorriso no rosto.

 

— Bom dia, meu amor — Eu disse e só ai ele me viu.

 

— Bom dia, minha princesa — Ele veio em minha direção e me abraçou, tirando-me do chão.

 

— O que aconteceu? Parece que não me vê a dias — Falei e ri.

 

— Não é isso — Ele disse e riu fraco — Eu tô feliz por você. Tô orgulhoso, minha menina.

 

— Mas por que? — Perguntei confusa e ri.

 

— Advinha quem acabou de ser convocada pra seleção brasileira feminina? — Ele arqueou as sobrancelhas.

 

Senti meu coração acelerar e minha respiração ficar pesada ao pensar naquela possibilidade.

 

— Gabriel, isso não é hora de fazer essas brincadeiras — Eu disse começando a tremer.

 

— Não é brincadeira, eu não brincaria com uma coisa dessas — Ele disse sorrindo — Clarissa, você vai pra seleção — Ele disse.

 

— Meu Deus — Sussurrei sentindo meus olhos lacrimejarem.

 

Minha única reação foi abraçar Gabriel, enquanto sentia meu rosto ser coberto por lágrimas quentes.

 

Mais um sonho estava se realizando, mas dessa vez, o maior de todos. Vestir a amarelinha sempre foi o meu maior sonho. Honrar a camisa brasileira. Orgulhar todo o povo brasileiro, orgulhar a mim mesma por alcançar minha maior meta. E agora que foi cumprida, eu só quero vesti-la e honra-la. Quero ajudar a minha seleção, quero marcar gols importantes e me sair bem, para que na próxima convocação meu nome esteja lá de novo.

 

— Parabéns, minha menina — Ele disse.

 

— Obrigada — Sorri e funguei.

 

Ele desfez o abraço e limpou minhas lágrimas com o seu polegar.

 

— Você sabe que merece isso tudo que está acontecendo com você, Cla — Ele sorriu.

 

— Eu não acredito — Falei e ri fraco. Ele riu — Então vamos né?! Quero ver a Soph.

 

— Nada disso mocinha. Vamos tomar café e ai saímos. Não vou deixar você sair daqui assim — Ele disse.

 

Revirei os olhos sorrindo.

 

— Tá, então vamos logo — Eu puxei ele pra cozinha.

 

(...)

 

Já fazia uma hora e meia que estávamos dentro daquele carro finalmente voltando pra Santos. Eu tinha esquecido o quanto era chato ficar dentro daquele carro por duas seguidas sem fazer absolutamente nada.

 

Peguei meu celular – o qual eu tinha ficado longe durante todo esse fim de semana – e respondi algumas mensagens. Segui para meu Instagram e vi a marcação do Gabriel na nossa foto de ontem na piscina. Sorri com aquilo.

 

Algumas fãs do Gabriel começaram a me seguir e comentar minhas fotos. Até agora, nada de comentários maldosos e realmente esperava que ficasse assim. Não que eu ligasse pra opinião de quem não apóia, mas creio que não deve ser legal ler coisas do tipo.

 

Alguns fã clubes dele acabaram criando um shipper que se chamava "Clael", eu achei uma graça. Acabei soltando uma risada.

 

— O que foi? — Gabriel perguntou.

 

— Suas fãs são muito fofas — Eu disse sorrindo.

 

— Eu tenho as melhores fãs do mundo — Ele disse e sorriu. Eu ri.

 

Continuei em minhas redes sociais. Consegui responder algumas perguntas no twitter e no próprio Instagram. Me distrai tão facilmente que chegamos rápido em Santos.

 

Já tínhamos o endereço do hospital que Soph estava em mãos e iríamos direto pra lá. Chegamos rapidamente e entramos, então vi Thiago na cantina.

 

— Thi — Me aproximei sorrindo.

 

— Clari — Ele sorriu e veio me abraçar — Como você tá, minha princesa?! — Ele me apertou mais em seu abraço.

 

— Bem, muito bem. E você? — Sorri largamente.

 

— Melhor — Ele riu fraco e beijou minha bochecha.

 

— E ai irmão — Gabriel disse e eles se abraçaram.

 

— Como você tá?! — Perguntei.

 

— Cansado, com sono, mas sobrevivendo — Ele riu fraco.

 

— E a Soph? — Perguntei.

 

— Ela acordou hoje mais cedo, mas estava meio nervosa e agitada com tudo o que aconteceu e os médicos acabaram lhe dopando de novo — Ele sorriu triste.

 

— Ô Thi, não fica assim — Falei chateada — Ela deve estar assutada.

 

— É — Ele suspirou.

 

— Você descansou? — Perguntei.

 

— Eu consegui dormir um pouco, mas essa noite vou pra casa, já que os pais dela já estarão aqui — Ele disse. Eu assenti.

 

— Eu posso ver ela?

 

— Pode, está em horário de visita. Faz sua ficha — Apontou com a cabeça para recepção.

 

— Tudo bem. Eu já volto — Beijei a bochecha do Gabriel, que só assentiu.

 

Caminhei até a recepção e falei com a moça dali. Fiz rapidamente minha ficha e depois de colocar uma pulseira de visitante, uma enfermeira me acompanhou até o quarto em que Soph estava. Me alertou que era pra tomar cuidado para não acorda-la e que se precisasse de algo era só gritar. Eu concordei e ela saiu do quarto.

 

Me virei para ver Soph e suspirei. Ela parecia estar mal. Tinha sua perna direita completam imobilizada e alguns cortes, inclusive um na testa. Ela deveria estar em choque, bem assustada. Eu entendia o lado dela, só esperava que isso não abalasse seu psicológico.

 

— Ô amiga, que susto em — Eu sussurrei me aproximando dela.

 

Sorri de lado sentando em uma poltrona que tinha ao seu lado e coloquei minha mão em seu rosto, tirando alguns fios de cabelo dali.

 

— Você vai ficar boa logo, se Deus quiser — Falei e me inclinei para beijar sua bochecha — Você sempre vai me ter aqui, independe do que aconteça — Eu sorri fraco.

 

Passei mais alguns minutos ali com ela e logo meu tempo se findou. Beijei sua testa e sai do quarto.

 

Cheguei na cantina, aonde tinha deixado Gabriel e Thiago antes de ir ver Soph e tive uma surpresa ao chegar lá.

 

— Ney — Sorri pra ele.

 

— Moça bonita — Se levantou para me abraçar — Tudo bem?

 

— Tudo ótimo! E você? — Perguntei. Ele assentiu — O que faz por aqui?

 

— O mesmo que você, vim ver a Soph — Ele riu.

 

— Ah claro! É verdade — Ri timidamente.

 

Percebi sentado ao lado do Thiago, comendo torta, o filho do Neymar. Ele era ainda mais fofo de perto. Sorri.

 

— Davi?! — Ney chamou ele, que no mesmo instante olhou pro pai com a boca completam suja de chocolate. Nós rimos — Vem aqui, filho.

 

O menino loirinho desceu do banco e correu em direção ao pai.

 

— Essa é a tia Clarissa — Ele disse fofo — Fala com ela.

 

— Oi tia Clarissa — Ele disse com o dedo na boca, visivelmente envergonhado.

 

— Oi meu amor, tudo bem? — Eu perguntei e ele assentiu — O que você veio fazer aqui em?

 

— Eu queria ver a tia Soph, mas o papai disse que eu não posso — Ele respondeu.

 

— Ô amor, lá dentro é um lugar muito chato — Fiz careta — É muito sem graça e triste. Você quer ficar triste? — Cruzei os braços fazendo bico. Ele riu e negou com a cabeça — Então! Fica aqui com a tia Clarissa.

 

— E a tia Soph? — Perguntou.

 

— A tia Soph tá bem. Logo logo você vê ela — Falei — Não quero ver essa carinha triste, dá um sorriso pra tia.

 

Dito isso, ele continou fazendo biquinho.

 

— Ah então eu vou ser obrigada a arrancar um sorrisão de você — Eu falei me aproximando dele e lhe fazendo cócegas. Ele soltou uma gargalhada gostosa.

 

— Tá bom, tá bom — Ele disse em meio a gargalhadas.

 

— Muito bem — Beijei a bochecha dele.

 

— Tia, você joga bola? — Ele perguntou.

 

— Eu acho que sou boa nisso — Ri fraco — E você?

 

— Eu não gosto — Ele fez uma careta.

 

— Mentira?! — Comentei e ri — Mas você vai jogar comigo né?

 

— Vou — Ele sorriu.

 

— Ah bom! — Sorri de volta.

 

Me levantei e ele pegou minha mão. Eu ri e percebi os três me olhando.

 

— Que foi? — Perguntei.

 

— Não sabia que você era boa com crianças — Ney comentou.

 

— Nem eu — Gabriel riu surpreso.

 

— Tem muitas coisas que vocês ainda não sabem sobre mim — Eu pesquei pra eles — Ney, você pode ir ver a Soph, eu fico com o Davi. Né moço? — Perguntei olhando pro Davi, que assentiu sorrindo.

 

— Valeu, Cla — Ele beijou minha bochecha e foi fazer sua ficha.

 

Me sentei ao lado do Gabriel e Davi sentou ao lado do Thiago, para continuar comendo sua torta de chocolate. Gabriel me abraçou de lado e beijou minha bochecha.

 

— Você não quer ir descansar um pouco? Ainda tem treino hoje — Eu disse.

 

— E a senhorita também — Ele disse e riu.

 

— Mas eu não tô cansada — Eu disse rindo.

 

— Nem eu — Ele disse.

 

— Thi, tenho uma coisa pra te contar — Sorri animada.

 

— Fala, pequena — Ele sorriu.

 

— Advinha quem foi convocada pra seleção brasileira feminina? — Eu arqueei as sobrancelhas.

 

— A Marta?! — Ele disse me fazendo revirar os olhos.

 

— Sem graça — Falei e eles riram.

 

— Parei, pode falar! — Ele disse.

 

— Não quero mais — Cruzei os braços.

 

— Que menina birrenta — Gabriel disse e beijou minha bochecha — Ela, ela foi convocada pra seleção. Que orgulho da minha menina — Ele me abraçou forte de lado.

 

— Mentira? — Thiago arregalou os olhos — Jura?

 

— Sim — Falei contendo a animação.

 

— Que incrível, pequena — Ele se levantou para me abraçar — Meus parabéns, você merece muito! — Ele me apertou mais contra o seu abraço.

 

— Obrigada — Sorri.

 

(...)

 

Coloquei a camiseta de treino do Santos e sai do vestiário, seguindo para o campo 3.

 

— Oi Clarissa — Alguém brotou do meu lado, me assustando.

 

— Meu Deus, Bueno sua peste — Eu disse e ele gargalhou.

 

— É assim que você trata seus melhores amigos? — Perguntou. Eu ri.

 

— Você me assustou — Falei levando a mão ao peito. Ele riu.

 

— Desculpa, amorzinho — Ele apertou minha bochecha.

 

— Tá, mas não me aperta. Dói — Falei rindo.

 

— Fiquei sabendo que foi convocada pra seleção — Ele disse.

 

— Fui sim — Sorri orgulhosa.

 

— Parabéns, Cla. Você merece muito — Ele disse me puxando para um abraço.

 

— Obrigada, Bueno. Você é um amor — Falei sorrindo.

 

— Eu sei — Ele riu.

 

— Palhaço — Falei rindo.

 

— Bem, era só isso. Bom treino senhorita Goulart — Beijou minha bochecha.

 

— O mesmo pra você, Vitor — Eu disse. Ele piscou pra mim e se foi.

 

Sorri e tentei conter minha animação com um gritinho, então segui para o campo correndo. Depois de receber os parabéns das meninas, tivemos um treino regenerativo leve. Depois disso, fui até o vestiário e tomei um banho leve, colocando um uniforme do Santos limpo. Depois disso, segui para o campo 1.

 

— Bom dia, moça — Gabriel me abraçou por trás.

 

— Gabriel, sai — Eu ri saindo dos seus braços.

 

— Poxa amor, não me rejeita assim não — Ele disse.

 

— Gabriel, estamos trabalhando lembra? — Eu perguntei rindo da sua cara.

 

— Ninguém vai ver — Ele disse me roubando um selinho.

 

— Seu pervertido, sai daqui! — Eu disse gargalhando.

 

— Tá bom — Ele sorriu fofo.

 

— Ão ão ão, Clarissa é seleção — Zeca, Lucas e Ricardo apareceram cantando, me deixando com vergonha.

 

— Ei, podem parar — Eu sorri tímida.

 

— Parabéns, Clarissa — Ricardo me abraçou.

 

— Obrigada, pastor — Eu disse sorrindo.

 

Zeca e Lucas também me deram os parabéns. Eu estava realmente muito feliz com aquilo. Estava animada e ansiosa. Aquele dia no CT passou rápido, então logo fui pra casa.