História Live A Dream - Viagem de férias?

Eu já estava pronta para sair com o Bueno e sua namorada, só esperava Gabriel chegar enquanto falava com a minha mãe no celular. Eu falava sobre a tatuagem que fiz e ela dizia que meu pai me daria uma bronca, eu apenas ria. Acho que as vezes eles esquecem que faço dezenove anos mês que vem. Escutei alguém abrir a porta da sala, me assustei e fui ver quem era. Fiquei aliviada ao ver Gabriel com um sorriso no rosto. Sorri de volta e me despedi da minha mãe.

— A porta tava aberta — Gabriel disse quando desliguei a ligação.

— Eu esqueci de trancar — Falei e soltei uma risada fraca.

— Nem percebi — Ele disse irônico e eu revirei os olhos, escutando sua risada — Vamos então, senhorita Goulart?

— Vamos, senhor Barbosa — Eu ri fraco.

Peguei minha bolsa simples e guardei meu celular. Tranquei a porta e guardei a chave também. Dentro de minutos, estávamos no carro. Mostrei o endereço que o Bueno tinha me enviado e ele já sabia aonde ficava, então deu partida.

— Aonde vai passar suas férias? — Gabriel perguntou.

Já estávamos no fim de novembro e meu último jogo pelo Santos séria no dia dois de dezembro, mas não cheguei a pensar no que faria.

— Não sei — Ri fraco — Ainda não pensei nisso.

— Que tal Miami? Eu e você — Ele disse.

— Tá falando sério? — Perguntei.

— Tô — Ele riu fraco dando os ombros — Já foi pra lá?

— Não — Ri fraco — Eu na verdade nunca fui aos Estados Unidos. Já passei minhas férias em Cancun, em Buenos Aires e em Santiago. Cidades que eu queria muito visitar e consegui — Falei sorrindo largo com as lembranças.

— Então! Tá ai uma ótima oportunidade pra conhecer lá — Ele disse e riu fraco.

— Você já foi pra lá?

— Não — Ele riu.

— Devo confiar? E se a gente se perder lá? — Perguntei e ri.

— O lado bom de se perder lá é que vamos estar juntos — Ele disse me fazendo rir novamente — Vamos, Cla. Vai ser legal.

— Você sabe falar inglês, Gabriel?! — Segurei o riso.

— O suficiente pra gente se virar. Se não a gente se vira com o seu espanhol. Quer dizer, imagino que você saiba falar espanhol pelos países que visitou. Tô certo? — Ele perguntou.

— É — Confirmei rindo — E os vistos pra entrar lá?

— Cla, somos as estrelas de Santos, conseguimos isso fácil — Ele disse e riu.

— Tá. Mas aonde a gente ficaria?

— Em um hotel. Afinal não vamos só pra Miami — Ele diz.

— Não?

— Não. Quero ir pra Orlando também. É bem perto, da pra ir de carro — Ele diz.

— Orlando — Sorri largo — Tá, mas tem uma condição.

— Qual? — Ele riu.

— Já que vamos pra Orlando...

— Vamos? — Ele perguntou sorrindo.

— Vamos se você concordar em ir pra Disney — Eu sorri largo.

Ah fala sério, quem não sonha em ir pra Disney?!

— Disney? — Ele perguntou e novamente riu — Ok, nós vamos pra Disney.

— Então nós vamos pra Orlando — Falei animada e ele riu — Você é o melhor — Me estiquei para beijar a bochecha dele.

— Eu sei — Ele disse rindo — Eu tava planejando em ir dia nove, por que dia seis tem o último jogo do Peixe e dia sete tem premiação da ESPN e eu preciso estar lá. E voltaremos em uma semana e meia no máximo Tá bom pra você?

— Tá ótimo, amor. Até lá eu consigo me organizar — Falei sorrindo.

— Perfeito — Ele disse tirando uma de suas mãos do volante e entrelaçando as minhas.

Essas férias prometem e eu sinto que podem ser as melhores que já tive. Iria passar as férias em Miami e Orlando, com meu namorado – ídolo – e iria pra Disney. Tinha coisa melhor?! Só se eu esbarrasse com o Kaká em Orlando. Ah isso realmente seria muito bom.

Sai dos meus pensamentos quando percebi que Gabriel já estacionava no estacionamento do shopping. Saímos do carro e ele entrelaçou nossos dedos, então caminhamos para dentro do Shopping. Por um milagre divino, Gabriel não chamou muita atenção, então conseguimos ir até o boliche rápido.

— Bueno — Gritei assim que o avistei de longe, algumas pessoas olharam mais eu não liguei.

Vitor me viu e soltou uma risada, se levantou e veio em minha direção.

— Cla, que bom que veio — Ele me abraçou — Tudo bem?

— Uhum. E você?

— Tô ótimo. E ai Gabriel — Ele cumprimentou o Bi.

— E ai — Gabriel sorriu tocando em sua mão.

— Vem — Ele disse andando em nossa frente.

Em uma mesa próxima dali, vi uma moça morena sentada. Ela sorria e aquilo me fez sorrir também.

— Cla, Gabriel, essa é a Taina, minha namorada — Vitor disse sorrindo — Amor, essa é Clarissa e o Gabriel você já conhece.

A moça se levantou e foi cumprimentar primeiro o Gabriel, depois veio até mim.

— Finalmente tô conhecendo a famosa Clarissa — Ela sorriu.

— E eu a menina que deixa o Bueno de cabelo em pé — Falei e eles riram — É um prazer.

— O prazer é meu — Ela disse me puxando para um abraço.

Nós sentamos e ficamos por vários minutos conversando e eu mal percebia a hora passar. Taina era muito divertida, o tempo todo nos fazia rir. As vezes existia conversas paralelas entre Gabriel e o Vitor e eu e ela.

— Você quer alguma coisa? — Bi perguntou.

— Não, meu amor. Obrigada — Eu sorri pra ele, que sorriu de volta e me deu um selinho.

— Sabe, no início eu fiquei com ciúmes de você — Taina comentou e riu — Eu achava meio estranho Vitor ter uma amiga no Santos — Falou me fazendo rir.

— Quando Bueno chegou ao Santos eu já namorava o Gabriel — Falei — Mas no meu lugar também ficaria com ciúmes, do Gabriel.

— Até por que você já é bem ciumenta mesmo — Bi disse me fazendo rir tímida.

— É e... Eu e Vitor nunca escondemos nada um do outro e eu sei que ele não leva jeito pra essas coisas, até que um dia a curiosidade venceu. Eu perguntei e ele me disse sobre você — Ela falou.

— E ai eu tive mais trabalho — Bueno comentou e nós rimos — Mas por outro lado foi bom, talvez a gente nem estivesse juntos hoje — Ele sorriu olhando para a namorada.

— Pois é. A gente não soube muito bem lidar com a distância no início, mas conseguimos e boa parte disso foi graças a você. Obrigada, Clarissa. De verdade — Ela sorriu.

— Bueno é um amigo maravilhoso pra mim desde que chegou ao Santos. Ele sabe que merece — Eu disse sorrindo pra ele.

— Valeu baixinha — Ele sorriu.

Ficamos conversando por mais alguns minutos, até que finalmente decidimos jogar. Pegamos os sapatos especiais para a pista escorregadia e fomos. Seria eu e Taina, contra o Bueno e Gabriel.

— Vamos mostrar pra eles como que joga, Cla — Taina sorriu provocando.

— Ah vão sim. Depois não quero ninguém chorando — Vitor disse.

— E eu não quero desculpinha por que perderam pra duas meninas — Eu disse e eles riram.

— Vocês são abusadas, mas vamos pegar leve — Gabriel disse. Eu ergui as sobrancelhas.

Já falei que sou muito competitiva? Por que eu sou!

— Então vamos ver — Eu disse e soltei uma risada.

Então, começamos o jogo.

Sophie Pov's

Eu estava como sempre jogada no sofá do meu apartamento e Mingau estava do meu lado. Passava um filme legal na TV, era comédia e eu parecia uma louca rindo sozinha. Escutei alguém bater na porta, esperava ser Thiago, então abri sorrindo, mas meu sorriso desapareceu ao ver meu pai.

— Oi Sophie — Ele disse.

— Oi pai. Tá tudo bem?

— Não. Posso entrar?

— Pode — Eu disse dando espaço.

— De quem é esse cachorro? — Ele perguntou e sentou no sofá.

Mingau se afastou e veio pra perto de mim, achei estranho.

— É meu — Falei ao pegar ele no colo.

Ele olhou em volta, analisando meu apartamento.

— Como você conseguiu alugar esse apartamento? — Perguntou.

— Eu ainda tenho todo o dinheiro que vocês me deram nos meus últimos oito aniversários — Falei.

Ele assentiu e suspirou.

— Sua mãe quer que você volte pra casa. Ela tá preocupada com você morando aqui sozinha — Ele disse.

— Ah agora ela se preocupa? — Eu soltei uma rizada sem humor.

— O que você quer dizer com isso, Sophie?

— Vocês não precisam fingir que se preocupam, tá?! Eu já tô aqui a quase quatro meses e só agora me procuraram pessoalmente — Eu disse.

— Eu e sua mãe vivemos ocupados com trabalho...

— E é só nisso que vocês pensam. Trabalho, trabalho e trabalho! A primeira coisa que vocês fizeram quando eu sai daquele hospital foi trabalhar. Quem me acompanhou nas sessões de fisioterapia foi a Clarissa e o Thiago. Eles sim se preocupam e são minha família — Falei.

— A sua mãe ligava e eu mandava o dinheiro das sessões — Ele disse.

— Esse é o seu problema. Sempre foi assim. Você acha mesmo que dinheiro substitui o amor de pai que eu não tenho? Um dia você vai se arrepender por ser tão ausente na minha vida por só pensar nessa merda de trabalho. Mas ai vai ser tarde demais — Falei.

— Você não pode falar assim comigo — Ele disse se levantando — Depois que começou a namorar aquele moleque ficou assim.

— Não coloca o Thiago no meio, ele não tem nada com isso. Isso tudo que tá acontecendo é consequência da ausência de vocês na minha vida. Ou vocês acharam que eu ia ficar naquela casa aturando vocês só falando de trabalho? Eu tô em paz e feliz morando sozinha e não vou sair daqui — Falei.

Meu pai negou com a cabeça e saiu dali. Me joguei no sofá e bufei alto. Por um lado eu estava aliviada por falar tudo o que eu tinha vontade a um tempo. Escutei alguém bater na porta de novo e revirei os olhos.

— Vai embora, seu Antônio — Eu gritei pensando que era meu pai.

— Ei, que isso? — Thiago perguntou confuso ao abrir a porta.

Eu olhei pra ele e gargalhei.

— Desculpa, pensei que fosse meu pai — Falei ainda rindo.

— Percebi — Ele disse e riu, sentando ao meu lado — O que aconteceu?

— Briguei com ele — Falei rindo.

— E você ta feliz com isso? — Ele me olhou fazendo uma careta.

— Tô aliviada por que eu disse tudo que queria — Falei e me aproximei dele.

— Que bom — Ele beijou minha testa.

Mingau pulou em cima dele e lambeu seu rosto, isso me fez rir.

— Calma ai, rapaz — Thiago murmurou.

Ri fraco e me levantei, indo pra cozinha.

— Ou, você tá bem? — Perguntou me abraçando por trás.

— Tô — Falei sorrindo e me virei pra ele — E você?

— Como não ficar bem vendo esse sorriso? — Ele perguntou sorrindo pra mim.

Ele me abraçou mais forte e em seguida selou nossos lábios.

— Vai ficar pra jantar comigo? — Perguntei quando nos separamos.

— Eu só passei pra ver como você tá.

— Thi, você fica pra jantar comigo — Falei me virando e escutei sua risada fraca.

— Tá — Ele deu um beijo leve em meu pescoço. Sorri.

Meu namorado e meus amigos são minha família e eu não preciso de mais nada pra ser feliz.

(...)

Clarissa Pov's

Eu e Taina ganhamos a primeira partida com uma pontuação grande a mais que os dois. Não aceitando ter perdido, eles pediram revanche e ganharam – mas por pouco. Foi até engraçado e divertido. Alias, eu estava mesmo me divertindo muito.

— Eu tô morta de fome — Falei quando nos sentamos de novo.

Me abaixei para tirar aquele sapato que estava apertando meu pé e voltei a colocar meu sapatinho confortável.

— Eu também — Taina disse.

— Então vamos sair daqui e torcer pra ter alguma lanchonete aberta — Gabriel disse e riu.

— Vamos gordinha? — Vitor perguntou para a namorada.

— Vamos — Ela concordou tirando aqueles sapatos também.

Levamos tudo para o cara do balcão e pagamos – dividimos tudo –. O cara aproveitou para tirar uma foto com o Bueno e o Bi e então finalmente pudemos sair dali. Já era meio tarde, então era realmente torcer pra encontrar algo aberto. Por sorte, achamos um Bob's.

— Eu não posso comer, tenho jogo depois de amanhã — Eu disse torcendo os lábios.

— E quem vai contar que você comeu? — Gabriel perguntou e riu.

— Não me incentiva a tentação, amor — Falei e eles riram.

— É verdade, Cla. Se você não contar, ninguém vai saber — Bueno disse.

— Que belos amigos eu tenho. Se eu engordar e nutricionista xingar eu vou por a culpa em vocês — Eu disse e eles riram.

Por fim, entramos e eu decidi comer apenas batata-frita com cheddar. Gabriel também não exagerou por conta da final de quarta, mesmo que ainda faltassem seis dias. Novamente ficamos conversando, e antes de sair dali, eu pedi um milkshake de morango e Taina pediu um de Ovomaltine.

— Bem, já tá tarde e eu tô cansada. Vamos Vítor?! — Taina disse quando já estávamos no estacionamento.

— E temos treino amanhã né, moça?! — Bueno sorriu me abraçando — Obrigada por vir, eu me diverti bastante.

— Eu também. Obrigada pelo convite — Falei sorrindo

— Tchau, Cla. Foi bom te conhecer — Taina disse.

— Te digo o mesmo — Sorri abraçando ela.

— Me passa seu número, a gente pode sair de novo enquanto eu estiver em Santos.

— Tudo bem — Falei concordando.

Enquanto ela anotava meu número, Gabriel se despediu do Vitor e depois dela. Então, entramos no carro dele. Eram quase onze da noite, não tinha trânsito, isso ajudou a chegar rápido.

— Obrigada, Bi. Boa noite e toma cuidado na rua a essa hora — Eu disse.

— Pode deixar, mãe — Ele disse me fazendo rir — Se cuida, tá?! Boa noite.

— Pode deixar, pai — Dessa vez eu disse e ele riu.

— Eu amo você — Falou e me selou, em um beijo longo.

— Também amo você — Sorri quando encerramos o beijo.

Sai do carro e subi pro meu ap. Fiz minhas higienes, tomei um banho, coloquei meu pijama e cai morta na cama.

(...)

[ 27/11/15 15:32 ] Lih ♡: Cla, já tô no CT. Até tentei ir pro campo 3 ver seu treino, mas o ogro do segurança não deixou.

Recebi essa mensagem da Lívia quando eu já tava no vestiário – tinha acabado de sair do treino. Gargalhei.

[ 27/11/15 15:33 ] Cla Goulart: Aguenta ai no campo 1 que já tô chegando.

Guardei o celular de novo no armário e troquei a camisa de treino do Santos. Prendi novamente meu cabelo em um rabo de cavalo e sai dali, indo buscar Lívia.

— Você tem razão, não é mesmo sortuda — Falei aparecendo atrás dela.

— Não te disse?! Sempre que venho, estão na academia — Ela disse se virando pra mim e bufou. Eu ri.

— Então nós vamos até a academia. Tá com o cartão de sócio torcedor? — Perguntei. Ela arregalou os olhos.

— Tô tá aqui — Ela disse — Clarissa você tá falando sério?

— Claro que tô, Lívia. Vamos — Eu disse rindo fraco.

— Mano, você é a melhor — Ela me abraçou forte — Muito obrigada!

— De nada — Sorri — Pronta pra conhecer seus ídolos?

— Sim e não — Ela disse me fazendo rir.

— Te entendo, mas vamos logo antes que o horário de sócio acabe — Eu disse puxando ela.

Andamos rápido pelos corredores, ela passou comigo sem problema algum por todos eles.

— Me espera aqui — Eu disse quando chegamos na porta da academia. Ela assentiu.

Eu entrei e não precisei de muitos argumentos para convencer o preparador físico dos meninos, fiz que ele me prometesse quinze minutos. Gabriel me olhava disconfiado, mandei um beijo no ar pra ele e sai de novo.

— Lih, você tem quinze minutos. Vem — Eu disse.

Ela assentiu nervosa e entrou, chamando a atenção dos meninos. Estavam ali Gabriel, Ricardo, Lucas Lima, Thiago, Zeca, Bueno, Renato e Victor.

— Eu tô no paraíso — Ela sussurrou me fazendo rir.

— Meninos, essa é a Lívia. É torcedora do Santos e eu trouxe ela pra conhecer vocês — Eu disse sorrindo.

Lucas foi o primeiro a descer da esteira para falar com ela. Logo o time – que estava por aqui – todo já estava ali falando e tirando fotos com ele. Eu apenas observava tudo sorrindo.

— Você é uma idola incrível — Ricardo disse parando ao meu lado.

— Eu sei como é querer conhecer os ídolos e ter que enfrentar dificuldades, Pastor. Lívia é uma menina tão boa, eu tive que fazer isso por ela — Eu sorri.

— Você se sente bem fazendo isso né?

— Sim — Assenti feliz.

— Boa, Clarissa. Você tem um coração de ouro — Ele disse.

Depois disso voltou a falar com Lívia e eu continuava observando tudo de longe com um sorriso no rosto.