Nós saímos do quarto dele e descemos, Dhiovanna que estava no sofá, assim que percebeu nossa presença se levantou para abraçar o irmão.
— Caramba, Gabriel. Eu deveria te matar — Ela disse já nos braços dele.
— Desculpa, não deveria ter feito isso — Ele respondeu apertando a irmã em seus braços.
— Eu tive que apelar chamando a Cla. Não sabia o que fazer — Dhio falou e riu.
— Fez muito bem. Essa menina me faz um bem inexplicável — Ele disse me olhando, sorri tímida.
— Ela é louca em pular a sacada do seu quarto — Dhio falou e nós rimos.
— Valeu a pena — Eu disse sorrindo.
— E como você tá? — Dhio perguntou para o irmão.
— Melhor — Ele disse — Acho que se eu ficar aqui com vocês eu consigo relaxar e melhor mais.
— Ótimo, então vamos passar o dia juntos — Eu disse — Você ainda tem o último jogo do Santos domingo e precisa estar melhor até lá.
— Eu vou estar! Só preciso das minhas princesas comigo — Ele disse me abraçando e abraçando a irmã dele.
— Eu acho que vou te decepcionar nessa parte, maninho — Dhio disse.
— Por que? — Gabriel perguntou curioso.
— Eu preciso ir agora pra casa de uma amiga terminar um trabalho de escola — Ela diz.
— Mas já estamos em dezembro.
— Eu sei, mas o professor ficou doente e decidiu substituir a prova final por um trabalho. Eu juro que não demoro — Dhio disse.
— Tudo bem então — Gabriel respondeu por fim.
— Eu vou me trocar — Dhio disse beijando a bochecha dele e subiu correndo.
Ri fraco e me sentei ao lado do Gabriel. Ele me puxou para um abraço de lado e beijou minha cabeça.
— Parece que só restou eu e você então — Ele disse.
— É — Eu concordei sorrindo — O que vamos fazer?
— Não sei. Eu quero ficar em casa e de preferência não ver nada esportivo, de preferência — Ele disse sorrindo fraco.
— Hum, então o que você sugere, Gabriel Barbosa? — Perguntei.
— O dia está bonito, está quente, o que acha de uma piscina? — Ele perguntou.
— Não tenho biquíni aqui — Eu disse.
— É claro que tem — Ele diz e solta uma risada — Você esqueceu aqui uma vez, tá lá na minha gaveta.
— Então pega pra mim e vamos — Eu disse sorrindo.
Ele se levantou e esticou a mão, eu peguei a mesma e nós subimos correndo. Ele pegou o biquíni preto de bolinhas e me entregou. Ri um tanto envergonhada e peguei, seguindo para o banheiro para colocar. Coloquei o short jeans novamente, ficando com a parte de mim. Deixei meu cabelo preso mesmo e sai do banheiro.
— Acabei, Gabriel. Vamos? — Eu perguntei.
— Vamos — Ele se virou pra mim sorrindo.
Ele segurou firme em minha cintura e me deu um selinho longo. Em seguida entrelaçou nossos dedos e saímos do quarto. Seguimos para o lado de fora da casa e fomos para a área da piscina. Gabriel, que vestia apenas um short logo entrou na piscina, eu ainda enrolei um pouco.
— Vem, Cla — Ele disse rindo fraco.
— A água tá gelada? — Perguntei me aproximando.
— Um pouco, você se acostuma — Ele riu fraco.
Me aproximei e sentei na borda, colocando apenas meus pés. A água estava mesmo gelada. Percebi ele revirar os olhos, me fazendo rir.
— Amor, pega ali pra mim? — Ele perguntou.
— O que? — Olhei pra onde ele estava apontando.
Quando estava distraída, senti suas mãos fortes em minha cintura e logo a água gelada em encontro ao meu corpo. Tremi os queixos no mesmo momento e escutei sua risada em seguida.
— Não acredito, Gabriel — Eu disse rindo.
— Você ia demorar muito pra entrar, Cla — Ele disse se aproximando.
— Sai — Eu disse jogando um pouquinho de água no seu rosto.
Ele fechou os olhos e soltou umas tocidas. Gargalhei.
— Poxa amor — Ele fez um biquinho fofo ao abrir os olhos.
Não resisti e lhe dei um selinho rindo.
— Aqui de faz, aqui se paga — Eu disse.
— Que menina vingativa — Ele diz me puxando pra perto novamente.
— Ou casal, não queria atrapalhar não, mas eu já tô indo tá?! Aproveitem a casa toda — Ela disse com um sorriso malicioso no rosto.
— O que quer dizer com isso, Dhiovanna? — Gabriel perguntou me abraçando por trás.
— Nada não, maninho — Ela disse e piscou pra mim.
Segurei o riso enquanto Gabriel fazia uma cara feia.
— Dhiova...
— Tchau gente — Ela disse e saiu dali apressada. Gargalhei.
Olhei pro Gabriel que matinha uma expressão séria, me fazendo rir novamente.
— Você viu isso, Clarissa? Minha irmã é muito nova pra...
— Ei, relaxa, Gabriel — Eu disse colocando as mãos no ombro dele. Ele revirou os olhos e eu ri.
— Depois eu converso com ela.
— Não — Eu ri — Você é muito protetor, sabia?! Acho isso tão fofo.
— Preciso proteger minhas princesas — Ele disse passando os braços ao redor da minha cintura.
— E faz isso muito bem — Falei sorrindo.
Ele sorriu de volta e selou nossos lábios. Eu me afastei dele.
— O que foi? Fiz alguma coisa errada? — Ele perguntou me fazendo rir.
— Não! Eu quero ir ao banheiro. Posso? — Perguntei.
— Claro — Ele riu fraco e me deu um ultimo selinho.
Sai da piscina e peguei uma toalha, me secando rapidamente para não molhar a casa. Segui rápido para o banheiro, eu estava apertada. Assim que entrei, não demorei muito tempo e logo já estava saindo. Virei o corredor quando senti Gabriel agarrar minha cintura e colar nossos corpos.
— Que isso, Gabriel? — Eu perguntei rindo.
— Sabia que você fica linda nesse biquíni? — Perguntou sorrindo. Um sorriso malicioso.
— Sabia, já me disseram — Eu disse.
— Quem disse isso? — Ele mudou a expressão ficando sério.
— Minha mãe — Falei rindo e ele riu também.
— Ah, achei que eu ia precisar ter outra crise de ciumes — Ele disse.
— Mas sabe que eu prefiro esse elogio vindo de você?! — Eu sorri pra ele.
— Eu também.
— Ciumes da minha mãe, Gabriel? Para — Eu disse e nós rimos.
Ele não disse mais nada e levou sua mão em minha nuca, me puxando para um beijo ágil. Levei minhas mãos a sua nuca, aprofundando mais o beijo. Ele me prensou na parede do corredor e antes de selar nossos lábios novamente, sorriu pra mim. Ele separou nossos lábios e depositivou beijos carinhosos e molhados em minha nuca, me fazendo arfar.
— Acho que não deveríamos terminar isso aqui — Ele sussurrou ofegante.
— Eu também acho — Falei e escutei sua risada fraca.
Ele fez impulso, me fazendo entrelaçar minhas pernas em sua cintura. Foi rápido para o seu quarto, mantendo seus lábios grudados aos meus e fechou a porta.
(...)
Eu estava deitada ao peito do Gabriel e mantínhamos o silêncio. Eu não pensava em muita coisa, somente aproveitava a presença dele, como sempre fiz. Aliás, a presença dele me fazia esquecer de todo o resto do mundo. Ele fazia leves carinhos em meu cabelo, enquanto sua outra mão rodiava minha cintura.
O silêncio foi quebrado quando escutei um barulho da porta da sala abrindo.
— Que isso? — Eu perguntei.
— Deve ser meus pais — Ele respondeu tranquilamente.
— O que? — Me levantei apressada, me cobrindo com o lençol. Ele gargalhou.
— Ou, volta aqui — Ele disse.
— Não, Gabriel. Levanta, rápido — Eu disse e novamente escutei sua risada.
Revirei os olhos e corri para o banheiro do quarto dele. Tomei um banho rápido e morno, colocando novamente a roupa que eu estava antes.
— Amor, me empresta uma escova de cabelo? — Perguntei.
— Ai no armário tem — Ele disse.
— Obrigada — Sorri.
Ele se levantou e entrou no banheiro. Penteei rápido o meu cabelo e o prendi novamente em um rabo de cavalo, mesmo que molhado. Gabriel em minutos saiu do banho e vestiu uma outra bermuda, ajeitando seu cabelo no típico moicano de lado.
— Vamos descer? — Gabriel perguntou.
— Vamos — Eu fiquei na ponta dos pés para lhe dar um selinho.
Saímos do quarto dele e fomos até a cozinha. Por ali não tinha ninguém, o que me deixou com um certo receio sobre os barulhos, mas Gabriel disse que provavelmente seus pais estavam no quarto deles. Ele perguntou se eu queria comer e acabou fazendo sanduíches para nós dois.
Não tinha cena mais maravilhosa do que essa que eu assistia agora: Gabriel bem na minha frente, usando apenas uma bermuda, totalmente concentrado em fazer um sanduíche. Ele era bom naquilo. Eu sorria feito besta.
Tem como amar mais esse menino a cada dia que se passa?
— Se você continuar me olhando com essa cara de besta eu juro que fico assustado — Gabriel disse me fazendo gargalhar.
— Seu idiota! — Falei e ele riu.
— Ué, mas...
— Oi crianças — Ele foi interrompido por dona Lindalva entrando na cozinha.
— Oi mãe — Gabriel sorriu.
— Oi sogrinha — Eu disse.
— Como vocês estão? — Ela perguntou indo abraçar o filho.
— Eu ainda tô chateado, mas tô bem melhor depois que a Cla veio — Ele disse sorrindo, o que me fez sorrir também.
— Ah, sempre essa menina. Muito obrigada, Clarissa — Ela sorriu pra mim.
— A felicidade e sorriso do Gabriel é minha prioridade. Ver ele mal acaba comigo — Eu disse sorrindo tímida.
— O amor de vocês é tão puro, intenso. Meu filho realmente achou o amor da vida dele — Lindalva disse.
Meus olhos lacrimejaram. Realmente era uma coisa muito forte e pensar em passar o resto da minha vida ao lado dele, me fazia explodir de felicidade. Tentando disfarçar, eu apenas sorri largo.
Gabriel terminou de fazer o sanduíche e nós comemos, em seguida levamos tudo e a mãe dele logo começou a preparar o jantar. Já começava a anoitecer e Gabriel insistiu para que eu ficasse mais.
Eu estava na sala com o Gabriel e o pai dele. A gente batia um papo bom, em nenhum momento tocamos no assunto da Copa do Brasil. Aliás, nosso papo estava longe de futebol. A gente falava e acertava algumas ultimas coisas da nossa viagem de férias, semana que vem.
Eu estava bem animada. Seria minha primeira vez em Miami e Orlando. Eu iria pra Disney e provavelmente para parque da Universal.
— Eu já volto — Gabriel disse se levantando. Eu apenas assenti sorrindo.
Eu e Valdemir continuamos conversando sobre a viagem. Ele dizia alguns lugares bons para que eu e Gabriel pudéssemos ir.
— Essa viagem vai ser boa pro Gabriel — Ele disse.
— Por causa do que aconteceu ontem? — Perguntei.
— Também. Mas ele tem uma decisão importante a ser tomada — Ele respondeu.
— Hum... Que decisão? — Me arrisquei em perguntar.
Ele se mexeu no sofá desconfortável, provavelmente se perguntando se deveria ou não falar. Mas por fim disse;
— Gabriel recebeu algumas propostas da Europa, mas ainda tem contrato com o Santos e estão dispostos a pagar a muita para tira-lo daqui — Ele disse.
— E-Europa? — Perguntei tentando digerir aquela informação.
— É — Ele disse — Olha Clarissa, eu não quero que isso seja um motivo de briga entre vocês dois. Mas uma hora você iria saber dele mesmo e...
— Não, tá tudo bem — Eu disse forçando um sorriso.
Me levantei e peguei a chave do meu carro e o celular.
— Olha, diz pro Gabriel que eu precisei ir embora e que eu converso com ele amanhã, tá?! Boa noite — Eu disse e não dei chance dele responder.
Sai dali apressadamente e entrei no meu carro, dando partida.
Europa? Isso não era o que me machucava, seria uma oportunidade incrível pra ele. Eu iria amar, iria ser muito feliz vendo ele realizar seus sonhos. Isso seria um grande passo pra carreira dele. O que me incomodava era saber que ele não me contou. Afinal, quando me contaria? Eu estava confusa e chateada por isso.
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