Uns dois dias depois...
Gabriel Pov's
— Anda amor — Eu disse pela décima vez, enquanto Clarissa continuava parada.
— Tô com medo — Ela disse me fazendo rir.
— Medo do mar? — Perguntei.
— É. Vai que esse iate afunda — Ela diz.
— Você tá de colete e sabe nadar, Clarissa — Falei rindo
— Não é uma boa ideia, Gabriel — Ela diz me olhando.
Ela tinha um dedo na boca, parecia roer sua unha. Seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo e ela usava seu biquíni preto com o colete vermelho por cima, usando um short na parte de baixo.
— Cla, é só um passeio — Eu disse me aproximando.
— De quanto tempo? — Ela perguntou.
— Vinte minutos — Eu disse rindo fraco.
— Ah não, Gabriel! Vai você, eu fico — Ela disse se afastando.
— Cla — Segurei o pulso dela e a puxei para um abraço — Tá tudo bem, vamos logo. É totalmente seguro.
— Eu...
Não a deixei terminar de falar, sei que ela iria negar novamente. A segurei firma em sua cintura e comecei a caminhar em direção ao iate, enquanto ela dava tapinhas em minhas costas. Eu ria e finalmente entrei no iate, a colocando sentada no sofá.
— Pelo amor de Deus, Gabriel. Me tira daqui — Ela disse e eu ri.
— Vem aqui — Puxei ela, que se aconchegou em meu lado.
— Eu te odeio — Ela disse segurando forte em meu braço.
— Eu te amo — Falei passando meu braço em torno do seu ombro.
O cara que iria pilotar logo deu partida. O mar dava uma vista incrível da cidade de Miami, altos prédios, casas e a praia. É realmente uma cidade muito bonita.
— Acho que vou vomitar — Clarissa murmurou, eu ri.
— É normal sentir enjôo — Falei.
— Ai Gabriel, eu ainda te mato — Ela disse.
— Para, Cla. Tá legal vai — Eu sorri me levantando.
— Volta aqui — Ela disse e veio atrás de mim.
— Viu, tá até em pé — Eu disse.
— Você é a pior pessoa que existe nesse mundo — Ela diz pegando a garrafa de água da minha mão.
— Eu e você sabemos que não é verdade — Eu disse segurando em sua cintura e lhe dando um selinho longo.
Ela apenas sorriu pra mim e saiu dos meus braços, sentando novamente. Peguei outra garrafa de água e me sentei na parte que tinha sol. Eu só percebia o iate se afastar mais da praia e fazer alguns passeios por ali.
Esses dias em Miami e em Orlando tem sido incríveis. Não só por estar aqui, mas também por Clarissa estar comigo. E consegui conhecer o James, o monstro do basquete, que me deixou muito feliz de verdade. Anteontem fomos a um jogo de futebol americano, que foi bem legal também. Eu estava aproveitando as cidades, e aproveitando minha namorada. Estavam sendo as férias que eu planejava.
Percebi Cla tirando algumas fotos e aproveitei para fazer o mesmo. Era uma vista muito bonita.
— Viu, não é tão ruim assim — Eu disse me aproximando de Clarissa.
— É — Ela sorriu fraco — Na verdade é bem legal.
Eu ri e a abracei de lado. Minha menina é tudo o que eu preciso pro resto da vida.
Clarissa Pov's
Mesmo com meu cabelo preso, eu sentia o alguns fios voando. O sol batia em meu rosto, mas era um sol fraco, nada comparado ao sol do Brasil. Eu sorria e sentia os braços do Gabriel rodiarem minha cintura. O passeio no iate já estava acabando.
Eu estava mesmo com medo no início, mas o idiota do Gabriel tinha que me trazer a força. Eu queria matar ele no início, mas até que não estava sendo tão ruim, apesar de sentir um enjôo no início. A vista para a maravilhosa Miami era linda, assim como aquela imensidão de mar. Dava até medo de cair ali, com aquele iate balançando de um lado para o outro.
Em mais alguns minutos, o passeio finalmente voltou e eu já tava em terra firme, de volta ao cás daquela praia. Desci do barco e senti minhas pernas ficarem levemente bambas, mas logo voltou ao normal. Tirei o colete e entreguei para o piloto do iate. Gabriel desceu também e me abraçou pela cintura.
— Eu iria de novo — Gabriel disse.
— Nem pensar — Falei e ele riu alto.
— Para de ser escandaloso — Eu disse rindo fraco — Se eu não tivesse gostado, te mataria agora por ter feito o que fez.
— Eu sou um cara de sorte — Ele diz e sorri irônico. Reviro os olhos.
— Vamos passar em casa pra eu trocar de roupa?
— Pode ser — Ele sorriu.
Nós caminhamos por curto minutos, era mesmo bem perto dali e logo já estávamos em casa – é estranho dizer assim. Subi rápido pro quarto e tirei meu biquíni, colocando uma lingerie branca. Coloquei um short de cós alto escuro, um cropped também branco e um sapatinho preto. Soltei meu cabelo e coloquei meu óculos de sol.
— Acabei — Falei descendo as escadas com meu celular em mãos.
— Hum... — Gabriel murmurou saindo da cozinha e comendo alguma coisa.
— Gordo — Falei rindo fraco — O que é?
— Um pedaço de brownie que achei na geladeira — Ele disse.
— Eu quero — Falei puxando meu óculos pra cima e prendendo em meu cabelo.
— Gordo — Ele afinou a voz me imitando. Gargalhei.
Esses bolos eram a oitava maravilha do mundo. Eu nunca tinha comido antes, até achar em um mercado aqui de Miami e ter vontade de comer. Comprei e me apaixonei. Gabriel riu fraco e me deu.
— Isso é maravilhoso — Falei.
— É — Gabriel disse e me deu um selinho longo — Você tá linda.
— Obrigada — Eu disse sorrindo pra ele e voltei a colocar meus óculos.
— Vamos — Ele disse entrelaçando nossos dedos, então saímos de casa novamente.
(...)
Mais um dia tinha se passado em Miami e amanhã seria o nosso penúltimo aqui. Essa cidade é realmente incrível, mas confesso que já estava com saudades de Santos e da minha casa. Mais ainda por estar empolgada com meu aniversário na próxima semana e sabia que Jota A estaria por lá, junto com a minha família.
Eu já estava a mais de meia hora conversando com o Thiago e a Soph por skype. Os dois estavam bem corados por causa do sol de Cancun, era até engraçado, estava acostumada com os dois branquelos. Encerrei a ligação em mais alguns minutos, já estava com saudades dos dois também. Férias longe dos meus amigos e família é terrível.
Só mais dois dias, Clarissa.
— Não tem graça assistir tv aqui, eu não entendo nada — Eu disse e escutei a risada do Gabriel.
— Eu também não entendo muita coisa, eles falam muito rápido — Ele diz e eu assinto.
— O que vamos fazer amanhã? — Perguntei deitando minha cabeça em seu colo.
— Comer — Ele disse me fazendo rir — Além disso, eu não faço ideia.
— Saudades da minha casa — Eu disse e ele soltou uma risada nasal.
— São só mais dois dias. Logo logo estamos em Santos — Falou — E faltam poucos dias pra minha menina ficar mais velha.
— É — Eu disse e sorri largo.
— O que vai fazer? — Perguntou.
— Não sei. Meus pais e meu primo vão pra Santos. Quero passar o dia com vocês, o Thiago, a Soph, sua irmã... — Falei sorrindo.
— Hum, a gente podia fazer alguma coisa lá em casa. Vai todo mundo pra lá e a gente faz um churrasco, sei lá — Ele diz.
— Eu acho bom, já que não posso fazer nada no apartamento — Eu ri fraco — Meus pais aceitariam de boa, o problema é o Julian.
— Por que?
— Ah Gabriel, ele é palmeirense e não gosta muito de você — Eu disse rindo ele fez uma careta.
— Ah jura?! Mais um? Eu sou um amor de pessoa — Ele disse.
— É, mas minha família é bem clubista e te julgam pelo o que faz com o Palmeiras — Eu disse.
— É a minha profissão, preciso defender meu time — Ele disse e riu — Eu dou meu jeito, amor. E ele não precisa falar comigo, vai estar lá por você.
— Gabriel, ele pode não gostar de você, mas Jota A é educado. Claro que vai falar com você — Eu disse — E você conseguiu fazer meu pai te admirar. Consegue fácil com o Julian.
— Então tá — Ele disse e riu fraco.
— Eu quero comer — Falei me levantando.
Segui para a cozinha e Gabriel veio atrás de mim. Me abraçou por trás e depositou um beijo molhado em meu pescoço. Me virei e lhe dei um selinho.
— Não sei como é magrinha assim. Só come — Falou.
— Não é de graça. Eu faço muitos exercícios e academia, tá?! — Me fingi de ofendida e ele riu, me selando novamente.
— Vamos sair — Ele disse sorrindo.
— Essa hora? — Ergui as sobrancelhas.
— Tá cedo ainda, Cla. E aqui não é tão perigoso. Podemos sair pra comer e ai a gente volta — Ele disse.
— Então vamos — Puxei ele.
Eu estava usando uma roupa boa e estava sem paciência para me trocar, então iria assim mesmo. Bi só pegou suas coisas e eu meu celular, então saímos.
— Deixa eu ver algum lugar — Ele disse ligando o GPS do seu celular.
— Eu queria tacos de peixe — Eu disse.
— Boa. Vamos lá então — Ele disse e entrelaçou nossos dedos.
Começamos a caminhar em silêncio. Eu suspirei.
— Bi? — O chamei.
— Oi — Ele disse.
— Você acha que Letícia vai voltar a mexer com a gente? — Olhei pra ele.
Ele parou e me olhou também, rindo fraco.
— Depois de tudo que você disse?! Ela não voltaria — Ele disse e eu acabei rindo.
— Sei lá, essa garota é louca — Eu fiz uma careta.
— Tenho que concordar — Ele disse — Mas mesmo que ela tente, não vai conseguir. Mas nada vai acontecer com a gente, Cla.
— É o que eu espero — Falei sorrindo.
Ele selou nossos lábios rapidamente e voltou a entrelaçar nossos dedos, então voltamos a andar. Mais alguns minutos andando e nós chegamos a um restaurante bem confortável. Nós entramos e nos sentamos.
Tinha um grupo de garotas ali, que estavam olhando pro Gabriel desde que chegamos. Já estava ficando incomodada. Bufei baixinho e cruzeibos braços.
— O que vai querer? — Ele perguntou.
— Os tacos — Eu disse.
Ele largou o cardápio, apoiou os braços cruzados e me olhou franzindo o cenho.
— O que foi? — Perguntou.
— Nada — Falei.
— Não me convenceu — Ele disse.
— Faz logo o pedido — Eu disse e ele riu.
— Ver você bravinha é a melhor cena — Ele disse.
— Hahaha que engraçado — Eu falei — Parece que alguém perdeu os olhos em você.
Gabriel novamente franziu o cenho e olhou em nossa volta. Agora, só uma loira olhava pra ele, enquanto sorria e enrolava uma mecha do seu cabelo oxigenado no dedo. Revirei os olhos de novo e Gabriel riu.
— É por isso que você tá assim? — Perguntou e riu.
— Tá rindo porque? — Perguntei.
— Eu acho que alguém está com ciúmes — Ele disse e eu dei os ombros.
Um garçom se aproximou e Gabriel fez rápido os nossos pedidos, então ele logo se retirou.
— Ou, não fica com ciúmes delas. Nenhuma vale a pena como você. Não trocaria oito meses com o amor da minha vida por uma diversão — Falou me fazendo sorrir.
— Quando você vai parar de ser fofo assim? — Perguntei.
— Quando eu morrer — Falou.
— Ai Gabriel, credo — Eu disse e ele riu.
— Eu amo você e elas não são nada. Agora troca essa cara emburrada por um sorriso que você fica linda — Ele disse.
As vezes eu acho que Gabriel é perfeito demais pra mim.
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