História Live A Dream - Finalmente casa!

— Voltei Brasil — Eu disse ao pisar em solo brasileiro.

Gabriel soltou uma risada e continuou descendo as escadas do avião. Como eu sentia saudade do meu Brasil. Ainda era dia e o sol queimava hoje. O céu não tinha nenhuma nuvem sequer. Nem um sinal de chuva.

Sophie e Thiago já estavam aqui, chegaram ontem. Eu morria de saudade dos dois e queria logo vê-los e entregar os presentes pra eles. O da Soph era um Stitch de pelúcia, ela ama esse bichinho. Ele é bem fofo. Já o do Thi, é um boné – que ele gosta muito – dos Simpsons – que ele também ama muito. Eu simplesmente amo presentear quem é importante pra mim.

— Vamos, amor — Gabriel disse me tirando dos meus pensamentos. Já havíamos pego as malas.

Sorri pra ele e arrastei minha mala em direção ao estacionamento, aonde ainda estava seu carro. Ele abriu o porta-malas e eu coloquei minha mala lá. Em seguida entrei no carro.

— Os dias em Miami e Orlando foram incríveis, mas eu estava com tanta saudade de Santos — Eu disse sorrindo.

— Eu também. Tô com saudade da minha mãe — Ele disse e eu ri.

— Só vejo minha mãe em cinco dias — Falei torcendo os lábios.

— Passa rápido, meu amor — Ele pos uma de suas mãos em minha coxa.

— Espero. Tô morrendo de saudades — Falei pondo minha mão por cima da dele.

— E o seu primo? — Perguntou.

— Julian chega depois de amanhã. Ele quer vir antes — Falei sorrindo.

— Ih, não quero problemas em — Ele disse me fazendo rir — Vou continuar te perturbando o dia todo ele querendo ou não.

— Você não me perturba, Gabriel — Falei sorrindo — Mas Julian é bem ciumento.

— Azar o dele. Eu também sou — Ele disse e eu novamente ri.

— Não vai ter problema nenhum, tá?! Tem Clarissa pra todos.

— Nem ferrando — Ele disse e ri alto — Só divido você com sua família e os amigos.

— Dá no mesmo — Falei.

— Não senhora — Ele disse — Vai que algum cara abusado se aproveita disso que você disse.

— Idiota — Soltei uma risada.

Meu celular vibrou em minhas mãos e eu desbloqueei a tela do mesmo. Era uma notificação do Insta. Alguns fã clubes do Gabriel me marcavam em fotos de minutos atrás no aeroporto. Tinha uma que tava até bonitinha. Eu estava com a mão entrelaçada na de Gabriel e olhava pra cima rindo. Gabriel apenas me olhava sorrindo. Ela estava totalmente espontânea. Curti a mesma e a peguei para repostar.

"Você é a página mais linda que o destino escreveu na minha vida! ❤ @gabigol" 

Depois disso, voltei a bloquear a tela do celular.

— Você vem me ver amanhã? — Eu perguntei pro Gabriel, assim que ele estacionou em frente o apartamento.

— Óbvio que sim, meu amor. Precisamos combinar as coisas do seu aniversário — Ele sorriu me dando um selinho.

— Tá — Sorri.

— Qualquer coisa me liga e eu venho correndo. Se cuida — Ele diz.

— Pode deixar. Se cuida também — Falei.

— Eu amo você — Ele disse entre selinhos e por fim pediu passagem, iniciando um beijo.

— Também te amo — Sorri quando terminamos.

Sai carro e peguei minha mala no porta-malas e minha bolsa. Entrei no condomínio e acenei pro Gabriel. Ele businou uma vez e se foi. Ri fraco com isso.

— Boa tarde, tio — Eu disse pro seu Antônio.

— Boa tarde, senhorita — Ele disse.

— Sentiu minha falta? — Perguntei divertida apoiando meus braços no balcão.

— Ô — Ele murmurou e riu — O que é esse condomínio sem você bagunçando ele?

— Eu sou quieta e um amor de pessoa — Falei e ele riu assentindo — Tá tudo certo por aqui?

— Tudo em perfeita ordem — Ele diz.

— Ok então! Até mais tarde — Eu disse.

— Até, querida — Ele falou.

Sorri fraco e entrei no elevador, apertando o 7, que era o meu andar. Em segundo chegou, peguei a chave dentro da bolsa e abri a porta. Suspirei sorrindo e deixei a mala em qualquer lugar, me jogando no sofá.

— Finalmente casa! — Murmurei feliz.

Levantei levando minhas coisas para o quarto e peguei uma roupa legal e confortável, seguindo para o banheiro. Tomei um banho longo e quentinho, lavando meus cabelos e em quase meia hora, sai. Me sequei e vesti minha roupa, penteei o cabelo e o deixei solto mesmo. Sai do meu apartamento, trancando o mesmo e coloquei a chave no bolso do short e segui para o apartamento de Soph. Bati duas vezes e ela foi aberta por Thiago.

— Minha pequena — Sorriu largo.

— Thi! — Sorri e pulei em cima dele.

— Que saudade — Ele disse distribuindo beijos em meu rosto.

— Também senti — Falei rindo.

— Quem tá ai, Thiago? — Escutei Soph gritar da cozinha.

— Teu pai — Eu gritei de volta.

— Clarissa? — Escutei ela vir correndo.

Logo a louca apareceu em minha frente e pulou em mim. Gargalhei mas a abracei na mesma intensidade.

— Ai que saudade da minha melhor — Ela diz sorrindo.

— Senti tanto sua falta — Puxei ela para outro abraço forte — Amiga você tá muito morena.

— Tô né? — Ela olhou pra si e riu fraco — Quero que me conta tudo.

— Ah vocês vão me excluir assim? Não tem necessidade — Thiago disse.

— Amiga, espera — Soph disse e desapareceu da sala.

Eu ri e me joguei no sofá, Thiago se jogou em cima de mim.

— Ai Thiago, seu chupeta, sai de cima — Falei e ele gargalhou.

— Me chamou de que?

— Chupeta — Falei pausadamente.

— Ah tu vai ver o chupeta — Ele diz me fazendo cócegas.

— Não Thiago. Para — Falei entre risos — Eu tenho crise de asma sabia?! — Falei e ele parou me olhando sério.

— Desde quando? — Perguntou.

— Desde pequena. Mas passei por exames antes de entrar na escolinha do Bragantino, fiz tratamento e ai parou — Falei rindo.

— Mas ainda ataca? — Perguntou.

— Não sei, é melhor não arriscar — Eu disse prendendo o riso.

Ele estreitou os olhos e continuou me fitando. Eu não aguentei e acabei soltando o riso.

— Tá mentindo pra mim, Clarissa Goulart? — Perguntou.

— Eu? Claro que não, Thi. Jamais faria isso — Falei.

— Tá mentindo sim — Ele disse ameaçando a voltar com as cócegas.

— Não, Thi. Para por favor — Eu disse sorrindo e ele riu.

— Sendo mentira ou não, não quero arriscar — Ele disse e beijou minha testa.

Eu ri novamente e me sentei no sofá.

— Voltei — Soph apareceu sorrindo — Pra você — Disse me entregando uma caixinha.

— Soph... — Sorri e peguei a mesma.

Eu abri ele e vi uma pulseira de couro preta, era linda. Vários frios entrelaçados um no outro e bem em cima, tinha uma palavra em prateado escrito "best". Olhei pra ela que estendeu o pulso e na pulseira dele, idêntica a minha, estava escrito "friends".

— Awn — Sorri largo e me levantei para abraçar ela — Obrigada, amiga. Eu amei, de verdade.

— Eu amo você e se me trocar por outra eu corto seus pulsos — Ela disse me fazendo rir alto.

— Credo amiga. Te amo, não vou te trocar nunca — Falei sorrindo — O presente de vocês tá lá em casa. Vamos lá pegar agora!

— Mas...

— Vamos — Falei puxando os dois.

Soph trancou a porta do seu apartamento. Nós entramos no meu e o casal ficou esperando na sala. Abri minha mala e peguei os dois presentes já embrulhados. Sai do meu quarto e me sentei de frente para os dois.

— Primeiro a Soph — Falei.

— Por que? — Thiago perguntou.

— Por que eu sou mais curiosa, amor — Soph respondeu e eu assenti concordando.

— Tá — Ele diz revirando os olhos. Rimos.

Peguei o Stitch de pelúcia de Soph embrulhado e entreguei pra ela sorrindo. Ela abriu o embrulho e sorriu largo.

— Ah, não acredito, Clarissa — Ela disse — Eu sempre quis ter um Stitch, agora posso apertar — Ela diz esmagando o pelúcia. Eu ri alto — Muito obrigada amiga, eu amei.

— Que bom que gostou — Falei sorrindo.

Olhei pro Thiago sorrindo e entreguei seu presente. Ele sorriu pra mim.

— Obrigada, princesa — Ele diz.

— Abre — Sorri pra ele.

Ele riu fraco e abriu, tirando o boné preto dos Simpsons de dentro dele.

— Ah mentira?! — Ele riu — Que da hora! Muito obrigado, Cla. Eu amei, juro.

— De nada — Sorri — Que bom que gostaram.

— Eu amei — Soph disse ainda abraçada com o seu pelúcia. Eu ri satisfeita.

— Cadê o Gabriel em? Até que em fim de desgrudaram um pouco — Thiago murmurou e eu ri.

— Ele foi pra casa dele — Falei sorrindo fraco.

— Agora me conta como foi lá.

— Foi incrível — Sorri.

Percebi Thi se jogar pra trás já revirando os olhos e eu ri, começando a contar tudo pra Soph.

(...)

Já era tarde, Thiago tinha ido embora, mas Soph ainda estava aqui com Mingau. O cachorrinho agora dormia do meu lado enquanto eu fazia carinhos nele, Soph estava no outro sofá. Ela provavelmente dormiria aqui, ainda estávamos matando a saudade – isso por que só foi uma semana.

— Então a vaca da Letícia surgiu do além? — Ela perguntou ainda pasma.

— Aham — Revirei os olhos — Ai Soph, quase que eu dei uns tapas naquela cara magra dela — Falei e ela gargalhou.

— Se você tivesse feito isso, eu te matava — Ela disse.

— Por que? — Olhei confusa pra ela.

— Você precisa bater nela quando tiver por perto pra ver tudo — Ela disse.

— Você não presta, Sophie Lima — Falei e nós rimos.

— Mas ele merece uns tapas amiga — Soph disse.

— Mas eu não sou de briga. Agressão não resolve nada — Eu disse.

— É, mas no caso dela só uns tapas mesmo. Pra ver se sossega a raba — Soph diz e eu gargalhei.

— Isso fica por conta dos pais dela. Eu não sujo minha mão com isso — Fiz careta e ela riu.

Me levantei do sofá, despertando o sono de Mingau. Ri fraco e Soph me seguiu até a cozinha.

— Vai dormir aqui né? — Perguntei.

— Se você deixar...

— Você dorme aqui hoje — Sorri pra ela.

— Mas você não está cansada, Cla?! — Ela perguntou.

— Não. Dormi durante o vôo — Eu disse sorrindo.

— Então tá — Ela sorriu.

Meu celular tocou. Uma notificação de mensagem, eu peguei o mesmo e desbloqueei a tela. Era uma mensagem de Taina, namorada do Vitor.

[ 17/12/15 00:32 ] Taina ⭐: Tá acordada?

[ 17/12/15 00:33 ] Cla Goulart: Tô hahaha.

[ 17/12/15 00:33 ] Taina ⭐: Tô em Santos. Vamos sair? 

[ 17/12/15 00:34 ] Cla Goulart: Mentiraaaa?! Vamos, claro! 

[ 17/12/15 00:35 ] Taina ⭐: Que bom! :) Me encontra no mesmo shopping que da última vez?! 

[ 17/12/15 00:35 ] Cla Goulart: Sim. 18:00, pode ser?

[ 17/12/15 00:36 ] Taina ⭐: Pode. Até lá 💗

[ 17/12/15 00:36 ] Cla Goulart: Até ❤

— Soph, vamos sair hoje — Falei bloqueando a tela do celular.

— Pra onde? — Ela perguntou.

— Pro shopping, com a Taina — Eu sorri.

— A namorada do Vitor que você saiu aquela vez? — Ergueu as sobrancelhas.

— Isso. E você vai sim! — Falei. Ela apenas deu os ombros e eu sorri satisfeita.

Fiz um suco de laranja, mas Soph não gostava. Ela sempre preferia seu suco de goiaba natural. Eu nunca tomei e também nunca tive vontade. Mas ela dizia ser a melhor coisa do mundo.

Passamos horas e horas daquela noite conversando sobre a nossa viagem e matando a saudade. Eu estava mesmo com saudade da minha melhor amiga.