História Live A Dream - In Love With You!

Eu estava jogada – literalmente – na minha cama e Sophie estava sentada no chão, concentrada em seu celular. Eu estava cansada, morta. O dia foi cheio hoje e foi muito divertido, eu estava feliz. Amanhã não tinha treino, já que só iríamos jogar no próximo sábado, e amanhã ainda era segunda, então essa parte me deixava aliviada.

— Eu tô com fome — Murmurei.

— Eu também — Sophie disse.

— Levanta, me ajuda a fazer alguma coisa — Falei puxando ela.

Ela bloqueou a tela do celular e o jogou em cima da minha cama. Saímos do quarto e seguimos para minha cozinha.

— O que você quer comer? — Eu perguntei.

— Tanto faz — Ela deu os ombros.

— Hum — Franzi os lábios pensando em algo — Panqueca?

— Panqueca à essa hora, Clarissa?! São quase duas da manhã. Não, faz alguma coisa mais leve — Ela disse me fazendo revirar os olhos.

— Chata em, tá parecendo minha mãe — Falei. Ela riu — Pensa em alguma coisa ai então.

— Ah sei lá — Ela disse pensando — Já sei — Estalou o dedo e riu — A gente podia ir pra um MC 24 horas.

— Ah não, eu vou ter que tirar meu pijama lindo e confortável pra colocar uma calca jeans apertada. Nem pensar — Falei e dessa vez ela revirou os olhos — Eu vou fazer sanduíches, pode ser?!

— Pode — Ela deu os ombros.

— Então me ajuda — Falei e ela saiu de cima do balcão se aproximando.

Nós fizemos tudo e depois eu acabei fazendo um suco também, então comemos, claro, sem parar de conversar. Até Sophie, finalmente resolver me contar sobre ela e o Thiago.

— Eu o Thiago estávamos saindo e... Ficando — Ela riu tímida.

— Ah, isso eu já sabia — Falei e ela arqueeou as sobrancelhas.

— Como assim? Eu pedi pro Thiago não cont... 

— Ele não me contou nada — Eu ri — Estava muito na cara amiga, pelo amor de Deus. E o Thiago é um filho da mãe por não ter me contado — Falei e ela riu.

— Eu tava com vergonha amiga, só por isso não deixei ele falar nada — Ela soltou uma risada fraca.

— Ah, não precisava ter vergonha de mim — Falei e ri — E agora, como vocês estão?!

— Na mesma — Ela riu — Eu gosto dele de verdade, Clarissa.

— Eu sei. E aposto que ele também gosta de você — Eu ri fraco — O Thiago é um garoto bom, Sophie. Você pode confiar nele e nos sentimentos dele.

— É — Ela sorriu — E você e o Gabriel?! — Ela disse dando um sorrisinho malicioso.

— Eu e Gabriel somos amigos — Eu falei rindo.

— Ai fala sério, Clarissa. Ele gosta de você — Ela disse, eu sorri — E você gosta dele né?! Olha esse sorrisinho.

Eu ri abaixando a cabeça.

— Isso tudo está sendo estranho pra mim, Sophie. Confesso pra você que jamais passou pela minha cabeça que eu sentiria pelo Gabriel algo mais que um amor de fã pra ídolo — Falei.

— Então você realmente gosta dele! — Ela afirmou e sorriu.

— Eu não consigo mais negar nem esconder isso. Gabriel realmente mexe comigo. Eu gosto de estar com ele, gosto de como ele me faz rir e de como o sorriso me transmite tanta calma, tanta paz. É impossível ficar mal ao lado dele — Falei.

— Ai que amor. Já shippo — Ela disse me fazendo rir.

— Eu vou pra festa de comemoração com ele amanhã. Ele me chamou — Eu ri fraco.

— Tem que ir bem gata pra roubar de vez o coração do Gabriel — Ela disse se levantando.

— O que vai fazer?! — Eu me levantei também.

— Te ajudar a escolher uma roupa, vem — Ela me puxou.

No dia seguinte...

— Eu vou pra casa, preciso me trocar também — Sophie disse se levantando.

— Ah não — Abracei ela, que riu.

— Eu sei que você me ama e tals, mais eu também preciso estar bonita — Ela disse.

— Você vai me largar na festa pra ficar com o Thi né?! Eu sei! Pode ir lá — Falei dando os ombros.

— Para de ciúmes — Ela riu.

— Quem disse que eu tô com ciúmes?! — Falei.

— Ninguém precisa falar. Tá na cara — Ela disse — E eu não vou te largar. Vamos ficar todos juntos. Só se você me largar pra ficar lá com o Gabriel.

— Vamos ficar todos juntos — Falei e ela riu.

— Beleza. Já são cinco e meia da tarde, eu tô aqui desde ontem, realmente preciso ir — Se levantou pegando sua bolsa.

— A gente se vê depois então — Eu falei.

— Tchau — Ela beijou minha bochecha.

Assim que saiu por aquela porta, me joguei no sofá, perguntando-me o que fazer para passar o tempo. Gabriel viria me buscar as sete, ainda eram cinco e meia. Eu não demoro tanto pra me trocar e maquiar.

Peguei meu celular e fiquei vendo minhas redes sociais. Quando fui ao Instagram, decidi postar uma foto. Eu havia batido ela ontem lá na Vila com a Sophie, então postei ela. Só coloquei a legenda:

"Visto seu manto com amor e emoção! ❤ @sophielima"

Minhas redes sociais nunca foram muito agitadas, mais depois que entrei pro Santos realmente aumentou. Logo já tinha curtidas e comentários, mais apenas um me chamou a atenção.

"@gabigol curtiu sua foto"

Aquilo fez um arrepio subir minhas espinhas e eu sorri. Eu realmente não sei o que esse garoto esta fazendo comigo.

Mais alguns minutos depois, finalmente decidi ir pro banho. Coloquei meu cell pra carregar e segui para o banheiro. Fiquei alguns minutos lá e quando finalmente sai, me enrolei na toalha e segui pro meu quarto.

Olhei aquele vestido escolhido com a ajuda de Sophie e sorri satisfeita. Ele era realmente bonito. Ele era um vestido simples, azul turquesa. Sem nenhum decote, a não ser atrás que era aberto em um "V", deixando minhas costas a vista. Ele era bem apertado na minha cintura, valorizando minhas curvas e um tanto rodado em baixo. Não era tão curto, eu me sentia confortável com ele.

Coloquei ele e para acompanhar um salto branco. Meu cabelo ficaria solto mesmo e a maquiagem nada muito exagerado. Eu estava me sentindo bonita, de verdade. Novamente sorri satisfeita.

Olhei a hora e percebi que tinha me atrasado um pouco. Eram sete e quinze. Eu realmente achei que não demorava muito para me arrumar. Tinha uma mensagem e era do Gabriel.

[ 04/05/15 19:15 ] Gabriel ❤: Já cheguei. Pode descer.

Ele vai me matar. Decidi ligar pra ele. No primeiro toque, ele atendeu.

— Por favor não me mata, eu me atrasei um pouco — Falei saindo do meu quarto.

— Ei, relaxa — Escutei sua risada fofa.

— Ainda tá me esperando? — Perguntei.

— Claro — Ele disse.

— Ok, tô descendo — Falei e desliguei.

Sai do AP e tranquei a porta. Chamei o elevador e logo cheguei lá em baixo. Como sempre, dei boa noite ao tio da portaria – que descobri que se chamava Antônio – e sai lá, vendo Gabriel parado em frente o carro.

— Sério, desculpa o atraso — Falei quando me aproximei e só ai ele me viu.

Por um instante percebi ele me olhando de cima a baixo e aquilo me fez corar.

— Valeu a pena — Ele sorriu — Boa noite.

— Boa noite — Sorri.

Eu estava de salto e ele ainda era maior que eu. Fala sério.

— Você está... Linda — Ele disse.

— Obrigada — Sorri tímida desviando nossos olhares.

— Então vamos?! — Ele disse rindo.

— Vamos — Falei.

Entrei no carro e ele fechou a porta, dando a volta e entrando. Seguimos o caminho conversando e rindo, como sempre, e logo chegamos ao local da festa, que eu não fazia ideia do lugar.

Cumprimentei alguns dos jogadores que estavam ali e nos sentamos em nossos lugares, a premiação já ia começar.

(...)

A premiação havia acabado e festa começou. Eu não prestei muita atenção na premiação, confesso. Só vi quando Ricardo Oliveria subiu ao palco para ganhar o troféu de melhor jogador da competição.

Orgulho que não cabe no peito.

Seguimos para um salão que tinha ali naquele lugar mesmo. Lá sentamos em uma mesa, eu, Sophie, Thiago e Gabriel. Estávamos conversando e rindo bastante, até começar a tocar Ed Sheeran. Thiago tirou Sophie pra dançar, então ficou apenas eu e Gabriel.

— Dança comigo? — Gabriel perguntou estendendo sua mão.

Eu tava escutando direito?! Acho que fiquei alguns longos segundos olhando pra sua mão, mais por fim sorri fraco e peguei a mesma, me levantando. Ele me guiou até a "pista", aonde todos estavam dançando e me puxou pra mais perto. Suas mãos foram em direção a minha cintura, parando ali, eu então, coloquei minhas mãos em seu ombro.

O som de Photograph escoava por todo salão e ao meu redor tinham vários casais também dançando. Thiago e Sophie tinham sumido no meio de toda aquela gente, mas eu realmente não me importava em procura-los agora.

— A gente nem ficou... Mesmo assim eu não tiro você da cabeça... — Gabriel cantarolava próximo ao meu ouvido. Eu ri.

— Não é essa a música que tá tocando, Gabriel — Falei. Dessa vez ele riu.

— Eu sei — Ele sorriu — Mais é com ela que eu me identifico ultimamente — Ele disse.

— Ah é?! — Ri fraco — Me fala sobre ela.

— Ela quem?

— Quem você não tira da cabeça, ué — Falei.

— Quer mesmo saber sobre a minha garota? — Ele perguntou.

— Sim, quero saber sobre a sua garota — Falei imitando sua voz. Ele riu.

— Tá bom — Ele disse e olhou para algum lugar do salão, talvez pensativo — Ela é uma garota incrível, divertida... É linda. Tem um sorriso perfeito e a risada super fofa, eu simplesmente me perco em meio aos seus olhos cor de mel. Eu a conheci tem pouco tempo, mas foi tempo o suficiente pra me deixar... Apaixonado — Ele riu fraco, com vergonha?! — Ela talvez não saiba, mais eu amo quando ela abaixa o olhar tímida e a forma como coloca seu cabelo atrás da orelha. Gosto de como ela fica vermelhinha quando está com raiva ou com vergonha e de como consegue passar alegria para todos ao seu redor. Gosto do jeito brincalhona e menina dela. Gosto do jeito que seus olhos brilham ao falar sobre como ama fazer o que faz. E isso ela com certeza não sabe, mais eu morro de ciúmes dela. Ela me faz um bem inexplicável, com ela eu posso ser eu mesmo, o Gabriel longe das câmeras e da imprensa. Ela realmente é incrível — Ele disse por fim e sorriu.

— Ela é uma menina de sorte — Eu disse sorrindo — Por que não fala isso tudo pra ela?!

— Jura que você não percebe? — Ele perguntou.

— O que? — Perguntei confusa.

— Clarissa, a minha garota é você — Ele disse. Eu ri.

— Você não pode estar falando sério — Eu disse ainda rindo.

— Eu tô falando sério, doidinha — Ele riu também.

Encostei minha cabeça no peito dele ainda rindo e escutava a risada dele também. Eu não conseguia acreditar naquilo que ele falava, era óbvio que estava brincando.

— Ei, olha pra mim — Ele disse e assim eu fiz — Eu tô falando muito sério, Cla.

— Gabriel...

— Cla, eu acabei de dizer aquilo tudo sobre você, dizer sobre como amo tudo em você. Não vai duvidar do que eu sinto, vai?! — Perguntou.

A essa hora, a música já tinha parado de tocar, mais havia começado outra e os casais ainda dançavam em nossa volta.

—  Gabriel, eu jamais vou duvidar de você — Ri fraco — Você só me pegou desprevenida por que eu nunca imaginei que isso aconteceria. Quando eu cheguei em Santos eu só queria conhecer meu ídolo e agora...

— E agora eu estou apaixonado por você, Clarissa. Acontece. Assim que você chegou, nós nos aproximamos e eu não consegui evitar — Ele sorriu — E o seus olhos não negam sua paixão por mim.

— Você é muito folgado — Neguei com a cabeça rindo e ele riu também.

— Estou errado? — Ele perguntou.

— Hum... Não — Falei tímida e ri.

— Eu não sei por que você tá achando isso tudo engraçado — Ele disse fazendo uma careta, fingindo estar bravo. Eu novamente ri.

— Porque isso não parece real, Gabriel — Falei e ele riu — Eu tenho certeza que estou sonhando.

— Hum, não sabia que você sonhava esse tipo de coisa comigo — Ele disse.

— Eu me expressei mal, é um pesadelo — Falei.

— Agora me ofendeu — Ele disse. Nós rimos — Acredita em mim não é? — Perguntou.

— Sim — Sorri tímida abaixando o olhar.

Escutei sua risada fraca, em seguida senti sua mão em meu queixo, me fazendo fita-lo. Seus olhos castanhos escuros me fitavam e ele sorria. A sua mão acariciava levemente meu rosto, enquanto ele apenas se aproximava lentamente. Eu já sabia o que viria a seguir, por isso sentia o meu coração mais acelerado que o normal e um embrulho no estômago, as famosas borboletas. Eu já sentia a respiração dele próxima a minha. Fechei os olhos e apenas deixei rolar. Realmente iria, se alguém não tivesse gritado o Gabriel bem na hora.

— Não acredito — Ele disse claramente decepcionado.

Eu ri fraco, também estava decepcionada. Abaixei a cabeça e em seguida olhei pro lado, vendo o Lucas parado meio espantado.

— Foi mal, mano — Ele disse.

— Tá tudo bem, Lucas — Sorri pra ele.

— Eu vou te matar cara — Gabriel falou. Nós rimos.

— Relaxa, Gabriel — Olhei pra ele sorrindo — Vai lá.

— Não quero te deixar sozinha — Ele disse.

— Tá tudo bem, o Thi e a Sophie já devem estar voltando. Pode ir — Eu falei.

— Você não vai se livrar de mim tão fácil, mocinha — Ele disse sorrindo.

— Não quero me livrar de você — Eu sorri tímida, em seguida abaixando o olhar.

— Ótimo. Te vejo depois — Ele me deu um beijo na bochecha antes de sair.

Sai dali e voltei a me sentar aonde estava antes, obviamente com um sorriso no rosto. Era quase surreal aquilo tudo que eu acabei de escutar. Eu já sabia que estava completamente apaixonada pelo Gabriel, só não sabia o que seria daqui pra frente...