Estavam os cinco jovens sentados na grama, sujando suas roupas, brancas por coincidência, eles possuíam diferentes níveis de juventude; dois meninos de nove, outro de dez, uma garota de dezesseis, e uma outra de oito. Era tardezinha de uma terça-feira, e eles jogavam conversa fora dentre sorrisos e olhares curiosos, a moça encarava o céu mais que tudo, dispersa em sonhos que eram só dela.
-Eu sou um guerreiro!-Bradou o menino mais velho, num gesto dramático, como se apontasse sua espada imaginária para um inimigo invisível.
-Eu também! - A menininha gritou, imitando o gesto do amigo.
Os dois meninos de idades iguais levantaram-se, equilibrando-se em suas pernas curtas numa elegância teatral.
-Eu sou o rei! - Falaram ao mesmo tempo.
-Não! Eu sou!
-Não! Eu!
-Por que os dois não são reis?-Perguntou o guerreiro após alguns momentos de discussão, oferecendo a saída mais simples e óbvia. Os meninos se entreolharam.
-Certo! Então nós somos os reis! E Samire será a princesa! -A citação ao seu nome acordou a garota de seus devaneios, a menina sorriu com ternura e confirmou com a cabeça.
Não foi preciso mais que cinco segundos para que os nobres estivessem devidamente vestidos, de acordo com seus cargos no Reino não palpável. Após algumas lutas contra invasores rebeldes, a princesa levantou-se, olhando o começo do pôr do sol, e bradou repentinamente, conseguindo a atenção de seus suditos e pais.
-Escutem! - E escutaram. -O sol é um inimigo do nosso reino! A lua é nossa eterna rainha, e ele ameaça destroná-la a cada amanhecer, devemos lutar para que seu reinado seja permanente, inabalável, para que a noite seja o novo dia! Temos de alcançá-lo antes que ele fuja e se esconda nos longínquos campos onde o fogo arde sem luz e o tempo não corre!
O discurso da princesa encheu de determinação os corações dos pequenos heróis, que se puseram ao seu lado, de cabeça erguida e peito estufado.
-Lutaremos por você! -Afirmou o primogênito.
-Mas o que a gente ganha em troca? -Indagou a guerreira.
-Quem primeiro chegar ao sol e conseguir retornar com o traidor amarrado, mas ainda vivo, brilhando seus raios de calor por todo o mundo, reinará comigo, terá minha mão e me acompanhará pelo tempo que residir na terra.
Princesa Samire era, naturalmente, a mais bela, inteligente e graciosa dama de todo o país, não havia naquelas terra um cavalheiro que não a almejasse, uma garota que não a desejasse, entretanto, mesmo com todo cortejo e paixão, agrados em ouro e prata, a nobre não se perdia em ninguém, só pensava no bem estar do povo, e para ela bastava alguém que confiasse, aquela oferta não poderia ser mais justa.
-Quem chegar primeiro ganha um beijo da princesa! -Simplificou um dos Reis, que pareceu esquecer que Samire era sua "filha".
Rapidamente, todas as crianças.-guerreiros- saíram em disparada, percorrendo com velocidade aqueles campos verdes, em direção ao sol. A garota deixada para trás sorriu, sentou novamente sobre a grama, deixando que os últimos raios do dia dourassem sua pele.
Que tarde bonita.-Pensou, observando os primos correndo em direção ao inatingível.
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