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História Llorando por dentro. - Caminhos opostos.


Escrita por: sientejc

Notas do Autor


Oi, amores. Essa é a "primeira" fanfic que escrevo sozinha, porque a primeira eu não terminei (me perdoem por isso), mas eu juro que não vai se repetir. Vocês estão acostumadas a me verem fazendo parceria com a Veronica (jaimencanto), mas dessa vez, essa é apenas minha. Espero que gostem e desfrutem!

Ps:. Como é a primeira, vai ser bem curtinha hihihi.

Capítulo 1 - Caminhos opostos.


 Como todos os dias de uma segunda-feira qualquer, acordei disposta e enfrentar mais um dia de trabalho. A Conceitos, graças a Deus, conseguiu se reerguer, e voltou a ser a casa produtora mais aclamada do país. Os meus pais estavam felizes e saudáveis, e finalmente se acostumaram com a ideia de que eu estava casada. Tudo caminhava bem, exceto meu casamento.

Aldo era um homem maravilhoso, cuidadoso e sempre me tratou com todo o respeito do mundo, mas algo havia mudado. Na verdade, tudo havia mudado. Não sei se eu mudei ou se ele mudou, mas definitivamente não éramos os mesmos. Ele mal tinha tempo para mim, e seu trabalho era sempre a prioridade, e tudo piorou quando ele abriu uma filial de “O sabor da vida” aqui na capital. No inicio, eu fiquei extremamente feliz, afinal, voltaria a conviver perto dos meus pais, e graças a minha volta a capital, voltei à Conceitos como presidente. Mas isso nos afastou. Quando ele não estava ocupado demais com os afazeres do restaurante da capital, tinha que viajar para resolver os problemas do restaurante do litoral. E o pior de tudo, é que eu já não sinto mais sua falta. Sua presença já não fazia muita diferença como costumava fazer.

 

- Bom dia, meu amor! – Aldo disse sorrindo, descendo as escadas do quarto. – Acordou cedo hoje. – Me deu um selinho, sentando-se a mesa.

- Bom dia! – Disse sorrindo, sentada a mesa. – Perdão por não ter te esperado para tomar café, mas você estava tão tranquilo enquanto dormia, que não tive coragem de acordá-lo. – O observei encher sua xícara. – E hoje eu preciso realmente chegar cedo. Teremos várias reuniões e finalmente gravaremos o comercial da marca de refrigerante mais requisitada atualmente. – Respondi animada.

- Que bom que tudo está indo bem na empresa. Eu fico realmente feliz em vê-la tão animada! – Ele sorriu, mordendo um pedaço de pão.

- Sim, eu estou realmente muito feliz em ter voltado para a Conceitos. – Disse sincera.

- Isso é notável. Você é outra desde que voltou para a Capital, mas principalmente, depois que voltou para a Conceitos. Eu sei que você fazia um trabalho impecável no restaurante, mas eu sabia o quanto você sentia falta de lidar com os números. Sobretudo, o quanto sentia falta de trabalhar na Conceitos. – Ele sorriu, me olhando, e segurou minha mão. – Eu sei o quanto essa empresa significa para você. Eu sei o quanto ela marcou sua vida. – Disse apertando minha mão, e levantando-se. - bom, eu preciso ir. – Beijou minha testa. – Não me espere acordada, está bem? Te amo! – Sorriu, seguindo até a porta

Não fui capaz de responder, apenas sorri, assentindo

Não, o Aldo não disse nenhuma mentira. De fato, eu sentia falta dos números, da empresa e das minhas amigas, mas sentia ainda mais falta de alguém em especial. Sentia falta de alguém que demorei demais para perceber o quanto amava.

Desde a véspera do meu casamento com o Aldo, não o vejo. Soube por terceiros que ele viajou para o Brasil. Eu ainda sentia imensamente a dor de não tê-lo perto, e não houve um dia sequer, em todos esses largos vinte e quatro meses, que eu não sentisse sua falta.

 

 

 

 

 

Todos comemoravam, afinal, o dia realmente merecia uma comemoração. A Conceitos finalmente havia quitado sua divida, e havia se reerguido. Todos estavam felizes, aliviados e orgulhosos, principalmente Fernando. Depois de todos esses meses de trabalho e dedicação, ele finalmente conseguia olhar ao seu pai e quem quer que fosse, de cabeça erguida.

Mas mesmo assim, Fernando não poderia estar feliz por completo. A mulher que ele amava, havia escolhido outro para ser seu esposo, e por mais que ele quisesse lutar contra esse casamento, ele não conseguia. Não poderia. Ele amava Letícia demais para se opor a felicidade dela. E ainda que sua alma gemesse, ele preferia sofrer ao interferir na felicidade do amor de sua vida.

A reunião seguia bem, e Letícia recebia todas as felicitações por seu esforço em reerguer a empresa, juntamente com Fernando.

- Leticia, quero te dizer que a Conceitos sempre terá as portas abertas, caso algum dia você decida voltar. – Disse Humberto.

- Bom, muito obrigada, seu Humberto. Letícia disse, e todos aplaudiram. – Obrigada a todos, mas a minha vida agora vai ser junto ao mar, num belo restaurante, ao lado do homem que eu amo. – Segurou as mãos de Aldo.

Naquele momento, Fernando sentiu seu peito arder e sua garganta queimar. Uma dor incontrolável o tomou. Uma mistura de dor e ciúmes o invadiu. No fundo, ele tinha inveja de Aldo, pois ele queria ser o homem ao qual Letícia queria e planejava passar o resto de sua vida. Mas ele tinha que ser forte. Não poderia e não se permitiria demonstrar fraqueza e tristeza nem para Aldo, nem para Letícia.

- É, bom... desde que o Domenzaín não coloque você para fritar, não é? – Disse rindo, e foi o riso mais

- Ai, que engraçadinho. – Aldo disse, forçando um riso.

- Deslocado! – Fernando disse provocando Aldo, cruzando os braços e revirando os olhos.

- Você é quem está deslocado. – Aldo retrucou. –  Obrigado, tá?

Fernando não o respondeu. Tentou apenas disfarçar toda a dor, ciúmes e raiva que sentia.

- Este dia deve ficar gravado na memória de todos nós. – Terezinha disse, percebendo o clima pesado que se formou. – É o momento que Fernando recupera a presidência da Conceitos. – Disse animada, e Fernando arregalou os olhos, espantado.

Ao som de aplausos e “vivas” todos comemoraram. Todos ali sabiam o quanto recuperar a presidência significava para Fernando, até ele mesmo. Mas por mais que quisesse ficar, seus planos eram outros.

- Er... não, não! – Fernando disse tentando conter a comemoração. – Não, não, não, não, não. – Disse nervoso.

- Tem que ser você. Parabéns, Fernando! Você é o indicado! – Aldo disse batendo no ombro de Fernando. – Tem que ser você, é serio.

- Nãããão! Não, não acho.– Respondeu com desdém. – Não, não. Mamãe, olha, eu agradeço muito.  – Olhou para Terezinha. – É brincadeira! Depois de levar a Conceitos quase a ruína total, é... eu acho que não corresponde à mim a presidência que eu quase destruí... é ... os fundamentos do meu pai, não. Esse posto... esse posto já pertence a outra pessoa que ama a Conceitos tanto quanto nós todos.– Ele disse caminhando pela sala, parando ao lado de Ariel, tocando os ombros do irmão postiço.

Todos se assustaram e discordaram da decisão de Fernando, com exceção de Ariel, que assentia a todo o momento. Afinal, ele sempre sonhou em ser presidente da Conceitos.

- Fernando, me dá muito prazer que enfim reconheça que eu sou...

Fernando gargalhou estranhamente, interrompendo Ariel.

- Não! – Disse sério. – Essa pessoa é Márcia Villarroel! – Bateu nos ombros de Ariel, afastando-se dele.

- Mas, mas... – Márcia disse perplexa. – Fernando, eu não! – Olhou para todos a mesa, que assim como ela, estavam atônitos pela decisão de Fernando.

- Márcia, a presidência da Conceitos é sua! – Fernando disse decidido.

Márcia sorriu agradecida, afinal, a empresa foi uma das poucas lembranças que restou de seu pai. Ela amava aquela empresa, talvez mais que o próprio Fernando.

- Fernando, muito obrigada! – Ela o olhou sorrindo. – Mas você tem eu ficar do meu lado, Fernando. Você tem que me ajudar!

- Não, não, Marcia. Eu não posso mais ficar na empresa. – Disse com o olhar perdido em qualquer ponto fixo que não fosse os olhos de ninguém naquela mesa, colocando as mãos no bolso. – Eu consegui salvar a Conceitos, mas não o que eu mais queria... – A dor de dizer o que estava dizendo o fez parar por alguns segundo, mas ele tinha que ser forte. – Eu não posso ficar aqui porque... Conceitos sempre vai me lembrar o que eu perdi para sempre.

Fernando permanecia com o olhar vazio, e foi inevitável para Letícia sentir seu coração se partir. Ela o olhou com pesar, assim como todos presentes. Qualquer pessoa naquela reunião sabia o quanto Fernando amava Letícia, principalmente ela.

- Com licença! – Disse Fernando. E caminhando até a porta, deixou um vazio imenso naquela sala cheia.

Letícia apenas o observava se afastar calmamente, indo de encontro a saída da sala. Embora estivesse feliz ao lado de Aldo, o que ela sentia por Fernando ainda era muito forte, e vê-lo sofrer daquela maneira, a fazia sofrer também.

Todos sentiram-se tristes com a partida de Fernando. Mesmo com os erros do passado, ele era querido por todos ali. Mas alguém em especial, sentia ainda mais pela sua partida, e não permitiria que ele fosse embora sem tentar convencê-lo do contrário, ou ao menos, sem se despedir.

Letícia correu, correu antes que fosse tarde demais, antes que ela perdesse a ultima oportunidade que teria. Ainda as pressas, ela saiu da empresa, avistando-o

- Seu Fernando! – Correu na tentativa de alcança-lo, o segurando pelo braço, fazendo-o parar de caminhar e virar-se para ela.

Eles se olharam por alguns segundos, fazendo um silencio ensurdecedor pairar sobre o ar.

- Dona Lety, o que faz aqui? – Fernando disse quebrando o silêncio. – Deveria estar se preparando para ir para Monterrey, não é?

- Pensou que... Podia ir embora sem se despedir de mim? – Ela sorriu triste. Se despedir de Fernando seria a coisa mais difícil que ela já fez em toda a sua vida.

- Na verdade, eu não queria me despedir da senhora. –Respondeu sincero. – Não é que eu não quisesse, eu não podia... – Ele a olhava com o olhar vazio. – E ainda agora eu não sei se posso me conter e dizer ou... ou gritar...

- Não, não, não. – Letícia o interrompeu. Vê-lo daquela maneira era torturante para ela, e saber que ela era a causa do sofrimento de Fernando apenas agravava sua dor. – Não diga nada, por favor.

- É que eu fiquei com vontade desde aquela briga com o Domenzaín. Lembra que ele me irritou? E... – Abaixou sua cabeça. Por mais que quisesse, não conseguia encará-la. – Se me permite, eu quero...

Letícia o olhava confusa e com a respiração totalmente desregrada. Sentia cada osso do seu corpo se quebrar. Não suportava ver Fernando daquela maneira.

- Eu quero que... – Fernando suspirou, olhando para a porta da empresa. – QUE TODA A CONCEITOS SAIBA QUE EU AMO A LETICIA PADILLA SOLIS. – Gritou, soltando um suspiro de alivio, sorrindo logo depois.

Desde que brigou com Aldo, aquele grito estava preso em sua garganta. Sentia que devia isso a Letícia, e sentiu o peso de um prédio de quinze andares saírem de suas costas.
Ao contrário dele, Letícia sentiu sua alma se contorcer em seu próprio corpo. Ouvir Fernando declarar seu amor publicamente, mesmo sabendo que ela estava prestes a casar com outro, apenas confirmava o quanto Fernando a amava, e isso a fazia sentir-se ainda pior.

- Eu perdi você, dona Lety. – Ele olhava para o carrinho e boneco de brinquedo que estava em suas mãos. Ele fugia do olhar de Letícia. – Eu perdi você para sempre e... – Dizia encarando o chão, ou qualquer outro lugar que não fosse os olhos de Letícia. – E só o que me consola é... – As lagrimas que ele tanto lutou para conter, se manifestou, e ele tratou de secá-las antes que elas rolassem por seu rosto.  – É saber que a senhora vai ser feliz.

Letícia manteve-se em silencio, o olhando com pesar.

- Me prometa que vai ser feliz, Dona Lety. Jure para mim...

- Ai, chega, chega! Por favor! – Letícia o interrompeu. As palavras de Fernando rasgavam a sua alma, fazendo- a sangrar. – Deixa isso para lá, seu Fernando.

- Adeus, dona Lety. – Fernando disse virando-se, na intenção de seguir em frente.

Letícia não sabia o que fazer. Embora quisesse terminar com toda a dor que aquela conversa estava gerando, não poderia deixa-lo partir. E tomada pelo impulso do medo de perdê-lo, segurou o braço de Fernando.

- Não! – O olhou com pesar. – Não, não, Seu Fernando. Não diga isso.

Nem um dos dois sabia o que dizer. Afinal, o que diriam? E só lhes restaram conversarem através de seus corpos, e dando um passo a frente, Letícia puxou Fernando para um abraço. Queria de alguma maneira tentar impedi-lo de seguir com aquela ideia absurda, mas conhecendo Fernando tão bem, sabia que nada o impediria. E sabendo disso, não lhe restou outra opção ao não ser aceitar que o homem que marcou a sua vida estava partindo, levando uma parte dela consigo.

O abraço durou por alguns segundos. Fernando desfrutava do abraço com os olhos fechados, e telepaticamente implorou para que aquele momento não acabasse nunca. Ele sabia perfeitamente o que era o melhor e o certo a se fazer, mas não conseguia. Não era fácil saber que naquele momento estava perdendo o amor de sua vida. Estava se deixando vencer, não porque queria, mas porque já não tinha nem forças nem armas para lutar pelo amor de Letícia.

Lentamente, eles se afastaram do abraço, e pela primeira vez naquele dia, seus olhares se cruzaram. Não disseram nada porque seus olhares conversavam entre si, e eles gritavam por saudade, mesmo que um ainda estivesse na presença do outro. Letícia sorriu triste, entendendo que já não havia mais nada a se fazer. Fernando a olhou com os olhos marejados e o peito em chamas, e juntando todas as forças que ainda lhe restava, sorriu, caminhando no caminho oposto ao de Letícia. Seguindo uma trilha oposta, que ia à contramão a estrada de Letícia. Tomando um rumo distinto ao que ela tomou. Um rumo que para ele, seria sem retorno.

 

 

 

 

 

- Bom dia, Yasmin! – Disse passando pela recepção.

- Bom dia, Lety! – Ela sorriu, olhando para mim.

Eu apenas sorri, caminhando em direção ao elevador. Não demorou muito para que eu chegasse ao hall, e logo fui recepcionada por todas as meninas do quartel.

- Bom dia, Lety! – As meninas do quartel disseram juntas.

Mesmo depois de ocupar o cargo de presidente, eu não me sentia bem em ser tratada por “presidente”. Nós éramos mais que patroas e funcionarias, éramos amigas, e isso não mudaria por um cargo ou um crachá.

- Bom dia, meninas! – Respondi sorrindo, escorando-me a mesa de Lola. – Sabem se a Carolina já chegou?

- Ainda não, dona Lety. – Paula Maria respondeu.

Uma das primeiras coisas que desde que Fernando foi embora, foi promover Paula Maria como minha secretária, deixando Yasmin na recepção. Paula Maria mesmo sendo destrambelhada, fazia um trabalho impecável, e sempre quis trabalhar no hall junto com as outras meninas.

- Mas assim que ela chegar, diremos que você a procurou. – Marta disse, mordendo uma maçã.  – Quer deixar algum recado?

Por mais que eu gostasse das meninas, eu preferia deixá-las afastada de parte dos meus assuntos pessoais, caso contrário, estaria na primeira página de todos os jornais do país.

- Não, obrigada! – Sorri. – Bom, eu preciso ir agora. Até depois, meninas.

- Até! – Responderam em uníssono, e antes de entrar em minha sala, pude ouvi-las cochichando entre si qual seria o assunto que eu gostaria de tratar com Carolina.

 

Entrei na sala, e me sentei pesadamente na cadeira, lembrando-me de tudo o que vivi aqui. Eu já havia me acostumado com a ausência de Fernando, mas não com a saudade que me visitava todos os dias. A aflição de não saber onde ele está, como ele está e principalmente... com quem está. Eu sei que eu não tinha o direito, mas sentia o meu sangue ferver só em conceber a ideia de que Fernando tinha outra pessoa. Mas da maneira com a qual ele partiu, imagino que ele ainda não se recuperou do golpe de me ver casada com o Aldo, e isso acabava comigo.

Me levantei da cadeira, e ainda nostálgica, caminhei até a salinha, parando na porta. Com os olhos marejados e o coração apertado, tomei um impulso, abrindo a porta. Mesmo com a insistência de Paula Maria, eu não permiti que ela trabalhasse nessa sala. Essa sala onde eu vivi tantos momentos com Fernando, e ao fechar meus olhos, eu conseguia reviver cada momento. Eu conseguia reviver cada caricia, cada beijo... eu conseguia sentir a presença de Fernando.

 

 

 

 

 

Letícia estava em sua sala, concentrada em todos os documentos, papeis, balanços e orçamentos, quando se assustou ao ouvir um estrondo vindo da porta, e Fernando entrando por ela logo depois. Estava notavelmente alterado, e isso justificava o fato dele ter chutado a porta, ao invés de abri-la como uma pessoa normal faria. De forma “sedutora”, Fernando entrou na sala.

- Já terminou o balancete, Leticia? – Perguntou, caminhando até a mesa.

- Não. Amanhã eu vou terminar, seu Fernando. – Letícia respondeu sem fazer muito caso, cruzando os braços.

- Amnhã? Amanhã! – Fernando disse irônico. – Claro, como temos muitíssimo tempo, verdade? – Juntou as mãos na direção do queixo, abrindo-a juntamente com os braços. – Mas, não. Saiba que não. Você não pode, Letícia.

Letícia permaneceu com os braços cruzados, notavelmente irritada.

- Você tem que acabar aqui hoje mesmo. – Disse apontando o dedo indicador para o chão.

- Perdão, mas já vieram por mim. Estão me esperando, Seu Fernando. – Letícia disse descruzando os braços e pegando sua bolsa.

- Ah! – Fernando forçou um riso. – Vieram por você? – Perguntou irônico. – Que bom... que bom. – Olhou para Letícia, dando dois passos para trás. – E você prefere ir com esse senhor, que terminar o seu trabalho, não é verdade?

Letícia revirou os olhos, impaciente, cruzando os braços mais uma vez.

- Seu Fernando, eu estou muito cansada. Eu quero ir! – Disse Letícia, sem olhar para Fernando.

- Não... – Fernando respondeu em ironia. – Não, você não está cansada de nada, Letícia.

- Ah não? – Perguntou irônica, erguendo as sobrancelhas.

- O que você quer é me atormentar, me enlouquecer. – Fernando continuou. – Não é assim? Me diga. Pode me dizer. – Disse gesticulando.

- Está equivocado, Seu Fernando. – Letícia respondeu com frieza. – Boa noite!

Letícia caminhou na intenção de sair da sala, mas dando um passo a frente, Fernando a impediu de seguir. Fernando encarou Letícia, e ela não teve outra alternativa além de retroceder, dando dois passos para trás.

- Não, você não vai, Letícia. – Disse tirando a cadeira de Letícia de sua frente, jogando-a num canto qualquer da sala. – Não, senhorita, porque eu já estou me cansando dessa situação. Pouco a pouco, sabe? Estou adoecendo com essa situação. – Ele inclinou seu tronco para frente, aproximando seu rosto de Letícia. – Você fica comigo, e jutinhos, nós dois, como diz a canção, vamos terminar o balanço. – Disse dando um passo a frente, aproximando-se de Letícia, e tocando seu rosto, beijou o topo de sua cabeça.

- Por favor, Seu Fernando. Alguém pode se dar conta. – Ela disse tentando afastá-lo.

- Ahh, e a mim o que importa, que podem se dar conta. O que? – Fernando deslizou sua mão pelo rosto de Letícia, afastando-se dela. – Quem provocou tudo isso?

Letícia o olhou confuso, mas ele não se intimidou. Ultimamente a opinião dos outros estava se tornando menos significativa para Fernando.

- Você quer que aconteça algo grave, Verdade?  Porque já está acontecendo. – Fernando disse aproximando seu rosto de Letícia, apontando seu dedo indicador para o chão. – Você quer me deixar louco. – Apontou seu dedo para ela. – Perfeito, perfeito! – Abriu os braços, dando uns passos para trás. – Sabe de uma coisa, minha querida Letícia? – Perguntou.

Ela não o respondei, apenas o olhava assustada e com os olhos marejados.

- Esse é o novo Fernando, o que você criou. – Disse abrindo uns olhos, e dando um sorriso irônico. – O QUE PODE GRITAR, SE SENTIR VONTADE GRITA! – Gritou. – O que pode te beijar, se sentir vontade também. – Disse se aproximando, segurando a cintura de Letícia.

Letícia tentava a todo tempo manter-se afastada de Fernando. Tinha medo, mas também tinha magoa. As palavras lidas por ela ainda a machucavam, e a sensação que sentia é que aquela ferida não sararia nunca. Com as mãos, Letícia tentou empurrar Fernando, inutilmente.

- Que pode fazer com você o que quiser. – Fernando disse, levando seu rosto para perto do rosto de Letícia.

- Não... – Letícia disse quase inaudivelmente.

- Shhh... – Fernando pediu para que ela se calasse, aproximando-se mais.

Por mais que Letícia tentasse se manter forte, não conseguia. Ela ainda amava Fernando, tanto quanto antes de ler a carta. E sem mais forças para lutar, Letícia se rendeu ao beijo, e por alguns segundos, sentiu seu coração sendo reparado de toda a dor.

 

 

 

 

 

Com os olhos marejados, me levantei da cadeira, olhando em volta da sala. E tocando meus lábios, implorei telepaticamente para que eu ainda estivesse nos pensamentos de Fernando, do mesmo jeito que ele ainda estava nos meus.

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


O que acharam? Obrigada por lerem!


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