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História Lobos do Norte - Capítulo I - Nymeria


Escrita por: LightB

Notas do Autor


Hey pessoas!!*
Aqui está o primeira cap de Lobos do Norte, espero que gostem!**
PS- Não tenho previsão para postar o próximo cap. Só acompanhando mesmo para saber.

Capítulo 2 - Capítulo I - Nymeria


Fanfic / Fanfiction Lobos do Norte - Capítulo I - Nymeria

Lobos do Norte

~LightB

Capitulo I - Nymeria

 

Na parte mais distante das terras conhecidas pelo homem, no coração do Norte, onde a neve se acumula por metros e destrói plantações, um castelo cinzento se destaca em meio a todo o branco que o cerca.

Os altos muros de pedra solida se erguiam além do que os olhos humanos podiam alcançar, protegendo o grande castelo Snow, onde habitaram os primeiros reis do Norte e todas as gerações que se seguiram.

No pátio principal havia grande movimentação, pessoas correndo de um lado a outro, carregando caixas, limpando a neve acumulada nas calçadas, amolando espadas, conversando uns com os outros, fofocando sobre a vida alheia.

            Desliguei-me tanto de meu caminho ao observar os outros que quase fui atropelada por um cavalo, no ato brusco para se desviar de mim o cavaleiro acabou por deixar uma caixa de madeira cair, a qual tive de me desviar rapidamente, para que não me atingisse.

            Ao atingir o chão a madeira se partiu em um estrondo que chamou atenção das pessoas a volta, o conteúdo se espalhou pelo chão, pesados tecidos coloridos brilharam na pouca luz da manhã, sedas caras, as quais foram rapidamente pegas por serviçais do castelo.

            -Perdão Senhorita, está ferida? – uma voz surgiu atrás de mim, fazendo-me pular graças ao susto.

            Meus olhos se desviaram em direção ao misterioso dono da voz, um jovem alto, cabelos negros e olhos cinzentos, postura confiante e vestimentas claramente mais caras que minha casa, usava uma capa de pele de lobo, os pelos cinzentos como seus olhos eram um contraste com a roupa escura, também portava uma espada, a qual pendia ao lado de seu corpo, presa ao cinto de couro.

            -Senhorita?

            Sua voz me trouxe de volta de meus devaneios, percebi estar o encarando e desviei meus olhos para o chão rapidamente, envergonhada, pude ouvi-lo soltar o ar, como uma risada a qual tentava segurar.

            -Estou bem – falei rapidamente, sem olha-lo por nenhum momento – deveria tomar mais cuidado em seu caminho no futuro, pode acabar ferindo alguém.

            -Sabe quem sou? – sua voz novamente se fez presente, desta vez com uma nota clara de surpresa graças a minha falta de respeito a ele, mas também havia algo como um desafio presente ali.

            Ergui meus olhos em sua direção, encarando seu sorriso convencido, ele portava uma expressão de superioridade que me tentava a rir, mas não seria bom testar minha sorte, sendo assim me limitei a um sorriso breve e uma reverencia claramente forçada e desajeitada.

            -Meu Lorde – terminei minha reverencia sustentando um sorriso em uma mescla de inocência, desafio e desinteresse, uma clara falta de respeito ao príncipe.

            Ele bufou, claramente irritado, creio que nunca em toda sua vida tenha sido desafiado por alguém da plebe, alguém que não vestisse dos mais finos tecidos e portasse um grande nome como o Snow, alguém que tivesse de trabalhar para conseguir algo.

            -Selvagem – o príncipe fez a palavra soar como um insulto, mas a verdade é que os selvagens pelo menos eram livres, não tinham um rei que mandasse neles.

            Segurei minha vontade de bufar e de fazê-lo perder a pose confiante que sustentava, já havia abusado de sua boa vontade por mostrar meu desagrado em reverencia-lo, não podia correr o risco de que mandasse me prender.

            -Com sua licença meu Lorde – me impedi de ser mal-educada, mas não consegui me impedir de soar irritada.

            -Onde pensas que vai? – agarrou meu braço com força, me impedindo de prosseguir com meus passos para longe dele.

            -Alguns de nós tem de trabalhar, vossa graça – dei meu melhor sorriso falso para ele, sem sequer esconder o sarcasmo em minha voz.

            Puxei meu braço com força, tentando me livrar de seu aperto, depois de perceber estar fazendo uma cena, e que haviam pessoas nos olhando, o príncipe me soltou e se recompôs antes de ajeitar a pele sobre os ombros e seguir na direção oposta, como se eu não existisse.

            Olhei para os lados, encarando as pessoas que me fitavam, desafiando-as a dizerem algo, mas como sabia que aconteceria, nem uma palavra sobre o assunto saiu de suas bocas, pelo menos não enquanto eu estava ali, mas aposto que no momento em que lhes dei as costas já passaram a fofocar uns com os outros.

            Segui a passos largos em direção ao portão, havia saído para buscar lenha e se me demorasse ainda mais minha mãe logo iria atrás de meu pai, importuna-lo com a hipótese que sua pobre filha havia sido devorada por lobos na floresta, sempre dramatizando todas as situações.

            Andei por alguns minutos, o vento soprava gélido e podia garantir que uma nova nevasca chegaria durante a noite, agarrei-me a minha capa, fina de mais para um tempo como aquele, faltavam apenas alguns metros para chegar ao ponto onde as lascas de madeira ficavam armazenadas.

            Passei meus olhos pela região, não havia ninguém ali, o que era incomum, a neve tomava quase toda planície e tudo o que podia ver era o branco, as arvores sem folhas e o céu cinzento.

            Aproximei-me do monte de lascas e comecei a pegar algumas, acumulando-as em meus braços, precisava levar o quanto conseguisse, mas algo me chamou atenção, um som diferente, quase como um choro, mas tinha certeza de que não era humano, parecia um filhote de cachorro.

            Coloquei a lenha no chão ao lado da pilha e segui o som, entrei na floresta e dei alguns passos vacilantes, aquele lugar me dava arrepios, não apenas pelo frio, mas graças as histórias que cresci ouvindo, logo mais à frente havia uma pequena bola de pelos negros se movendo em meio a neve.

            Soltei um sorriso breve enquanto me aproximava da pequena criaturinha, como é que um filhote de cachorro havia ido parar ali? Abaixei-me ao seu lado e o peguei em mãos, percebendo que aquilo não se tratava de um cachorro, e sim um filhote de lobo.

            Olhei ao redor aterrorizada com a ideia de que realmente haviam lobos tão próximos de nós, sempre achei que eles habitassem as terras mais a norte, na parte quase nunca visitada, onde era frio de mais para seres humanos.

            Levantei-me ainda segurando o filhote em meus braços, ele possuía longos pelos, totalmente negros, grossos e macios, devia ter pouco mais de um mês e meio, talvez menos, os olhos eram tão brancos quanto a neve, um grande contraste com a cor de sua pelagem, e ao mesmo tempo estranho, jamais havia visto um animal de olhos brancos.

            Estava tão concentrada admirando o animal em meus braços que por um momento me esqueci de que estava em uma floresta habitada por lobos selvagens e perigosos e que segurava um de seus filhotes.

            O som do quebrar de um galho me trouxe de volta a realidade e me virei instantaneamente na direção do som, meu coração disparado pelo medo do que seria, mas para meu alivio não era a mãe lobo.

            -O que faz perdida na floresta, Selvagem? – o príncipe estava a poucos passos de mim, seus olhos encaravam o pequeno filhote em meus braços como se fosse um monstro – ainda mais com uma besta dessas.

            -Eu possuo um nome – minha voz saiu aguda graças ao grito que segurava, ele estava começando a me irritar me chamando daquela maneira – e isso é apenas um filhote inofensivo, não há nenhuma besta aqui, além de você é claro, Vossa Graça.

            Apenas me dei conta de o ter insultado quando as palavras já haviam saído, meu pai havia cansado de me alertar que minha língua afiada um dia iria me causar grandes problemas, e pelo olhar do príncipe, podia jurar que esse dia seria hoje.

            Antes que qualquer palavra pudesse ser dita por ele um som mais alto chamou nossa atenção, um rosnado feroz e estrondoso, pulei como um gato assustado para seu lado e encarei a verdadeira besta a nossa frente, um lobo gigante de pelagem negra e olhos azuis como cristal, os longos e afiados dentes estavam a mostra.

            Não pude ver quando a loba pulou sobre nós, apenas ouvi o som da espada sendo puxada e a lamina atingindo o animal feroz, soltei o filhote no chão e me afastei para minha própria segurança.

            O lobo rosnava ferozmente, um corte em sua pata dianteira direita sangrava, mas isso não parecia abala-la nem ao menos um pouco, toda sua fúria continuava ali, intacta, já o príncipe não parecia tão confiante a lutar contra uma fera quase tão grande quanto ele próprio.

            No próximo ataque ele não teve a mesma sorte de antes, a loba já estava preparada para o golpe da espada, ao invés de se lançar contra o corpo do príncipe ela pulou sobre a espada, lançando-a aos meus pés, a lamina de aço refletiu meu rosto e eu hesitei em pega-la.

            Respirei fundo e agarrei o cabo de couro, nunca havia manuseado uma arma tão cara quanto aquela, o peso não era surpresa alguma para mim, já havia tido aulas, clandestinas, com espadas de ferro, mais pesadas do que estas, mas menos efetivas já que perdiam o corte mais rapidamente.

            Ao olhar novamente para a luta percebi que precisava fazer algo ou o reino teria um herdeiro a menos, a loba havia conseguido encurrala-lo contra uma grande árvore, permanecia imóvel a poucos metros dele, parecia saborear o medo que exalava dele, estava tão centrada em sua caça que nem ao menos notou minha existência.

            Aproximei-me o mais cautelosa que pude, mas ao mesmo tempo rápida, já que se esperasse de mais não adiantaria de nada lutar, estava a dois passos de distância, não precisava de mais do que isso, ergui a espada pouco a cima da cabeça e desci a lamina contra a nuca do animal, atravessando a espada por seu pescoço, a imensa loba caiu aos meus pés no mesmo instante.

            Soltei o ar que prendia, meu coração estava tão acelerado que poderia escapar de meu peito a qualquer instante, encarei o príncipe e percebi que ele parecia aterrorizado, depois de alguns minutos seus joelhos cederam e ele caiu no chão coberto de neve.

            -Acho que salvei sua vida majestade – segurei a risada que por algum motivo desconhecido sentia vontade de soltar, ele me olhou intrigado – acho que no fim não é o príncipe que salva a donzela.

            Inexplicavelmente ele começou a rir, como um idiota, sem classe alguma, nem parecia ser da mais alta posição social, não consegui me impedir de me juntar a ele, as risadas duraram alguns minutos onde tudo o que se podia ouvir eram elas e seus ecos por entre as arvores secas.

            Quando finalmente pude parar de rir e consegui recuperar o ar me adiantei alguns passos e estendi a mão ao príncipe, o qual aceitou minha ajuda e se colocou em pé batendo a neve de sua roupa.

            -A propósito, qual seu nome Selvagem?

            -Nymeria, Meu Lorde – dei as costas a ele e andei em direção ao pequeno filhote que se encolhia em um monte de pelos.

            -Pare de me chamar assim, meu nome é Philip – ele estendeu sua mão em minha direção, como um cumprimento.

            Peguei o filhote novamente em meus braços e andei até onde ele se encontrava, aceitei o cumprimento pensando ser apenas um simples aperto de mãos, mas pelo contrário, como o cavaleiro que foi criado para ser ele roçou seus lábios sobre minha pele antes de soltar minha mão.

            -Como queira Meu Lorde Philip – a provocação em minha voz era tão clara que pude ouvir sua risada mesmo que já estivesse a alguns passos de distância dele – espero que tenha aprendido a não vir sozinha para a floresta.

            -Com toda certeza começarei a trazer uma donzela para me salvar – Philip soou sério, mas ao olhar por cima do ombro para vê-lo pude perceber seu sorriso zombeteiro – se estiver livre para me salvar amanhã é claro.

            -Terei de olhar em minha agenda, muitos príncipes no mundo para se salvar – sorri de costas para ele, caminhando para longe – mas quem sabe do futuro, não é?

            Não pude ouvir se ele me deu alguma nova resposta, estava muito distante para isso, com tudo o que havia acontecido havia me esquecido da lenha, e também tinha de pensar em algo para convencer meus pais a me deixar criar o filhote, afinal, eu havia matado sua mãe.

            Por mais que aquilo pudesse nunca mais acontecer, que eu pudesse jamais voltar a encontrar com o príncipe assim, eu não me importei em deixa-lo para trás como muitas outras donzelas fariam em meu lugar, de algum modo eu tinha certeza de que não seria a última vez a nos encontrarmos.


Notas Finais


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