P.O.V. Gusta
Nossos horários estavam completamente trocados. Fomos dormir às 3 da tarde, e eu estava acordando na hora que teoricamente estaria terminando de gravar hoje, umas 10 da noite. Mandei uma mensagem antes de dormir para o Rick e pro Kosera avisando que ia ter que cancelar e depois explicava melhor. Eles estranharam porque eu geralmente gravo até se estiver morrendo, mas aceitaram de boa. Olhei pra Ana dormindo do meu lado e cara, realmente eu estava de quatro por ela. Tem noção que eu coloquei o meu canal, que é a coisa mais importante da minha vida, em segundo plano por causa dela? Pra ficar com ela? Que loucura...
As vezes eu esqueço que a gente tem 10 anos de diferença, de tão madura que ela é. Como ela leva a sério a carreira, e Mano do céu, como ela é linda. Quem diz que modelo é tudo magrela e sem sal nunca viu essa garota. A câmera dela estava apoiada perto da janela, devia ser a que ela usa para os vídeos do canal porque era profissional. Liguei a câmera e a primeira coisa que vi foi que ela usava no modo manual. Mulher perfeita! Quer conquistar um fotógrafo? Use a câmera em modo manual. Fiz o foco e comecei a fotografar ela naquela penumbra que só deixava ela mais bonita. Lá pelo décimo clique ela abriu os olhos devagar e deu um sorrisinho de lado.
- Eu deveria saber que é perigoso deixar um fotógrafo sozinho muito tempo com uma câmera por perto... - Ela disse com a voz rouca.
- E com uma modelo dessas dando mole... - Eu disse deixando a câmera onde estava antes, e deitando por cima dela mas sem jogar o meu peso, antes de dar um selinho seguido de um beijo no nariz e outro na testa.
- Você também não é nada mal... - Ela disse rindo. - Acho que eu devia fazer você posar nú para mim.
- Pra você fotografar? - Eu perguntei rindo da possibilidade.
- Te fotografar? Nem morta, você vai ficar criticando tudo... - Ela disse, e eu ri. Ela sabia o quanto eu era chato. - Pra te desenhar, ou pintar.
- Esse quadro é seu? - Eu perguntei, olhando para um quadro grande em cima da cama, que parecia um autoretrato.
- Uhun. Foi o primeiro que eu pintei depois que eu mudei para São Paulo. Não que eu tenha feito muitos, eu quase não tenho tempo ultimamente. A maioria eu fiz de presente, só fiquei com esse e o que está na sala.
- Você é muito talentosa. Não devia parar de pintar, ou desenhar, criar... - Eu disse fazendo carinho no rosto dela.
- Eu preciso da carreira de modelo agora. É o que paga as minhas contas... - Ela disse com o olhar triste. - Eu preciso começar a focar na transição, eu tenho quase toda a minha coleção desenhada já... Alias, você que é todo estilosinho podia me dar a sua opinião... - Ela disse me empurrando para o lado e levantando, deixando o lençol para trás e desfilando aquele corpo maravilhoso na minha frente. Ela voltou com uma pasta cheia de desenhos e me entregou. - Eu quero a verdade. Eu sou forte, vai lá!
Eu abri a pasta e fiquei boquiaberto. Ela era muito talentosa. Não me entenda mal, aquela mulher era linda e eu sei exatamente porque ela estava fazendo tanto sucesso como modelo, mas aquilo ali na minha mão tinha um outro brilho. Ela tinha o mesmo apego aos detalhes e a focar no belo que eu tenho. Eu olhei para ela e vi que ela observava a minha reação.
- Eu acho que você definitivamente está apostando na profissão errada. Você é ótima modelo, mas é muito melhor designer. - Eu disse pegando um dos desenhos. - Olha isso! Você vai fazer rios de dinheiro com essas peças, principalmente com a imagem que você tem.
- Com toda a confusão dos últimos tempo acho que minha imagem não está tão boa assim... - Ela disse suspirando.
- Hey, para de se cobrar tanto. Ninguém quer alguém perfeito, o perfeito é chato. - Eu disse puxando ela para o meu colo, o que fez nós dois nos arrepiarmos e aquele desejo todo voltar. Começamos a nos beijar loucamente, e estávamos tão envolvidos um no outro que só ouvimos que alguém tinha entrado apartamente tarde demais.
- Ai caralho, desculpe! - Nós ouvimos e a minha primeira reação foi cobrir nós dois, mas a pessoa já tinha fechado a porta do quarto. Ouvimos gargalhadas do lado de fora, e a Ana já estava gargalhando do meu lado também.
- Quem era? - Eu disse já recomposto do susto, e já rindo também.
- A Maria Julia e a Nah, elas tem a chave. Devem ter me ligado um milhão de vezes e ficaram preocupadas. - Ela disse levantando e colocando a blusa e um short mega curto. Eu segui o exemplo e me vesti também, antes de sairmos do quarto. As meninas estavam na sala ainda rindo.
- Meu Deus, que cena! - A Maria Julia, que eu só conhecia de 'oi' e já tinha me visto pelado, disse quando viu a gente. - Ainda bem que o Alex ficou com o Vicente em casa, acho que o Gusta não saia vivo daqui hoje se ele visse aquela cena.
- E a gente achando que você podia estar passando mal... Tava passando muito bem, hein! - a Nah disse me deixando sem graça, afinal ela era minha amiga também e bem... Eu não costumo ficar pelado nem transar na frente dos meus amigos. Bem, na frente de ninguém na verdade.
- Desculpe não avisar nada meninas, mas eu o Gusta estávamos... Nos acertando e matando a saudade. - a Ana disse ligando a cafeteira.
- Eu não me oponho nem um pouco, aliás, super apoio! - a Nah disse, e eu queria abraçar ela naquele momento. Eu sei o quanto ela estava dando força pra gente, e que foi ela que me ajudou a conquistar a Ana e fazer ela me dar uma chance. Com a história com o T3ddy estava difícil fazer essa loira cabeça dura se envolver com alguém.
- Eu sei bem disso. - A Ana disse me passando uma xícara de café, e fazendo outra para ela. As meninas já tinham se servido. - Você é #teamstockler...
- Eu não tinha nenhuma opinião formada, mas depois do que vi hoje tô ai apoiando também... Vocês estão de parabéns! Casalsinho TOP! - a Maria Julia disse, me fazendo ficar mega envergonhado.
- Maria Julia, o Gusta ainda não sabe que você é louca... Ignora isso, vida. Ela não tem filtro! - A Ana disse me abraçando e me dando um selinho. Eu adorava esse jeitinho fofo e carinhoso dela, mesmo a gente não sendo namorados ela tinha essa naturalidade de tratar as pessoas com carinho e demonstrar todos os sentimentos.
- Então vocês... - a Nah disse sorrindo, dava pra ver o quanto ela estava feliz por ver que a gente estava junto.
- Nós estamos sem rótulos, OK? - a Ana disse, e me olhou como se buscasse aprovação. Não me entenda mal, eu queria aquela mulher do meu lado, mas nós tinhamos conversado sobre isso e nós dois ainda estávamos precisando de um tempo depois de relacionamentos super expostos e cheios de drama. Ela ainda mais do que eu. Eu dei um selinho nela.
- Nós não vamos nos esconder, vamos só manter as coisas mais entre nós. E sem a palavra namoro rondando as nossas cabeças. - Eu disse puxando ela pela cintura.
- Então isso é tipo uma amizade colorida? - a Nah perguntou franzindo a testa.
- Isso não tem nome. - A Ana disse. - Isso sou eu e ele.
Uma simples afirmação nunca me fez tão feliz... Era bom estar com alguém se sentia exatamente como eu.
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Os dias depois que eu voltei de viagem estavam bem tranquilos em relação a trabalho, e estava louca para ver meus amigos. Tinha feito um bate e volta em Ribeirão para ver meus pais e meu irmão mais velho, mas como tinha menos de uma semana antes do meu próximo job eu queria ver todo mundo antes de viajar novamente. Estava rolando uma baladinha hoje mais tarde e eu já estava me arrumando para ir. O Gusta ia passar aqui em casa para me buscar, e chegar junto com ele ia causar um burburinho. Certeza! A Nah já estava por lá com o PeLu e me avisou que o Lucas tinha chegado com os meninos. Paciência, né? Deus sabe que ele ainda mexia muito comigo, mas era melhor eu me acostumar a encontrar com ele por ai.
O Gusta me ligou dizendo que estava lá embaixo, e eu tranquei o apartamento e desci para encontrar ele. Desci no elevador fazendo stories pro Insta.
**SNAP ON**
Oi Lindinhos e lindinhas! Olha esse look, meu povo! Tô querendo matar quem hoje? Hein? Hein? Tô indo pro rolêzinho com os migos e tenho carona! Ou seja... (terminei com cara de quem vai aprontar).
** SNAP OFF**
Sai do elevador e vi o carro do Gusta me esperando. Entrei e não vi que ele estava gravando snap, e levei um susto. Ele começou a rir.
- Eu estava aqui fazendo o maior mistério sobre quem eu estava esperando e ela chega estragando tudo! - Ele disse olhando pro celular. - Olha isso, Brasil! - Ele me filmou e eu dei uma piscadinha de brincadeira pra câmera.
- Demorou, hein! - Ele disse já gravando o próximo Snap.
- Eu tava te esperando lá no rio, achei que você vinha de canoa me buscar... - Eu disse sarcástica, porque na verdade ele é que tinha atrasado.
- A canoa tá na revisão! - Ele disse olhando rindo para mim, e o tempo do Snap acabou. - Desculpe o atraso... - Ele completou me dando um selinho, e saindo com o carro.
- Tá de boa, - eu disse já rindo. - eu também demorei pra me arrumar. Mas a Nah disse que a galera já chegou por lá.
- Inclusive o T3ddy. - Ele disse, e me olhou de lado. - O Castanhari me ligou também, perguntando se a gente tinha desistido de ir por isso. Tá tudo bem por você?
- Bem, bem não tá... Mas eu tenho que me acostumar, afinal ele é praticamente da minha família e em menos de um mês é o batizado do meu sobrinho que ele também é padrinho. - Eu disse.
- Eu só quero que você seja honesta comigo, OK? Eu sempre vou entender o seu lado. - Ele disse segurando minha mão, e beijando.
- Você é perfeito, baby. - Eu disse puxando a mão dele e beijando também.
Chegamos e ele entregou o carro para o valet. Assim que entramos rolou umas olhadas nada discretas, mas ignoramos. Seguimos para o camarote dos nossos amigos e chegando lá a galera já estava avançada na bebedeira. A Tatá clamarente bêbada me abraçou junto com o Gustavo e começou a pular.
- Meu Deus! Vocês estão juntos!! - Ela pulava levando a gente junto. - Tá todo mundo se pegando!
- Então vai pegar teu homem, porra! - Eu gritei por cima da música para ela me ouvir e ela gargalhou, e saiu para abraçar o Julio. Eu sabia que eles já estavam juntos desde a festa do Youtube. Fui falar com o pessoal e quando estava indo falar com a Nah, o Mauro me puxou.
- Eu espero que você não esteja pensando em me ignorar só por causa do T3ddy, viu mocinha? - ele disse sério.
- Eu jamais faria isso, Maurinho. - Eu disse abraçando ele. - E nem vou ignorar ele também, vem... - Eu puxei ele e fui falar com os meninos que estavam com o T3ddy. - E ai meninos, tudo bem?
O Lucas parecia não acreditar que eu estava ali, e a primeira coisa que eu notei é que ele estava usando o meu pingente de ursinho junto com o dele. Ele percebeu que eu olhei e eu desviei o olhar. Abracei o Chris e o Igão, e chegando nele, vacilei um pouco mas abracei também. Dei um beijo no rosto dele e foi a coisa mais estranha do mundo. Senti ele apertar a minha cintura com os braços, me segurando por uns segundos a mais no abraço do que os outros meninos.
- Tudo bem, Anoca? - Ele perguntou.
- Tudo bem. - Eu disse simplesmente, sorrindo para ele. Ele sorriu de volta, e foi como se todo o peso do mundo tivesse saído das minhas costas. A gente estava bem. Mas dai eu reparei bem nos olhos dele, e faltava aquele brilho. - E você?
- Acho que tudo bem... - Ele disse sorrindo, mas o sorriso não chegava aos olhos. Olhei para o Chris e ele meneou a cabeça, como se dissesse que não estava nada bem. O Mauro também me deu um sorrisinho meio fraco, e aquilo doeu meu coração. Eu podia estar sendo idiota considerando tudo o que rolou e o quanto ele me machucou, mas ele era meu amigo antes de tudo.
- Você quer conversar? - Ele parecia assustado com o que eu propus, e eu também não sei o que me levou a fazer aquilo.
- Acho que o seu namorado não vai gostar disso... - Ele disse, e eu olhei pro Gusta. Ele estava conversando com o Cocielo e com o Castanhari, e não parecia incomodado. - Ele não é meu namorado. Eu vou avisar para ele só para ele não se preocupar, e te encontro do deck. - Andei em direção ao Gusta e ele me puxou pela cintura.
- Hey, eu vou conversar com o Lucas e já volto, OK? - eu disse, e o Gusta levantou uma sobrancelha pra mim. - Eu estou no deck com ele.
- Tem certeza que isso é uma boa ideia? - Ele perguntou, e é óbvio que ele não tinha gostado da ideia, só não estava falando claramente porque nós não tinhamos nada sério.
- Eu te prometi que ia jogar limpo com você. E é isso que eu estou fazendo. - Eu disse firme. - Ele não tá bem, e eu não vou conseguir seguir com a minha vida sabendo que eu estou fazendo alguém sofrer.
- Ele te fez sofrer também. - Ele disse, e suspirou. - Você tem que parar de querer fazer todo mundo feliz. Sempre vai ter alguém insatisfeito com você, Ana. E ele vai melhorar com o tempo.
- Gustavo, eu vou falar com ele. - Eu disse olhando nos olhos dele. - Eu não vim discutir isso, eu vim te falar porque eu te respeito e a gente tá aqui junto hoje.
- OK, Ana. Só cuidado, e não se machuca. Ele não te merece. - Ele disse, e se virou para voltar a conversar com o Julio e o Felipe. Eu suspirei e segui para o deck. Olhei para a Nah, que estava dançando com o Pedro Lucas, e ele revirou os olhos pra mim. Porque ninguém entendia que eu não podia simplesmente virar as costas para ele assim? Porque as pessoas precisavam me julgar?
Fui andando e quando sai, eu vi que ele estava olhando para a vista de costas para mim. Parei do lado dele e ele continuou olhando para frente.
- Essa tristeza toda não é só por minha causa. - Eu disse, e ele suspirou. - Aliás, isso começou antes da gente terminar, e é por isso que eu estou aqui. Eu também falhei com você, não percebi que tinha algo de errado e que tudo o que você estava fazendo era reflexo de algo maior.
- Com certeza você ter terminado comigo não ajudou em nada... - Ele disse, e aquilo me machucou.
- Eu não merecia aquilo, Lucas. - Eu disse segurando as lágrimas, e me abraçando para espantar o frio já que ventava bastante ali. A noite estava fria e por isso não tinha ninguém do lado de fora.
- Eu sei. - Ele disse. - Você era a melhor namorada do mundo, a única parte que fazia sentido na minha vida. Acho que foi por isso que eu reagi tão mal quando tudo terminou. Você me desculpa? Por tudo o que eu te fiz?
- Eu já te desculpei, Lucas. - Eu disse batendo o ombro no dele com o meu ombro. - Mas eu realmente estou preocupada com você.
- Não precisa, Linda. - Ele disse me abraçando de lado, e beijando minha testa. - Eu vou ficar bem.
- Me diz qual o problema? - Eu perguntei abraçando ele de lado, pela cintura.
- Eu estou perdido, Ana. Eu não sei o que fazer... O Youtube não é pra sempre, e eu não estou construindo nada duradouro. Eu olho pro resto do pessoal e todo mundo já tem algo para fazer quando todo este sucesso acabar. E eu? Quem eu sou?
- Lucas, você tem todo esse carisma, é engraçado... Você pode continuar trabalhando com entretenimento, mesmo que não seja na internet. - Eu disse olhando para cima, para olhar nos olhos dele.
- Eu só tenho medo de acordar um dia e ver que acabou. - Ele disse, e me olhou. - Do mesmo jeito que acabou entre a gente. E eu não fiz nada para impedir.
- A gente não sabe nada sobre o amanhã, Lucas. - Eu disse, e me arrependi imediatamente ao me dar conta do que eu tinha dito. Será que lá no fundo eu achava que um dia a gente ia voltar?
- A única coisa que eu sei sobre o amanhã, é que eu quero ter você por perto. - Ele disse segurando o meu queixo, e me beijando de leve. Eu senti todo o meu corpo aquecer, e aquele sentimento todo que eu tinha escondido lá no fundo do meio peito começou a querer sair novamente. Eu coloquei uma mão no peito dele, e empurrei de leve.
- Não, Lucas. Eu estou com o Gusta. Eu jamais faria nada para magoar ele. - Eu disse ainda balançada.
- Você sente com ele o que acabou de sentir aqui? - Ele perguntou. - Porque eu sei que eu não sinto isso com mais ninguém.
- Eu gosto dele Lucas. - Eu disse, e ele flexinou o maxilar. Esse era sempre um sinal de raiva, mas eu precisava falar. Eu não mentia, e não iria começar agora. - Ele me faz bem, ele me trata bem. É óbvio que a gente não se ama, a gente acabou de se conhecer e...
- Mas ele já dorme na sua casa, e você na dele. - Ele disse com raiva, se afastando de mim.
- Deixa de ser hipócrita, Lucas. - Ele disse revirando os olhos.
- Eu não me envolvi de verdade com ninguém, Ana. Eu te amo, e eu não consigo deixar ninguém entrar na minha vida. - Ele disse me segurando pela base do pescoço e me olhando nos olhos. Aquela intensidade me fez arrepiar, mas eu logo lembrei que aquilo não era certo.
- E eu preciso me envolver com alguém para estar com esta pessoa. - Eu disse segurando o olhar. - Eu não sou como você, e não quero ser.
- Volta para ele, Ana. Ele deve estar te fazendo mais feliz do que eu fiz realmente. - Ele disse me largando bruscamente, e eu quase desequilibrei. Ele não viu, já tinha marchado para dentro do camarote novamente. Eu sentei para recuperar o folego. Porque ele tinha que ser tão cabeça dura? Respirei fundo e entrei depois de uns minutos. Ele já estava com os meninos novamente, e falava algo para eles gesticulando muito, e já com um copo de bebida na mão. Eu segui para o lado do Gustavo, e ele me olhou ainda não muito satisfeito.
- Espero que tenha valido a pena... - Ele disse quando me viu, e eu revirei os olhos.
- Vocês dois são dois idiotas. - Eu estorei finalmente. - Um com ciúmes do outro! E você ainda mais do que ele... Eu estou aqui com você, eu escolhi isso. Se eu quisesse estar com ele, ou com qualquer outro, eu estaria Gustavo!
- Você saiu para conversar sozinha com ele, todo mundo aqui sabe da história toda. - Ele disse cruzando os braços. - E todo mundo sabe que a gente tá junto também.
- Eu tive a impressão que a gente não estava se importando com todo mundo... Não foi isso que a gente disse? - Eu falei cruzando os braços também. - Quer saber, Gustavo? Eu não vou perder a minha noite discutindo isso.
Eu virei as costas e fui em direção ao bar. O primeiro gim e tônica desceu mais rápido do que deveria, e o bar man me olhou rindo.
- Brigou com o namorado, princesa? - Ele me perguntou, e eu ignorei. - Outro, por favor.
- Acho que você está precisando de um duplo. - Ele disse e me serviu. Eu sorri e fui para a pista, onde as meninas estavam dançando, ou melhor, fazendo check in no chão. Eu sou bem fraca para bebida, então rapidinho eu já estava dançando com elas. Quando eu não aguentava mais dançar puxei a Nah para voltarmos para o camarote.
- Eu ainda não tô acreditando que você foi falar com o T3ddy... - Ela disse quando a gente estava pegando mais um drink, apesar de eu provavelmente não dever continuar bebendo.
- Você também não, Nah! - Eu disse pegando o meu drink. - Eu já briguei com o Gustavo, não quero brigar com você também!
- Pior ainda! Como assim você brigou com o Gusta por isso? Você é louca? Cara, porque você faz isso? Ele tá de quatro por você, parece que você quer que ele desista! - Ela disse, e eu vi que ela estava bêbada. Ela também tinha discutido com o PeLu e ele tinha ido embora, o que deixou ela bem puta.
- Nah, você tá bêbada... Eu vou ignorar o que você está falando. - Eu disse revirando os olhos.
- Porque os caras só faltam lamber o chão que você anda, e eu só levo na cara? - Ela disse ignorando o que eu tinha dito. Eu tirei o copo da mão dela, e puxei ela pela mão. Foi uma péssima ideia, porque quando a gente virou o Chris estava beijando uma menina, e o Lucas outra, bem na nossa frente. Eu engoli seco e fingi que não tinha visto, mas a Nah travou e só ali eu percebi quem ela ainda gostava do Chris. Que merda! Eu sou uma amiga péssima mesmo, como eu não percebi isso antes?
- Vamos, Nah. Eu vou te levar pra casa... - Eu disse puxando ela, e ela se deixou levar. Respirei fundo e fui procurar o Gustavo. A gente tinha brigado mas eu tinha vindo com ele e tinha que avisar que estava indo embora.
- Eu tô levando a Nah pra casa, Gusta... - Eu disse, e ele e o Felipe me olharam.
- Eu levo vocês... - Ele disse me abraçando de lado.
- Não precisa, eu sei que você tá chateado comigo. Aproveita a sua noite e a gente conversa depois... - Eu disse chateada. Não queria ficar brigada com ele, mas ele ser fofo comigo me fazia me sentir uma idiota por ter brigado com ele por causa do Lucas, que já estava se pegando com outra garota.
- Hey, eu não quero ir para casa sem você. - Ele disse segurando meu queixo, e eu sorri antes de deixar ele me beijar. Era a primeira vez que a gente se beijava em público, e eu ouvi nossos amigos fazendo um pequeno escandalo quando viram a gente se beijando.
- Desculpe. - Eu disse baixinho para ele, e ele sorriu para mim.
- Eu fui um babaca também... - Ele disse me puxando mais para perto. - Vamos?
- Vamos! - Antes de sair meus olhos ainda cruzaram com o Lucas, e ele sorriu sarcástico antes de beijar novamente a 'caça da vez'.
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