História Logo você? - Sweet and sour beggining

Começar a namorar alguém é complicado, e eu não fazia ideia do quanto! Como o meu único namorado antes do Gustavo foi o Lucas, e com ele as coisas eram muito mais naturais já que a gente se conhece desde sempre, eu não sabia! Por exemplo, os amigos do seu namorado precisam te aprovar. OK! Nessa eu passei bem. E a família dele também... A minha sogra parece ter um pé atrás comigo, e a gente nem se viu ainda. Eu tenho a impressão de que ela ainda torce pela Kéfera... O irmão do Gusta gosta de mim, mas diz o Gustavo que ele tem um crush em mim então é meio estranho, né? E estamos somente falando das confusões que que acontecem com qualquer casal normal. Mas quando a nossa vida está completamente exposta, ai tem uma outra camada de problemas... Por exemplo, tudo vira fofoca. A nossa primeira fofoca de casal oficial, e também primeira briga, aconteceu em menos de 24h de namoro. Eu ainda acho que eu tenho direito de ficar chateada, e aquilo não sai da minha cabeça.

**Flashback ON**

Estavamos na casa do Pyong porque o Gustavo ia gravar o tal vídeo de hipnose com ele. Eles já estavam gravando há algum tempo e eu estava por trás da câmera vendo. Estava engraçado porque o Pyong fez o Gusta achar que se chamava 'Índio Peri', entre outras coisas. Antes de começar a gravar ele tinha perguntado se podia me mostrar no vídeo e se referir a mim como a namorada do Gusta. A gente tinha concordado, e parecia que era agora o momento. O Pyong colocou o Gustavo em sono profundo e explicou para a câmera que ia fazer o Gusta não me ver mais e esquecer de mim. Ele acordou o Gustavo.

- Um, dois, três... Acordando. Tudo bem? - o Pyong perguntou e o Gustavo disse que sim. - Você lembra quem estava aqui na sala antes de você dormir?

- Lembro. Eu, você e... - Ele olhou para onde eu estava e fez uma cara de dúvida. - Tinha alguém aqui, não tinha?

- Não sei, tinha? - o Pyong perguntou rindo. Eu segurei o riso também.

- Tinha, mas eu não lembro... Era alguém que eu conheço? - o Gustavo perguntou.

- Acho que você conhece muito bem... - o Pyong disse rindo, e eu fiquei vermelha. O Gustavo riu também.

- É alguém da minha família então? - O Gustavo perguntou. - A pessoa tá aqui e eu não tô vendo, né?

- Pode ser, não sei... - O Pyong disse.

- É mulher ou homem? - o Gusta perguntou.

- É mulher, mas não é da sua família. 

- É minha namorada? - o Gustavo perguntou, e eu sorri. - É a Kéfera, né?

** Flashback OFF**

Depois disso o Pyong deu uma revertida e na edição até tirou essa parte, e ninguém deveria ficar sabendo disso. Mas obviamente nem tudo são flores e alguém da produtora que edita os vídeos dele contou pra alguém, que contou pra outro alguém... E no fim muita gente agora sabe disso! Os fãs não sabem, mas a galera do Youtube sabe e já rolaram algumas piadinhas. Isso me deixou chateada por vários motivos, e o Gustavo já se desculpou um milhão de vezes. O Pyong também me explicou que aquilo não significava nada, que a mente do Gustavo estava confusa e tal... Mas no fundo eu sei que ele ainda gosta dela, assim como ele sabe que eu gosto do Lucas. A gente conversou, se resolveu e tal... Mas ainda dói um pouco. Eu estava tentando não deixar isso afetar nosso relacionamento, mas ao mesmo tempo como que em um reflexo eu estava me protegendo e me afastando um pouco. Hoje por exemplo eu estou indo encontrar uns amigos sem ele, porque ele precisava ensaiar para a peça e não poderia ir. Normalmente eu ficaria de boa em casa esperando ele chegar, porque eu também estou cansada depois de uma sessão de fotos. Mas com tudo isso acontecendo e a confusão na minha cabeça eu decidi ir no aniversário do Chris, mesmo sabendo que o Lucas certamente vai estar lá, e o Gusta já estava puto com isso. 

Cheguei na boate e meu nome estava na porta, então foi tranquilo entrar rápido. Já encontrei com algumas pessoas assim que entrei e descobri em menos de cinco minutos os babados da noite: 1) Kéfera estava lá. 2) Lucas estava lá. 3) O Chris estava ficando com a Flávia Pavanelli, e a Nah estava meio puta com isso (essa fofoca ouvi da boca Nah mesmo). 

- Amiga, calma! - Eu disse depois de pegar um drink. O barman deu um sorrisinho pra mim e passou o telefone dele em um guardanapo, o que eu até achei fofo e inusitado para estes tempos modernos. 

- Calma? Eu tô ótima! Tenho até pena dela, porque em pouco tempo vai ser ela que vai ter que ouvir as indiretas dele em vídeos do Youtube e todo mundo comentando sobre os dois. - Ela disse, e eu concordei. Essas atitudes do Chris eram bem irritantes mesmo. Eu adoro o Chris como amigo, mas realmente como 'algo a mais' ele deixa a desejar. 

- E o PeLu? - Eu perguntei, e ela sorriu. 

- A gente tá bem amiga, mas você sabe que nosso rolo vem de anos. Isso não vai pra frente nunca, só é bom estar junto. - Ela disse rindo. - Mas e você? Como está com o Gusta? Tá tudo certo?

- Certo não está, né? - Eu disse triste. - Eu não sei amiga, eu sou apaixonada por ele... Mas o que ele teve com a Kéfera, e o que eu tive com o Lucas... É muito forte, a gente não consegue deixar isso pra trás. Parece um fantasma nas nossas vidas. 

- Falando em fantasma, seu passado está vindo nesta direção... - A Nah disse e eu só tive tempo de processar e, em seguida, senti a mão do Lucas na minha cintura. 

- Hey, Aninha. - Ele disse sorrindo fraco, e eu me peguei sorrindo de volta. Porque eu sou assim? A última vez que a gente se encontrou eu disse que não queria ele perto de mim, e agora o que eu mais quero é que ele me abrace. 

- Oi, Lucas. - Eu respondi, tentando ser mais firme, mas acho que falhei.

- Que bom que você veio, eu estava preocupado com você. - Ele disse. - E obviamente, eu não consigo mais falar com você por celular. - Ele completou, mencionando o fato de eu ter bloqueado o número dele. 

- Eu tô bem, Lucas. Já passou, OK? Eu sei que você fala um monte de besteira sem pensar mesmo... - Eu disse me referindo a nossa última briga no restaurante.

- Eu nem pensei nisso. Eu sei que eu fui um babaca, mas o que me preocupou mesmo foi uns boatos dos últimos dias... - Ele disse bagunçando o cabelo, o que ele sempre faz quando está nervoso, e eu revirei os olhos.

- Você quer saber se eu ainda estou com o Gusta? Estou! Ele só não veio porque tinha outros compromissos... - Eu disse e virei de costas para me afastar, mas ele me segurou pelo braço. 

- Linda, porque você vai ficar com um cara que gosta de outra? - Ele perguntou me fazendo virar para ele. Meu coração acelerou pela nossa proximidade. - Eu sei que eu errei com você, e você tem razão em não me dar outra chance, mas pra que ficar com ele? Você pode ter qualquer cara aos seus pés.

- Eu não quero qualquer cara, Lucas. - Eu disse olhando nos olhos dele, e no fundo eu sabia que eu só queria um cara. Só que nunca ia dar certo. Eu puxei meu braço e ele me soltou, e eu voltei para perto da Nah que tinha se afastado um pouco e estava conversando com outras meninas. Eu virei o meu drink, e em menos de um minuto já tinha um outro na minha mão. A noite estava divertida, e eu estava dançando com a Tatá, o Julio e o Igão. Pouco depois o resto do pessoal se juntou a pista e claramente todos estavam bem bêbados já. Eu não tinha visto mais o Lucas depois da nossa conversa, o que me deu um certo ciúmes porque ele provavelmente estava ficando com alguém, ou já tinha ido embora acompanhado. Sozinho eu tinha certeza de que ele não estava. Aqueles pensamentos me deixaram um pouco tonta, obviamente junto com a bebida, e eu resolvi ir ao banheiro. Muitas pessoas já estavam jogadas pelo Lounge e eu vi o Chris e a Flavia na maior pegação em um dos sofás. Entrei no banheiro e me olhei no espelho. Meus olhos estavam completamente vazios, e o meu batom já tinha saído há um tempo. Lavei as mãos e pensei em reaplicar o batom, mas quando olhei pelo espelho vi o Lucas entrando e trancando a porta do banheiro.

- Abre isso, Lucas. - Eu disse me virando, e ele se aproximou de mim.

- Eu sei que você me ama, Linda. - Ele disse segurando o meu rosto. - Por favor, não faz isso comigo. Eu não aguento mais beber para conseguir pegar qualquer uma, e pensar em você enquanto transo com elas.

- Eu não sei como você pode achar que me falando isso vai conseguir alguma coisa... - Eu disse tentando me afastar, mas ele me segurou pela cintura e me puxou mais para perto. - Lucas, eu estou namorando. Por favor, eu não quero.

- Não é possível que você não sinta falta dos nossos beijos, das nossas transas, de tudo o que a gente tinha junto. - Ele disse me sentando na pia, e se encaixando entre as minhas pernas, enquanto beijava o meu pescoço. Minha respiração já estava pesada, e naquela posição a minha saia já deixava as minhas pernas completamente de fora e o Lucas se aproveitava disso.

- Lindo, me deixa ir embora. Não faz isso, por favor. - Eu disse ofegante e sem mais nenhuma ideia do que eu estava fazendo, era óbvio o quanto o meu corpo precisava do dele. Ele beijava o meu decote, e me acariciava por cima da calcinha.

- Que saudade que eu estava de te ouvir me chamar de 'Lindo', de sentir seu corpo todo... Só de pensar que é ele agora que te tem todas as noites, eu tenho vontade de matar aquele desgraçado. - Ele disse, e aquilo me despertou do transe que ele tinha me colocado.

- Lucas, não! Eu não posso! - Eu disse empurrando ele, e ele parecia também ter acordado de um transe. - Eu nunca seria capaz de trair alguém, muito menos o Gusta. 

- Você também me quer, isso já é traição! - Ele disse, e eu comecei a chorar. 

- Eu sou uma idiota! Você me fez sofrer tanto, porque eu ainda aceito que você me use desta forma? - Eu disse, e ele me abraçou por trás.

- Eu te amo, Ana. Eu não quero te usar, eu quero ter você. Eu quero você de volta... - Ele  tirando o meu ar mais uma vez. Mas apesar de ter bebido eu ainda consegui me soltar dele. Eu saí do banheiro e ele ainda ia atrás de mim me chamando, eu chorava e só queria sair dali o mais rápido possível. Como eu pude fazer isso com o Gustavo? Como eu pude deixar o Lucas me tocar daquela forma, em todos os sentidos? O Chris ouviu a confusão e veio na nossa direção, me abraçando, mas afastando o Lucas com uma das mãos.

- Chris, deixa que eu resolvo isso. - o Lucas disse, mas eu me agarrei ainda mais ao abraço do Chris, e senti que mais gente chegava. Olhei em volta e o Julio, a Tatá, a Nah, o Mauro, o Igão e a Kéfera tinham vindo para perto da gente. Não tinha mais tanta gente lá, e acho que éramos praticamente os últimos. 

- Acho que você já causou muito problema hoje, T3ddy. - eu ouvi o Julio falar. - É melhor você ir embora. 

- Ana, por favor. - Ele disse, e eu olhei pra ele. - Pelo menos me desbloqueia, eu preciso saber que você está bem. - Ele parecia derrotado. - Não é possível que você não sinta o mesmo que eu sinto quando você está por perto. Eu não aceito que você esteja feliz com um cara que ainda é apaixonado pela ex, quando você sabe que você é o meu mundo inteiro. - Senti que todos a nossa volta ficaram tensos com aquele comentário, ainda mais porque a Kéfera estava ali.

- Lucas, chega! Você está a cada dia com uma mulher nova... - Eu disse nervosa.

- Porque eu tento de todas as formas, todos os dias, não dirigir até a sua casa e te tirar de perto dele. Eu tento te esquecer de todas as formas, e me afastar para não te fazer sofrer. - Ele disse, e aquilo me chocou. O Lucas nunca foi tão aberto com os sentimentos dele, principalmente na frente de outras pessoas. - Mas quando eu te vejo todo o meu auto-controle vai pro caralho. Eu não coloquei uma gota de álcool na boca hoje para não fazer nenhuma besteira, mas quando eu te vi sozinha eu não consegui. Eu não consigo, Ana. Eu te amo, porra!

- Lucas, você não tem o direito de vir agora e dizer essas coisas! - Eu estava muito, mas muito puta! Como assim ele fala estas coisas na frente de todos os nossos amigos? 

- Eu também achava que não, mas depois do que ele fez? Eu achei por um tempo que você estava melhor com ele, mas se ele não te ama eu não vou aceitar! Você merece mais do que isso. - Ele disse, e aquilo quase me fez amolecer. Quase...

- Você já parou para pensar que ele também merece mais do que isso? Que este drama todo vai nas duas direções? E talvez seja por isso que ele é a melhor pessoa para estar comigo agora? A gente se entende, OK? A gente sabe exatamente o que está acontecendo, e nós dois estamos bem com isso. - Eu disse, e aquilo tinha um pouco de mentira. Eu definitivamente não estava feliz com o fato do Gustavo ainda gostar da Kéfera, mas quem era eu para reclamar né? Eu estava aqui protagonizando uma senhora cena de novela Mexicana. O Lucas ficou calado, mas eu ainda via um brilho nos olhos dele. Talvez de raiva, ou esperança? Eu tinha basicamente dito ali que eu ainda amava ele, e eu sei que ele sabe muito bem ler nas entrelinhas. 

- O Gustavo disse que já está chegando. - Eu ouvi a Kéfera falar com alguém, e me virei para ela. 

- Não precisava ter ligado para ele. - Eu disse, e imediatamente percebi que eu havia sido mais grossa do que deveria com ela. - Quer dizer, desculpe. Eu não queria ter sido grossa. Eu só estou nervosa.

- Não se estressa, eu sei que esta situação toda é uma merda. - Ela disse, e sei lá porque eu fiquei ainda com mais raiva. Era uma merda pra quem? Pra ela certamente não! Ela estava de boa só sendo a ex namorada que pode ter o cara de volta quando ela quiser. Toda a raiva de ser a segunda opção do Gustavo voltou naquela hora e eu me senti ainda mais ridícula. Será que eu podia me decidir? Ou eu gosto de um, ou do outro! O Lucas é tipo uma droga, eu quero muito mas sei que não vai me fazer bem. O Gustavo é um remédio, ele me faz bem só que traz uns efeitos colaterais. 

- Amiga, você quer sair daqui? - A Nah chegou perto de mim, e o Chris interviu.

- É melhor ela esperar o Gusta agora. - Ele disse, e eu senti a tensão entre os dois. Uma parte mesquinha de mim meio que gostou do fato de eu não ser a única com a vida amorosa fudidamente complicada. 

- Eu acho que ela sabe o que é melhor para ela, e eu como melhor amiga vou fazer o que ela quiser. - A Nah disse. - O Gusta também está no erro. Aliás, vocês homens sempre estão né?

- Você ainda está falando deles, ou isso é sobre a gente? - Ele perguntou com um sorrisinho de lado.

- Não existe 'a gente', Chris. - Ela disse sarcástica. - Eu tô com outra pessoa, você também.

- Grupinho mais promiscuo, né? - Eu disse também sarcástica. Olhei em volta e percebi que todo mundo tinha se afastado um pouco, e o Lucas estava com o Mauro em um dos sofás. No mesmo instante o Gustavo chegou e veio direto até mim, me abraçando. Eu fiquei meio imóvel por alguns segundos, mas resolvi corresponder o abraço porque ele parecia realmente preocupado.

- A Ké disse que você estava mal, que o idiota do T3ddy tinha armado mais um escândalo? - Ele disse já me olhando. A Kéfera tinha vindo falar com ele, e eles sorriram um para o outro. Meu estômago revirou ali. 

- Ele só falou o que tem um monte de gente pensando... - A Nah disse, e eu olhei brava para ela. Ela com essa fidelidade toda com a nossa amizade as vezes fala umas coisas. E olha que ela também é amiga dele.

- Olha, é melhor vocês irem embora. - o Chris disse, mas já era tarde demais. O Lucas já tinha vindo para o nosso lado novamente, mesmo com o Mauro tentando segurar ele. 

- Chegou o falso bom namorado. - o Lucas disse, e o Gustavo já ia partir para cima dele quando os meninos seguraram ele. O Chris e o Mauro seguravam o Lucas, que também já estava pronto para a briga. Meu Deus, a que ponto eu cheguei?

- Eu já disse pra você ficar longe dela. - O Gustavo disse, e o Julio e o Igão pareciam estar tendo problemas para segurar ele.

- Você já se perguntou se ela quer ficar longe de mim? Não era o que parecia ainda a pouco quando eu me tranquei com ela no banheiro. - o Lucas disse, e eu gelei. E logo depois era eu quase pulando no pescoço dele, mas a Nah me segurou. Ele parecia assustado, não sei se com o que ele mesmo disse ou com a minha reação.

- Isso mesmo! Você me trancou lá, me encurralou! - Eu disse ofegante de raiva.

- Eu não te forcei a nada. - Ele disse também nervoso.

- E provavelmente esse foi o único motivo para que NADA tenha acontecido! - Eu disse ainda ofegante dando enfase a palavra NADA, mas já me acalmando. Olhei para o Gustavo, e ele parecia bastante irado, mas se controlava. - Não aconteceu nada, Vida. Eu juro! 

- Nada? - Ele perguntou, e eu corei. 

- Ele tentou, mas eu disse que não. - Eu respondi, e ele acreditou em mim. Quando a gente estivesse sozinho eu ia contar tudo pra ele, mas não ali na frente de todo mundo. 

- É melhor a gente ir embora. - Ele disse me dando a mão. 

- Me liga se precisar de alguma coisa. - A Kéfera disse para o Gustavo, e eu precisei contar até 10 para não pular no pescoço dela também. Meu, eu até gosto dela, mas será que ela não percebe que não está ajudando? 

Nos despedimos rapidamente de todos e fomos pra minha casa. E meu, que noite longa! Eu obviamente contei tudo para ele, e é claro que a gente brigou, chorou, jogou um monte de coisa um na cara do outro... Mas quer saber? Foi bom... Agora parece que nós dois estamos mais leves, sentados um de frente para o outro na mesa da sala, cada um com uma xícara de café. Já estamos há quase uma hora sem falar nada. Foi ele que quebrou o silêncio primeiro.

- Me promete que ele nunca mais vai te tocar? - Ele disse, e eu olhei nos olhos dele.

- Eu te prometo que eu não quero que ele me toque. - Eu disse da forma mais sincera possível. - Mas hoje eu percebi o quanto eu estava sendo injusta com você depois daquele fiasco de vídeo de hipnose. É impossível! Ele ainda tem poder sobre mim, assim como eu sei que a Kéfera ainda tem sobre você.

- Eu nunca iria te trair, mesmo que a Ké me ligasse pedindo para eu encontrar com ela. - Ele disse magoado.

- Eu também não faria isso, Vida. - Eu disse segurando a mão dele. - Eu juro! 

- Você sente que a Ké é uma ameaça para você, assim como eu sinto que o T3ddy é para mim? - Ele perguntou acariciando a minha mão de volta.

- Sinto. - Eu disse depois de alguns segundos. - E eu preferia que você se afastasse dela também, mas eu jamais vou te pedir isso.

- Eu não posso fazer isso, vida. - Ele disse e aquilo meio que me matou um pouquinho. No fundo eu tinha esperanças de que ele entendesse que ele nunca vai esquecer ela se não se afastar. E no fundo eu sei que ela também sabe disso, e ai não sei ainda se ela faz isso por egoísmo ou por não querer que ele esqueça ela.

- Tudo bem. - Eu disse sorrindo fraco. - Desde que você esteja do meu lado.

- Eu não quero te deixar nunca. - Ele disse, me puxando da minha cadeira para o colo dele, e me beijou. Quem diria que curar um amor com outro amor poderia me trazer ainda mais problemas?