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História Loki, you are colder than ice II - - Loki -


Escrita por: LadyLokid

Notas do Autor


Oláaaaa e desculpe pela demora, mas eu venho com boas noticias: consegue passar no meu vestibular para escrita Criativa na Pucrs!!
Estou MUITO feliz por ter passado no curso, e agora ano que vem espero que minha escrita só venha a melhorar <3

Capítulo 10 - - Loki -


Durante cinco anos eu havia ficado imaginando como teria sido criar uma criança, como teria sido a experiencia de ser pai. Por muito tempo o que me confortou apôs a suposta "morte"d e emu filho foi minha provável incapacidade de ser um bom pai, afinal, como eu poderia ser um bom pai diante de meus "exemplos" paternos. 

Eu imaginava como seria seu rosto, de que cor seriam seus olhos; imaginava como seria pegar meu filho nos braços e sentir aquela pequena vida frágil em meus dedos. Suponho que seja uma mistura de medo e felicidade junto a implícita promessa; eu seria seu protetor pelo resto da vida. Agora eu me via no lugar que a tantos anos queria, e mesmo com algumas pequenas diferenças eu havia adivinhado todas as sensações. 

Mesmo ela sendo bem maior que um recém nascido a sensação ainda era quase a mesma, eu queria a segurar forte em meus braços, ser seu escudo contra todo o resto desse terrível mundo. Ainda assim havia o medo, o medo de estar errado, o medo de fazer algo errado; o medo de não ser bom para ela como eu gostaria. Além de tudo isso eu estivesse ausente nos últimos cinco anos, o que ela pensaria de um pai que a havia abandonado? Eram tanta frustração para uma semana só, eram tantas notícias boas e ruins que eu não sabia até quando iria aguentar. 

A unica coisa que em mantinha calmo durante aqueles longos lances de escada foi o sorriso no rosto de Pandora, sua felicidade era tão contagiante que me tirava o medo e a aflição. Olhando para seu doce rosto eu me sentia tão feliz e tão mal ao mesmo tempo, mesmo com a mentalidade de que eu havia deixado as duas sozinhas ela ainda me queria por perto, ela ainda se sentia fortemente ligada a mim, não poderia ter algo no mundo que em deixasse mais feliz que isso.

Então chegamos a verdade, a parte que por tantos anos eu quis e agora eu finalmente teria, eu  estava apavorado. Mesmo em meus mil anos de vida eu nunca havia sonhado em um momento importante como esse, em uma situação tão banal como esta. Dentro daquele prédio velho e caindo aos pedaços eu teria o melhor encontro de toda a minha vida. 

A pequena ainda estava esperando com a porta aberta e os olhos inchados de sono, esfregando sua mãozinha nas bochechas para continuar acordada. Era como uma visão do paraíso, como se ao entrar por aquela porta uma forte luz fosse ma tingir, e pelo resto da eternidade eu viveria uma vida plena e feliz ao lado das duas mulheres que eu mais amava no mundo. 

-Mamãe - disse com a voz mais angelical do mundo - quem é seu amigo?

A garotinha olhou pra mim e todo meu corpo gelou, foi como se eu estivesse encarando meu pior inimigo. Em seguida ela correu para os braços de Pandora esticando suas mãozinhas e a puxando para dentro do apartamento. Pandora estava tão nervosa e relutante quanto eu naquele momento: como contar para sua filha que o pai que a havia abandonado apareceu apenas agora? 

-Bem... - falou Pandora enquanto a pegava pelas mãos - este é Loki, um amigo da mamãe.

Antes que a garotinha pudesse dizer mais qualquer coisa que pudesse me fazer sair correndo dela Pandora cortou sua frente,puxando nossa filha suavemente pelo braço ela foi entrando no apartamento, olhando nos meus olhos ela fez sinal para que eu entrasse junto com elas. Vendo Pandora de mãos dadas com minha filha me chamando para junto a elas parecia um sonho, até fechei os olhos e tentei acordar, mas quando os abri eu ainda estava ali de pé olhando para as duas. Então com um sorriso no rosto eu entrei junto as duas.

Pandora rapidamente fechou a porta e largou as mãos da garotinha, mas nesses poucos segundos eu pudo observar o apartamento; pequeno e velho como próprio prédio, mobílias caindo aos pedaços, mas ao mesmo tempo tudo estava ajeitado e em seu lugar. Naquele momento senti uma raiva enorme de mim mesmo, como eu poderia ter deixado Pandora e minha filha em uma situação como esta? Mas toda a raiva desapareceu quando suas mãozinhas tocaram as minhas. 

-Porque seu cabelo é tão comprido? 

Sua vozinha era tão fofa e suave que nem ao menos me ofendeu, eu apenas sorri e a olhei de volta. Nenhuma palavra saia de minha boca, era impossível sequer pensar em palavras para explicar a ela tudo que significava. 

-Querida - falou Pandora apreensiva -  isso é rude.

A garotinha riu e voltou a dar aos mãos para sua mãe, ela era tão brincalhona e esperta como eu na sua idade, e tão linda e amável como Pandora. Como era estranho sempre querer estar ligado a mulher que se ama, e quando finalmente se pode ver a mistura que vocês dois se tornariam.

Pandora então olhou para mim preocupada, na hora eu entendi sua expressão, como contaríamos para ela? Como que eu poderia dizer que era seu pai? Essa dúvida me tirou o sorriso, e em seguida me veio a preocupação. A vontade era de não falar, a fazer me amar sem que eu precisasse falar a verdade, mas isso seria ainda pior do que tudo que eu já havia errado. 

E em um momento de silêncio eu fiz uma pergunta quase que automática, mas com um significado imenso. 

-Qual o nome dela? 

Os olhos de Pandora se encheram de lágrimas, seus braços envolveram a menina com força e amor.

-Hester - disse fungando - o nome dela é Hester.

Sorri enquanto o nome de minha filha enchia meus ouvidos, um nome que tinha significado apenas por ser o dela.

Não demorou muito para que Hester notasse que havia algo estranho no ar, afinal de contas ela era minha filha, e seria sempre tão astuta como o pai. 

-Mamãe, por que está chorando? - perguntou a garotinha preocupada.

Pandora apenas segurou forte a mão da filha sem nem ao menos desviar o olhar de mim, como se ela esperasse que eu fosse o primeiro a falar, mas como que eu poderia fazer isso? Como que eu iria contar para aquela garotinha que eu era seu pai? Então meus genes agiram novamente, a garotinha parou de questionar a mãe, olhou para mim e seus olhos azuis quase explodiram. Suas mãozinhas tocaram seu cabelo enquanto ela olhava para o meu, como se a descoberta de sua vida tivesse acabado de acontecer. 

Claro que eu deveria falar alguma coisa, claro que eu deveria ter o feito, mas não fiz. Nenhuma palavra saiu de minha boca, e sem me decepcionar um segundo Hester agiu como o esperado, ela tinha um ar tão confiante e independente que até me assustava.

Com passos apressados ela chegou perto de mim, dobrando o pescoço completamente para conseguir olhar para mim por inteiro, a garotinha tinhas os olhos mais brilhantes que eu já havia visto. Era como se ela estivesse conhecendo seu herói favorito, ela não precisava que eu e Pandora contássemos  a verdade que ela já tinha descoberto sozinha. 

-Você é meu pai? - sua voz nem ao menos gaguejou, ela apenas sorriu tremendo para mim. 

Respirei fundo, olhei para Pandora ainda aflita, e decidi que a verdade seria melhor do que aqueles cinco anos de negligência. Com o coração leve, mas nervoso como nunca, eu contei a verdade.

-Sim - falei me abaixando até ela dobrando o joelho - eu sou sei pai.

Hester parecia confusa em um primeiro momento, mas depois sem nem hesitar ela agarrou meus braços e se jogou em mim, abraçando apenas uma pequena parte de  meu peito. Aquilo derreteu meu coração mais do que qualquer acontecimento em minha vida, suas mãozinhas eram um abraço quente, quente até demais... Foi ai que a ficha caiu, ela teria os poderes que eu e Pandora pudéssemos compartilhar entre ela, o que me deixou extremamente nervoso.

Não demorei para ignorar todos meus pensamentos que pudessem estragar aquele momento, era minha vez de descansar a cabeça depois de tantos anos dessa historia. Abracei minha filha de volta pela primeira vez, enquanto seus olhos estavam fechados os meus estavam bem abertos, eu queria gravar aquele momento em minha memória para que nunca desaparecesse de minha vida novamente. 

Olhando para o lado percebi que Pandora tinha caído de joelhos no chão, de tão tocada por toda aquela cena ela também não aguentou e derrubou toas as lágrimas que lhe restavam. A vendo tão perto apenas estiquei o braço e a puxei para perto, assim eu pude finalmente abraçar as duas juntos a como muito eu queria. 

Ali sentados com as duas no chão frio do apertamento velho de Pandora eu recurei toda a energia que em tantos anos estava gasta, que eu a tanto tempo já não aguentava mais suportar. As duas aqueceram meu coração que a muito tempo estava gelado. 

-Por onde você estava - perguntou Hester sem tirar a cabeça de meu peito - por que demorou tanto tempo pra voltar? 

Nisso eu gelei novamente, eu não tinha desculpa nenhuma para dar, fui completamente negligente com as duas durante todos aqueles anos. Mesmo abaixando a cabeça Pandora estava lá para levanta-la, ainda me abraçando forte ela olhou para Hester, e sorrindo contou a verdade que lhe foi dita.

-Seu pai não sabia que eu tinha tido você - disse esfregando o rosto da garota - e depois do acidente que a mamãe sofreu ele nunca mais nos achou.

Sem problemas maiores Hester apenas sorriu, segurando forte minha mão a garota me puxou para que eu levantasse, e ainda olhando em meus olhos perguntou com toda a esperança do mundo. 

-Isso quer dizer que vamos ser uma família agora? 

Olhei para Pandora na esperança de que ela tivesse uma resposta para isso, mas antes que ela pudesse pensar seu rosto ficou tomado por surpresa e preocupação. Ela havia acabado de lembrar que ambós estávamos ensopados da chuva. Correndo ela tirou Hester de perto de mim e puxou a garota pela casa.

-Você está ensopada agora - falou toda preocupada - assim vai pegar um resfriado! Vou te botar no banho agora.

A garota não pareceu anda feliz, ela ainda queria me fazer mil perguntar e tentou correr para mim na esperança que eu a liberasse da terrível tarefa de tomar banho, o que eu realmente gostaria, mas Pandora me olhou como se fosse arrancar minha pele se eu não concordasse com ela.

-É melhor escutar sua mãe - falei rindo - mais tarde nos vamos conversar melhor.

Hester bufou e foi batendo o pé até o banheiro, e em agradecimento Pandora sorriu para mim, depois começou a seguir para assegurar que a garota não fizesse nenhuma besteira. Depois disso Pandora me deu uma roupa seca para vestir, e eu fiquei esperando as duas na sala ponderando sobre de quem seria aquela camisa masculina e aquela calça de moletom. 

Depois de muitos minutos Pandora apareceu, de cabelos molhados e com uma camiseta velha folgada (o que a deixava extremamente atraente).

-Onde está Hester?  - perguntei apreensivo olhando para trás dela procurando por minha fila.

-Eu a botei na cama - falou cansada - já está tarde demais, amanhã eu tenho que a levar cedo na escolinha. 

-Entendo - respondi.

Por alguns minutos ficamos ali parados em silencio, pensando em qual seria o próximo passo. Agora toda a tensão e o momento do nervosismo já havia passado, mas ainda estávamos ali a beira de um acontecimento que tinha mudado a vida de nós dois. Pandora não demorou muito para ficar emocionada novamente, ela estava tão feliz e cheia de esperança que me contagiava, então eu a segurei em um forte abraço mais uma vez.

-Obrigado - disse ela sorrindo sem jeito - sei que deve ser difícil para você.

-Acredite em mim, não é - disse dando um sorrisinho envergonhado - já faz cinco anos que eu fico fantasiando que esse dia iria acontecer, eu já tinha programado tudo que ia falar.

-E conseguiu? - perguntou ela curiosa.

-Nenhuma palavra sequer.

Ambos rimos de meu fraco desempenho, e logo nos encontramos olhando nos olhos do outro novamente. O momento na chuva veio até minha mente, e não só ele como o momento a cinco anos atras naquela praia deserta. Tão perto de seu corpo em um ambiente fechado me fazia ter pensamentos sórdidos, faziam tantos anos que eu não sentia o calor de seu corpo perto do meu novamente, e agora eu não estava satisfeito com apenas o calor. 

-Posso te beijar de novo? - perguntei descaradamente. 

Seu rosto ficou vermelho na hora, mas para minha surpresa quem tomou a iniciativa foi ela. Segurando minha nunca Pandora veio de encontro aos meus lábios, e dessa vez fomos bem mais agressivos do que lá embaixo na chuva. Eu sentia falta tanto quanto ela, dava pra sentir seu corpo vibrando junto com o meu. Peguei em sua cintura e a botou encima do sofá, sem um segundo a tirar de perto de mim.

Nessa confusão de necessidade e vontade incontrolável a voz da razão nos atingiu da pior maneira, e quando eu digo pior foi ruim mesmo. A voz de Hester soou como a voz dos Deuses nos pegando fazendo algo errado, e realmente não deveríamos estar sequer pensando em fazer com Hester no quarto do lado tão perto de escutar, já que dá primeira vez Pandora não foi nenhum pouco discreta. 

-Mamãe, papai - sua voz mostrava que estava tentando nos encontrar - vocês estão aqui.

Na mesma hora Pandora me empurrou para longe, e ainda escondidos atrás do sofá ela me mandou ficar quieto, depois saiu rapidamente e foi atrás de Hester.

-O que foi filha?  - disse Pandora tentando ajeitar o cabelo todo embaraçado.

-Eu tive um pesadelo... 

Foi tão fofo escutar Hester falando aquilo, minha vontade era de ir lá e a proteger de qualquer que fosse seu pesadelo, mas Pandora havia me dado a missão de continuar escondido atrás do sofá. 

-Tudo bem, a mamãe pode ir deitar contigo hoje...

-Não - interrompeu a garota - quero que o papai venha contar uma historinha também. 

Antes que Pandora pudesse me impedir levantei de trás do sofá e fui de encontro comas duas, peguei Hester pela mão, o que a deixou sorridente após seu pesadelo. Pandora ficou um pouco brava comigo, mas tudo isso passou quando Hester puxou sua mão também, e levando nós dois para seu quarto esquecemos o pequeno momento ardente de antes. 

Hester me botou para deitar no meio de sua pequena cama, em um de meus braços ela deitou e insistiu que Pandora deitasse no meu outro lado. Assim que deitamos a garotinha puxou a coberta e se acomodou a meu lado, sem tirar os olhos de mim por um segundo. Era como estar apaixonado novamente. Deitar com as duas perto de mim me fez sentir o homem mais sortudo do mundo.

E na historia que Hester me pediu para contar decidi falar a verdade, toda a verdade, mas de um modo fantasioso. Talvez aquele fosse o momento mais honesto que eu fosse ter com ela tão cedo, mas mesmo assim ainda seria tudo conto de fadas aos olhos das duas.

Assim eu passei minha primeira noite em família com as duas; contando para Hester a triste historia de um rei que se perdeu de sua rainha, mas quando ele finalmente encontrou ela novamente ele também conheceu sua princesinha, uma princesa que ele juraria defender pelo resto da vida, custe o que custar.

 


Notas Finais


Pelo fator curiosidade: Eu tirei o nome "Hester" de uma personagem chamada Hester Prynne do conto clássico norte-americano "A letra escarlate"


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