Tenho consciência de que há pelo menos cinco homens me olhando conforme caminho. Meus quadris balançam de um lado a outro e eu sorrio, deslizando a bala do pirulito pelos meus lábios enquanto jogo os cabelos para os lados. Um deles para ao abrir a porta do carro, o movimento pausado conforme seus olhos azuis me analisam assim que passo. Uso o indicador e o polegar para segurar o palito e puxo o doce da boca, umedecendo os lábios antes de colocá-lo ali novamente.
O gosto adocicado indicava tudo o que eu não era.
Doce.
Me direciono para a entrada do enorme arranha céu. Deve ter pelo menos uns 80 andares e se estende todo em vidro no meio de Manhattan. Algumas pessoas passam a frente dele, mas não sei se param para admirar o esplendor do prédio ou o meu.
Volto a rebolar apenas para garantir.
Passo pela entrada, me surpreendendo quando um executivo segura as portas duplas para mim. Abro um sorrisinho e aceno com a cabeça, passando o doce pelos lábios em agradecimento. A boca dele se entreabre e eu volto a caminhar confiante até a recepção, ainda sentindo seus olhos queimarem em mim.
Atrás das duas recepcionistas, há um conjunto enorme de letras douradas.
“Mendes
Lar dos vencedores.”
Bom, então eu havia chego em casa.
— Boa tarde. — uma delas sorri simpática. — Em que posso ajudar?
Solto o doce e abro a minha bolsa, pegando os meus documentos e o e-mail impresso.
— Tenho uma entrevista. — digo firme, com ela assentindo.
Observo-a conferir algo no computador e demora alguns minutos para que a moça pare de digitar e se volte para mim com o mesmo sorriso.
— Uma secretária estará lhe esperando no 80° andar, senhorita Robinson. — ela me estende os documentos e um cartão da empresa. — Boa sorte.
Aceno com a cabeça, mais preocupada em guardar os papéis do que em realmente respondê-la. Uso o cartão para entrar na empresa e mantenho o ritmo dos meus quadris ao passar, sabendo que os guardas me contemplam.
Eles podiam olhar o quanto quisessem, até porque era o mais próximo que eles chegariam daquela bunda.
O elevador não demora a chegar, e entro junto de um trio de executivos engravatados que descem no terceiro andar. Solto um suspiro aliviado ao me ver sozinha no espaçoso elevador e então me viro para o espelho ao fundo, abrindo um sorriso presunçoso para o meu reflexo. A garota que me encara do outro lado possui uma maquiagem impecável, com os olhos azuis bem marcados e um batom vermelho escuro. Seus cabelos loiros caem em cachos grossos pelas suas costas, e não há um fio sequer fora do lugar.
As roupas contrastam bem. A camisa social é da cor do batom e tem as mangas dobradas até os cotovelos, enquanto que a saia acinzentada vai da cintura até dois dedos acima do joelho. Poderia ser um tamanho casto se não fosse pelo tanto que o tecido se agarra ao meu corpo, evidenciando as curvas. Meus seios estão praticamente espremidos contra o tecido da camisa, e os dois botões abertos no topo dão um ar sexy não tão vulgar.
Me inclino na direção do espelho, tirando o pirulito da boca e pegando meu batom na bolsa, retocando o mesmo. Dane-se se não precisa.
É quando o elevador para. Um novo executivo entra, o olhar rapidamente caindo na minha bunda quase empinada. Abro um sorrisinho, mas acabo por endireitar a postura assim que termino de retocar.
— Funcionária nova? — sua voz enche o elevador, e sinto um arrepio correr minha espinha.
Se ele fosse tão bom quanto a voz…
Me viro para encará-lo, sentindo minhas pernas bambearem assim que nossos olhares se encontram. Alto, os cabelos bem arrumados e um terno preto que evidencia que tudo o quero ver está por baixo dessas camadas de tecido. Os olhos e os cabelos são do mesmo tom: um castanho claro que me transmitem calor, ou melhor, me deixam em chamas.
Coloco o pirulito de volta na boca, segurando o palito conforme continuo minha análise. Sua pele é pálida e só consigo imaginar minhas unhas correndo por ela, dividindo-a entre o vermelho e o branco. As mãos são largas, e me pergunto sobre o estrago que elas provavelmente são capazes de causar.
Minha intimidade contrai só de pensar.
— Ainda não. — digo, retirando o doce da boca. Ele acompanha os movimentos com o olhar. — Pergunte daqui uma hora.
— Você parece confiante, senhorita… — seus olhos se estreitam conforme procuram por algum crachá, mas não me dei o trabalho de prendê-lo na camisa.
Qual é, ia estragar meu visual!
Noto que seu olhar ainda permanece sobre a camisa, e sei que é por causa do decote. Preciso conter a vontade de me inclinar para que ele analise melhor.
— Robinson. — arqueio a sobrancelha, com o seu olhar se voltando para mim. — Ana Robinson.
— Senhorita Robinson. — seus lábios se umedecem e ele assente com a cabeça, me estendendo a mão. — Me chamo Shawn.
Shawn.
O nome se repete até eu perceber que estou gemendo mentalmente. Coloco o pirulito de novo na boca e uso a mão livre para segurar a mão dele. Sua pele é quente e, por um momento, imagino cada centímetro dela se roçando contra a minha. Abro um sorrisinho e deixo a bala formar um volume sugestivo na minha bochecha enquanto corro o olhar por aqueles lábios.
Rosados e convidativos, Deus!
Assim que declaro a minha calcinha como mais encharcada que cara de atriz pornô depois de filmagem, o elevador dá um solavanco e para, produzindo um guincho agoniante do lado de fora. As luzes piscam e se apagam, dando lugar as luzes de emergência.
O painel acima da porta indica o 69° andar duas vezes antes de apagar.
Só pode ser um sinal!
— O que é isso? — digo, direcionando o olhar para o deus grego a minha frente.
— Parece uma queda de energia. — por que ele parece tão sexy ao constatar o problema?
— E o que fazemos agora? — forço meu melhor tom de assustada, e quando seu olhar recai sobre mim, tiro o doce da boca e sugo a ponta devagar.
É óbvio o que devemos fazer agora:
Sexo.
Shawn me encara e sinto todo o meu corpo reagir quando ele morde o lábio. Infelizmente, chiados no interfone nos impedem de levar a cena adiante.
— Tem alguém no elevador? — uma voz masculina chama.
— Sim, eu e a senhorita Robinson. — Shawn diz, e não passa nem meio segundo até o funcionário voltar a falar.
— Senhor! — ele parece abismado, e franzo o cenho com a curiosidade. — Houve uma falha nos circuitos do elevador, a assistência já está a caminho.
— Certo, nos mantenha informados.
Ele solta o botão do microfone, e então não escutamos mais nada no cubículo. Observo-o se virar pra mim e abro um sorrisinho, prendendo o pirulito entre os dentes.
— Então você é um cara importante… — estreito os olhos e um sorriso brincalhão se abre naqueles lábios perfeitos.
— Defina “importante”.
O sorriso se desmancha quando seu olhar recai sobre o meu decote novamente. Dou um passo a frente, deixando-o mais próximo dele. Os saltos me dão uns bons centímetros a mais, me deixando do mesmo tamanho que o cara diante de mim, e ele também parece ter notado. Seu olhar corre desde os seios até o meu rosto, e sinto a trilha imaginária queimar na minha pele.
— O que sugere para passarmos o tempo, Senhorita Robinson? — as palavras se desdobram devagar, e fecho os olhos para apreciar melhor o som.
Parece música para os meus ouvidos.
Sou pega de surpresa quando ouço sua voz mais próxima, os lábios roçando na minha orelha.
— Porque eu adoraria ser seu novo pirulito. — ele está rouco, mas o tom ainda firme me faz delirar.
Minha intimidade reage novamente, e sinto meu clitóris implorar por atenção. A sensação me parece incrível com os olhos fechados, mas mal consigo resistir e acabo abrindo-os.
Ele está há poucos centímetros de mim, e posso sentir o cheiro da colônia cara que emana de seu terno. É a minha vez de morder o lábio, e corro o olhar pelo elevador por um breve instante, encontrando tudo o que eu não queria ver.
Uma câmera.
— E eu vou adorar realizar o seu desejo, desde que os outros funcionários não vejam. — sussurro de volta, mordiscando o lóbulo da sua orelha.
Shawn recua e me encara com curiosidade, e então indico o objeto com a cabeça. Ele se vira devagar e abre um sorriso, seguindo até a câmera. Observo-o tirar o paletó e então colocá-lo sobre a mesma, o que me faz sorrir e atirar a bolsa no chão.
Quando nossos olhares se reencontram, mordo o que restou da bala e atiro o palito sobre a bolsa.
Deus, estou prestes a ser fodida por esse homem!
Minhas pernas tremem.
Me pego analisando o fato dos braços dele serem pressionados pelo tecido da camisa branca, mostrando o quão forte eles são. No instante seguinte, esses mesmos braços envolvem o meu corpo enquanto aquela boca se pressiona contra a minha.
Cravo as minhas unhas nele, sentindo os músculos sob os meus dedos. Seus lábios se movem contra os meus conforme sua língua explora a minha boca de uma forma deliciosamente lenta, e meu corpo entra em colapso quando uma de suas mãos se encaixa atrás da minha cabeça e puxa os meus cabelos enquanto que a outra desce até a minha bunda, apertando-a com força.
Mordo seu lábio e puxo-o devagar, sugando o mesmo conforme levo as minhas mãos para o início dos botões de sua camisa.
Seus olhos estão fixos em mim, fazendo o calor do meu corpo subir cada vez mais.
— Você me prometeu um pirulito… — digo, fazendo um beicinho assim que termino minha tarefa.
Shawn sorri, e tomo os lábios dele uma última vez antes de descer. Sugo seu queixo, o pescoço e então me permito demorar naquele tronco muito bem definido. Já peguei muitos caras gostosos, mas esse… Vou fazer direito, e garantir que ele jamais esqueça.
Abro sua calça enquanto chupo cada centímetro de pele que vejo, e assim que o tecido afrouxa, puxo-o para baixo apenas o suficiente para libertá-lo, junto da cueca.
Minha intimidade volta a latejar, dessa vez só com a ideia de tê-lo dentro dela.
Seguro-o pela base e escuto sua cabeça se apoiar no elevador, o que me faz abrir um sorrisinho presunçoso. Ergo o olhar na sua direção e Shawn me encara de volta, e umedeço os lábios antes de colocá-lo na boca devagar, nossos olhos ainda sustentando a conexão excitante que se criou entre nós.
Chupo com força, levando a cabeça para frente e para trás conforme seus gemidos enchem o elevador. Uso as mãos para me auxiliar e ele também passa a usar as dele, usando-as para segurar meus cabelos e me obrigar a seguir o ritmo que ele quer.
Não me importo, gosto de ser a boa menina.
Afasto a cabeça para puxar ar e então sugo a glande, descendo os chupões pela lateral até a base. Volto para a ponta correndo a língua por toda a sua extensão.
Nossos olhares não se desviam nem mesmo por um segundo.
— Aproveitando seu pirulito, Senhorita Robinson? — a boca dele está molhada, e sinto vontade de beijá-la de novo. Acabo por chupá-lo até a base como resposta, e vejo sua expressão se contorcer numa careta de prazer.
Ele empurra o quadril na minha direção e entendo o recado, voltando a sugá-lo. Daquela vez, Shawn segura a minha cabeça no lugar e começa a se mover, entrando e saindo da minha boca numa velocidade cada vez maior.
Imagino-o fazendo aquilo na minha intimidade e ela se contrai, como se também aprovasse o pensamento.
É bem capaz que eu tenha um orgasmo só com o raciocínio.
— Mas eu não vou gozar na sua boca. — diz ele, parecendo usar e abusar do próprio autocontrole pra sair de dentro da minha boca.
Suas mãos se emaranham novamente nos meus cabelos e me puxam levemente para cima, e entendo o recado. Me coloco de pé com dificuldade por conta dos saltos e das pernas bambas, e mal tenho tempo de chegar ao topo. Sua boca ataca a minha e então voltamos a confusão de apertos, chupões e estímulos até ele me empurrar contra o espelho do elevador, separando-se apenas para me colocar de costas pra si.
Vejo o meu reflexo ali e abro um sorrisinho, vendo meu batom borrado e os cabelos bagunçados. Assisto pelo espelho enquanto Shawn finalmente se livra da camisa aberta, revelando os músculos que ela escondia. Mordo o lábio, aquele era o tipo de homem que devia sair pelado sem ao menos se importar.
Seu corpo se gruda ao meu e sinto-o duro na minha bunda, o que me faz rebolar contra ele involuntariamente. Apoio as mãos no espelho para não cair e continuo os movimentos, olhando sobre o ombro e encontrando seu rosto. Ele me deixa fazer o trabalho por uns instantes e, com um sorriso malicioso, agarra meus quadris com força e sobe pelas laterais do meu corpo até os seios. Solto um gemido necessitado e então minha camisa é puxada de dentro da saia, sendo desabotoada minuciosamente.
Por um lado é bom porque ainda precisarei dela quando sairmos, mas ainda há aquela parte de mim que implora para que ele a arranque e me coma com força o mais rápido que puder.
Ele retira a peça devagar, deslizando o tecido pela minha pele e tocando cada centímetro exposto com os lábios.
Meus cabelos são jogados para o lado e sinto seu nariz roçar na minha nuca, criando uma trilha invisível conforme ele desce até o fecho do meu sutiã. Um arrepio corre o meu corpo e solto um gemido de frustração, até porque a minha própria umidade começa a me incomodar. A peça da lingerie livra os meus seios, e vejo-os se libertarem através do reflexo.
Shawn atira o sutiã perto da minha bolsa e então sobe a minha saia de modo que ela esteja dobrada na altura do meu quadril, revelando a calcinha rendada. Ele endireita o meu corpo e, mais uma vez, obedeço-o sem pestanejar.
Que se livrasse da calcinha tão rápido quanto o sutiã!
Ele é rápido. Num momento, uma de suas mãos agarra o meu seio esquerdo, estimulando meu mamilo já sensível. No outro, a mão livre desliza pelo meu corpo até a calcinha, enfiando-se dentro dela como se a peça sequer estivesse ali.
Seu dedo médio desliza pela minha entrada e solto um gemido mais alto do que pretendia.
— Como você está molhadinha, Senhorita Robinson… — ele sussurra, se vingando da minha mordida.
Mordo os lábios e fecho os olhos, sentindo-o deslizar o dedo para dentro. Volto a rebolar o meu quadril, sentindo meu corpo inteiro reagir quando ele aumenta mais um dedo. Estou em colapso, meu clitóris parece prestes a explodir e a pressão exercida no meu mamilo não ajuda em nada, com tudo ficando dez vezes mais intenso quando ele pressiona o pobre clitóris entre seus dedos. Minhas pernas tremem e no mesmo minuto sinto minha intimidade se contrair, denunciando o ápice.
Mas eu não estou satisfeita.
Nem de longe.
Ainda preciso desse homem dentro de mim.
Suas mãos me abandonam e então me viro na sua direção, segurando em seus cabelos para trazê-lo para perto. Meu beijo é mais urgente, e seu corpo pressiona o meu quando minhas costas batem no espelho. Posso senti-lo roçar na minha calcinha e instantaneamente abro as pernas, mas ainda há aquele maldito pedaço de tecido nos separando. Eu mesma me livro dele, e seguro nos ombros de Shawn antes de trancar minhas pernas ao redor de sua cintura.
Ele me comprime mais contra o espelho e usa uma das mãos para segurar minha bunda, enquanto que a outra tateia seus bolsos até finalmente encontrar a carteira. Vejo um mar de cartões de crédito antes dele finalmente puxar a camisinha de um dos compartimentos, abrindo a embalagem e colocando-a no próprio pau sem demora.
A ansiedade para recebê-lo cresce cada vez mais, e sou pega de surpresa quando sinto-o roçar na minha entrada.
Finalmente.
E então ele está dentro. Solto um gemido alto e Shawn segura meus quadris, aumentando o ritmo no mesmo instante. É quente, forte e duro, e sinto o meu corpo implorar por mais a cada estocada. Corro as minhas unhas pelas suas tão sonhadas costas e gemo em aprovação, implorando para que ele continue, implorando para que não pare nunca.
Sinto como se pudesse fazer aquilo o dia inteiro.
Seus gemidos se misturam aos meus dentro daquele cubículo em chamas, e mordo o lábio ao encontrar seu rosto. Os cabelos já não estão mais bem arrumados, a boca está mais avermelhada e entreaberta, e seus olhos… Seus olhos estão fixos em mim enquanto ele me fode forte.
Minhas costas deslizam no espelho, produzindo um som quase irritante, mas os gemidos são tão altos que mal dou bola para o barulho. Posso senti-lo em todas as partes, cada centímetro de pele nossa está se tocando e ele sequer me dá folga. Mantém a força e a velocidade conforme se move para dentro e para fora, e continuo gemendo feito a boa menina que sou.
— Shawn… — o gemido sai entrecortado, e suas mãos descem até a minha bunda e apertam forte.
O nome se repete por entre os meus lábios de novo, e de novo, cada vez mais falhos. Ele então me solta, e eu noto que é hora de trocarmos de posição.
Desço de seu colo com dificuldade, sentindo minhas pernas bambearem. Tento firmar meus saltos no chão mas estou toda trêmula, então apenas os tiro com os pés mesmo e os chuto para longe, mal me importando se estou menor que ele. Ainda estou completamente molhada, e preciso ter um pouco mais do cara a minha frente.
Me viro de costas, apoiando as mãos no espelho e ficando nas pontas dos pés. Empino a bunda e olho sobre o ombro, lançando-lhe um sorriso sugestivo. Shawn o retribui, caminhando na minha direção e segurando o meu quadril.
— Boa menina. — diz ele, dando um tapa estalado na minha bunda.
Solto um gemido de aprovação e a empino um pouco mais, e seu pau não demora a me invadir. Espalmo as mãos no espelho, gemendo conforme meu corpo se move com as estocadas. O ritmo prossegue firme, e noto que aquela posição é melhor que a anterior.
Ele agarra meus cabelos e os puxa para trás, quase me fazendo formar um “J” com o corpo. Abro um sorrisinho ao ver nosso reflexo no espelho, e sinto sua boca sugar a pele do meu pescoço com força. A saia está enrolada na minha cintura, meus seios pulam com os movimentos rápidos e o quadril dele se move com precisão, fazendo meu corpo entrar em combustão mais uma vez.
Sua boca larga o meu pescoço e viro a cabeça para o lado, encontrando seu olhar firme.
— Daddy… — gemo baixo, e ele morde o lábio.
O barulho de nossos corpos se chocando são a única coisa que ouvimos por alguns minutos.
— Geme, Ana. — Shawn ordena, e abro um sorrisinho.
— Daddy… — repito, apoiando as mãos no espelho novamente.
Repito de novo, e de novo, até ele finalmente se desfazer dentro de mim. Suas mãos me agarram firme e Shawn solta um grunhido alto antes de parar completamente, o corpo ainda grudado ao meu.
Nossas respirações estão descompassadas, nossas peles estão suadas e um estranho silêncio reina no elevador. Ele sai de dentro de mim e toda a satisfação do sexo se desfaz, o que me faz soltar um muxoxo triste, ainda me mantendo na mesma posição. Shawn ri e devolve o pau para dentro da cueca, fechando a calça em seguida. Logo ele se aproxima e para há alguns centímetros do meu corpo, o rosto se aproximando da minha orelha.
— Não tenho do que reclamar da minha visão, Senhorita Robinson. — sua voz ainda é rouca e me causa arrepios. Observo-o através do espelho, repassando tudo o que aconteceu. — Mas infelizmente devo aconselhar que se vista.
Faço um beicinho e ele abre um sorriso divertido, seguindo então até sua camisa caída. Custo muito até me mover, mas acabo caminhando preguiçosamente até as minhas roupas jogadas. Minha calcinha não me parece tão convidativa, então decido que a jogarei fora assim que sairmos. Olho para Shawn sobre o ombro e abro um sorriso divertido ao abaixar a saia sobre minha pele nua, com ele rindo pelo nariz e negando com a cabeça.
— Senhor? — a voz repleta de chiados soa do interfone.
Volto a minha atenção para as roupas e abotoo o sutiã e a camisa o mais rápido que consigo.
— A equipe de manutenção chegou, estão trabalhando na falha. — o rapaz prossegue. — Vocês devem seguir até o 80° em alguns minutos.
— Certo. — Shawn diz, e então os chiados somem.
Observo meus saltos com pesar e suspiro antes de subir em cima deles novamente. Apanho a minha bolsa no chão e me volto para o espelho, falhando ao tentar impedir meu olhar de se direcionar para ele. Vejo-o arrumar a gravata e então tirar o paletó de cima da câmera, o que me faz sorrir.
— Eles nem vão notar que você cobriu a câmera. — digo o óbvio, passando as mãos pela bagunça do meu cabelo. Os cachos já se desmancharam há tempos, dando lugar a fios escorridos.
— Tenho as minhas maneiras de fazer as filmagens desaparecerem. — Shawn pisca, checando as abotoaduras das mangas.
O elevador dá um novo solavanco e volta a se mover quando começo a repassar meu batom. Limpo os borrados, confiro a maquiagem dos olhos e jogo os cabelos para o lado, colocando a bolsa sobre o ombro logo em seguida. Shawn se posiciona diante da porta e caminho confiante até ele, parando ao seu lado.
Num lampejo da minha memória, tiro um pirulito do compartimento externo da bolsa e enrolo o palito do anterior na embalagem, colocando ambos e a calcinha em um dos bolsos de dentro. Os jogaria fora na primeira oportunidade.
Olho para o cara ao meu lado, colocando o doce na boca em seguida. Ele sorri e volta a olhar para a porta.
— Ótima tarde, senhorita Robinson. — Shawn se pronuncia assim que o painel nos informa que estamos no 75°.
— Foi bem… — Forte. Rápido. Duro. Sujo. As palavras ecoam na minha cabeça, e abro um novo sorriso presunçoso. — Agradável.
— Doce. — quase rio com o adjetivo.
— Como um pirulito. — falo, tirando o doce da boca e sugando a ponta.
O olhar dele queima sobre mim.
— Exatamente como um pirulito. — as palavras se desdobram devagar, e me pergunto se o elevador não vai conspirar a meu favor e parar novamente.
Mas ele não o faz. Um apito fraco soa quando paramos no 80° e as portas se abrem, revelando duas moças altas e um rapaz uniformizado do outro lado. Estamos numa recepção enorme, com balcões de mármore e poltronas brancas. As meninas são loira e morena, respectivamente, com os cabelos presos num coque idêntico assim como seus terninhos acinzentados.
— Senhor Mendes! — a morena diz, analisando-o de cima a baixo como se procurasse algum dano.
Puta que pariu, eu havia transado com o dono da empresa!
Tenho a certeza de que o choque estampa o meu rosto, e assim que olho para o lado, há um sorriso presunçoso estampando o rosto de Shawn Mendes. Ele sabia, sabia que eu estava ali para a entrevista, sabia de tudo! Tiro o pirulito da boca, ainda sentindo meu corpo paralisado.
— Vejo que já conheceu a Senhorita Robinson, candidata a vaga de assistente pessoal. — a loira se pronuncia, sorrindo enquanto alterna o olhar entre nós dois.
— Ah sim, Stella. — ele me olha de lado. — Passei horas muito… Agradáveis com a Senhorita Robinson. Providencie os papéis da admissão, não tenho mais nenhuma dúvida sobre o potencial dela.
Ele sai do elevador, seguindo pela recepção clara enquanto ajeita o paletó. A morena segue logo atrás dele enquanto Stella se volta para mim, me indicando o caminho até o balcão. Saio mecanicamente, deixando que ela apoie a mão nas minhas costas enquanto me guia. Meu olhar está do outro lado da recepção, onde Shawn fala com a secretária sobre algo que não consigo ouvir. Ele segue até a porta de mogno ao fundo da sala e a empurra, dando sua ultima palavra para a mulher.
E então seu olhar encontra o meu, e reabro meu sorriso presunçoso. Chupo a ponta do pirulito várias vezes antes de colocá-lo na boca por completo, e Shawn retribui meu sorriso antes de entrar na sala.
— Senhorita Robinson? — volto meu olhar para Stella, que segue até uma impressora que expele vários papéis seguidos. — Estou imprimindo seu contrato, você pode lê-lo com calma e…
Eu sequer precisava ler. Era só me dar uma caneta e eu assinaria sem pestanejar.
Afinal de contas, era apenas o começo.
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