JUSTIN
"Mr. Justin, olha aquele vestido, não é perfeito?" - Ariella fala apontando para a vitrine de uma boutique.
"Sim, meu amor, é muito bonito, vamos levá-lo" - Eu disse sem pensar duas vezes, segurando sua mão e já arrastando-a para a loja.
"Mas, Mr. Justin, você não acha que já gastamos demais por hoje?" - Ela fala com uma expressão preocupada, talvez por não querer me dar trabalho, mas eu não me importo em comprar coisas para ela, eu gosto de vê-la feliz, quero que esse sorriso continue no rosto dela.
"Claro que não, nós não gastamos nada, nada comparado ao que você merece, Ariella. Eu posso te dar tudo o que você quiser. Afinal, minha baby girl vai ficar linda com aquele vestido." - Falo e noto que suas bochechas ganharam um tom avermelhado.
Chegamos na loja e notei que Ariella ficou um tanto acanhada para falar com uma atendente, então eu o fiz.
"Moça, por favor, você pode tirar o vestido vermelho da vitrine?" - Disse sendo bem direto, mostrando-lhe o vestido na qual eu me referia.
"Claro senhor, agora mesmo." - Disse a moça em um tom profissional. Ela foi até a vitrine tirando o vestido do manequim, e me entregando. Ariella estava distraída olhando outros vestidos, ela estava segurando outro vestido na mão, vi que ela tinha gostado muito, era verde e muito brilhante.
"Aqui está, Ariella, você já pode provar." - Disse entregando a ela o vestido vermelho e ela sorriu ao vê-lo em minhas mãos, eu não conseguia tirar meus olhos dela, nem ela dos meus, eu fiquei encarando-a e vi que ela se intimidou.
"Eh...eh... Obrigada. Onde eu posso provar?" - Ela falou gaguejando, eu vi que ela estava tentando mudar de assunto.
"A moça vai te acompanhar até o provador, mas, eu tenho certeza que vai te servir perfeitamente." - Falei e a funcionária a acompanhou rapidamente até o provador. Ela olhou para trás e olhou no fundo dos meus olhos, ela sorriu e uma lágrima caiu de seus olhos, mas ela logo levou sua mão até os olhos e enxugou seu rosto.
Eu não tenho palavras para descrever como ela é perfeita, é uma garota bonita, incrivelmente linda, além de saber ser grata como ninguém. Vi a moça voltando do provador o que me tirou dos meus pensamentos.
"Moça, eu vou lá no provador vê-la." - Disse sem deixar que ela falasse nada, entrando rapidamente no corredor iluminando que levava até o provador.
Tinha três provadores e o terceiro estava entreaberto e eu pude ver o seu lindo reflexo no espelho. O vestido tinha servido nela como uma luva, o vestido vermelho com detalhes pretos destacava perfeitamente sua cintura fina, seus quadris largos, suas coxas grossas e seus seios perfeitos, além da cascata negra de seus cabelos que caiam de maneira perfeita. Ela estava corada com o meu olhar e falou algo que me tirou do transe.
"O que disse?" - Perguntei esperando que ela dissesse outra vez, pois não tinha ouvido nada.
"Eu perguntei se você gostou." - Ela disse me olhando com os olhos brilhantes. - "No que estava pensando?" - Eu me aproximei dela, bem perto do seu ouvido, tão perto que já podia ouvir sua respiração descompassada.
"É incrível, eu adorei, Ariella." - Sussurrei em seu ouvido mais uma vez, fazendo-a estremecer, era o momento perfeito para provocá-la, ela estava vulnerável mesmo sem ter idéia do que eu estava fazendo.
Comecei a dar pequenos beijos molhados no seu pescoço macio e cheiroso, e pelo reflexo vi os seus olhos fechados e sua respiração regular, toquei levemente suas coxas e senti seus pequenos pelos arrepiados. Isso já estava passando dos limites, então decidi parar antes que eu a foda aqui mesmo nesse provador.
"Bom, Ariella, eu tenho algumas coisas da empresa para resolver. Você pode continuar aqui no shopping, recomendo que você vá à um spa. faça uma maquiagem clara, porém nada muito infantil, e coloque este vestido quando estiver pronta, ah, e pinte suas unhas de vermelho. Eu vou deixar você com o meu cartão, a senha é ' s 6 i x a m ', pode usá-lo com o que você quiser. Eu estarei naquele Banco lhe esperando às nove, esteja pronta e impecável, nós vamos à um lugar muito interessante esta noite. - Disse apontando para um banco de madeira que havia em frente à boutique em que estávamos. - e por favor, não fique chateada comigo, eu prometo que viremos mais vezes no shopping. Me desculpe, eu preciso mesmo ir." - Disse me aproximando dela, segurei seu rosto entre minhas mãos e beijei o topo de sua cabeça, sentia agora o cheiro de hortelã e kiwi que exalava de seus fios escuros invadiram minhas narinas.
"Tudo bem, Mr. Justin, outro dia você passa mais tempo comigo." - Ela disse passando suas ao redor de si mesma.
Tenho quase certeza que ela ficou magoada, mas eu vou compensá-la com a surpresa de hoje à noite, e tenho certeza que ela vai gostar.
Afinal, eu não tenho compromisso nenhum, eu só quero ir para casa e fazer alguns complementos no quarto dela, pois a decoradora só tornou aquele cômodo abandonado no meu apartamento em um lugar agradável e habitável.
Eu quero que Ariella monte o quebra-cabeça quando chegar no seu quarto, quero que ela veja o buquê de flores vermelho com apenas a flor Branca que ela esqueceu no carro, quero que veja a flor que ela destruiu pétala por pétala hoje de manhã na janela do orfanato junto com o cartão que eu deixei para ela.
Eu quero que ela veja que fui eu quem mandei aquela flor na saída da escola, que ela saiba que eu sonhei durante todo esse tempo em tê-la nos meus braços, eu quero que com o tempo ela veja que eu sou completamente louco por ela, e que sou capaz de tudo para que ela seja só minha, para sempre.
Antes que eu pudesse me esquecer passei em uma loja somente de aparelhos eletrônicos. Tive a idéia de comprar um celular para ela, afinal ela já iria completar quinze anos e merecia. Sem contar que eu certamente teria vontade de falar com ela de dez em dez minutos. Então comprei um celular igual ao meu, só que com uma cor mais feminina.
Chegando em casa, fui direto para o quarto dela. O ambiente estava bem iluminado e espaçoso, bem no canto de uma das paredes do cômodo tinha um urso gigante, um tapete bem pálido e confortável. Eu disse claramente que queria uma cama de casal nesse quarto, ainda bem que a decoradora fez exatamente da maneira que eu mandei.
Havia um criado mudo em cada lado da cama, um tinha um abajur e eu coloquei a caixinha rosa com o aparelho celular bem do lado. No outro criado mudo tinha um jarro de vidro roxo com o buquê vermelho, coloquei a flor Branca quase murcha bem no meio como eu já havia pensado, e as pétalas destruídas dentro do minúsculo compartimento de cristal transparente, e o cartão que eu havia escrevido hoje de manhã entre as flores do buquê.
Estava tudo perfeito, tudo da maneira que eu tinha planejado à semanas. Ela entraria aqui e ficaria surpresa e grata, além de tudo. Grata como ninguém consegue ser.
ARIELLA
Mr. Justin disse que precisava resolver coisas da empresa, eu entendi completamente. E eu sou muito grata por ele ter me adotado, e por ele estar me dando uma vida boa. Já faziam muitos anos que eu não me dava o luxo de pensar em vir em um shopping antes dos dezoito anos, eu não tinha esperanças de entrar em uma loja e comprar roupas novas.
Justin veio para despertar minha esperança outra vez.
Assim que Justin foi para o seu compromisso, eu tirei o vestido e vesti novamente meu short e minha blusa de sempre, paguei o vestido com o cartão que Justin havia me emprestado. Saí andando pelo shopping a procura de algumas coisas que eu sempre quis comprar. Como um relógio, uma bolsa, um sapato que me deixasse mais alta, uma nova peça de lingerie de uma cor diferente pois eu só tinha dois conjuntos bejes, fora minhas várias calcinhas de ursinhos, que agora eu só tenho uma para lembrar, a que eu estou usando.
Entrei em uma loja da Victoria Secret pois vi alguns vários conjuntos que me chamaram a atenção, então escolhi um conjunto vermelho, e um branco, não iria comprar muitos por hoje, até por que já havia comprado um conjunto preto da Moshino, sem esquecer das outras coisas que já comprei com o cartão de Justin. Agora que eu já tinha me olhado no espelho vestindo aquela lingerie de renda vermelha eu me sentia tão madura, completa e feliz, eu não sentia mais um vazio dentro de mim.
Decidi perguntar a uma atendente ruiva muito simpática onde ficava o ela que Justin havia me recomendado e onde eu poderia me produzir para o compromisso de hoje às nove com Justin.
"Moça, você pode me dizer onde fica o spa? Ah! E pode me dizer também onde eu posso me maquiar e trocar minha roupa? É que eu tenho compromisso com uma pessoa às nove e ele vem me buscar aqui." - Falei brevemente com ar de riso.
"Ah, no spa você pode fazer tudo. Quando estiver com a maquiagem pronta, lá você pode se trocar. Eles vão saber perfeitamente como deixar você ainda mais linda do que já é!" - A moça ruiva falou sendo um tanto simpática e atenciosa. - "Ah, e me desculpe a curiosidade, mas você vai sair com seu namorado?"
"NÃO, NÃO... Quer dizer... Eu acho que é o meu pai." - Eu tinha 99% de certeza que eu estava tão vermelha quanto a lingerie que eu havia acabado de comprar, por que os outros 1% era somente a minha esperança de não estar parecendo um pimentão.
"Como? Bem, eu não entendi nada, mas mesmo assim, quando precisar, eu vou estar aqui." - Ela falou me entregando um pequeno cartão rosa, com o emblema da loja, seu nome e número. - "Agora você já sabe o meu nome é como falar comigo, é só me ligar quando precisar."
"Okay, muito obrigada Debby, você me ajudou muito." - Disse sorrindo e lhe acenando, indo apressadamente para o spa.
Chegando ao spa fiquei impressionada com a decoração clara e com o cheiro do ambiente, era um lugar bem calmo e todos os atendentes eram muito educados e pacíficos. Fui recebida por uma mulher morena que aparentava estar na faixa de seus 35 anos, ela pediu que eu tirasse a minha roupa e vestisse um roupão branco e felpudo.
Primeiro me deram um delicioso banho com pétalas e que tinha cheiro de canela e baunilha, depois começaram uma massagem em minhas costas com um óleo morno de amêndoas. Depois que minha pele já estava perfumada uma moça mais jovem pintou minhas unhas, enquanto outra me perguntava como eu gostaria que fosse a minha maquiagem, então eu pedi que ela fizesse clara porém nada infantil demais, como Justin havia pedido.
Já haviam se passado algumas horas e eu já estava pronta, só precisava vestir o vestido me calçar, já que eu tinha lavado o meu cabelo mais cedo no orfanato e era naturalmente liso, não precisei de um tratamento específico focado somente nos meus fios. Entrei em um pequeno quartinho do spa para me vestir, tinha um espelho enorme que escondia toda a parede e tinha alguns pufs brancos encostados na parede.
Tirei o roupão e vesti a langerie preta que eu tinha comprado, coloquei o vestido vermelho que se encaixou perfeitamente em meu corpo e escovei meus cabelos jogando os escuros fios por cima dos meus ombros. Sentei-me em um dos pufs e calcei o sapato nude peep toe, e depois fiquei de pé tentando me erguer em cima daqueles saltos que nem eram tão altos, mas mesmo assim tinha dúvidas se eu conseguiria me equilibrar calçando algo assim.
Por fim eu me olhei no espelho e vi que aquela menina insegura e negativa não existia mais, não totalmente, ainda me faltava um pouco de confiança, mas eu me sentia melhor, não me sentia tão culpada pelos fatos, até porque Justin mesmo disse que eu nunca deveria me sentir culpada pelas coisas ruins que já me aconteceram. Eu me sentia bonita, equilibrada, madura e otimista.
A minha maquiagem estava absolutamente impecável, os olhos estavam bem destacados pela cor nude cintilante, os cílios estavam curvados e naturais, minha boca estava preenchida por um batom líquido matte marrom claro. Os meus lábios que sempre me pareceram ser estufados demais, hoje não me incomodavam, eu me sentia bem comigo e com minha aparência.
Com algumas sacolas de compras já desocupadas, eu peguei a roupa e as sandálias que estava vestida antes e coloquei tudo dentro. Peguei também as outras sacolas com as minhas compras e a minha bolsa de couro. enquanto pagava as horas de beleza do spa, vi no meu relógio que já se aproximava das nove. Então me apressei ao máximo para não me atrasar com Justin.
Fui andando com passos largos quase tropeçando quando senti meu corpo trombar com o de alguém e as sacolas irem ao chão.
"Oh, céus, perdão. Mas que desastrada, desculpe, eu sinto muito!" - Disse enquanto o rapaz ajudava a apanhar as minhas sacolas de compras. Ele estava de cabeça abaixada, mas eu reconheceria aquele cabelo loiro impecável e aquele smoking bem engomado em qualquer lugar desse mundo.
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