1. Spirit Fanfics >
  2. Long live the Evil Queen >
  3. Capítulo 8

História Long live the Evil Queen - Capítulo 8


Escrita por: Nikant

Notas do Autor


Eu admito, demorei, mas se voltei foi graças a ShoyoMasterscar e sua mensagem de suplica inspiradora. (To escrevendo unique e assistindo a s1- em breve posto tb)
Enfim, to de volta. Esse cap ta longo, talvez confuso, acho que vocs irão notar o que eu escrevi meses atrás e o que escrevi essa semana, aliás, o final foi a primeira coisa que escrevi meses atrás, depois fiz o começo e essa semana escrevi sobre o fim do Killian e a maldição onde Regina se encontra.
Vão perceber a descontinuidade na narrativa, ora ta em 1 pessoa, ora em 3... SORRY. Mas a ideia ta interessante.
Bem, sem mais delongas, desfrutem do cap 8 FOCADO NA RELAÇÃO REGINA E HENRY, e tem o final do Killian tb.

Me escrevam no final quero saber se sacaram os momentos "reveladores"-

bjinhos

Capítulo 8 - Capítulo 8


 

#

#

Após a tentativa frustrada do filho de acordar a mãe com um beijo, Emma inundou em melancolia com a cena a sua frente, a morena continuava estirada no chão, inerte. A xerife saiu de seu estado perturbado quando notou um sorriso convencido brotando no rosto do pirata. Tal como o desespero lhe arremeteu, a fúria veio em maior ou igual proporção, sem se importar em deixar Regina desacordada sob os cuidados do garoto, a loira segurou o braço do ex e saiu arrastando o homem até os fundos da casa.

-O QUE FOI QUE VOCÊ FEZ?- Perguntou descontrolada

-Acredite ‘love’ foi melhor assim- Respondeu satisfeito, apesar de ter a cara fechada pelo modo como a namorada o puxou. - Agora Regina não poderá atrapalhar o nosso amor-  Ele disse e tentou segurar a mão da mulher mas ela se desvencilhou

-Killian entenda de uma vez por todas, se é que não percebeu está tudo acabado entre nós.- Emma cuspiu, já havia tomado sua decisão dias atrás, só não estava com cabeça para olhar na cara do capitão. O que ele fez hoje foi apenas mais um motivo para por um ponto final no romance que sequer deveria ter começado.

Enquanto Emma terminava seu discurso, o capitão levantou a mão boa e num só gesto quase atingiu a face da loira com uma bofetada, quase pois a xerife cresceu num orfanato, passou a vida toda sabendo se defender e se proteger daqueles que queriam lhe fazer mal, não seria agora, muito menos alguém como ele que conseguiria acertá-la

-NÃO OUSE ENCOSTAR EM MIM- Segurou o braço do homem a centímetros do seu rosto, a magia emanou sem seu consentimento atirando o pirata a metrôs de distância.

Seus olhos de repente ficaram vermelhos e ela quase perdeu o controle, sabe-se lá o que teria feito se não tivesse recobrado a consciência, pois sequer notou que foi caminhando até onde ele havia caído, e estava com uma mão sobre a cabeça do capitão.

A xerife respirou fundo, recolheu as mãos cessando a magia que irradiava delas, piscou algumas vezes e quando abriu novamente os olhos eles estavam em tom normal, digo, comum para alguém que a pouco chorou.

 

 -Não Swan... você está errada… Não consegue ver adiante.- Tentou rebater enquanto se levantava com dificuldades. Sua namorada o atacou, ele ficou transtornado, mas o desespero de perde-la era maior. Emma precisa entender que fiz tudo o que fiz por nós- Ele pensava consigo. -Agora Regina não estará mais em nosso caminho, após derrotarmos a Rainha Má, teremos paz, vamos poder viver felizes…-  Ele tentava argumentar já de pé.

 -VOCÊ É SURDO KILLIAN?- Gritou incrédula- ACABOU- Suspirou tentando se acalmar, pois estava muito alterada e se esquecia do mais importante - Me diz que tem uma solução, que eu posso salvá-la?- Suplicou.

-Não- Respondeu amargurado- E mesmo que tivesse eu não lhe contaria. Em breve Regina estará morta e você não pode fazer nada para impedir- Tripudiou confiante, já que não teria a amada, a prefeita também não viveria para desfrutar de tudo que deveria ser dele. -

-Eu te odeio!- Balançava a cabeça em negação tamanho o asco e rancor que sentia-

-Você deveria me amar Swan!-  Falou com o orgulho ferido. Ela bufou com desdém.-Talvez goste de saber que foi a própria rainha má que me deu a poção que matará sua ‘protegida’ Regina- Já não tinha mais nada a perder então se ele pagaria por ficar sem a amada, a rainha enfrentaria a fúria da loira.

Não deveria ser assim, ainda mais se tratando da monarca, mas Emma se surpreendeu com a revelação- Por que ela tentaria matar a si própria?- Claro, se ela quer te conquistar, não correrá o risco de que você se apaixone pela outra- respondeu mentalmente decepcionada. Desta vez só encarou o pirata mais uma vez e virou caminhando para dentro da casa.

-Suma capitão, não me darei o trabalho de te prender pois não quero ter o desprazer de te ver na delegacia. Nunca mais volte para esta cidade- Fez um ultimato antes de bater a porta com força.

E para aqueles que acham que ela não se vingou, lembrem-se que Emma tem algo maior com que se preocupar do que ficar perdendo tempo com o pirata. Afinal, todo aquele amor que a fez ir até o inferno atrás dele, feneceu ao se aproximar de Regina Mills e abrir os olhos sobre quem realmente é o ardiloso capitão Hook.

Como era de se esperar toda aquela cena, tanto á da varanda como esta última nos fundos da casa, estavam sendo observadas de perto pela exímia estrategista rainha. E não bastasse a monarca sentir vontade de estrangular o pirata por tê-la “dedurado” o que mais lhe incomodou foi a  tristeza no olhar da jovem  por não saber como salvar a prefeita O que significa?- Estava confusa, isso a irritava mais, detestava se sentir assim. Em um manejar de mãos transportou-se junto com o maneta Jones para o centro da floresta.

 

~

 

Emma refez o caminho, podia ouvir Henry falando baixinho, clamando para que sua mãe morena acordasse. Mas também não adiantou. A loira se aproximou tocando o ombro do filho para ele saber de sua presença.  Ela abaixou-se e em vez de usar magia embalou o corpo da morena com os próprios braços, carregando-a com cuidado para dentro da casa. Deixou a mulher adormecida o mais acomodada possível no sofá da sala.

Nem um minuto se passou quando uma fumaça verde se fez presente, dela saiu Zelena confirmando suas suspeitas. A ruiva não tão profundamente como Henry, sentiu algo de ruim acontecendo a sua irmã, o ar mudou, então tratou de procurá-la para saber se estava bem, porém também chegou tarde demais.

Espantada se aproximou da mais nova, tocou-lhe a face e soube na hora que Regina estava submersa em uma maldição, mas tão inserida na mesma que era difícil sentir se sua alma ainda estava ligada ao corpo. Tremeu angustiada com a possibilidade de perdê-la.

Mesmo abalado Henry contou a tia o que sentiu mais cedo e o que tentou fazer para acordar a mãe. Emma complementou, envergonhada e furiosa, que era efeito de uma poção, mas que ela também não sabia qual e nem se era possível reverter.

-Bom, sem o conhecimento de quais ingredientes foram usados não tenho como saber se existe uma forma de trazer minha irmã de volta.- Admitiu com pesar. Emma e Henry frustraram-se ainda mais.

-Regina!- De repente uma voz ecoou pelo ambiente chamando a atenção dos presentes, a dona da casa revirou tanto os olhos que possivelmente viu o próprio cérebro, ao reconhecer quem chegara: Malévola.

A feiticeira estava voando com a filha pelos arredores de Storybrooke quando sentiu a magia da prefeita diminuir gradativamente, restando apenas um fio menos espeço que o tamanho de um fio de cabelo. Não compreendeu, então voou até a casa da salvadora, de onde emanava a curta linha de vida da morena.

Ao chegar sequer se importou com quem estava do lado, caminhou devagar até a ‘amiga’ desacordada e tocou-lhe o rosto com carinho. Gesto observado por todos, Zelena assentiu sugestivamente, Henry tinha no semblante uma centelha de esperança, enquanto Emma franziu o cenho desgostosa com aquele contato.

Malévola permaneceu acarinhando a face de Regina por mais alguns instantes, não tirou o olhar da prefeita, mas falou com os demais:

-Ela está no limbo- Constatou. Sua voz era fina, triste.

-Como a tiramos de lá? - Perguntou Emma exasperada, afinal ao menos alguém sabia onde a prefeita estava.

-Não há como…- Respondeu Zelena com pesar, explicou que já lera diversas vezes sobre o lugar onde supostamente sua irmã se encontra, e infelizmente há poucos relatos de quem conseguiu retornar, inclusive os que voltaram já não eram mais os mesmos, perderam a sanidade.

-Na verdade, Regina precisa querer sair do limbo. - Corrigiu a feiticeira mais velha.

-Tenho certeza que minha mãe está lutando para voltar…

-Não meu jovem príncipe- Malévola o interrompeu, voltou o olhar com ternura para o menino- Quando alguém vai para o limbo, esta pessoa se perde, ela se desconecta da realidade da qual pertence e passa a crer que a fantasia gerada a partir de suas dores é real, ou seja…

-Ela não pensa em voltar...- Henry completou. A mulher dragão assentiu

-Sua mãe está imersa…- Respirou fundo, diria imersa em dor, mas achou cruel demais compartilhar aquela informação com o garoto- Acredita inconsciente que aquilo é real. Sem que Regina tome ciência de onde está e do que está acontecendo, não há nada que possamos fazer. - Explicou.

O menino ficou em silêncio. Emma perguntava para Zelena algo relacionado ao sono perturbado da prefeita, mas Henry não prestou atenção na conversa da outra mãe e da tia, pelo contrário, algo dentro dele dizia o que tinha que ser feito. Ele sabia como salvar a mãe, por mais louco que pudesse ser, sabia e tinha que tentar.

-Se alguém pudesse entrar no sonho da minha mãe e fazê-la despertar, ela poderia acordar?- Raciocinou se o que planejara era cabível.

Tanto Malévola quanto Zelena ponderaram a ideia do garoto.

-Se minha irmã se tornar consciente no sonho, então a poção se torna uma comum maldição do sono…

-Cujo beijo de amor poderá acordá-la- Emma falou praticamente sorrindo boba. Ali estava a esperança de novo.

-O que acha? Pode dar certo?- O garoto ainda esperava a confirmação por parte da feiticeira.

-Talvez- Sibilou encarando todos

-O que impede?- Emma questionou incomodada.

-Primeiro Regina está vivendo uma lembrança, não sabemos qual,  dependendo de quem for ajudá-la, talvez não faça diferença alguma. Segundo, o limbo funciona como um purgatório, é um espaço de transição entre a plenitude e o sofrimento, novamente, quem for resgatá-la pode ficar preso sem conseguir achar o caminho de volta. E terceiro como um lugar enlouquecedor, é impossível  ficar são por muito tempo.- Respondeu esquematicamente, olhou para a loira um pouco incomodada, arqueou a sobrancelha, levantou-se e foi até o menino- Pode funcionar, mas como dito não há certezas.- Concluiu  em conflito consigo mesma- Ela queria dizer que funcionaria, que tudo daria certo mas haviam muitas variáveis-

-Mas temos que tentar, é nossa única chance- Henry

-Concordo garoto. Bem, eu vou- Se prontificou Emma, ela era a salvadora, ela se importava com Regina, ela fizera uma promessa, e agora mais do que nunca ela queria a morena de volta, tinha que salvá-la custe o que custar.

-Nem se quisesse poderia ser você- Malévola retrucou, até mesmo sorriu de canto em deboche-

-E por que não?- Replicou a loirinha. Era oficial, a feiticeira desde aquele dia da besta alada e agora estava de implicância com a xerife. E só havia um motivo/razão em comum entre elas: Regina.

-Ela precisa ser desperta de dentro para fora, ou seja, por alguém que ela ama.- Explicou pomposa- Até onde sei  Regina não ama você senhorita Swan- Sorriu sarcástica. Emma fechou a cara, mas teve que concordar.

-Eu vou.- Falou Henry todo corajoso. A salvadora largou a briguinha pessoal com a mulher dragão quando se deu conta do que o filho disse.

-Não. É perigoso e Regina jamais me perdoaria por deixa-lo ir em tal lugar.-

-Não há outra forma mãe. Eu consigo- Tentou passar confiança para a loirinha- Além do mais, se eu demorar demais ai você poderá me acordar, pois eu também amo você- Sorriu com a ideia ‘lógica’.

Mais algumas palavras foram ditas. Emma tentava convencer o filho a não ir, ao mesmo tempo que sabia que o menino era a única chance para a morena. Até por que o tempo estava passando e como disse a Malévola, o limbo é enlouquecer. Regina pode não ter muito tempo até perder a sanidade. Portanto, foi pensando nisso que a xerife permitiu a ida do menino- Tomara que ela não me mata ao acordar- riu fraco com a possibilidade de ser acertada por uma das bolas de fogo da prefeita.

A feiticeira com a ajuda de Zelena fez a maldição do sono ja conhecida. Colocaram ainda um ingrediente a mais para garantir a plena consciência do jovem Henry. Com o termino do preparo, o garoto se acomodou no outro sofá próximo a mãe.

Confortável e confiante de que conseguiria, ele fez conforme instruído para que o feitiço desse certo. Pensou em Regina e no amor que sentia por sua mãe, a lembrança da dor, do medo de perde-la veio à tona, bem como algumas imagens da infância.  Uma lagrima escorreu pelo rosto do menino antes da mulher dragão espeta-lo com a agulha contendo a maldição.

Os olhos do autor foram fechando devagar até ele cair no sono profundo, do qual quando despertou  notou não mais estar em Storybrooke.

~

Algumas horas antes naquela mesma tarde, a rainha disfarçou-se de prefeita Mills para acelerar a produção da poção com o Dr. Jackyll. Há alguns dias vinha observando de seu espelho, não podia deixar Mr. Hyde obter a poção antes dela, deste modo sabia que o jovem cientista estava perto. Quando chegou o doutor estava pulando-  algo de bom deve ter acontecido- ela pensou. E felizmente para sua surpresa o médico estava perto de terminar a formula, bastava apenas um ingrediente. Um aceno e: Está  pronta- Sussurrou para si.

Com o coração do pobre homem em uma das mãos, a rainha pegou o frasco e virou de uma vez, bebendo assim todo o liquido. Esperou que algo acontecesse mas nada, sentia-se igual, sem alteração nenhuma. Voltou a apertar o órgão pulsante do médico que sem outra alternativa disse-lhe a verdade:

-A poção esta feita minha senhora, mas precisa de testes, agora, bem... Só saberemos ao se aproximar do seu outro eu.- Admitiu com imensa dificuldade. Dor.

A rainha disfarçada bufou receosa, já tinha tramado para seu outro eu, o pirata estava a caminho. Sem essa certeza o que armou para Regina (boa) poderia recair sobre ela. -Erro de principiante- a voz do senhor das trevas ecoou em suas lembranças.

Foi caminhando em direção a porta, precisava encontrar o seu outro eu antes do pirata. Se dirigiu ao médico para lhe devolver o coração, num breve aceno de mãos o laboratório explodiu e eles se transportara para o lado de fora. Antes de depositar o órgão a rainha sussurrou para o mesmo: Esqueça nosso encontro Dr. Jeckyll, houve um acidente, terá que recomeçar. Em seguida desapareceu em sua fumaça.

Ao dissipa-la frente a mansão da salvadora se deparou com Regina atendendo a porta e Killian lhe golpeando, viu a prefeita desfalecer. Neste momento a visão da rainha ficou turva, sentia-se zonza, uma pontada aguda apertando-lhe  o coração- Não, não pode ser- murmurou em desespero. Alguns minutos mais de agonia até a sensação ruim cessar e a monarca recobrar os sentidos afetados.

Não lembrara de abaixar, a dor fora grande, então aos poucos foi levantando e seu coração apertou ao ver o filho chorar pela outra mãe. Nunca fora sua intenção feri-lo, aliás era para um dia tê-lo por perto que estava seguindo com seu plano. Talvez um dia Henry pudesse vê-la, enxerga-la de verdade do modo como só ele era capaz. Mais do vingança, justiça e poder, coisas que a monarca conseguiria uma por uma, ela almejava se reconciliar com o filho, ser somente ele e ela, assim como era antes da chegada da salvadora.

A soberana foi retirada de sua reflexão e acompanhou de longe a briga da loira com o ex namorado. Sorriu satisfeita com o plano e ficou ainda mais feliz quando se deu conta de que a poção tinha funcionado. Ela está muito bem, enquanto a prefeita... O sorriso perverso só lhe saiu da face ao ser dedurada pelo capitão despeitado. Bufou de raiva e quando a salvadora já não estava mais perto, a rainha o levou consigo para a floresta.

 

-Ora, ora capitão, sabe o que acontece com traidores?- Perguntou com a postura majestosa.

-Nada do que você faça poderá piorar o meu dia.- Killian não se surpreendeu por ter ido levado pela rainha. Estava chateado com o termino com a loira, frustrado por que não haveria volta, deste modo nada que a rainha fizesse poderia afeta-lo. Então se acomodou em um tronco, pegou o cantil e bebeu um longo gole de rum.- Então se já cansou de bancar a “rainha fodona”  que nós dois sabemos que você não é, eu voltarei para meu navio...

-Como ousa?- Gesticulou com as mãos e ergueu o pirata no ar

- Disse alguma mentira? Você precisou de mim para se livrar da outra Regina- Cuspiu debochado- Oh, achou que não sabia? Que estava me manipulando?- Riu da face séria da rainha- Só prova o quanto é idiota em pensar que poderia me ludibriar, logo eu um pirata...

-Cale-se!- Ordenou.

-OU O QUE?- A desafiou- Vai me torturar, arrancar meu coração, me banir para outro reino?- O pirata encarava a monarca com extremo desprezo- A Emma era tudo que eu tinha, não tenho mais nada a perder- Sorriu triste.

-Está enganado capitão e eu te mostrarei o quanto posso te machucar. – Ameaçou satisfeita após a fraqueza demonstrada pelo pirata. Se aproximou do homem suspenso no ar e, como sugerido pelo mesmo, ela arrancou-lhe o coração que grunhiu de dor.

-Tente- Debochou cético de que a rainha o faria algum mal.

A provocação do pirata aumentou a irritação da rainha. Fora desmascarada pelo maneta, agora as chances de se aproximar da loira gostosa, porém lenta, bem como de seu filho foram reduzidas, sem contar que ainda tinha que lidar com o mr. Hyde em seu encalço. Em outras palavras, ela estava com problemas, seu plano em parte dera certo, mas agora teria que encontrar outra maneira de driblar as adversidades. Ou seja, ja não estava em um bom dia, o homem  tentava irrita-la mais- Parece que alguns mortais não tem medo do perigo- Murmurou a rainha.

Não é de hoje a quase palpável inimizade entre Regina e Killian, a mesma começou a muitos anos atrás ainda na floresta encantada, a morena mediante a alcunha de Rainha má e ele o ardiloso Capitão Hook. Seus caminhos se cruzaram algumas vezes, um antigo ditado deste mundo serve para explicar a “parceria” repentina: Uma mão lava a outra, ou no caso do pirata um gancho. Acordos foram feitos, desfeitos, e entre uma trapaça e um majestoso movimento como num jogo de xadrez, a repulsa e desprezo se estabeleceram como vigas para a relação de ambos.

Inclusive após a remissão da prefeita e o namoro do pirata com a salvadora, os “ex” vilões apenas se suportavam para manter a convivência pacifica em Storybrooke. Ainda assim isso não impedia de trocarem farpas e acusações repletas de sarcasmos. Mas agora quem estava diante de Killian Jones não era a prefeita e sim a temida rainha que não hesitaria em torturar o frescurento capitão. E assim ela fez.

A monarca apertou apenas uma vez o coração enegrecido do pirata, ao vê-lo sufocar o deixou cair sem aviso no chão. Desajeitado o capitão teve todo o peso do corpo em cima do ombro direito, certamente o deslocou. Atordoado pela dor não notou a aproximação da rainha. Esta acenou com a mão e o prendeu numa arvore, outro aceno e as  vestes do homem desapareceram, deixando-o apenas de samba canção. Sem entender Hook riu irônico.

-É assim que pretende me punir majestade?- Abaixou a cabeça indicando a única peça de roupa que usava.

A rainha má se aproximou com olhar petrante, as respirações se tornaram uma só, aos poucos ela foi deslizando as mãos pelo corpo do capitão e num sorriso perverso cravou as unhas na carne. Ele se esforçou para não gritar, pois a monarca não só arranhava, ela fincou os dedos na pele do pirata e a cada movimento arrancava-lhe sangue e pequenos pedaços de carne. Killian gritou não mais conseguindo se conter da dor dilacerante, fora do normal.

-Um pequeno encantamento para agravar a sensação...- Ela explicou e continuou a se deliciar com os pequenos pedaços em suas mãos. Depois novamente, abaixava até os pés do pirata e em seguida subia arrancando pequenos pedaços de pele e carne. Irônico que as mãos do carrasco agissem como ganchos dilacerando o corpo do capitão.

Por falar em gancho, a rainha cansou de brincar com a frente e fez surgir presas a árvore duas cordas, em seus pontas ganchos que suspenderam o corpo do homem no ar, cada pedaço de metal em um dos ombros, e quando os mesmos estavam em seus devidos lugares a monarca retirou a magia deixando Killian suspender o peso do próprio corpo. Novamente a dor foi visceral, o sangue jorrava manchando-o todo, estava prestes a desmaiar quando a soberana lhe chamou sua atenção.

-Oh não. Não tem a permissão para ficar inconsciente. Estou apenas começando meu caro capitão-

-Bon-dade sua... me tor-turar... Sou um homem... do mar e já pa-passei por coisas... piores. Sou bom em sobre-viver.- Mesmo ofegante e fraco o pirata reuniu forças para responder

-Admiro sua bravura?- Riu sarcástica- Não precisa manter a pose para mim, sabemos que diante a morte as pessoas tendem a fraquejar ou erroneamente a demonstrar coragem. Ambas tolices, mas ao menos as suplicas são engraçadas de lembrar.- Debochou

-Sinto lhe decepcionar, mas não pretendo morrer hoje.- Cuspiu o sangue em sua boca e esboçou um sorriso fraco, jamais deixaria de lutar nem mesmo ali frente a morte eminente.

Após alguns segundos pensativa, deleitando-se com a agonia do pirata, a monarca decidiu que era chegada a hora. Poderia prolongar o sofrimento daquele homem, mas tinha outros assuntos para resolver. Não poderia mais perder tempo.

-Por mais irônico que seja a um vilão, a vingança não é a única sede que nos move.- Compartilhou uma reflexão- Por menor que seja acreditamos em nossos objetivos.... Alguns inocentes morrem pelo caminho, mas quem se importa com eles? Somos vilões! –Explicava para em frente ao homem ensanguentado, segurou em seu rosto e o levantou para que seus olhos se encontrassem.- E mesmo quando os “heróis” ganham uma batalha, lá estamos nós firmes e furiosos- Fez uma pausa para o que diria a seguir-  A vingança mata a sede, mas é a esperança que queima em nosso interior nos impulsionando a perseverar. Sabe o que acontece quando desistimos? – Uma pergunta retórica diante o estado em que Killian se encontrava- Não só falhamos, nós nos perdemos de nós mesmos. Desistir é como  não saber quem é e admitir que nosso sofrimento é irrelevante...-Refletiu olhando o vazio, a dor era visível nos olhos da monarca- Quando um vilão desiste ele se descaracteriza, entrega sua alma e assiste o herói tripudiar em sua dor. É desprezível. E sem o fogo que arde sem se ver, com o passar dos dias, vamos apodrecendo e ainda enquanto o corpo se encontra em estado de putrefação somos esquecidos e fadados a meras lendas folclóricas. .- Sussurrou ao pé do ouvido do pirata de cabeça baixa, a rainha sorriu satisfeita- Há quem diga que a alma fica presa nessas lendas e com elas, a cada conto, o sofrimento por toda a eternidade.- A monarca se afastou e materializou um grande espelho de dois metros entre eles. Admirava a antiguidade com animação- Mas de uma coisa você está certo capitão, tortura-lo, arrancar-lhe o coração seria benevolente demais com alguém de sua estirpe, mas engana-se ao acreditar que não tem nada a perder após o termino com a srtª Swan. – Deslizou uma mão pelo espelho em fascínio, olhar diabólico. O pirata levantou a cabeça para encarar o objeto a sua frente, não entendeu, assim como não compreendeu toda a fala da monarca. Onde ela quer chegar com tudo isso- Ele pensou.- Que tal começarmos a brinca com sua alma? Aproveite, pois, estou de bom humor- Sorriu perversa.

Agora as coisas começavam a fazer sentido na mente atordoada do pirata, não tinha forças, as feridas queimavam e a dor o fazia convulsionar, mas no momento em que entendeu o que iria lhe acontecer com o espelho a sua frente, o capitão temeu.

Do outro lado a rainha gargalhava diabólica diante a face amedrontada do homem. Proferiu algumas palavras em um dialeto antigo e de repente o reflexo do pirata começou a pegar fogo. Hook gritava de desespero, gritou até perder o folego. Todo seu corpo queimava, sentia as chamas a sua volta, mas a verdade era que as mesmas só estavam em sua imagem no espelho.

-A dor física não se compara ao sofrimento da alma e a sua Capitão Jones está ardendo no fogo do inferno- Falou extasiada-

A rainha deleitava-se com fascínio da agonia em sua frente. Se afastou ao sentir-se zonza, mas continuou encarando o pirata queimar. O sorriso vitorioso se desfez da face da monarca quando a  visão escureceu e ela caiu adormecida no meio da floresta, deixando o capitão ardendo sem uma plateia.

Algo dera errado para a Rainha.

~

Assim que Henry abriu os olhos estava sob uma árvore, encarou o céu fechado, nublado.- Onde estou?- Perguntou. O garoto se levantou, não se parecia com uma sala de espelhos em chamas de quando ele ficou preso na maldição do sono, pelo contrário, estava em um lugar aberto, mais especificamente em uma colina. Olhou ao redor e reconheceu de longe o castelo desenhado em seu livro, o castelo da rainha. –Ela só pode estar lá- Constatou.

O jovem autor fez o caminho oposto, dando a volta após descer e rumou para o único lugar onde encontraria sua mãe. A floresta estava silenciosa, calma até demais. Se assustou ao sentir alguém tocar em seu ombro, virou espantado e o susto apenas aumentou ao ver quem era.

-Pai?- Perguntou boquiaberto, as lagrimas começaram a se acumular, saudade, tristeza, um mix de sentimentos arremeteram o garoto.

-O que faz aqui Henry?- Neal estava igual a última vez que eles se viram antes do grupo retornar para a floresta encantada e ele, Henry, ter que ir com Emma  para NY.

O garoto não respondeu, foi sem timidez ao encontro do pai e o abraçou apertado, um abraço repleto de carinho e dor. A última vez que Henry vira o pai e se lembrava dele foi para impedir a maldição do Pan. Quando soube da morte de Neal, infelizmente ele não se lembrava que havia conhecido o homem, apesar de impactante a morte só surtiu efeito dias depois. Foi então que ele sentiu por não ter estado ao lado do pai uma última vez.

-Sinto tanto sua falta.- Admitiu.

-Meu garoto- Sorriu ternamente para o menino- Estou muito orgulhoso do que se tornou, é um rapaz de princípios e ainda cuida da sua mãe por mim...

-Queria que estivesse conosco-

-Também Henry- Neal abraçou o filho bem forte. Não eram preciso palavras – Escute meu garoto, você precisa se manter forte. Pode fazer isso por mim?- Suplicou

-Por que está me pedindo isso?- Ficou confuso

-Prometa pra mim Henry!- Insistiu afoito.

-Sim, mas por que?

-Por que tenho que ir- Neal depositou um beijo na testa do filho e o soltou, foi se afastando aos poucos.

-Não espera... Pai.... PAI- A cada passo do garoto mais distante Neal ficava, Henrry começou a correr mas já não era mais possível ver seu progenitor. Abalado deixou-se chorar.

-Henry?- O menino ouviu seu nome sendo chamado, olhou para trás.- O que faz aqui Henry?

-Pai! Pai, por favor não vá. Fique...- Disse afobado ao alcançar o homem, o segurou pelos braços para que o mesmo não fosse embora novamente.

-Do que está falando?- Neal questionou sem entender, mas deu de ombros- Estou muito orgulhoso do que  se tornou, é um rapaz de princípios e ainda cuida da sua mãe por mim.

-O que disse?- O jovem autor o encarou.

- Escute meu garoto, você precisa se manter forte. Pode fazer isso por mim?- Suplicou Neal segurando o rosto do filho com as duas mãos.

O dejavu manteve Henry alerta, boquiaberto o menino não respondeu, então seu pai completou a sequência de palavras até se despedir e como na primeira vez, a cada passo de Henry mais distante Neal ficava. Ainda assim o rapaz não conseguia controlar o desespero crescente em seu interior ao ver o pai partir. Caiu em choro novamente, e como da outra vez ouviu uma voz lhe chamar, aconselhar e em seguida partir.

Não se sabe ao certo quanto tempo se passou ou quantas vezes Neal apareceu e desapareceu para o filho. O jovem garoto desesperado corria de um lado para o outro, perdeu-se avançando pela floresta adentro em busca do pai. Neal ia embora uma vez mais, Henry o perseguia afoito até se deparar com a visão do castelo da rainha. Como se despertasse de um transe o autor lembrou-se que viera para salvar a mãe, bem como ao ter o pai lhe chamando outra vez, já desperto, ele não respondeu.

Nao foi preciso muito para o jovem compreender que vivera uma ilusão. Por mais que quisesse seu pai não estava ali de verdade. Tudo não passava do limbo lhe pregando uma peça para lhe enlouquecer e o impedir de encontrar Regina. Assim, o menino correu para o mais longe possível daquela ilusão que lhe causava dor, e foi a procura de sua mãe. Enquanto corria acalmava eu coração, tentando dissipar a dor que sentia, precisa estar bem, se manter forte para levar Regina de volta a casa.

Ao chegar no castelo só o som dos passos do garoto ecoavam no silêncio. Henry não sabia onde ir, deixou-se guiar pelas escadas, foi observando cada detalhe daquele lugar que nunca conhecera, ao mesmo tempo se manteve atento a qualquer nova ilusão. No corredor avistou uma imensa porta, com cuidado a abriu e espiou dentro do cômodo vazio. Infelizmente a morena não estava no quarto, o que não impediu o garoto de entrar e admirar o espaço.

Caminhou até a penteadeira e saudoso passou as mãos pelos objetos da mãe, havia uma escova e do lado um pequeno baú com alguns ingredientes abertos. Sorriu esperançoso, pois a morena esteve ali. Henry olhou ao redor e caminhou até a janela principal, de lá podia ver todo o reino, o pequeno vilarejo, as montanhas e o riacho. Mas foi quando abaixou o olhar em direção ao jardim privativo da rainha que avistou sua mãe deitada sobre o banco de granito. Correu apressado.

-Mãe? Mae acorde?- O menino chegou esbaforido mas feliz por encontra-la, o sorriso foi diminuindo ao passo que a chacoalhava e a morena continuava inerte.- Eu não entendo- murmurou confuso, mas continuou chamando a mãe.

Regina usava um vestido volumoso, porem que lhe permitiria cavalgar se fosse necessário, tinha calça, os cabelos estavam presos e a maquiagem era forte como nos tempos da Rainha má na floresta encantada. Sua face continuava impassível aos clamores do filho. Henry começou a olhar ao seu redor, procurar algo ou alguém que lhe explicasse o que estava acontecendo, foi então que viu caída no chão uma fina agulha, ao encara-la uma ideia surgiu-lhe a mente e ele se inclinou sobre a mãe para depositar um beijo em sua testa.

-Henry, é mesmo você querido?- Como esperado a morena acordou, surpresa, mas feliz por ver o menino a sua frente.

-Mãe. Sim, sou eu.- A ajudou a levantar e a abraçou aliviado.

-Como chegou aqui?- Questionou desentendida.

-Vim te salvar mãe.

-Salvar ? O que está acontecendo em...

Antes que a morena terminasse sua fala, uma fumaça atrapalhou o diálogo de mãe e filho. Ambos encararam a figura que surgiu, Henry surpreso e Regina confusa.

-Olá Sis?-

-Do que me chamou?- Perguntou se levantando- Fique atrás de mim Henry- Ordenou ao filho e se colou na frente dele- Eu não tenho irmã- Afirmou voltando sua atenção a figura verde a frente.

-Mais uma mentirinha de nossa mãe.- Deu de ombros

-Não acredito em você- Replicou firme

-Oh e nem precisa.- Sorriu debochada enquanto se aproximava da morena, Regina protegeu  Henry, mas não recuou- Seu castelo estava selado com magia de sangue, de que outra forma eu conseguiria entrar aqui?- Zelena gargalhou da expressão de desgosto da rainha.- Viu Sis, eu sou sua irmã!-

-O que você quer?- Bufou impaciente.

-Tudo o que é meu por direito e me foi negado- Respondeu e era possível notar a dor e a raiva nas palavras proferidas.

-Que seria...?- Perguntou sugestivamente pois continuava sem entender muita coisa.

-A sua vida- Zelena afirmou e Regina imediatamente formou uma bola de fogo em suas mãos em sinal de defesa- Não é preciso. Não agora- Apontou para as chamas na mão da irmã-

Henry que observava tudo atentamente notou a similaridade do momento com a história que a mãe lhe contou sobre como conhecera Zelena. –É uma ilusão- Ele pensou.- Mas por que tia Zel faz parte do limbo da minha mãe?- O garoto se questionou.

A rainha mantinha-se desconfiada, porém confusa.- Se não irá me matar, o que essa doida quer comigo? – Sussurrou para si, como se previsse Zelena lhe respondeu

-Eu vou tirar tudo que você tem, tudo o que conquistou,  que nada verdade deveria ser meu... Eu tirarei até mesmo aqueles que ama, seu filho- Acenou um oi para o menino acuado atrás da morena- Olá Henry, sou sua tia Zelena.

-Afasta-se dele. Se ousar tocar no meu filho eu farei churrasco de carne verde Sis- Bradou entredentes, punhos cerrados.- Quem ela pensa que é para me afrontar?- Pensou.

-Ora, aceitou que sou da família Regina? – Ironizou pouco se importando com a ameaça da irmã- Mas não se preocupe teremos muito tempo para nos conhecermos e adivinhe?- A bruxa caminhou um pouco a frente e fez surgir uma vassoura em sua mão- Você sequer se lembrará quem eu sou.- Montou no objeto e começou a voar.

Zelena sobrevoava ao redor da irmã e do sobrinho em círculos, se deleitando com os olhares assustados. Preocupados eles miravam a bruxa em defensiva.

-Deixe-os em paz bruxa- Uma voz masculina ordenou

-Robin- Disse Regina espantada ao se virar e encontrar o namorado. Henry também o encarou e sorriu triste por saber que é apenas uma ilusão.

Zelena fechou a cara ao ver o homem e preparou-se para pousar, antes mesmo que Regina alcançasse o namorado a irmã mais velha a impediu.

-Afasta-se dele- Bradou com os punhos cerrados indo em direção ao arqueiro e a rainha.

-Achei que tivéssemos superado isso, Sis- Ironizou abraçando  o homem que retribuiu apertando a cintura da morena

-Hum então é assim?- Cuspiu morrendo de ‘inveja’

A ruiva analisou o casal unido e firme a sua frente, o sentimento de raiva e nojo crescendo em seu interior fez surgir de suas mãos uma forte luz que ela direcionou para irmã caçula. Num impulso de proteger a amada o arqueiro se colocou entre Regina e a magia de Zelena.

-NÃO!- Gritou a morena que inutilmente tentava impedir o amado de desaparecer.

Robin começou a se desintegrar sob o olhar amedrontado da rainha. Zelena esboçou um sorriso vitorioso diante a face afetada da irmã, enquanto Henry olhava em choque. O autor sabia do sofrimento da mãe com a morte do arqueiro, ver o Robin na ilusão de Regina morrendo de novo era perturbador.

Assim, diante do que passou com o pai e do que estava presenciado da ilusão da mãe só então Henry entendeu a fala de Malévola: Regina está no limbo...como um lugar enlouquecedor é impossível  ficar são por muito tempo.” Também pudera alguém se manter são diante de tanto sofrimento fadado ao loop infinito. O menino balançou a cabeça saindo de seus pensamentos e foi em direção a morena para consola-la.

-Eu avisei Regina, tirarei tudo que você ama. O Robin foi apenas o primeiro- A gargalhada maléfica de Zelena ecoou pelo jardim.

Assim como acontecera com Henry, após alguns segundos Zelena desapareceu. Do Robin restou apenas cinzas que juntamente com a bruxa também sumiram. Regina ainda soluçava absorta em sua dor enquanto Henry tentava ampara-la. De repente a morena se levantou como se quisesse correr sem rumo para afugentar o pânico que sentia, olhou para todos os lados e nem mesmo o filho conseguia lhe chamar a atenção.

Henry tentava a todo custo falar com a mãe, mas a mesma parecia não ouvi-lo. Ele gritava que nada daquilo era real, que estavam em uma ilusão e que precisavam ir embora, mas de nada adiantava Regina agora com as mãos na cabeça continuava atordoada. A morena deu alguns passos para trás e bateu no banco de granito em que seu filho a encontrou, sem pensar sentou-se. O autor acompanhou os movimentos da morena e se desesperou quando ela desfaleceu em sua frente, caindo desajeitada no banco que a pouco se sentou.

-Mãe? Mãe?- Sacudiu a mulher que sequer se moveu.

Como na primeira vez Henry se inclinou sobre a mãe e a beijou na testa, da mesma forma como antes aos poucos a morena abriu os olhos e se surpreendeu ao ver o filho. Já não haviam mais lagrimas nem a lembrança de dor. O menino sorriu. A conexão mãe e filho só foi quebrada quando Zelena chamou-lhes a atenção.

Henry sabia o que estava para se repetir, não sabia o quanto mais sua mãe poderia aguentar antes de enlouquecer. Ele tentou sem êxito impedir Regina de se deixar levar pela ilusão. O menino a chacoalhava e gritava, mas a mulher sempre se colocava na frente para protege-lo. Após três tentativa frustradas de despertar Regina, Henry sem mais saber o que fazer quebrou um dos vasos do jardim e imbuído de coragem cortou a própria mão.

Zelena estava furiosa prestes a lançar sua magia em Regina e Robin se jogar na frente, mas quando Henry se cortou e o sangue do menino tocou o chão, de imediato a rainha desviou o olhar da cena que se passava em sua frente e olhou para o filho ferido. O instinto materno soou mais alto e ela caminhou até o garoto.

-Henry o que você fez?- Tocou com cuidado na mão feriada do menino.

-Mãe, mãe por favor me escute.- Suplicou apesar da dor latente.

-Estou te ouvindo Henry, mas o que está...- A morena não terminou, se virou quando algo lhe chamou a atenção, Zelena direcionava a magia para o arqueiro. Prontamente temendo perde-la de novo, Henry enfincou outro pedaço em seu corpo, dessa vez no braço.

Novamente o grito de dor do filho foi mais importante do que a cena que se desenrolava ao lado. Confusa a morena tentava tirar o pedaço de vidro do menino que não permitia, Henry continuava falando com sua mãe, não podia parar de tentar.  Atordoada por não conseguir compreender o que se passava, Regina esforçou-se para focar nas palavras ditas pelo filho.

-Mas o que você está falando?  O que tem haver o limbo?- Tentava raciocinar mas era difícil ofuscar a gargalhada da irmã.

-O que é o limbo mãe?- Perguntava incessantemente.

-Por que isso agora Henry?

-Me diz que sabe o que significa, por favor. Nossas vidas dependem disso- A suplica desesperada do garoto atingiu em cheio Regina. A morena fechou os olhos e suspirou fundo.

-Um lugar de transição, não há volta.- Sintetizou o que sabia.

-Mãe, olhe para mim!- Pediu o garoto, ele cuidadosamente colocou a mão no rosto da morena- Você foi amaldiçoada e agora nós dois estamos no limbo... É tudo uma ilusão.

-Não eu saberia- Disse relutante

-Confie em mim, eu vim te buscar- Henry olhou ao redor, Robin era cinzas e Zelena começava a desaparecer. Regina virou-se na mesma direção do filho e apesar do espanto confirmou a fala do garoto.- Viu, nada aqui é real.- Sorriu aliviado pela mãe não cair no choro e dar inicio ao loop de novo.

-Você... você não é real?- Perguntou confusa, balançava a cabeça tentando pensar.

-Eu sou, aliás só nós dois somos.- Explicou e o silêncio se fez presente. Regina pensava no que tinha acabado de presenciar: Zelena, Robin, Henry sangrando. Era tudo muito louco para ser real.

-Como você veio parar aqui?- Regina questionou após se acalmar, tinha o cenho franzido intrigada.

-Um plano. Tia Zel e Malévola tornaram possível. Minha mãe permitiu- Explicou. Henry se levantou com ajuda de Regina, a morena escutava atentamente o que o filho lhe dizia. Tirou os pedaços de vidro do garoto e com magia o curou.

-E eu pensei que a Emma não fosse mais irresponsável, então ela permite que você venha até o limbo me salvar- Bufou demonstrando irritação- Assim que sairmos daqui ela terá que se explicar com as minhas bolas de fogo.

-Calma mãe, não foi bem assim ela... Hey, onde está indo?- Não terminou o que ia dizer ao ver Regina caminhar  para dentro do castelo o puxando pelas mãos.

-Estamos no limbo querido, temos que sair daqui antes que outra ilusão surja, vamos?.- Virou  para o garoto e lhe sorriu- Aliás nesse plano brilhante vocês tiveram alguma ideia de como sairemos daqui?- Se preocupou enquanto caminhava, mas Henry lhe abriu um radiante sorriso satisfeito.

-Você me beija e eu irei acordar. Quando estiver de volta a Storybrooke eu te acordo, pois por estar desperta aqui a maldição se torna uma comum maldição do sono.- Regina parou emocionada e abraçou o filho apertado.

-Nunca duvidei  que você é meu final feliz Henry.- A morena ia beija-lo em sinal de carinho mas parou abruptamente-

-O que foi? É só me beijar mãe e voltaremos ao mundo real.

-Henry me escute- Fez uma pausa e encarou os olhos azuis do menino- Caso eu não acorde...

-Você irá acordar, já está consciente aqui.- A interrompeu sentindo um aperto no coração.

-Mas caso eu não acorde, prometa-me que não virá me buscar. Prometa-me Henry- Sustentava um olhar sério e receoso.

-Mas eu...

-É perigoso querido, este lugar possui armadilhas enlouquecedoras.- Explicou temerosa- Prometa-me que não voltará?

-Mas eu te amo mãe, não posso viver sem ti- O garoto estava abalado pelas palavras da mãe.

-Eu sempre estarei com você querido, bem aqui- Apontou para o coração do jovem.- Agora, tenho o seu sim?- Esperou pelo aceno positivo, Henry assim o fez.

-Mas me prometa que você se manterá consciente. Será rápido mãe.- Clamava já com os olhos lagrimejados.

-O tempo é diferente aqui, mas prometo que me esforçarei- Acarinhou o rosto do mais novo.

E sem aviso ou outra frase de despedida Regina beijou Henry na testa. Questão de segundos separaram o garoto da conversa com a mãe e a visão do teto da casa da salvadora. Emma o observou surpresa, ainda segurando as mãos do filho que acabara de adormecer- Será que algo deu errado?- Ela pensou. Então Henry deu um pulo e ajoelhou diante o sofá em que a mãe morena estava repousando. Zelena e a xerife o acompanharam, ansiosas. Malévola continuou imóvel apenas observando.

O jovem autor inclinou-se sobre Regina e no exato momento em que a loirinha aflita entrelaçou uma das mãos da prefeita, Henry depositou um beijo na morena. As respirações pararam, o tempo pareceu parar, podia-se ouvir o som dos corações batendo acelerados e a apreensão se tornou palpável. Um segundo pareceu uma eternidade. Então lentamente Regina moveu as pálpebras. Despertou.

 

~

No meio da floresta, no mesmo instante em que a prefeita despertava, a rainha má mexeu-se no chão, abriu os olhos piscando algumas vezes tentando se acostumar com a luz. Sentia-se confusa e o corpo doía, decorrente da queda. Aos poucos as imagens do que aconteceu começaram a surgir em sua mente. Sorriu triste com a lembrança do filho e engoliu a amargura do erro amador de seu plano, inclusive fez uma nota mental para arrancar o coração do dr. Jeckyll- Aquele inútil- cuspiu irritada- a poção não dera certo. Para piorar, se ela está desperta é sinal que a prefeita também está acordada.

O turbilhão de sensações ainda era intenso na rainha, ela sequer se lembrou do pirata, nem mesmo o ouvia gritar. Se levantou do chão e limpou as vestes da terra e folhas, foi só quando ergueu a cabeça e olhou em frente que mirou o capitão ensandecido. Ergueu uma sobrancelha satisfeita.

Enquanto caminhava na direção do espelho avaliou o estrago pelo tempo em que o homem ficou sob os efeitos do objeto encantado. Maneou uma mão para cessar o feitiço. Killian ainda preso pelos ganchos em seus ombros tombou a cabeça, não gritava, não se mexia, ousaria dizer que talvez nem respirasse, mas o homem que é bom em sobreviver não morreria assim.

Quando chegou bem próximo a monarca levantou o rosto cansado do pirata. O olhar do capitão estava vazio, não focava em nada, da boca entreaberta escorria saliva, apesar do estado deteriorado do homem o que mais chamou atenção da rainha foi a barba e os cabelos brancos. Killian havia envelhecido.

O corpo instantes atrás repleto de feridas que a rainha causou ao arrancar-lhe vários pedaços de carne, agora estava coberto de cicatrizes. Regina (má) observava curiosa cada mudança no corpo e na alma do pirata. Um sorriso vingativo esboçou em seus lábios. Podia passar a tarde toda admirando o produto de sua vingança. Ver o pirata naquele estado era revigorante para quem tinha acabado de sair do limbo. Mas como já dito anteriormente a rainha tinha outros problemas para cuidar.

-Tirei sua juventude e beleza, suas memorias, arranquei sua esperança e queimei sua alma. Poderia lhe matar, mas já está morto- Tripudiou mesmo sabendo que o pirata possivelmente nem a estava ouvindo-  Um asilo é o lugar perfeito para prolongar sua pífia vida e sofrimento, cuja existência ninguém se importará- Meneou as mãos e assim Killian sumiu. Vitoriosa a rainha continuou ao dar meia volta- E assim termina a história do desprezível e irrelevante Capitão Hook sem o amor da mulher que era muito boa para ele, fadado aos contos de fadas onde é caricato e só mais um vilão esquecível. Fim.- Gargalhou perversa- Espero que o livro do Henry anote isso, ficou ótimo- admirava-se do próprio dom como escritora.

 

~

Aliviado com a visão de sua mãe acordando, Henry a abraçou feliz. Zelena cruzou as mãos não mais apreensiva e se permitiu sorrir largamente. Emma não esperou, assim como o filho se juntou ao abraço e imitiu um inaudível –Ufa- Malévola foi a única que relaxou a tensão mas se continuou no mesmo lugar apenas observando o gesto involuntário da xerife. Emma sorria de olhos fechados abraçando Regina e Henry.

-Acho que ela precisa levantar ou vocês irão sufoca-la- Sugeriu Zelena risonha pela cena.

Mãe e filho se tocaram e deram espeço para a morena se sentar no sofá. Recomposta de imediato Regina formou uma bola de fogo e jogou na direção de Emma. A loira até conseguiu desviar, mas se desequilibrou e caiu. Surpresos todos acompanharam o olhar mortal da prefeita para a xerife desajeitada no chão.- E não é que ela me acertou com uma bola de fogo?- Riu fraco com a lembrança de que previu a reação da morena.

-Você deixou o meu filho ir ao limbo Emma?- Bradou Regina. A loirinha permanecia no chão, respirava acelerado.

-Acalme-se Sis, todas nós concordamos- Zelena tentou acalmar a mais nova. Mas até que se divertiu, no passado já sentiu vontade de tacar uma bola de fogo na salvadora, então, estava sendo no mínimo interessante ver o descontrole da irmã.

-Que elas são irresponsáveis eu compreendo, mas até você Malévola?- Regina olhou descrente se fazendo de ofendida para a feiticeira.

-O que dizer querida, seu filho é muito perspicaz - Deu de ombros e  caminhou em direção a amiga recém acordada. Não desviava o olhar faminto.- É bom tê-la de volta Regina- Sorriu sem grande exposição.

Inesperadamente para todos os presentes, até mesmo para Regina, a feiticeira lhe puxou pela cintura colando seus corpos e encostou seus lábios num beijo casto. Emma trincou o maxilar- “enciumada”? Não, não mesmo. Loira-dragao abusada- Ela pensou sobre Malévola. Henry arregalou os olhos.

-Oh sis, não perde tempo... É melhor deixa-las a sós.- Riu maliciosa.

(...)

-Desculpe-me pelo impulso- Malévola falou encarando Regina, passava a língua pelos lábios ainda sentindo o sabor do beijo da prefeita- Estou realmente feliz por seu retorno minha cara.

-É... Hum... hã... Estou feliz por estar de volta- Regina ruborizou, totalmente desconcertada. O problema não foi o beijo, este por sinal foi ótimo, a questão estava na plateia, cujo Henry era um dos espectadores.

Felizmente fora Zelena, a irmã abusada, ninguém tocou no assunto.  Emma se levantou ainda irritada, ficou encarando as duas mulheres  que tinham se beijado, Malévola não desviava o olhar da morena, e esta tinha a cabeça baixa com vergonha. Por pouco a loira não entrou no meio das duas para separa-las mais ainda. Notando o clima constrangedor que se instalou, Henry tomou a palavra e expressou uma ideia que acabara de ter.

-Tenho uma ideia sobre o que podemos fazer para deter a rainha má.

Emma e Regina se entreolharam preocupadas, conheciam bem o filho para saber que quando o garoto põem algo na mente é quase impossível tirar. Ainda mais se tratando da rainha má, certamente seria arriscado.

-E o que seria garoto?- A loira perguntou cautelosa.

-Ela precisa ter o coração puro de novo, como minha mãe tem agora, só assim vocês voltarão a ser uma só- Estava animado e olhava de uma para a outra.

-Entendo querido, mas o meu outro eu não está movido pelas mesmas intenções que eu tinha quando comecei a mudar- Regina tentava explicar sem dizer o famoso “não” logo de cara, pois Henry como todo adolescente tem a tendência a fazer aquilo que lhe é negado.- Mas nos explique de que modo a sua ideia poderia funcionar?- Emma lhe sorriu agradecida e admirada ao mesmo tempo pela morena ser tão boa mãe e tão preparada para lidar com adolescentes.

-Do mesmo jeito que foi com a senhora, através de mim.- Falou o obvio.

-Não, é muito arriscado- Descartou a xerife, e no mesmo instante a prefeita a olhou.

-Mães relaxem, ela não me fará mal, ok?- Sorriu otimista- Confiem em mim- Regina cerrou o olhar para a loira como quem diz: Viu o que você fez?-E a salvadora abaixou os ombros em sinal de culpa.

 

Cerca de uma hora se passou desde que Regina fora despertada pelo filho. Emma, a prefeita e sua irmã tentaram convencer o jovem autor, mas foi em vão. A cada palavra dita ele replicava com bons argumentos. Vencidas pelo cansaço e até mesmo com um pouco de esperança de que poderia dar certo, tanto Emma quanto Regina concordaram com a ideia maluca do filho.

Animado, Henry quis por seu plano em pratica imediatamente, novamente sem conseguir segurar o garoto, loira e morena juntaram-se a aventura do menino e o acompanharam até a praia; local aberto escolhido por ele para encontrar com a rainha má.

Emma e Regina se esconderam atrás de algumas pedras próximas, mas numa distância razoável para ouvir a conversa e se fosse possível resgatar o filho. O local era apertado e ambas as mulheres tiveram que se espremer para se manter escondidas. A xerife sentia o perfume da outra mãe do filho- era inebriante- mas no mesmo instante veio-lhe a mente a cena do beijo de Regina e Malévola, a loirinha bufou desgostosa, chamando assim atenção da outra. Regina chegou a perguntar o que houve, mas Emma desconversou um pouco fria e pediu que elas se mantivessem atentas. Sem entender a reação da salvadora, a morena concordou.

Henry estava parado na praia observando o mar, muitas lembranças vindo a sua mente, sentimentos. Precisa coloca-los para fora.

 

-Apareça- Ele chamou- Eu não sei onde te encontrar, então por favor só apareça- Suplicou para que seu pedido fosse atendido. Poucos minutos se passaram e como era esperado a rainha sentiu que o filho a estava chamando, foi olhar no espelho e o encontrou sozinho na praia, angustiado.

-Henry querido o que faz aqui?- Surgiu a Rainha má aflita- Será algum efeito do limbo?- Ela pensou, pois o menino não aparentava estar bem.

-Por que você fez isso? Por que tentou matar a minha mãe?- Não era bem assim que ele pretendia começar. Emma e Regina que observavam tudo sabiam disso, mas diante a ultimas reflexões do garoto enquanto esperava a temida rainha, foi a primeira coisa que ele quis saber. Já que falaria do coração não poderia impedir de falar o que sentia.

-EU sou sua mãe Henry.- A monarca o lembrou.

-Não importa, ela também é, vocês são uma só e me dói saber que tentou matá-la. -Acusou-

A rainha com pesar soltou a respiração que nem sabia que estava segurando. Regina e Emma a espreita se espantaram a acusação do garoto. Henry estava atordoado, colocou as mãos na cabeça, respirou algumas vezes até se acalmar, só então retomou a fala, para dizer o que realmente tinha ido falar. Que por sinal pegou as duas Reginas de surpresa.

-Lembra-se de quando eu tinha medo de trovão e corria para dormir no seu quarto?- Como não lembrar?- Ela pensou, o  menino parecia o flash de tão rápido, chegava a transpirar assustado. Ela acenou um sim com a cabeça.

Continuou:

-Você dizia que eu precisava ser forte, mas também me abraçava para eu não ter mais medo.- As lembranças vinham na amente da rainha e da prefeita, Emma observava tudo vendo como a morena ao seu lado estava sensível com as memórias da infância do garoto, teria abraçando-a mas receou - Ali você não era a rainha má, não era a prefeita, era apenas a minha mãe-  O impacto pode ser sentido pelas três, as palavras desestabilizaram toda a armadura da monarca que sorria mesmo com o olhar marejado.

-Quando me senti só e achei que não me amava, que foi quando descobri toda a verdade, eu te odiei… -Henry confessou - Na verdade eu me odiei mais por não conseguir te odiar. Afinal, como podia ser possível a minha mãe, a mulher que fazia panquecas com rosto feliz no café da manhã e que também brigava quando eu subia correndo as escadas, ter feito todas aquelas coisas?- A rainha nada respondeu, continuava atenta escutando – EU me apeguei a minha outra mãe por gostar, claro, eu amo minha mãe loira,  mas também o fiz no começo por que sabia que isso lhe causava dor. Eu queria que sentisse a dor da decepção que eu sentia.

-Foi errado mãe, hoje eu seu disso. Não te deixei se explicar, apaguei tudo que vivemos, cada carinho e cuidado como se nada importasse, só pelo o que você fez no passado. – O garoto chorava emocionado, era a primeira vez que dizia, jamais tivera coragem pois sentia vergonha de si-  As coisas foram mudando com o tempo, principalmente quando tomei consciência de que a vida não é tão simples como se parece aos olhos de uma criança. Me permitir ver o seu lado, por mais que não goste da violência, busquei entender o que te levou a agir assim, e então entendi.

-O mal não nasce, ele se cria- Ambos disseram juntos. Henry sem a rainha perceber se aproximou e a abraçou, ela emocionadíssima retribuiu aproveitando o contato seu não mais tão pequeno príncipe- como ela o chamava quando criança

-Eu te amo mãe- Apertou ainda mais a morena- Quase enlouqueci quando achei que iria…- Não conseguiu nem falar. Nesse momento o menino se afastou para fitar a mãe que o encarava e com as mãos acariciava seu jovem rosto- Não suportaria perder nenhuma parte sua, pois todas são minha mãe e é só assim que eu te vejo: minha mãe. Se é a rainha ou prefeita, não importa, é só a minha mãe.- Uma lágrima desceu do rosto do rapaz, a monarca sentia um turbilhão de sensações e emoções dentro de si- talvez fosse pela presença da prefeita próximo que também se emocionava com o relato do filho- porém ela não sabia.

Tudo que a rainha sempre quis foi ser ela mesma. Ser feliz, já que o amor foi lhe arrancado brutalmente. E ela conseguiu quando adotou o pequeno Henry, realmente era feliz, pois para seu pequeno não importava o passado dela, nem sua posição intimidadora perante a sociedade, para ele Regina Mills era apenas sua mãe, sua amada mãe. Ou seja, ela podia ser ela mesma.

Claro, veio a quebra da maldição, a salvadora e todos os acontecimentos seguintes, sofreu bastante com o distanciamento do filho, mas depois lutando muito para reconquistá-lo, bem como sua confiança- ela novamente se sentiu feliz. As palavras do garoto a acertaram em cheio, ficou sem saber o que dizer várias vezes. Nunca pensou sob a ótica do menino. Lembrou-se da própria mãe e em como decepcionava-se sempre que via Cora usando magia e maltratando alguém. Henry sentira-se assim sobre ela-

-Mãe?- Ele chamou percebendo que a outra estava imersa em pensamentos- Promete que não tentará ferir aqueles que eu amo de novo?

-Henry… - Lamentou por não poder cumprir essa promessa, afinal estava de volta e em busca de vingança, não poderia simplesmente deixar passar.

-Por favor, só alguns dias então… Fica comigo como nos velhos tempos- Sugeriu, ele sabia que precisaria passar mais tempo com a mãe se quisesse fazê-la redimir-se, sem contar que seria bom aproveitar esses dias só com ela. Vendo que a mulher ponderava ele completou- Saíram dois filmes da franquia Star Wars e a gente nem assistiu.

Ela ergueu a sobrancelha, mas sorriu, um sorriso genuíno que só Henry era capaz de fazê-la sorrir assim. Lembrara dos finais de semana de maratona, era o dia todo vendo a trilogia clássica, brincando com o menino que dizia ser um jedi como o  Luke, ela se identificava com o Darth Vader- Por que será né?- Depois colocavam a nova trilogia, ela não gostava muito mas até no episódio III mostrava como a pessoa se transformava em vilão perante a dor. Foi com essas lembranças que ela aceitou, maneou um sim e voltou a abraçar o garoto.

Emma e Regina que estavam escondidas suspiraram juntas olhando uma a outra, devido essa proposta do filho, e pediram internamente que desse tudo certo.

Do outro lado da praia, sorrateiramente mr. Hyde acompanhava toda a interação da rainha com o menino, não gostou quando ela pareceu ceder ao apelo emocional, pois isso significava adiar os planos de vingança. Ele endireitou-se e saiu caminhando, um sorriso perverso na face e uma certeza: Cumpriria o acordo até o final.

 #

#

 


Notas Finais


Vocês vão me matar né?
O que acharam ? to nervosa e ansiosa.

Detalhe: como dito a fanfic é DragonQueen e SwanQueen, ainda to decidindo que DragonQueen será endgame, afinal temos duas Reginas na trama e é bem capaz que SQ será litera: Swan+RAINHA kkkk

Bjos e até o próximo cap.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...