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História Look (a starlight night) - Capítulo Único: Love Paint


Escrita por: ninalogi

Notas do Autor


olá, amores (ノ◕ヮ◕)ノ*:・゚✧

sem enrolação, perdoem as diversas analogias ao longo dessa one-shot, é uma mania que eu preciso conter, mas tenho preguiça.

boa leitura~

Capítulo 1 - Capítulo Único: Love Paint


Certa vez, Jaebum leu na internet que os seres humanos eram feitos de poeira galáctica — restos de estrelas, o universo perpetuado nos átomos que formavam rostos diferentes e, muitas vezes, pensamentos iguais. Ele não sabia se era mesmo verdade, mas Jaebum tinha certeza de uma coisa: Choi Youngjae era feito da mais brilhante supernova, do tipo que engole o céu com a sua luz e atrai toda a atenção para sua cor, sua essência. E ele foi atraído para aquele redemoinho de luz como um inseto estúpido, uma mosca atraída pelo brilho.

Bukowski mesmo havia dito: encontre o que você ama e deixe isso te matar. E Jaebum sabia, no momento em que colocou seus lábios sobre os de Youngjae, que era daquela destruição — daquele garoto de cabelos castanhos — que a citação se tratava. Ele sentiu em suas veias o sangue se transformando em algo frágil, seus músculos tornando-se suscetíveis à sensação de estar derretendo, apenas porque as mãos de Youngjae estavam em seu pescoço e seus lábios tinham gosto do milkshake de morango que ele estivera tomando.

Foi tão rápido, e Jaebum sentiu tudo de uma vez numa onda de desastre; toda a luz de Youngjae o engolindo aos poucos, o puxando à força para um buraco negro que o despedaçava em trilhares de pedacinhos minúsculos. Quando Youngjae sorriu para ele, o rosto a meros centímetros do de Jaebum, o garoto teve a plena consciência de que estava ferrado — de que todas as suas convicções haviam se desintegrado como cinzas no segundo em que se inclinara para beijar Choi Youngjae.

E ele não poderia estar mais satisfeito, se fosse sincero.

Depois daquele beijo sob a sombra reconfortante de uma árvore num verão abafado, Jaebum não conseguia mais evitar flutuar até Youngjae sempre que podia. Não conseguia evitar passar seus dedos suavemente pelo rosto macio do garoto, dizendo o quanto ele era unicamente brilhante, que Jaebum nunca teria olhos para outra pessoa, que ele era o sol ao redor do qual ele desejava orbitar até que o universo todo entrasse em colapso e a existência da humanidade fosse insignificante diante da inevitabilidade do fim definitivo.

E, rindo, Youngjae sempre respondia:

— Não seja tão dramático, hyung.

Mas era o que Jaebum sentia em seus ossos. Ele segurava Youngjae com a consciência de que era o universo inteiro ali, tão frágil em suas mãos inexperientes; o beijava ora intensamente, ora com a delicadeza certa, querendo que o outro sentisse todas as coisas que ele mesmo sentia.

Eles eram jovens demais para se importar com a realidade. Youngjae gostava de ser pressionado contra a parede em lugares longe dos olhos do resto do mundo, e Jaebum gostava dos sons que Youngjae fazia quando eles estavam juntos daquele jeito. Ele tinha uma voz bonita, e seus arfares apenas deixavam Jaebum ainda mais fascinado, maravilhado com todos os estragos que, sozinho, Choi Youngjae conseguia causar nele.

Mas eram bons estragos, do tipo que bagunçava o cabelo de Jaebum e o fazia suar. Do tipo que inchava seus lábios e deixava um zumbido em seu ouvido quando acabava, quando eles acabavam com o ósculo e quando o mundo real clamava para ser atendido. Quando a realidade caía sobre eles precisavam voltar a o que era verdadeiro, efetivo, real.

E Jaebum vinha sendo assombrado pela vontade de trazer Choi Youngjae para o mundo real. Era frustrante ter seus sonhos em pequenas salas escuras e encontros noturnos interrompidos pela urgência de voltar à vida que levavam. Mas ele sabia o quanto seria difícil fazer esse mundo real suportar a densidade do que ele sentia por aquele garoto de cabelos castanhos. Diriam que eram jovens e inconsequentes, que não sabiam do que estavam falando; que eram errados e estranhos. E Jaebum não queria poluir a essência de Youngjae com a realidade suja em que viviam quando não estavam juntos. Precisava limitá-lo àqueles pequenos momentos mágicos, beijos urgentes que poderiam ser interrompidos a qualquer momento, a urgência de estarem juntos de uma vez por todas, o sufoco que era fingir que não amavam cada parte um do outro quando estava claro e havia olhos ao redor.

— Você me ama, Jaebum? — Youngjae perguntava, com Jaebum aprisionado entre suas pernas, inebriado demais para falar, o rosto afundado no pescoço do mais novo.

Jaebum odiava aquela pergunta. O que você sente por mim, Jaebum? Seus sentimentos por Youngjae inflamavam em seu peito, perigosos, uma explosão atômica pendente, uma arma com o gatilho pronto para ser puxado. Ele temia soar exagerado demais enquanto confessava seus amores e paixões por cada centímetro da pele de Youngjae, cada fio de cabelo castanho. Temia assustá-lo com a brutalidade de seu amor.

— É claro que sim — se limitou a uma confirmação, a voz abafada pelo pescoço do outro.

— Eu gostaria que as outras pessoas soubessem disso — Youngjae comentou, tristemente, mas seu comentário sempre era drenado pelos lábios de Jaebum, que faziam questão de assegurar que nenhuma tristeza sobrasse em Youngjae, substituindo por todo o prazer que ele conseguisse proporcionar.

Im Jaebum não temia ser afogado por Choi Youngjae. Conforme passavam meses de beijos silenciosos e gemidos contidos, ele sentia algo trágico chegando junto às expressões cada vez mais fechadas de Youngjae, nas perguntas cada vez mais frequentes, nos comentários cada vez mais tristes. Por que o resto do mundo não pode saber que você me ama, Jaebum?

E ele sempre tentava desviar das perguntas com beijos, mas Youngjae parecia estar cada vez mais cansado. Cansado de ter suas dúvidas contornadas, suas perguntas nunca respondidas, tudo se empilhando dentro de seu corpo frágil. E Jaebum se sentia cada vez mais frustrado por não conseguir tirar a tristeza dele, de não conseguir transformar tudo em risadas. Ele tentava dizer para si mesmo que aquilo era suficiente, porém, começou a pensar que, talvez, eles não precisassem da aprovação dos outros para serem felizes. Que eles poderiam andar por aí de mãos dadas como os outros casais, que poderiam dividir um milkshake na praça de alimentação do shopping e trocar beijinhos e risadas em público.

Só que esses pensamentos lhe fugiam rápido, como um sonho difícil de ser lembrado. Youngjae sentava sobre seu colo e recitava seus poemas preferidos enquanto Jaebum massageava seu pescoço lentamente, e aquilo era tudo que ele poderia querer. Choi Youngjae era feito de estrelas brilhantes, mas havia aquela pitada de escuridão nele, muito pequena no começo, mas agora como um tumor crescente. Aos poucos, seu poemas ficaram mais sombrios e seus beijos mais amargos.

— Eu não quero mais isso, Jaebum — ele dizia, os olhos cheios de lágrimas. Jaebum tentava limpar todas elas, mas nunca paravam de vir. Nunca paravam.

Ele queria proteger Youngjae dos olhares decepcionados. Queria que ele fosse o pianista famoso que tanto aspirava ser, que conquistasse todos os seus sonhos brilhantes. Jaebum só serviria para atrasá-lo, e não queria ficar no caminho. As pessoas desprezariam Youngjae sem nem mesmo conhecê-lo, sem nunca ter a oportunidade de saber o quanto ele era a criatura mais extraordinária, pura e etérea do universo.

Mas estava tudo bem, no final de tudo. Porque, mesmo que Im Jaebum não fosse o mundo de Youngjae, ele ainda ficaria feliz de ser aquele planeta solitário orbitando ao redor dele, mesmo que o seu sol se tornasse cada vez mais gelado — mesmo que, às vezes, Youngjae já não fosse tão cálido quanto antes.

Ele se contentou em não ser um daqueles planetas órfãos, jogados para fora de seus sistemas. Jaebum podia olhar para Youngjae, podia seguir seus passos e tê-lo em pequenos momentos como aquele, fossem estes melancólicos, felizes, extasiantes, exultantes, prazerosos. Fossem eles enxugando as lágrimas descontentadas de Youngjae ou o enchendo dos mais doces beijos; Jaebum não queria deixar de ouvir os poemas dele, de sentir seus dedos quentes sobre sua pele gelada, de sentir seus gemidos contra sua tez.

Podia apenas esperar que, um dia, o mundo estivesse pronto para aquele amor que só inflamava em seu peito, como uma ferida que não para de se espalhar, sem nunca ser curada. Uma dor à qual ele se acostumara. Sua música preferida em dias ruins e bons, seu aroma favorito no mundo, a voz que ele tanto amava e todas as coisas boas do universo. Choi Youngjae.

E é claro que não: Jaebum não queria ser curado de Youngjae, mesmo que o mundo real dissesse que ele deveria. Mesmo que tudo apontasse para que eles se separassem e seguissem as próprias vidas separadas. Mesmo que eles fossem forças opostas que nunca deveriam ter se encontrado.

Porque ele amava Choi Youngjae, afinal de contas — cada pedacinho dele. E não haveria ninguém que pudesse convencê-lo de que era errado.

Mesmo que Bukowski estivesse certo, e ele acabasse morrendo de amor no final.


Notas Finais


eu... realmente não sei como me sentir sobre o que eu acabei de escrever. mas espero que tenha sido pelo menos razoável.

eu deveria estar atualizando as outras fics, mas esse aqui foi um surto de amor por 2jae (e principalmente pelo youngjae cof cof). essa também é a minha primeiríssima one shot, então julguem com carinho. ela foi inspirada na música do NU'EST com o mesmo nome da fic (aliás, meus filhos; WATCH LOVE PAINT (EVERY AFTERNOON) ON YOUTUBE), e o título combinava, então tive que colocar. eu também vinha pensando muito sobre um famoso quote do bukowski que apareceu eventualmente na fic, e tudo se desenvolveu naturalmente. foi bem rápido pra escrever, mas espero que tenham gostado!

até a próxima (◠‿◠✿)


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