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História Look At Me (Laurinah). - 20: The Only Thing


Escrita por: misslaurinah

Notas do Autor


Boa tarde, bolinhos. Olha quem chegou com mais um capítulo e um vídeo muito fofíneo pra vocês! Please, assistam!! Vou deixar o link nas notas finais.

Obs.: Sempre que estou escrevendo, faço isto ouvindo as músicas que intitulam os capítulos, então eu meio que entro num mundo ali paralelo e é incrível, sério. Então se vocês puderem ouvir as músicas enquanto leem, eu super indico!

Capítulo 20 - 20: The Only Thing


The Only Thing – Sufjan Stevens

"Should I tear my eyes out now? Everything I see returns to you somehow. Should I tear my heart out now? Everything I feel returns to you somehow."

"Eu deveria arrancar meus olhos para fora agora? Tudo o que eu vejo, retorna para você de alguma forma. Eu deveria arrancar meu coração agora? Tudo o que eu sinto, retorna para você de alguma forma."

Mais um show havia chegado ao fim. Estávamos exaustas, mas receber todo aquele carinho de nosso público compensava qualquer coisa. Gina sugeriu que passássemos em algum lugar para comer, mas como todas estávamos cansadas e precisávamos de algo rápido e fácil, acabamos parando em uma pizzaria num ponto mais vazio da cidade. Passava-se da meia noite, então quase não havia ninguém por ali, além de nós.

Ocupamos uma mesa grande bem no centro do restaurante. Eu estava na ponta, ao lado de Camila e de frente para Ally. Dinah estava ao lado da baixinha, seguida por Nick, o babaca. Normani estava do outro lado, conversando animadamente com Samuel, um de nossos seguranças, sobre algum daqueles seus intermináveis filmes de luta. E Gina estava ao lado de Camila, analisando um dos cardápios junto com a latina.

Mais uma vez eu me encontrava naquela situação. Ally me dava atenção, mas Dinah estava de conversinha com aquele cara de novo. Eu não sabia o que pensar, depois de tê-lo visto dando um selinho nela no Japão. Se agora Dinah sabia o que eu sentia por ela, por que continuava de conversinha com aquele cara? Ela sabia que aquilo iria me magoar, mas não estava nem aí.

Quando ela finalmente se lembrou que eu também estava ali e me olhou, abrindo um daqueles sorrisos que certamente teria me deixado boba, tive vontade de manda-la se foder. Mas apenas ignorei, abaixando meu olhar para o enorme pedaço de pizza em meu prato. Minha fome havia passado, mas eu tentava ignorar tudo aquilo e comer mesmo contra minha vontade. Eu tinha que repor todas as energias gastas no show.

- Lo, e aquela gatinha? – Ally perguntou de repente, fazendo-me engasgar com o pedaço de pizza em minha boca. Camila como sempre tão delicada, deu-me um tapa forte nas costas, como se aquilo fosse ajudar. Agora além de lágrimas nos olhos, por ter engasgado, minhas costas ardiam. Eu não tinha certeza se queria matar mais Ally ou Camila.

- Que gatinha, Lo? – Dinah perguntou, cerrando os olhos como se não soubesse do que estava falando.

Aliás, ela sabia? Naquele momento eu só tinha certeza de duas coisas: ou Dinah estava me odiando por ter falado sobre ela com Ally e desrespeitado o seu espaço, ou Dinah estava me odiando por pensar que eu estava falando sobre outra pessoa com Ally, enquanto me declarava para ela. Okay, Camila iria se livrar dessa, porque eu realmente queria matar Ally.

- A gatinha que minha irmã ganhou, um filhotinho. Se chama Demi. – Falei a primeira coisa que veio a minha cabeça, e Ally soltou uma de suas gargalhadas escandalosas, fazendo-me chutá-la por baixo da mesa, ouvindo seu grito logo em seguida.

- O que tá acontecendo? – Camila perguntou, curiosa, voltando sua atenção para nós três.

- A irmã de Lauren ganhou um gatinho, mostre uma foto pra gente, Lo. – Dinah pediu, abrindo um sorriso debochado. Okay, aquilo não havia colado.

- Sério? – A latina gritou ao meu lado, fazendo-me respirar fundo. – Eu adoro gatinhos! Me mostra, Lo! Por favor!

- Depois eu mostro, me deixem comer em paz! – Peguei o pedaço de pizza em meu prato e enfiei boa parte em minha boca, mostrando-lhes que estava ocupada o suficiente para não poder pegar foto de gatinho nenhum naquele momento.

Dinah continuou a me encarar com aquele olhar que diz “estou de olho em você”, e eu continuei apenas a ignorar. Por que é que ela não voltava a conversar com seu amiguinho agora?

Me mantive todo o tempo em que ficamos na pizzaria, entretida com minha comida para não dar nenhuma brecha à elas. No fim da noite, eu poderia me jogar no chão e pedir para que alguém me empurrasse, pois eu sairia rolando, com certeza, de tanta pizza que havia comido. Ainda queria matar Ally e ainda queria matar Camila por todas as gracinhas dela com Nick. Qual é? Ela era minha amiga, não podia ficar do lado daquele cara também!

Como de costume, enquanto voltávamos para o ônibus, Dinah estava agarrada ao braço daquele babaca e sequer se preocupava com as pessoas ao seu redor. Por um momento, quase dei um passo a frente e a puxei para mim, mas Ally me chamou de repente, fazendo-me parar.

- Por que você disse aquilo? – Ela perguntou, guardando o celular no bolso de sua jaqueta.

- Por que eu disse o quê? – Eu sabia muito bem do que ela estava falando, mas estava um pouco cansada de ficar inventando desculpas para tudo e me justificando.

- Por que você inventou aquilo do gato? Desde quando existem segredos entre nós? – Ah, Ally. Se você soubesse!

- É que eu não queria falar daquilo ali na frente de todo mundo, Ally. Outra hora eu conto aquilo para Dinah. – Ela pareceu engolir aquilo e apenas concordou com a cabeça, me dando um sorriso cúmplice, antes de enroscar seu braço em minha cintura para caminharmos até o ônibus. Por sorte, Nick não iria conosco. Éramos apenas as cinco ali dentro.

Não demorei muito tempo para me deitar, meu corpo todo doía e minha cabeça estava pesada. Toda aquela comida realmente não havia me feito bem. Quando eu estava quase dormindo, senti dedos tocarem meus cabelos e afastá-los de meu rosto, fazendo-me abrir os olhos. Meu coração se acelerou instantaneamente ao ver Dinah ali, sorrindo enquanto me olhava.

Dei mais uma olhada ao redor e tudo estava escuro, apenas algumas luzes da parte da frente do ônibus estavam acesas, o que me permitia enxerga-la ao lado de minha cama. Dinah deslizou seu dedo gelado por minha bochecha e aquilo enviou-me um arrepio pelo corpo.

- Todo mundo já dormiu, mas eu não consigo. – Ela soltou um suspiro, deslizando mais uma vez o seu dedo por minha pele, fazendo-me automaticamente fechar os olhos com aquele carinho. – Vou deixar você dormir também.

- Não! – Abri rapidamente meus olhos, segurando seu pulso e impedindo que ela se afastasse. – Fica aqui comigo. – Pedi, mesmo sem saber o que se passava por sua cabeça naquele momento. Eu não ficaria mais reprimindo minhas vontades, o máximo que poderia acontecer, seria Dinah negar meu pedido. Mas ela sorriu mais uma vez, fazendo meu coração bater mais forte.

- Cabe eu e a Nala aí? – Ela perguntou, mostrando o leãozinho de pelúcia que estava em sua mão. Ela nunca largava aquilo.

Apenas empurrei o meu corpo mais para o canto, erguendo meu braço para que ela se enfiasse por baixo de minha manta comigo. O espaço não era muito, o que fazia com que nossos corpos ficassem bem grudados um no outro. Dinah tinha sua cabeça apoiada no travesseiro bem ao lado da minha, e nos ajeitamos em uma posição confortável, até que pudéssemos nos olhar.

Seus pés estavam entre os meus, nossos joelhos se tocavam e ela havia levado sua mão de volta para o meu rosto, voltando a me fazer aquele carinho gostoso, que trazia-me uma sensação de calmaria indescritível. Não resisti e acabei pousando minha mão em sua cintura, e Dinah pareceu não se incomodar, já que se aproximou um pouco mais, fazendo o ar me faltar. Eu nunca me acostumaria com a ideia de tê-la tão perto daquela forma.

- Agora que você não está devorando nenhum pobre pedaço de pizza, você poderia me contar um pouco mais sobre Demi, não é? – Ela disse, um tom divertido em sua voz, fazendo-me relaxar.

- Demi? Como assim? – Franzi meu cenho. O que tinha para falar sobre Demi, que Dinah ainda não soubesse?

- A gatinha de sua irmã. – Oh, céus. Se meu rosto não estivesse tão próximo ao dela, eu começaria uma crise de tosses ali mesmo. Mas Dinah me olhava fixamente, com aquele sorriso discreto que estava sempre presente em seus lábios, tirando toda minha concentração.

- Bem... – Fiz uma pausa, pensando em qualquer desculpa que eu pudesse inventar.

- Não existe nenhuma Demi, não é? – Quando ela disse aquilo, senti uma pontada de tristeza em sua voz e tive vontade de bater na minha própria cara.

- Não é o que você tá pensando. – Disse em minha defesa, ouvindo um suspiro escapar por seus lábios.

- Tudo bem, Lo. Nós não temos nada mesmo. – Eu esperava que Dinah fosse ficar brava comigo, me xingar, ou até mesmo cobrar alguma explicação. Mas aquilo fora pior do que qualquer coisa. Nós não tínhamos nada mesmo. Pelo jeito, eu continuava a alimentar coisas que só existiam em minha cabeça.

Meu coração estava apertado e tive que me concentrar muito para não permitir que meus olhos ficassem marejados. Não queria chorar por Dinah, não queria chorar por Dinah bem na sua frente. Tudo o que eu consegui fazer, foi encará-la nos olhos e sorrir, um sorriso triste, que infelizmente eu não conseguia disfarçar.

- Tenho certeza que Nick ficará feliz por isso. – Nem pensei em filtrar o que eu diria, aquilo apenas saiu.

Dinah me olhou com um semblante confuso, como se não soubesse do que eu estava falando, e aquilo só piorou tudo. Por que ela estava fazendo aquilo? Por que estava brincando com meus sentimentos daquela forma? Ela me beija quando estamos sozinhas, aí encontra aquele babaca e se esquece da minha existência. Depois vem aqui se deitar comigo, e agora diz que não temos nada. Eu estava começando a me cansar daquilo tudo.

- O que Nick tem a ver com nós, Lauren? – Sua voz saíra um pouco alto demais, e ela rapidamente desviou o olhar para trás, se certificando de que ninguém estaria nos ouvindo.

- Ah, qual é, Dinah. Eu sei muito bem o que significa, o jeito que vocês se olham, o beijo que vocês deram aquele dia no restaurante.

Eu estava triste com a forma que as coisas vinham acontecendo, mas ver Dinah se esforçando para não rir naquele momento, me fez pensar no quão cruel ela poderia ser. Eu queria chorar, e ela estava rindo?

- Então você não entende nada sobre olhares. – Dessa vez, ela não conseguiu segurar a risada. – Lauren, pelo amor de Deus, Nick é gay!

- O quê? – Pensei ter ouvido errado.

- Nick e eu somos amigos, apenas. Ele é totalmente gay e só me beijou no restaurante porque estávamos fazendo uma brincadeira. Desde quando você está com essa ideia idiota em sua cabeça?

Idiota. Era exatamente a palavra que explicava como eu estava me sentindo naquele momento. Lembrei-me de todas as vezes que sofri por ver Dinah acompanhada de Nick. De todas as vezes que desejei mata-lo por fazê-la rir e sorrir, e principalmente, da forma que eu me senti no dia em que os vi se beijando. Eu me sentia tão idiota por ter passado por aquilo, desnecessariamente. Eu não conseguia acreditar no que estava ouvindo.

- Meu Deus, eu pensei que...

- Pensou errado. – Ela disse, pousando seu dedo indicador sobre meus lábios e me impedindo de continuar. – E mesmo que Nick não fosse gay, eu não teria o menor interesse nele, você sabe.

- Como eu vou saber? – Eu sentia um alívio incomum naquele instante. Queria sair dali e gritar, pular, correr. Nick era gay! Dinah não estava interessada em Nick! Ela não estava esfregando-o em minha cara durante todo o jantar!

- Eu não estaria deitada aqui com você, se tivesse interesse em outra pessoa. – E lá estava ela outra vez. A Dinah que me seduz e me deixa abobalhada, que me faz esquecer-me de tudo ao nosso redor e me prende em nossa pequena bolha.

Mas não dessa vez.

- Você acabou de dizer que não existe nada entre nós, lembra? – Arqueei minhas sobrancelhas, sentindo minha bochecha arder com o calor de seu carinho que havia retornado para o meu rosto.

- E não existe, ainda. – Pronto. Derreti-me outra vez.

Seus dedos passeavam livremente por minha bochecha, deslizando até minha orelha, onde ela afastou meus cabelos e os jogou para trás, voltando pela maçã de meu rosto e passando por meus olhos, que agora estavam fechados por causa de seu toque. Eu não podia vê-la, mas ao sentir a respiração quente acariciar meus lábios, meu coração disparou. Eu ficaria assim todas vezes que Dinah se aproximasse?

- No que você está pensando? – Ela perguntou, sem cessar os carinhos que seus dedos faziam em minha pele. Sua voz baixa e rouca. Depois de cantar todas aquelas canções em nossos shows, a voz de Dinah ficava deliciosa. Quase inaudível, mas num tom que amaciava meus ouvidos. Eu não queria abrir os olhos, porque sentia que se eu o fizesse, poderia despertar de apenas um sonho, e aquilo me mataria.

- Eu estou imaginando como seria se você me beijasse agora. – Outra vez, eu não podia vê-la, mas tinha quase certeza de que estava sorrindo. Aquele sorriso cansado e preguiçoso, que me deixa com vontade de largar o mundo só para observá-la.

- Eu acho que seria mais ou menos assim... – Pude ouvir apenas um sussurro muito baixo, e logo lábios quentes e macios cobriram os meus. Não era propriamente um beijo, minha boca ainda estava fechada e Dinah pressionava os lábios de uma forma muito delicada, entreabrindo-os aos poucos até que se encaixassem entre os meus. E então ela sorriu. Pude sentir quando meu lábio superior tocou os dentes brancos, mas não deixei que ela ficasse assim por muito tempo.

Eu tinha uma vontade insaciável dentro de mim. Queria ter o prazer de experimentar cada mera sensação que Dinah pudesse me proporcionar, como aquilo que estávamos dividindo naquele instante. Seus dedos continuavam na lateral de meu rosto, lembrando-me a todo instante de que não era nenhuma fantasia. Ela estava ali, o calor de seu corpo era real e seu polegar massageava o lóbulo de minha orelha enquanto eu abria passagem com minha língua até sua boca.

A melhor parte era reconhecer aquele gosto. Seu gosto. Não era como das primeiras vezes, que tudo fora rápido demais, em que eu estava tão nervosa que mal conseguia me recordar. Dessa vez era tudo com calma, eu podia sentir cada célula de meu corpo entrando em sintonia com o dela. Nossas línguas se tocavam e se roçavam em uma dança tranquila e gostosa, como se estivessem se conhecendo, se adaptando.

Meus dedos acariciavam a lateral de sua cintura, tocando diretamente em sua pele, aproveitando que aquela posição havia feito com que sua camiseta subisse um pouquinho, revelando parte de sua barriga. A pele de Dinah era incrível, parecia sempre estar quente. Seu cheiro me embriagava e eu não faço ideia de por quanto tempo ficamos ali nos beijando.

Até tentei descer um pouco mais minha mão. Não queria estragar aquele momento doce, mas também não podia negar que minha vontade de tocar aquela bunda e aquelas coxas sempre esteve presente em quase todos os sonhos que tive com ela. Mas Dinah cobriu minha mão com a sua e a levou de volta para sua cintura, fazendo-me rir contra sua boca. Eu ainda iria conseguir.

Não sei dizer em que momento aconteceu, mas ela adormeceu ali, nos meus braços. Sua respiração compassada e quente, afagando minha bochecha. Aquele som funcionava como um calmante para mim, que não demorei muito a cair no sono. Dormi com a certeza em meu peito, de que estava apaixonada.

Apaixonada por aquele ser humano ao meu lado, que tinha o coração de uma menina, o lindo corpo de uma mulher e o beijo mais doce que já pude provar. Apaixonada por Dinah Jane. Minha Dinah Jane.


Notas Finais


Espero que vocês estejam gostando do mimimi. Lore finalmente descobriu que Nick é gay, êeee!! Até o próximo, mores. Beijos de luz <3


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