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História Look At Me (Laurinah). - 40: They Don't Know About Us


Escrita por: misslaurinah

Notas do Autor


Boa tarde, meus bolinhos! Olha só, chegamos no penúltimo capítulo da fic. :( Tô com o coração apertadinho, porque agora só tem mais um e acabou. </3 Vou sentir falta, e vocês? Espero que gostem desse capítulo.

Capítulo 41 - 40: They Don't Know About Us


Fanfic / Fanfiction Look At Me (Laurinah). - 40: They Don't Know About Us

They Don't Know About Us - One Direction

"People say we shouldn't be together, we're too young to know about forever. But I say they don't know what they talk talk talkin' about, 'cause this love is only getting stronger. So I don't wanna wait any longer, I just wanna tell the world that you're mine, girl."

"As pessoas dizem que não deveríamos estar juntos, somos jovens demais para saber sobre "para sempre". Mas eu digo que eles não sabem o que estão falando, porque esse amor está ficando mais forte. Então eu não quero esperar mais, eu só quero dizer ao mundo que você é minha, menina."

Eu não conseguia me concentrar ou parar de rir do nervosismo de Lauren. Suas mãos suavam frio e suas pernas não paravam de balançar um segundo. Mesmo com todos os beijos e carícias que lhe dei, tentando acalmá-la um pouco, ela continuava com as mãos trêmulas sentada ao meu lado no banco de trás do carro de meu primo Kaleo. Estávamos a caminho de casa, Lauren passaria o fim de semana conosco, a fim de conhecer algumas pessoas de minha família que ela ainda não conhecia.

Minha avó estaria lá. Este era o verdadeiro motivo pelo nervosismo de Lauren. Nós duas conversamos com meus pais alguns dias atrás, e eles nos afirmaram de que haviam conversado com minha avó e de que ela não iria tentar fazer nada para nos prejudicar ou nos envergonhar na frente da família, ainda que não fosse totalmente a favor de nosso relacionamento. Ainda não tive coragem de encarar minha avó a sós. Eu sabia que não estava preparada para o tom frio que ela usaria para se direcionar à mim, aquilo iria acabar comigo, e, sinceramente, depois de tantos anos, eu me sentia tão feliz, que não pretendia estragar aquela felicidade com nada.

- Gosta da Califórnia, Lauren? - Meu primo perguntou para quebrar o gelo, provavelmente percebendo o estado de nervos em que a garota ao meu lado se encontrava. Eu ri, direcionando minha atenção por alguns segundos para fora da janela do carro, observando a paisagem já conhecida da cidade que eu tanto amava.

- Gosto, nunca estive em Santa Ana, mas conheço bastante de Los Angeles e San Diego. - Enquanto falava, sua mão buscou pela minha e entrelaçamos nossos dedos. Rocei meu polegar pelo dorso de sua mão, fazendo-lhe um carinho em mais uma tentativa de deixá-la mais calma.

- E quem é que não gosta de Los Angeles, não é? Que pergunta a minha. Mas agora mudando de assunto, tenho umas fotos ótimas de Dinah para te mostrar de quando éramos crianças! - Kaleo soltou uma risada divertida, contagiando Lauren e fazendo-a rir pela primeira vez desde que nos encontramos no aeroporto. Eu iria matá-lo se ele realmente mostrasse qualquer foto à Lauren, mas no momento em que nossos olhares se encontraram pelo retrovisor do carro, eu o agradeci mentalmente por estar fazendo aquilo por mim.

O restante do caminho até a minha casa foi mais tranquilo. Minha namorada e meu primo acabaram se enturmando mais do que deveriam, e até se uniram para tirar sarro de mim por algumas coisas. Meu coração disparava todas as vezes que os lábios de Lauren se abriam em um daqueles sorrisos lindos que só ela tinha. Eu quase perdi o controle e a beijei ali mesmo "na frente" de Kaleo algumas vezes, mas me mantive firme, sabendo que teríamos tempo e oportunidade melhor para fazer aquilo.

- Está pronta? - Perguntei quando descemos do carro e entrelacei meus dedos nos seus. Lauren rapidamente voltou a suar frio e a tremer. Inclinei-me para beijar sua bochecha, no mesmo instante em que minha mãe abriu a porta da frente.

- Vocês chegaram! - Ela disse animada, praticamente correndo em nossa direção.

Nos últimos dias, aparentemente minha mãe passou a gostar mais de Lauren do que de mim, porque era inexplicável sua felicidade todas as vezes que ela encontrava minha namorada. Bem, talvez ela só estivesse querendo recompensar a garota que fazia sua filha sentir-se feliz. Lauren afundiu-se em seu abraço apertado sem reclamar, enquanto se cumprimentavam e minha mãe perguntava sobre seu vôo.

Quando entramos em casa, alguns de meus primos brincavam no canto da sala, meus tios estavam em mais uma partida de cartas na mesa de jantar e o restante da família estava nos fundos, provavelmente na piscina aproveitando o churrasco que meu pai havia se disposto a fazer. Minha casa era grande, tinha que ser grande, já feita sob medida para receber toda a minha família em dias como aquele.

Depois de apresentar Lauren a todos, a levei comigo até meu quarto. Ela iria dormir comigo, graças a todos os meus outros parentes que ocuparam os três quartos de hóspede disponíveis em minha casa. Minha mãe havia planejado-os estrategicamente, já dividindo em seus pensamentos quem iria dormir com quem a cada feriado. Regina e Seth dividiam um quarto, Junior e Funaki não moram mais conosco, Kamila tem o seu próprio e meus dois irmãos do meio também dividem outro cômodo. No total, sim, tenho uma casa de oito quartos, e isto parece uma grande loucura, mas estamos acostumados com a casa cheia.

Voltamos para a sala e nos sentamos em um dos sofás. Seth pulou no colo de Lauren e enquanto eles brincavam, resolvi ajudar minha mãe na cozinha. Assim que entrei, meu coração se apertou. Minha avó havia chegado. Nós nos encaramos por algum tempo em um silêncio constrangedor, até que a voz de minha mãe nos tirasse daquilo.

- Dinah, cumprimente sua avó. - Ela pediu, posicionando sua mão na base de minhas costas, como se dissesse silenciosamente que estaria ali para me apoiar, que eu não precisava ter medo. 

- Olá, vovó. - Eu disse, mas não mexi um músculo para me mover em sua direção. Eu sequer sabia se ela queria tal proximidade. 

- Oi, Dinah. - Ela forçou um sorriso. Eu detestava o clima que havia se instalado entre nós. Novamente, era como se eu estivesse de volta há cinco anos atrás, como se ela estivesse decepcionada novamente. Meu coração estava machucado, mas dessa vez era diferente. Diferente porque eu não era mais aquela garota ingênua. Diferente porque eu não acreditava mais que fosse realmente a aberração que ela me fez pensar que fosse. E ela sabia disso. 

- Eu já volto. - Quando minha mãe anunciou sua saída, meus olhos se arregalaram. Eu não queria ficar sozinha com ela! Eu estava com medo. Segurei minha mãe pelas mãos e ela me olhou com uma cara de quem diz "está tudo bem, Dinah", mas não estava. E então ela se foi.

- Não se preocupe, eu não vou brigar com você. - Minha avó saiu de onde estava e se sentou em uma das cadeiras próximas ao balcão da cozinha. 

- O que te fez mudar de ideia? 

- Eu não mudei. - Meus olhos rapidamente se encherem de água ao ouvir aquela afirmação. É claro que ela não havia mudado. E só de imaginar o que estava se passando por sua cabeça naquele momento, meu coração se apertou mais, e mais, a ponto de fazer minha garganta secar e o ar me faltar. - Mas sua mãe me fez entender que eu não tenho o direito de me meter em sua vida, Dinah. Você pode fazer o que bem entender.

- Vovó, escute.

- Não, Dinah. Escute você. - Mais uma vez eu tentei puxar o ar com força, mas ele parecia não vir. Meu rosto estava vermelho e minhas mãos tremiam. - Eu não quero mais ouvir nenhuma explicação sobre isto. Se você quer fazer isso, faça. É um problema apenas seu e de seus pais que apoiam esta loucura que chamaram de amor. - Aquelas palavras soaram como facas, machucando-me como eu imaginei que fariam. Eu não conseguia dizer nada naquele momento, apenas abaixei minha cabeça e deixei que algumas lágrimas finalmente rolassem por meu rosto. - Por que você não pode ser normal como seus irmãos?

Aquilo foi demais para mim. Como ela ousava me dizer aquilo? Que eu não era normal? O que seria uma pessoa normal, afinal? Alguém que se importasse tanto com rótulos? Que tivesse o preconceito como base da existência de um ser humano? Que não aceitasse as diferenças e nem mesmo pudesse respeitá-las? Aquilo era ser normal para ela?  Meu choro saiu de forma nada silenciosa desta vez. Meus ombros tremiam e eu não conseguia conter meus soluços. Minha avó não demonstrava nenhuma emoção nos olhos, eles eram duros e frios, muito diferentes do que um dia eu enxerguei ali. 

E então eu percebi que não se pode ter tudo na vida. Minha avó não teve, não teve a família perfeita que ela sempre idealizou. Um simples detalhe, uma pequena diferença fez com que a avó amorosa e dedicada que um dia eu tive, fosse substituída pela pessoa estranha que estava na minha frente. Então, eu também não precisava ter tudo. Eu não precisava de alguém que não fosse capaz de me amar por causa de minha orientação sexual. Alguém que passasse por cima de tudo, simplesmente porque eu não era igual a ela. Eu não precisava e eu não queria aquilo para mim.

- Quem sabe se eu fosse uma heterossexual alcoólatra, com dezenove anos e dois filhos de pais desconhecidos, a senhora me considerasse normal, não é mesmo, Maui? - Seus olhos se espantaram quando a chamei pelo nome. Eu não conseguia controlar meu choro, mas eu não me importava com isso naquele momento. Eu precisava tirar aquela dor de dentro de mim. 

- Dinah, eu sou sua avó, você me deve respeito!

- Você me deve respeito também! Mas você não me respeita! - Quando notei que havia aumentando automaticamente o meu tom de voz, encolhi-me no canto da parede e cobri meu rosto com as mãos, deixando que meu choro saísse copiosamente. 

- O que está acontecendo aqui? - Ouvi a voz de meu pai e logo em seguida braços circulando minha cintura. Eu conhecia aquele toque, era Lauren. Ela me apertou contra seu corpo e puxou minha cabeça para o seu ombro, como se quisesse me proteger daquilo. Mas ninguém podia me proteger do que estava sentindo. Ninguém podia me proteger de mim mesma. 

- Sua filha está gritando comigo, Gordon! Quando foi que vocês deixaram Dinah ficar assim? - O tom de desgosto na voz dela era visível. Mas agora, de toda forma, eu já não fazia a menor questão de agradá-la em nada. Ela não me amava. Ela não se importava com o que eu sentia, apenas com quem eu era aos seus olhos. 

- Dinah, está tudo bem?  - Meu pai perguntou, parecia nervoso, mas eu não conseguia parar de chorar e Lauren não me soltava. 

- Isso é uma pouca vergonha. - Minha avó voltou a dizer, e dessa vez ouvi mais passos se aproximando.

- Mamãe, o que houve? - Minha mãe perguntou, e eu podia ouvir apenas a respiração alterada de meu pai. Quando minha mãe pareceu entender a situação, ela voltou a falar. - Mamãe, a senhora me prometeu.

- Ninguém me avisou que eu teria de ver esse tipo de coisa. 

- Que tipo de coisa? - Meu pai interferiu mais uma vez. - Duas garotas se abraçando, porque uma delas está chorando inconsolavelmente ferida por alguém que ela pensou que a amasse? 

- Gordon, não diga besteiras. - Ela tentou argumentar mais uma vez.

- Ele não está dizendo besteiras, mamãe. Nós conversamos sobre isso, e eu lhe disse que apoio Dinah, que a amo, e que não vou aceitar ninguém fazendo-a nenhum tipo de mal. - A voz de minha mãe vacilou. Ela também estava nervosa, prestes a chorar, e aquilo só me deixava mais assustada, fazendo-me soluçar nos braços de minha namorada.

- Ah, então sou eu quem faço mal a Dinah? Olhem para isso! A filha de vocês está namorando outra mulher! Isso é uma vergonha para nossa família!

- Talvez para a sua! Não para a nossa. - Meu pai defendeu-me bravamente, passando seu braço ao redor de meus ombros, consequentemente envolvendo Lauren em seu abraço protetor também. - Agora, eu sinto muito, Maui, mas se você não aceita a minha filha, você não é bem-vinda nesta casa.

- Gordon, se acalme. - Minha mãe pediu, agora sua voz já estava chorosa.

- Não vou me acalmar, eu sei que ela é sua mãe, mas ninguém tem o direito de entrar nessa casa e insultar Dinah desta forma, Milika. Eu não vou permitir isso. - Naquele momento, eu odiava-me profundamente por ser a razão de toda aquela discórdia em minha família.

Eu sabia que minha avó estava errada, que estava sendo completamente intolerante e que talvez aquele preconceito sempre tenha existido, sempre tenha sido muito maior que o amor que ela dizia sentir por mim. Mas minha família sempre fora unida, e agora estava se desfazendo por minha culpa. Não tive coragem de ficar ali e presenciar o desenrolar daquela situação. Soltei-me dos braços de Lauren e meu pai, e corri para o meu quarto, batendo a porta atrás de mim com toda a força e jogando-me em minha cama. 

Eu queria sumir, eu queria sequer existir naquele momento. Meu rosto estava totalmente coberto por lágrimas e meu coração em mil pedaços espalhados no chão daquela cozinha. Minha avó me odiava. Mas o que mais me incomodava não era o fato de saber que ela não gostava mais de mim. O que mais me doía, de verdade, era saber que um pedaço do meu coração havia morrido. Todos os anos, todas as lembranças, todos os sentimentos bons que cultivei por ela haviam simplesmente desaparecido com aquelas palavras. Ela havia matado um a um, e aquilo estava fazendo falta, havia um grande buraco em meu peito que eu jamais poderia consertar. 

Eu ainda podia ouvir suas vozes ao longe, podia ouvir batidas em minha porta, Lauren me chamava, Funaki me chamava, todos estavam alterados e eu não conseguia fazer absolutamente nada além de chorar. De repente, o sonho havia se tornado um pesadelo. Agora eu entendia o porque de Lauren estar tão nervosa mais cedo. Ela sabia. Ela sabia que a cabeça de minha avó não iria simplesmente mudar assim, no fundo eu sabia também. Mas era tão difícil aceitar, que preferi me iludir achando que as coisas seriam diferentes. Bem, não foram. E agora eu só conseguia chorar. Chorei tanto, por tanto tempo, que acabei adormecendo sem sequer saber o que havia acontecido. 


Notas Finais


aaaaaaaaaaaah, quero abraçar a Dinah, e vocês? :( Infelizmente a vida não é sempre um conto de fadas, não é mesmo? E infelizmente, ainda existem MUITAS pessoas com essa cabeça fechada, que nunca vão conseguir enxergar que não há nada de errado em sermos diferentes. O negócio é fazer como a Dinah, e lutar pela nossa felicidade, né, bolinhos?

Então, como eu disse antes, este é o penúltimo capítulo, quando eu voltar, vai ser pra dizer tchau pra ficzinha. Dor no coração sim! Mas como eu não consigo viver sem vocês, já comecei a postar outra fanfic hoje mesmo. Tá aqui no meu perfil, é uma história alternativa e se chama Charterhouse, espero que vocês gostem! <3

Link: https://spiritfanfics.com/historia/charterhouse-laurinah-7740244


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