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História Look down, fair moon - XV. da, jeg var ikke grusom


Escrita por: VenusNoir

Notas do Autor


e aí, será que a fic já chegou à metade? não sabemos
acho que só vamos saber no fim
ainda tem tanta coisa pra acontecer, quando eu paro pra pensar no enredo inteiro e nas coisas que ainda nem aconteceram, meio que me dá um nervoso. jghsfgqw por favor não me abandonem. fiquem ao meu lado nessa árdua e longa caminhada. amo vcs. me add no twitter e me dá mt amor pfv arroba rainbownoire

Capítulo 15 - XV. da, jeg var ikke grusom


Seunghwan levantou-se cedo da manhã; como criatura diurna, matutina, era hábito seu estar de pé já no primeiro canto do galo. Diferente dos outros dias, porém, a rotina de se lavar, vestir roupas limpas e brincar por alguns minutos com o terço dado por sua mãe, fingindo rezar, antes de descer e tomar seu desjejum, não se repetiu. Os raios de sol que entravam pelas frestas das suas janelas ainda cerradas pareciam ter um tom distinto, mais quente e vibrante, e a réstia de luz que eles projetavam pelo assoalho de madeira era acolhedora, dava vontade de se encolher ali e se deixar beijar e aquecer pelo traço amarelado através do qual partículas de poeira levitavam. Por um instante ou dois, ela ficou ali, de pé, como que ouvindo um rumor distante e quase ininteligível, mas imensamente belo e potente. O que ele dizia estará para sempre perdido na tradução. O que se sabe é que, passado uns instantes, Seunghwan suspirou e voltou a si, sorrindo para si mesma enquanto caminhava até o quarto de Jimin.

 

Sem se preocupar com regras de etiqueta e respeito à privacidade alheia, ela abriu a porta sem rodeios apenas para encontrar a cama vazia e ainda feita. Não esperava nada menos que isso. E era curioso como, no período em que passara no sanatório, Jimin reclamava o tempo inteiro das condições precárias do lugar. Seu colchão era fino demais e tinha uma depressão no centro, o que tornava o sono impossível e suas costas doloridas; seu travesseiro era duro, seus lençóis eram grosseiros, a cama, baixa demais; sua cela era abafada, claustrofóbica, cinza e impessoal. Ele sentia saudade de casa, sentia falta até da desordem de seus aposentos no apartamento de Yoongi. E, no entanto, uma vez em seu lar, ele abandonava de bom grado o luxo e o conforto, os quais aparentemente tanto prezava, para ir-se refugiar num quarto de empregado, que de certo era muito modesto e nem um pouco adequado às várias exigências que costumava fazer.

 

É isso o amor?, se perguntou Seunghwan, sentando-se na beirada da cama e sentindo a frieza dos lençóis intocados. Se contentar com o pouco, com o quase nada, desde que, a nosso lado, esteja o ser amado? Amar é abdicar das vaidades que com tanto afinco cultivámos, de si mesmo, por fim? Talvez nunca fosse descobrir: o mais provável é que não o quisesse. Via como Jimin sofria, como se angustiava, se animava ou se alegrava à mera menção do nome de Jungkook. Injusto que alguém tivesse tanto poder sobre outrem. Estar assim tão entregue, tão suscetível, era perigoso. Ainda mais para uma mulher como Seunghwan. No passado, tinham-na chamada de indecente, louca, pervertida, mas ela sempre manteve o bom-senso. Nenhum homem jamais a tocou. Os que haviam tentado, ela os rechaçara sem hesitação ou remorso. De modo algum era pura, mas estavam terrivelmente enganados os que a acusavam de ser suja e promíscua. Era a si mesmo que amava, que tocava e que beijava – que mal podia haver nisso? Por que diabos uma garota não podia ter acesso ao próprio corpo, por que lhe era negado o direito de conhecê-lo e senti-lo? Seu appa a chamara de libertina e o dissera com asco e desgosto. Longe disso. Seunghwan pertencia-se, somente a si, e nem em um milhão de anos iria abdicar da posse de si mesma. Entregar-se deliberadamente ao domínio de outra pessoa, ainda que fosse uma pessoa que amasse, era não só improvável, era impraticável.

 

Ainda minha. Trancafiada num hospício e diagnosticada como ninfomaníaca, três longos e enfadonhos anos tendo que apelar a mil malabarismos e estratégias para não ser envenenada por aquelas pílulas azuis e brancas. Ainda minha, mesmo noiva de um homem com quem não se deitaria, um homem totalmente devotado a outro homem e que nunca a olharia com desejo. Ainda minha. Numa nova prisão, tendo que se desviar de velhos golpes, mas ainda minha. Era tudo o que tinha e tudo o que sempre iria ter. A si mesma.

 

Saindo do quarto de Jimin, ela inadvertidamente seguiu direto para o de Sooyoung. Havia sido embalada por uma energia difusa e irresistível e, sem opor resistência, deixou-se guiar. Quando deu por si, estava plantada no meio do cômodo, os braços estirados ao lado do corpo e os lábios entreabertos, a sobrancelha esquerda ligeiramente erguida. Só se fosse estúpida para não saber o que viera fazer ali. Às vezes sentia a presença de Sooyoung e, com os pés descalços bem firmados no tapete felpudo e empoeirado, teve de novo a impressão de que a tia de seu noivo estava bem perto, rumorejando a seu redor como uma aparição que ainda não tenciona se revelar totalmente. A aragem da manhã a envolveu e subiu por suas pernas, farfalhando a barra da sua camisola. Seunghwan se deteve por um momento e então seguiu, sabendo exatamente o que procurava e em que lugar iria encontrá-lo.

 

Debaixo da cama, uma caixa. Dentro da caixa, nada além de flores secas, a ponto de se esfarelarem, e um desenho feito à mão. Duas garotas sob uma árvore frondosa, sorrindo uma para a outra e de mãos dadas. A paixão febril e convulsa que só flagrara em Jimin, quando ele estava perto de Jungkook, também se manifestava com nitidez nas expressões vividamente retratadas de uma delas. E no verso, Seunghwan reparou na data e na assinatura do artista. Vinte e três anos atrás, Kang Seulgi esboçara aquele retrato.

 

X

 

Jungkook enfiou a pá na terra, transbordando de raiva e frustração. O suor lhe escorria pela fronte bronzeada, e suas pupilas, de tão comprimidas, pareciam um ponto negro flutuando em mares castanhos e revoltos. O calor do verão só servia para lhe deixar ainda mais alvoroçado. Naquela pausa, ele olhou em volta, resfolegante. Os demais trabalhadores faziam seu serviço sem perturbação, já Jungkook estava um caos. Há dois dias Jimin fazia de si o que bem entendia. Jungkook não negava gostar, mas, depois, com o sol inclemente ardendo em sua nuca, o cheiro da terra revolvida confundindo suas resoluções, ele sentia um oco no meio da barriga, suas mãos tremiam e a vista de súbito escurecia, o chão lhe faltava. Não era que achasse indecente o que faziam, era só que, por mais que tentasse afastar tais pensamentos, era inevitável imaginar Jimin fazendo o mesmo com outras pessoas. Beijando-as em lugares que deviam ser inacessíveis, as tocando de maneiras que deviam ser proibidas, arrancando de lábios sons vulgares e impudicos que –

 

Jungkook não queria pensar, não mais do que já pensava. Pensar era aflitivo. Ele se sentia fraco, um fantoche nas mãos de seu hyung. Jimin o manipulava e o usava como queria. E Jungkook aceitava, sem demonstrar o mais ligeiro desagrado, obedecia aos comandos do rapaz mais velho com alegria, com prazer. Bastava que estivessem nus, pele tocando pele, e era todo de Jimin. Uma vulnerabilidade medonha, uma vontade doida de pertencer a ele, de convencê-lo de que, sim, era seu, somente seu, e nenhuma outra coisa, viva ou mesmo inanimada, se daria com tanto abandono e rendição. Os sentimentos que o acometiam então eram sentimentos que nunca antes experimentara. E como doíam!

 

Hoseok veio lhe oferecer água do próprio cantil; qualquer um podia ver que estava em profunda agonia. O que havia sido o deleite da noite passada tinha se transformado em ciúme e angústia.

 

“Você não está bem, Jungkook-ah”, Hoseok lhe disse, depois de receber o cantil vazio. “Por que não descansa um pouco? Você parece prestes a desmaiar. Vá, eu cubro pra você”

 

Jungkook, habituado a acatar qualquer ordem, deixou a lavoura rapidamente e se trancou em seu quarto. Antes tivesse ficado com o resto dos camponeses, a céu aberto e se distraindo com qualquer bobagem que eles matraqueavam sem parar. As paredes recendiam a sexo, tudo ali transmitia imagens e sensações das últimas duas noites. Ele fitava a cama e via a si mesmo e Jimin, se movendo ritmadamente, a carne exposta e fremindo, o pescoço esticado, os olhos revirados e os lábios permanentemente abertos num gemido interminável. O orgasmo, pela enésima vez evocado, arrepiava os pelos de seus braços e o punha em polvorosa. Sem poder se deter, se deitou sobre os lençóis sujos e apertou o tecido contra o próprio rosto, enchendo os pulmões com o perfume impregnado em cada canto do quarto. Jimin tinha gosto de vinagre e sal, luxúria e dominância. Sentado no colo de Jungkook, ele se impulsionava para frente e para trás, como se assim ditasse o movimento das estrelas e dos planetas, do próprio universo, enfim. Senhor de si, senhor de Jungkook. Tanto vigor contido em seu corpo rígido e jovem. Ele se erguia como um deus, gemia como um anjo derramando-se em glória. Quem o havia ensinado a ser assim, grande e poderoso? O responsável por aquilo, Jungkook queria a um só tempo destroçar e agradecer. (os responsáveis, pois naturalmente fora mais de um – uma voz ferina ecoava em sua cabeça). E aí ele se desesperava para remediar: quem sabe os professores de Jimin não haviam sido o desejo choco e a longa espera? O que fizeram com Jimin os dias sem Jungkook? Quantas vezes seu hyung fantasiara fazer o que finalmente tinha a oportunidade de realizar? Era errado culpá-lo por ter se tornado tão bom, tão delicioso, tão –

 

Experiente. Experimentado. O que havia aprendido com os outros só podia ter uma finalidade: satisfazer Jungkook, levá-lo à loucura, arrastá-lo ao próprio limite do prazer, do desejo e de si mesmo. Deixá-lo arquejando e implorando por mais, nunca satisfeito, embora exausto. Era assim que estava agora. Por Deus, já o tinha perdoado! Jurara perdoá-lo, esquecer seus tropeços, pôr uma pedra em cima das traições, mas era tão difícil. Jungkook se consumia de ciúme. Jimin viera para si virgem, intocado, desajeitado, tímido – um menino que mal tinha ideia do que fazer com as próprias mãos. Portanto, de jeito nenhum conseguiria aceitar com facilidade sua nova realidade. Um redemoinho se instalara em seu peito, bagunçando e revirando tudo, deixando-o à flor da pele, nervoso, impaciente, à beira de um colapso. E muito pior teria ficado se Jimin não tivesse invadido seu quarto sem bater ou pedir por licença – o que, afinal, ele nunca fazia.

 

“Te procurei na lavoura”, ele disse, observando Jungkook com um semblante perscrutador (e Jungkook detestava quando ele lhe olhava desse modo, como se o estivesse analisando, ansioso por encontrar um sinal do que seu amante pensava e sentia. Jimin raramente perguntava sem rodeios, como está você? Saia à caça de evidências, do que cria ser a verdade. Tão pretensioso e invasivo ele era.) “Um dos seus subordinados disse que você passava mal e que por isso saiu mais cedo. Você os deixou sem supervisão, Jungkook. Se fosse omma ao invés de mim, você estaria em maus lençóis agora. Enquanto você fica aqui olhando para o nada, os camponeses estão fazendo corpo mole e jogando conversa fora uns com os outros”

 

Jungkook deixou escapar uma risada ácida e breve. Jimin tinha arrancado dele alguma reação, e isso era o que procurava. Maldito.

 

“Você é um descarado, Jimin”, ele rebateu, entredentes, ainda fitando a feia parede cuja tinta descascava. Cerrando os punhos, evitava acertar um soco na fuça daquele cretino. No seu âmago, a confusão de sempre. Queria quebrar-lhe a cara ou tomar-lhe os lábios num beijo bruto e punitivo, tanto fazia, qualquer uma das duas opções serviria a seu propósito. “Merece uma surra bem dada. E ainda tem a pachorra de vir aqui me fazer reprimendas? Seu cretino mimado!”

 

Jimin passou a encará-lo, o maxilar travado, os olhos em fendas a ponto de soltar faíscas. Não compreendia aquela atitude, não sabia o que a motivava, e no entanto, compreendia sim, bem demais, até. Se se fazia de desentendido, era só por ser mais conveniente.

 

“O que você quer de mim?”, se aproximando com cautela, Jimin se agachou diante de Jungkook e esticou a mão para lhe tocar o joelho, mas a recolheu por medo de ser rejeitado. Isso sim seria doloroso. “Eu estou arrependido, já te pedi perdão. O que mais posso fazer? Me diga e eu faço –”

 

“Você se apaixonou por aquele tal de Min Yoongi. Admita!”, Jungkook interrompeu, exaltado, seus olhos cravados nos de Jimin, a fronte pálida e úmida de suor frio denunciando o quanto aquele assunto lhe afetava. Num gesto instintivo, o mais velho umedeceu os lábios com a língua. Mal era capaz de disfarçar o quão envaidecido ficava a cada demonstração de ciúme. Elas atiçavam sobremaneira o fogo indelével de seu desejo abrasivo. E a partir dali, não adiantava fingir atenção. A ereção pulsante em suas calças falaria por si.

 

“Nunca”, ele suspirou, não conseguindo reprimir um sorriso. E ao vê-lo, Jungkook teve que outra vez sufocar sua ira. Tudo era diversão para Jimin, um joguinho pérfido no qual só ele saia vencedor. Seu dongsaeng inseguro, enciumado, temeroso do que havia significado seus dias na metrópole, com os olhos marejados e uma dor profunda alojada no coração despedaçado, para Jimin, isso era alimento para o ego, nada mais. Jungkook, num rompante de fúria, se levantou e o empurrou pelos ombros, o fazendo cair de perna para o ar. Sua razão havia se esgotado, assim como suas palavras – o que havia para dizer além do que já dissera? Com passos firmes, ele marchou para fora do quarto, abrindo a porta com brusquidão e andando cego pelo corredor de teto baixo. Antes que pudesse chegar à cozinha, porém, se viu detido por duas mãos persistentes que o prendiam pela cintura.

 

Jungkook fechou os olhos com força e se conformou com a própria impotência. Fraco, fraco, fraco. Se aquilo era um jogo, ele jamais possuíra fichas. Não podia fazer frente a Jimin, não podia lutar contra ele. O amava demais. E esse amor infeliz ainda o iria destruir, tinha plena consciência disso, mas, por enquanto, era o que o mantinha vivo.

 

“Estou apaixonado por você”, o bastardo sussurrou ao pé de seu ouvido, a ereção dele roçando em sua coxa. “Sempre estive, sempre estarei. Eu fiquei louco sem você, Jungkookie, literalmente louco. E por isso fiz coisas que, em meu juízo perfeito, jamais faria. Agora que estou com você de novo, recuperei a sanidade. Porque é só ao seu lado... Me diga o que posso fazer para te provar que eu digo a verdade, que estou sendo sincero. Qualquer coisa. Eu farei. Eu sou capaz de tudo por você, meu amor. Absolutamente tudo”

 

X

 

“Quatro elefantes incomodam incomodam incomodam incomodam muita gente, cinco elefantes incomodam incomodam incomodam incomodam incomodam muito mais”, apertando o pedaço de pele entre os dois sinais quase simétricos na coxa esquerda de Jungkook, Jimin cantava aquela música infantil de um jeito especialmente irritante e que dava ao mais novo ganas de lhe encher a boca com terra. Talvez assim seu hyung se calasse. Mas Jimin invocaria cinquenta elefantes se dependesse de si. Ele não era como a maioria das pessoas normais, que tinha limites e senso do ridículo. Jimin era quase dois anos mais velho que Jungkook, mas aparentava ser mais novo. Ele era um bobão. Com dezesseis anos e a barba crescendo dia após dia, o que o forçava a se barbear todas as manhãs, continuava uma criança. À medida que iam envelhecendo, o abismo entre Jimin e Jungkook se aprofundava. E contudo, eles não podiam estar mais próximos. 

 

“Para com isso!”, Jungkook pediu, segurando o pulso de Jimin e o impedindo de continuar com aquela brincadeira idiota. “Isso irrita”

 

Em outra ocasião, Jungkook teria feito vista grossa para as bobagens de Jimin, mas, no momento, eles estavam nus e deitados sobre uma toalha fina, que não fazia bem o seu trabalho de protegê-los das folhas e galhos piniquentos e das formigas que passeavam à vontade pelo descampado onde a haviam estendido, e por isso ele se sentia meio patético. Seu amante fazia de conta que havia uma tromba logo abaixo dos dois sinais em sua coxa e que esses dois sinais eram os olhos de um elefante e, para arrematar, ainda cantava uma música chata e da qual ninguém da sua idade ainda deveria se lembrar. Há menos de dez minutos, Jungkook havia gozado. Cedo demais, diga-se de passagem. A situação já era constrangedora o suficiente, não havia necessidade de Jimin se comportar como um moleque ranhento.

 

“Desculpa”, Jimin sussurrou com um sorriso encantador e levou seus lábios à coxa de Jungkook, beijando os sinais que eram motivo de sua diversão até há pouco. “O que você tem? Foi porque você terminou muito cedo? Não tem problema, eu já te disse. Tenho certeza de que é normal”

 

Jungkook enrubesceu violentamente, mas nem por isso iria dar o braço a torcer. “Ah, cala a boca. Você não sabe de nada, hyung”

 

“Não fale informalmente comigo!”

 

Jungkook se limitou a revirar os olhos. “Se você queria que eu continuasse te tratando como um hyung, cheio de respeito e deferência, devia ter pensado nisso antes de enfiar a língua na minha garganta. Agora nós estamos em pé de igualdade”

 

Jimin estreitou os olhos. “Não estamos não, e eu vou dizer o porquê”

 

“Diga”, Jungkook desafiou, todo empáfia e superioridade.

 

“Bom, você sempre goza primeiro, né?”

 

Jimin mal terminou a frase e teve que se levantar aos tropeços, pois Jungkook já investia contra si com punhos e pontapés. Os cavalos amarrados aos galhos de um castanheiro sequer lançavam uma olhadela para os dois garotos que corriam um atrás do outro pelo campo deserto. As ovelhas estavam logo além e tampouco elas lhe relegavam alguma atenção. Ali, no meio da natureza bruta, eles eram livres. Nenhuma palavra de censura, nenhum olhar malicioso ou intimidante. Tudo o que podia flagrá-los, eram eles que contemplavam. As árvores, os bichos, as flores, o sol, as nuvens, as folhas secas na grama. Testemunhas silenciosas de um segredo, as melhores que poderiam haver.

 

A ninguém contariam sobre o beijo que apaixonadamente Jimin deu em Jungkook ou sobre como Jungkook grunhiu e deixou seu pescoço pender para o lado quando o garoto mais velho desceu seus lábios pelo pescoço já marcado. Nada seria dito sobre a ejaculação precoce de Jungkook, o que naquela época era sua maior e definitiva vergonha. Sem comentários sobre o quanto era evidente que Jimin estava tonto de amores, completamente embriagado e flutuando acima do chão. Ninguém saberia. Não se dependesse dos seres que os cercavam.

 

“Eu te amo, Jungkookie”, ele disse, e era a primeira vez que dizia amar seu dongsaeng e que não deixava espaço para dúvidas quanto à natureza desse amor. “Você é bobo de achar que eu me importaria com isso. Ou com qualquer coisa, sério. Eu te amo. Você poderia ser um eunuco e ainda assim eu iria te amar”

 

Jungkook golpeou o estômago alheio com uma cotovela débil. “Eu não sou um eunuco! E você está mentindo. Se eu fosse eunuco, você nunca ia me querer, porque você é um baita de um tarado!”

 

Jimin não se conteve e caiu na risada. Que sentido havia em mentir? Jungkook o conhecia bem demais. “Então sorte a minha que você não é um eunuco. Aliás, você tem um troço até que bem desenvolvido pra um moleque da sua idade, e com o tempo vai crescer ainda mais”, ele deu de ombros, um sorriso safado se abrindo sem que ele pudesse evitar. “Sorte a minha”

 

Jungkook fez uma careta de desgosto e soltou um urro zangado e indignado. “Pelo amor de deus, Park Jimin! Cala a boca! Você só fala merda!”

 

Jimin riu com ainda mais gosto.

 


Notas Finais


como já dizia o ditado, bultaoreune, né não???


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