História Looking for Him - Capítulo VIII - A amizade verdadeira

Quando acordei na manhã seguinte, eu estava em êxtase. Minha mente ainda estava totalmente dopada da noite passada. Em meus pensamentos, eu ainda não conseguia acreditar no que havia acontecido. Finalmente, depois de anos eu me sentia feliz novamente. Me sentia alegre, me sentia radiante. Sentia os raios solares entrando pelo vidro da janela e  aquecendo meu rosto.

Me pego pensando na noite passada. Em como tudo foi acontecer, em como aconteceu. As mãos de Jeon Jungkook tocando lentamente o meu corpo, me fazendo ficar totalmente excitado. O toque de seus lábios finos tocando lentamente o pescoço, me fazendo sentir o que eu jamais em minha vida havia sentido. Nossos corpos unidos, um aquecendo o outro como se fosse unha e cutícula.

O enorme sorriso que estava em meu rosto, desapareceu quando levei minha mão até o outro lado da cama e Jeon Jungkook não estava mais ali. O meu primeiro pensamento foi, ele deve ter ido ao banheiro, mas a essa altura eu já teria ouvido o som de água caindo. Pensei mais um pouco. Eu não queria acreditar que ele foi embora no meio da noite. Mas, isso já era de se esperar. Ele entra em meu quarto, me engana dessa maneira, me leva para cama somente para ter uma noite de selvageria? Eu não conseguia acreditar, eu não queria acreditar.

Sinto uma lágrima escorrer e ouço a porta se abrir. Alguém entra e seus passos são leves. Era Hoseok.

— Hey, Jimin, vamos para a natação, você vem?

Fico quieto. Nenhum som sai de minha boca. Eu queria gritar para o mundo. Queria gritar para que todo o hospital me ouvisse.

— Jimin? Está chorando?

Tento disfarçar.

— Não, eu estou bem. — Minto. — Eu vou, já vou me aprontar.

                                 ★★★

Depois de me arrumar, eu, Hoseok e os outros meninos fomos para a natação. Mas, ainda não faz total sentido, eu sou cego. Tenho trauma de água. Quando entro na piscina, fico somente pela borda e ainda assim fico junto com Hoseok. Geralmente, ele fica sentado na borda da piscina enquanto segura minha mão. Por outro lado, o dia da natação é o único dia em que eu realmente gosto de participar de verdade. Sempre fico reunido com meus amigos, nós sorrimos e contamos piadas. Sinto saudades de quando éramos crianças, apesar de que eu não conhecia metade dessas pessoas na minha infância. Menos Suga e Bárbara, eles eu já conhecia desde quando estávamos nos ventres de nossas mães.

Apesar de ter vindo para a natação, resolvi que não iria entrar. Hoseok disse que também não iria, mesmo eu insistindo para que ele entrasse, mas ele não me ouve. Ficamos sentados na borda da piscina, com nossos pés dentro da água. A mão de Hoseok tocava a minha coxa. Por um momento, eu quase a tirei dali, mas no final eu acabei deixando a mesma ali, até que estiquei a minha, deixando que as nossas se encontrassem.

— Vocês dois, parem de namorar e entrem na piscina. — Gritou Yoongi

— Não estamos namorando. — Falei

— E, mesmo que estivéssemos, você não teria nada a ver com isso. — Hoseok falou.

— Vai se foder, seu besta. — Yoongi gritou novamente, dessa vez sorrindo e jogando água em nós dois.

Então, aquele barulho irreconhecível de rodinhas. Comecei a sentir meu sangue ferver. Minhas veias começando a eclodir, que com toda certeza, por bem pouco poderiam explodir.

Sinto o suor escorrer por minha testa.

— Jimin, você está bem?

— Eu.. eu..

— Você o que, Jimin?

— Eu preciso ir.

Me levanto rapidamente e tento andar em direção contrária. Mas, acabo tropeçando novamente, e com tropeçando, eu caio novamente por cima de Jeon Jungkook.

— Sai de cima, seu cego.

Senti uma ponta de dor no coração.

Ouvi passos se aproximando de mim, em seguida senti mãos me tocando. Uma delas estava molhada, o que significa que até Yoongi veio me ajudar.

— Jimin, você está bem?

— Eu.. eu

— Além de cego, também é gago. — Diz Jeon Jungkook sendo sarcástico.

— Cale a boca, imbecil. — Ordenou Hoseok para Jeon Jungkook.

— Cale a boca você, seu canceroso.

Deu para sentir Hoseok ficando triste. Ele ficou quieto. Ele não sabia o que falar, então eu ouvi o barulho de um soco. Era Yoongi batendo em Jungkook.

— Repete seu filho da puta, vai, repete. Mais um soco se ouve.

— Gente, para! — Eu gritava sem parar.

— Deixa, ele precisa de uma lição. — Disse Jin

— É, uma lição, não uma sentença de morte.

Ouço mais passos correndo vindo de longe. Eram os seguranças. Yoongi gritava mandando o soltar. Ouvia o gemido de dor de Jungkook, que provavelmente a essa altura devia estar ao chão, sangrando.

— Não interessa quem começou, não justifica esse tipo de coisa.

— O cara é um arrogante, xinga todo mundo, ofende a mim e meus amigos e ninguém faz porra nenhuma. Me desculpe, mas achei que essa porra de lugar fosse um hospital e não o Cabaré da Xuxa.

Fico quieto.

— Por favor, Sr. Yoongi, nos acompanhe.

— Não encosta. Eu sei a porra do caminho.

Depois que eles se vão, ficamos ali parados em silêncio. O cheiro de lavanda com lima ainda está ali. Jeon ainda está aqui.

— Como você ousa? — Pergunto.

— Oi?

Sinto uma mão me tocar.

— Jimin, vamos… — Era Hoseok.

— Não. — Digo a Hoseok, em seguida para Jeon. — Você entra em meu quarto, me faz ficar a mercê de você, me engana dizendo coisas fofas e absurdas em meu ouvido, tira a minha roupa, me leva para a cama, me faz pensar que foi tudo romântico, tudo fofo, dizendo que minha primeira vez tinha que ser especial e no final para você, tudo não passou de uma completa noite de selvageria? E, ainda é tão covarde que sai no meio da noite como se nada houvesse acontecido? Que tipo de homem é você?

— Você está louco?

— Eu poderia estar, mas eu estou bem lúcido. Vamos, assuma.

— Ele fez isso com você, Jimin? — Pergunta Hoseok.

Mas, tudo o que Jeon Jungkook diz é.

— Eu não faço ideia do que você está falando.

Ainda no mesmo dia, estávamos todos reunidos na Sala de Visitas esperando o diretor do Hospital falar com Yoongi. Ele gritava com ele, mas era quase impossível de se entender o que eles falavam um para o outro. Minha mão estava tremendo.

Senti uma mão tocar a minha.

— Vai dar tudo certo, você vai ver. — Disse Jin

— Será?

— Com certeza, o que ele poderia fazer? Expulsar o Yoongi do hospital?

Ficamos em silêncio depois disso, em seguida, a discussão cessou. Ouvi a porta se abrir e ouvi os passos. Era Yoongi, ele se sentou ao nosso lado e suspirou fundo.

— Então…

— Não fui expulso. — Disse ele. — Mas se houver mais alguma complicação desse tipo, serei expulso não só do hospital, mas também do programa.

— Vamos estar aqui com você, Suga. — Falei.

— Sempre. — Dissemos em coro.

Algumas guerras nunca terminam. Algumas acabam em tréguas desconfortáveis. Algumas guerras resultam em total e completa vitória. Algumas guerras acabam com paz. E, algumas guerras acabam com esperança. Mas, todas essas guerras não são nada comparadas com a mais assustadora de todas: aquelas que você ainda tem que lutar.