História Lorsque ses yeux - Première Recontre

- Alex... - Ryan dizia baixo como se quisesse despertar o amigo perturbado do que o estava prendendo daquele jeito, Felipe aproximou também e voltou a lhe tocar o ombro enquanto observava atentamente o rosto contorcido do loiro que parecia ainda mais desconfortável e agoniado.  
 

Assim que sentiu ambas as mãos fortes o segurarem e o puxarem para fora dali, ele se deixou levar. Não conseguia protestar ou revogar qualquer atitude vinda deles.  
 

Deixou seu corpo ser guiado para fora do lugar e logo eles estavam de volta para a aldeia onde moravam, assim que chegaram lá algumas anciãs já o esperavam visivelmente ansiosas e nervosas para toda e qualquer tipo de experiência que ele sofrerá. 
 

- Menino Alexander! - A voz de Logan se fez presente e logo os braços do velho ancião o circularam em um abraço desajeitado fazendo com que o garoto loiro não aguentasse e desabasse as lágrimas sentindo o corpo grande e musculoso encolhido como se fosse frágil o bastante para suportar toda a dor e eletricidade que passava pelo próprio corpo. 
 

- E...Eu nã...Não sei... O... O que foi isso? - A voz embargada e visivelmente melancólica do garoto deixava mais do que explícita a sua confusão e martírio enquanto se permitira envolver no abraço que lhe fora proporcionado. Outros braços o circularam ainda mais formando uma pequena bola de energia em forma de abraço ao redor do seu corpo.  
 

Alexander não tinha forças para erguer o rosto e ver quem o estava abraçando, não conseguia mover um único músculo para sair daquela situação constrangedora, afinal sabia que se tentasse se mover talvez cairia de tão fraco que se sentia.  
 

Mantinha os seus olhos fechado enquanto seus joelhos tremiam e suas pernas fraquejavam vez ou outra como e fosse despencar a qualquer instante.  
 

- Está tudo bem... Está tudo bem... Venha... Precisamos conversar... - Dizia o senhor Logan enquanto o puxava de forma desajeitada para dentro do pequeno chalé em que vivia.  
 

Afastou todos que o envolviam para melhor conversar com o garoto, o ajeitou de forma confortável no pequeno sofá que tinha ali e sentou-se ao seu lado após servir duas xícaras com chá de sakura para acalmar os nervos do menino a sua frente.  
 

O garoto por sua vez, apoiou ambos os pés no estofado e abraçou os próprios joelhos enquanto sentia o leve toque do senhor em seu ombro o chamando a atenção assim. 
 

- A 16 anos atrás... Quando você tinha apenas 6 anos e bem... Você vivia colado com uma menininha e sabíamos que você teve o seu feeling por ela. Ela se chama Afrodite, e bem, tínhamos que afastá-los ou se não você não se tornaria o guerreiro que és hoje, e ela... Ela se tornaria a Deusa que é hoje. O mantemos longe disso tudo, sem acesso as memórias que você tinha com ela. Vocês se conhecem desde quando você tinha apenas 4 anos. E desde então, ela se tornou o seu ponto mais fraco. - Logan dizia baixo como se soubesse o quanto aquilo iria magoar o garoto a sua frente. 
 

Alexander sentia o corpo inteiro tremer, e como se um forte soco no estômago o atingisse, as memórias de quando tinha apenas 6 anos de idade voltaram a tona fazendo-o ficar inteiramente enrijecido, seus ombros tensionados latejavam enquanto sua cabeça parecia zunir ainda mais com a quantidade de informação que vinham mais rapidamente em sua mente. 

- O... O que vocês fizeram? - O mais novo estava visivelmente transtornado enquanto e erguia de forma ágil e rumava até a porta da cabana até sentir uma mão lhe tocar o ombro e o puxar para voltar a se sentar. 

- Precisamos conversar Alexander, você precisa se acalmar. 

- NÃO! Vocês mentiram pra mim todos esses anos, como querem que eu confie ou queira ouvir vocês, né? - Dizia o garoto loiro, seu rosto estava vermelho de raiva enquanto suas pupilas estavam ainda mais dilatadas mostrando o quanto seus olhos mesclados ficavam ainda mais claros. O mais novo andava de um lado para o outro enquanto seus punhos estavam fechados tentando ignorar a todo custo a vontade de quebrar exatamente tudo o que estava pela sua frente. 

- Sei que não podemos lhe pedir absolutamente nada Alexander, mas precisamos que você nos compreenda, se mantivéssemos vocês unidos, você não seria o guerreiro que a matilha precisa. Não seria o líder que todos precisam!  

 - Não! Quem não entende é vocês! E não, eu não serei compreensível ou passível quanto a isso! Vocês me privaram de alguém que é tão importante ao ponto de eu sentir todos os dias que mon amê¹ a procurava. Vocês não tinham esse direito! 

- Precisa nos perdoar...  

- Eu preciso de tempo... - E falando isso, o garoto loiro saiu em disparado pela porta correndo sem se importar em quem esbarrava, acabando por ouvir os resmungos e xingos.  

Quando finalmente alcançou a floresta ele deixou um uivo alto ecoar pelo local e logo se transformou em um lobo de pelagem branca.  

Aproveitou o fato de estar transformado e correu o mais rápido que conseguia até atingir o pico de um dos montes mais altos que tinha ao redor da aldeia. O lobo de pelagem branca se deitou no gramado que havia perto de algumas árvores ali no topo e passou a observar os céus e com um uivo sofrido ele fechou os olhos e sentia seu corpo inteiro rígido.  

Algo estava diferente naquele lugar, as árvores estavam em completo silêncio enquanto o sol parecia se por tão vagarosamente quanto se recordava. Seus olhos corriam por entre as árvores até ter a sensação de ter visto algo vermelho correr através dos galhos de forma ágil e visivelmente nervosa.  

O corpo de Alexander eriçou-se de forma que o fez ficar em posição de ataque e andar da forma mais silenciosa que conhecia até avistar uma garota com capuz sentada no precipício, ouvia um choro baixo e sentia suas entranhas se contorcerem como se já tivesse ouvido aquele choro antes. 

Aproximou de forma vagarosa até ver melhor as costas e o corpo pequeno da garota, seu coração parecia martelar de forma intensa contra sua caixa torácica, seu corpo inteiro tremia de nervoso e ele nem sabia o porque disso. 

Ao aproximar-se o suficiente seus olhos se encontraram com os olhos azuis claros da garota o fazendo paralisar exatamente aonde estava e logo pode sentir pequenas e macias mãos lhe tocarem o focinho em uma mistura de suavidade e possessão. 

Alexander não sabia, mas seu coração implorava pelo o da garota a sua frente, sua alma berrava tão fortemente dentro de si que acabou ficando surdo de tão alto que seus pensamentos e sua alma estavam. E com isso, não conseguiu se desvencilhar das mãos da menina.