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História Lose Yourself - Rinha de galos.


Escrita por: mascarenhask e queendricka

Notas do Autor


nossa nós realmente demoramos pra vir aqui hahahahha.
Mas galera eu e a Dielli pedimos a cooperação de vocês pq ela mora em outro país e eu tenho uma vida muito muito corrida, então é difícil ter uma rotina de postagem, mas sempre que der ou eu, ou ela estaremos aqui fazendo vocês felizes.
Enfim, boa leitura!!!

Capítulo 3 - Rinha de galos.


Fanfic / Fanfiction Lose Yourself - Rinha de galos.

O sono estava me controlando, aquela sensação de cansaço estava me consumindo por inteiro, meu trabalho era apenas pegar o viado do El capo, mas meu lado humano não conseguia deixar Chaz sozinho cuidando de tudo, mesmo não fazendo nada eu me sentia na obrigação de dar um apoio moral acordado vencendo o sono ao lado do meu parceiro nerd. 

- Justin? - a voz dele me fez pular e esfregar os olhos. Olhei para os lados assustado e Chaz matinha os olhos retos em mim. - Acho que você precisa de um banho.  

- Nada disso. - retruquei me levantando. - Eu preciso só de mais café, Somers. - ele me encarou duvidoso.  

-  Você transou ontem a noite?  

- Ah, qual é cara? Que pergunta mais deselegante, não vou falar da minha vida íntima com você. Mas se estiver afim de umas aulas eu posso tentar te dar umas dicas. - ele gargalhou. 

- Eu realmente não quero saber da sua vida íntima, só perguntei. Você precisa de um banho, você está um trapo, cara.  

- Estou fedendo? - movimentei meus braços, encostando meu nariz para avaliar como estava meu cheiro.  

- Por aqui está tudo certo, só vou voltar para a frente desse computador quando a Davis me apresentar o que ela já tem, então acho que você tem um tempo livre, se quiser.  

-  Poderia ser o dia todo, ou melhor, o ano todo em folga, mas tudo certo. Eu me contendo com o tempo para o banho. - ele me deu o dedo antes que eu deixasse seu quarto e me dirigisse em direção à minha suíte.  

Eu nunca fui um cara organizado, num quarto de hotel com tudo pago pelo FBI que eu não seria mesmo, me despi deixando minhas roupas jogadas pelo quarto,  entrei no box e ligando o chuveiro. Chaz tinha razão eu realmente estava um trapo, a água estava tão quente que minha vontade era ficar ali até sentir minha pele começar a se despelar. Fechei meus olhos tentando me concentrar em não dormir,  meu cansaço era evidente, mas eu não era do tipo que dava o braço a torcer, mesmo tendo a certeza de que aquela missão seria um fiasco eu me comprometeria em dar meu melhor e não dormir no meio da tarde seria uma batalha que eu iria vencer. 

Eu não era do tipo que ficava lembrando da noite passada, mas Jammin me veio a cabeça e foi impossível não lembrar daquela obra prima que conheci na noite passada. Onde será que aquela garota estava?  Pensando bem ir para o México não era de todo o ruim, Jammin seria uma ótima lembrança daquela missão de merda.   

Eu tinha feito a barba e me empenhado em cuidade de meu cabelo. Tessy adorava quando eu colocava me topete bem alinhado, ela dizia que eu parecia uma pessoa decente, eu deveria ligar para ela como o prometido, mas estava com medo das coisas que ela já teria aprontado na minha ausência.  

O telefone no quarto começou a tocar e por incrivel que pareça quando atendi, esperei ouvir a voz de Tessy, mas o anjo do outro lado da linha era bem mais madura do que minha menina.  

– Alô?  

Bom dia, Agente Bieber. Aqui é agente Grace Davis, você poderia vir até o quarto do Somers? Nós temos novidades! 

Grace, a ruiva dos peitões que  Cooper tinha escoltado de Los Angeles para nos ajudar na missão, ligando na minha suíte. Soltei um riso baixo, mas acho que ela tinha sido capaz de ouvir. 

– Você não acha melhor no seu quarto? – sugeri malicioso, tendo uma fungada como resposta. 

Não Sr. Bieber, é no quarto do Somers mesmo! 

– Calma ai gata, pra que tanta formalidade? Me chame de Justin, e eu te chamo do que você preferir...  

– Argh – ela bufou antes de desligar na minha cara. 

Aquilo foi engraçado, a lenda de que as mais difíceis são as mais legais comigo funciona e é a mais pura verdade, quanto mais fogem mais eu quero. Dei risada após colocar o telefone no gancho.  Escolhi uma roupa básica, uma camiseta e uma jeans batido era tudo. Guardei meu celular e minha carteira no bolso da calça e segui para os aposentos de Chaz que ficava no fim do corredor.   

 Quem abriu a porta foi a agente mais gostosa daquela equipe,  ela estava com um vestido social, fodidamente sedutor em um decote super discreto, seu cabelo estava preso em um coque e sua maquiagem leve realçava o brilho de seus belos olhos. Eu definitivamente precisava comer aquela gostosa. 

– Justin! – Chaz me chamou,  despertando-me daqueles pensamentos maliciosos – Eu tenho ótimas novidades. 

– Ah é? – dei uma piscadinha para a dama, indo até a mesa onde Chaz analisava algumas coisas. 

– Sim – disse ele, animado – Te infiltrar na casa do El capo será mais fácil do que eu imaginei, as coisas estão fluindo de vento em polpa.  

– O que vocês fizeram? – perguntei, me mostrando repentinamente bastante interessado no assunto. 

–  A jurisdição Mexicana nos passou uma relação de cargas apreendidas nas estradas, de cada cinco cargas passada no país, três são do El capo e duas são armação, ou seja, ele além de transportar cargas, arma para ser pego, porque enquanto a policia se concentra na quantidade pequena que apreendeu as maiores circulam, indo embora da cidade. - eu ficava impressionada como ele conseguia tudo aquilo, mas Chaz sempre provou que havia sido privilegiado em sua inteligência. - Os carretos são liberados para passar nas estradas e é claro nosso homem é bem inteligente. - Chaz riu. - A carga dele passa no meio dos produtos pecuários, ou seja, um comboio de caminhões passa transportando algum produto e no meio destes, tem alguma carga perdida.  Nós recebemos a informação de que possivelmente ele tentaria passar um desses ontem, e, recebemos ordens expressas para averiguar todas as cargas. Como esperado, a equipe designada para aquela operação não precisou de muito tempo para apreender a primeira carga. Interceptamos duas cargas, mas os motoristas foram liberados propositalmente. 

- Que? Você concordou com isso? Vocês estavam com os caras na mão, porque deixaram eles irem? 

- Se você quer um lobo, não se contente apenas com filhotes. - Davis, interferiu, me deixando impressionado com sua filosofia.  

- Isso de deixar os motoristas escaparem foi uma armação, Bieber. - Chaz continuou. - Tenho a plena certeza de que eles terão que dar satisfações ao chefe, e, é ai que você entra.  

- Eu? - não estava acompanhando o raciocínio de Chaz.  

- Provavelmente esses homens não ficaram vivos para contar história, se ficarem será uma sorte, mas iremos poupar a vida de outras pessoas.  

- Isso é ilegal. - disse, rindo. - Bandido ou não, é dever do estado manter a integridade de uma pessoa, aprendi isso na primeira semana que entrei pra essa merda toda. 

- Se você for colocar todos os princípios que aprendeu nessa missão, meu amigo, você vai pedir pra sair na primeira oportunidade. O nosso problema não é só as drogas ou o El capo, Bieber. Esse esquema é muito grande, isso é coisa de cachorro grande e nós estamos dispostos a ir até o fim, ou você quer virar guardinha de trânsito, se é que me entende? 

- Não. - bufei, exausto. - Tudo bem, continuem. 

 Tinha que prestar a atenção em tudo que ele dizia, eu não queria e nem podia fracassar. 

- Você vai conseguir contato com um dos homens do El capo, chegando até ele você consegue chegar no chefe e chegando no chefe, nossas investigações começam de verdade. Olhe aqui – ele abaixou os olhos até a mesa – Esse é o mapa da mansão, exato, é enorme, tem várias saídas e com certeza muitos esconderijos, essas coisas... – ele lambeu os lábios, respirando fundo antes de continuar – Lembrando que ela é cercada por homens fortemente armados e eles são os melhores do país, na verdade esse é um dos vários motivos por nunca ninguém ter conseguido pegar o filho da puta. 

– Vou dar uma olhada nisso quando tiver um tempo livre. 

Ele jogou três fotos em cima da mesa, três carros, branco, vermelho e preto. 

– Nós temos um carro exclusivamente pra você – ele riu – Mas não vai se acostumando viu? Qual cor você deseja?  

- O preto. - dei de ombros.  

- Mas, vai ficar com o branco. - ele disse, me deixando confuso. 

– Você quem manda. – disse sarcasticamente, e então notei novamente a presença da bela Grace, ela estava escorada na parede com os braços cruzados abaixo de seus seios, seus olhos estavam fixos em nós, atentos a tudo que era dito – E você, o que acha de estrearmos o banco traseiro do meu novo carro? 

– Você está no meio de profissionais Sr. Bieber – ela abriu um sorriso irônico – Pelo menos tente agir como um! 

– Ouch! – ironizou Chaz fingindo um ataque do coração. 

Não disse nada, apenas ri e voltei a prestar atenção no que  Chaz dizia, mas uma coisa eu tinha certeza, eu iria pegar aquela ruiva e fazer ela gemer Sr. Bieber até arrebentar todas as suas cordas vocais.  

– Temos algumas fotos das pessoas que moram na casa, esse daqui é o tão famoso El capo – Chaz me mostrou a foto, o típico perfil de traficante, e ainda usava dreads – Essa senhora é a Abigail, ela é a governanta da casa, mora lá há muitos anos, tem também o Adam, esse aqui – mais uma vez ele colocou a foto na minha mão – O Adam é irmão da mulher do El capo, mas a identidade dela ainda é desconhecida a. 

– Interessante... tem mais alguém? 

– Sim – respondeu ele, pegando rapidamente outra foto – Esse aqui é o Ryan, ele é o melhor capanga que o Abílio tem, ele é tipo o braço direito dele, entende? Trabalha com ele há anos e tudo o mais.  

– É com ele que eu devo falar? 

– Não! – ele respirou fundo guardando as fotos de volta em um envelope grande – É com o Adam, ele costuma ficar em um vilarejo, o endereço está programado no GPS do seu carro, você vai convencê-lo e te levar até o Abílio e o resto do esquema nós vamos combinar agora. 

– Tudo bem – assenti, esquecendo então qualquer coisa no mundo para me focar apenas no que eu teria que fazer, que definitivamente não era pouca coisa. 

Eu não me surpreendia com o plano perfeito que Chaz havia bolado, ainda mais com a super ajuda da Davis, essa mulher estava realmente me saindo melhor que a encomenda, como Cooper havia nos dito.  

Gostosa e competente, preciso comer logo. 

Apesar de termos pensando em tudo nos mínimos detalhes, eu tinha medo de que algo pudesse dar errado, eu estava lidando com um dos piores traficantes do mundo, se não for o pior, ele não é nenhum trouxa e nós não somos a primeira equipe que tentava acabar com ele. Ainda assim, esperava que nós fossemos os últimos. 

Depois de longos cinquenta minutos correndo naquela Lamborghini branca, sendo guiado pelo GPS, finalmente avistei o vilarejo onde encontraria o tal Adam. Quando Chaz me contou o que teria que fazer, senti vontade de rir, era como chegar para uma criança descrente e forçá-la a crer em papai noel, essa era minha missão, eu tinha que convencer o tal Adam de que tinha as cargas do chefe. Sentia o olhar pesado das pessoas sobre mim assim que desci do carro e me encostei na porta, tirei o óculos preto que antes me cobria os olhos, a pobreza era visível em cada canto daquele lugar, estava cheio de comerciantes católicos e senhoras caminhando pra lá e pra cá com bacias de roupas na cabeça, o peso era amortecido apenas por um mero trapo de pano. 

Liguei o alarme e me aproximei de uma das bancas de artigos de camelô, um homem que aparentava ter cerca de trinta anos se assustou ao notar o meu perfil, estranhando o fato de nunca ter me visto por ali. Imaginei que ele estivesse pensando que talvez eu fosse um novo capanga do el capo e então sorri sozinho, por que eu realmente iria ser, muito em breve. 

– Hey – eu disse me aproximando – Você poderia me dar uma informação? 

Chaz havia me informado que Adam costumava frequentar aquele vilarejo para comparecer em rinhas de galo, ele era viciado nessas coisas e ali era um ponto onde encontrávamos muito daquelas coisas.  

– Sim – sua voz soou um pouco tremula tornando o momento cômico. 

– Galo. - eu disse, tentando ser o mais objetivo possível, mas o homem ainda me encarava confuso. Tirei umas notas de dinheiro do bolso e o semblante dele clareou um pouco. - Necessito fazer apostas. - ele sorriu, entendendo o que eu queria.  

–  Por ali, senhor! – seu dedo também tremia quando ele apontou para um beco e eu não precisei mais de auxílios  segui até onde o homem havia indicado. 

Aquele lugar fedia e a gritaria era intensa, pensei seriamente em voltar de onde eu tinha vindo, mas quando avistei o loiro do outro lado do ringue, senti que pelo menos um pouco de sorte estava ao meu lado. 

Era óbvio que eles mandavam ali e ninguém se metia com eles.  Mas eu tentaria a sorte, me aproximar de onde o alvo estava, não foi fácil. Ele comandava todas as apostas e estava em todos os jogos, curioso que ele sempre sabia qual galo iria ganhar, continuei observando o jogo e depois de um tempo descobri qual era a sacada, o dono dos animais suspirava no ouvido de Adam as qualidades da ave e então, Adam sempre aposta no mais forte, ou seja, no que irá ganhar. Vi um galo preto ele já havia entrado no ringue três vezes e ainda tinha pique para algumas coisas, aquilo era totalmente ilegal, mas se nem a policia agia naquele lugar, nunca que a ambiental se manifestaria.  

- Mais alguma aposta? - o homem que segurava as notas gritou. 

- Eu. - enfiei a mão no bolso tirando tudo o que tinha. - Eu aposto no preto. - chamei as atenções para mim, inclusive a de Adam. - Aposto no presto. - dei dois passos caminhando na direção dele, aliando nossos olhares, ele era sempre o último a apostar, mas desta vez eu havia prestado a atenção em seus cochichos e sabia que o galo preto que iria ganhar. Ele me fuzilou com o olhar.  

- Por que o preto? - o loiro perguntou entre dentes. 

- Não sei. - dei de ombros. - Algo me diz que hoje é meu dia de sorte, e você? Vai participar dessa ou deixar pra próxima rodada? - meu tom de voz era desafiador, todos esperavam a resposta dele, desistir ou aceitar o desafio, mesmo sabendo que perderia. - Aposto no marrom. - ele disse, lançando um bolo de notas em cima do homem que segurou meu dinheiro.  

Não estava me importando com o que acontecia no ringue, tinha que me aproximar dele e foi o que tentei fazer.  

– Você é o Adam? – questionei perto dele, mas não tão perto assim. 

 Quem é você? – ele levantou a cabeça, foi direto ao ponto. 

– Justin Bieber! – estendi a mão para cumprimentá-lo, mas ele se recusou, me analisando atentamente e depois voltando sua atenção para o ringue – Vim em missão de paz! 

– O que você quer? 

– Eu preciso falar com o El capo, posso conseguir as cargas dele de volta. 

Ele riu, como se debochasse do que eu havia dito e no momento seguinte o galo que eu havia apostado começava a dar um pau no marrom.   

– Como você sabe disso? 

– Eu sou um foragido do FBI, eu sei de muitas coisas. 

– Um pouco estranho, não acha? 

– Me leve até o seu chefe e eu te garanto que não vai se arrepender. 

Coloquei as mãos no bolso, ele olhou para os seus colegas trocando alguns olhares, momentos depois voltou a me encarar e como eu havia premeditado e observado o galo que eu havia escolhido ganhou.  

- Pretende fazer mais uma aposta ou para por aqui? - o homem que contava o dinheiro se aproximou.  

- Me dá a grana, já ganhei um vez, não posso abusar da sorte. - estendi a mão pegando o bolo de grana que aquela rinha havia me rendido. - E então? O que tem a me dizer?  

- Devolve minha grana. - ele disse, entre dentes.  

- Você chama isso de grana? - joguei parte do bolo em cima dele. - Toda sua. 

– Olha aqui rapaz, se você estiver blefando vai se dar tão mal quanto aqueles idiotas que deixaram a policia pegar a porra das cargas! 

– Não tem blefe nenhum, cara! – tentei soar o mais verdadeiro possível, tenho que confessar que eu não era tão ruim naquilo. 

– Tudo bem – ele fez um sinal para que eu o acompanhasse – Vamos até um lugar importante, preste bem a atenção no caminho porque se isso for um blefe, será a última vez que você o virá.  

– Ameaça é crime, certo? 

- Em Tijuana não existe crimes. - mais uma vez a luz do sol quase me segou e em poucas horas o dia cairia.  

- Hey, cara. - Adam chamou minha atenção, antes de entrar em seu carro. – Eu estou te dando a chance falar com ele e espero sinceramente que não seja uma brincadeira, se você conseguir convencê-lo ótimo, se não – ele abriu um sorriso sarcástico – Boa viagem até o inferno! 

Tentei não me intimidar com aquelas palavras enquanto adentrava novamente ao meu carro. Não foi fácil, mas para Adam era viável conquistar algo pro chefe, isso o tornaria um homem de confiança, então querendo ou não, minha proposta era tão boa quanto pra mim, quanto pra ele. Como esperado, o lugar que ele me levou era a casa do El capo, se localizava distante do vilarejo e também relativamente afastada da cidade e de todas as pessoas, belo esconderijo. Durante o caminho olhei mais uma vez para o mapa da casa, quando chegamos lá parecia idêntico ao que eu tinha visualizado na minha mente.  

Adam pediu que eu esperasse no jardim, que estava repleto de homens armados em roupas pretas, todos completamente tatuados e faces de homens maus. Depois de cerca de dez minutos Adam retornou, um sorrisinho ciscava em seus lábios racha. 

– Sério cara, eu realmente espero que você não esteja blefando! 

Levei na esportiva, o seguindo até a porta de entrada, uma sala enorme foi revelada, ela era decorada por móveis sofisticados e uma televisão maior do que qualquer outra que eu já tenha visto. 

– O escritório dele é logo ali – Adam apontou para um das inúmeras portas, era no fim de um corredor atrás das escadas. 

Assenti caminhando até lá, tinha que me manter calmo e relaxado, não podia dar bandeira logo agora. Dei-me a permissão de apenas abrir a porta, sem avisar, ele já estava me esperando de qualquer forma. Uma onda de fumaça atingiu em cheio as minhas narinas, levei alguns segundos para conseguir visualizar os dreads, El capo estava sentado em uma cadeira de couro de costas pra mim, seus pés estavam apoiados no armário e a fumaça subia a cada vez que ele tragava seu charuto. 

Assustei-me quando ele colocou os pés no chão, fazendo um barulho um pouco alto, enquanto se virava de frente para mim, puta merda, eu estava diante do maior traficante de todos os tempos e não estava com medo. Juro, eu não conseguia me sentir ameaçado, não importava quem ele fosse, eu só me sentia confiante. 

– Pode fechar – ele se referiu à porta, balançando a cabeça. 

Fiz o que ele pediu e em seguida ocupei a cadeira vazia a sua frente. 

– Vamos direto ao ponto por que eu não tenho muito tempo. - mais uma vez para intimidar a vítima, ele puxou um revolver e o pousou sobre a mesa.  

-  Eu sei como conseguir as cargas de volta pra você, eu sei onde elas estão. – ele riu e jogou o resto do charuto no cinzeiro. 

– Eu também sei, elas estão com os tiras, cadê a novidade? 

– A polícia? – ri – Isso foi o que os seus capangas disseram, mas a polícia não pisa em Tijuana, a polícia daqui é você. 

– Foi armação? - ele era mais esperto do que eu pensava. 

– Sim, foi um cara que fez isso, ele é do norte da Alemanha, quer a minha cabeça, se você me der segurança e proteção eu posso conseguir as cargas pra você. 

– Olha rapaz, eu não boto muita fé no que você ta dizendo. Porque veio justo até mim, está precisando de proteção se refugie com o estado. 

- Você não está em condições de me zombar, aliás, eu tenho algo que é seu e posso devolver, se você cooperar comigo.  

- Qual sua garantia. - engoli seco.  

- Minha vida?! E a sua. 

- Um dia você vai saber.  

– Minha vida como garantia, posso te levar até as cargas imediatamente é só você me dar um passe.  

– Acho que tenho um tempo livre – ele disse, ao se levantar, colocando a arma na cintura. 

Nada no crime era mais importante do que uma vida, era o único poder de juramento e eu precisei usar a minha para aquele acordo, tinha conseguido convencê-lo de ir até lá, ele trocou algumas palavras com Adam e em seguida adentrou seu carro, eu passei na frente e ele e seus capangas vinham me seguindo durante todo o caminho. Chaz tinha programado todas as rotas no GPS do carro. A carga estava em um galpão no meio do nada, tudo que se podia ver ao redor era um monte de mato e algumas montanhas. 

– Não tem ninguém ai? ­– Abílio estava incrédulo quando abrimos o galpão onde estavam suas cargas – Essa história está muito mal contada moleque... 

– É estranho – eu disse, fingindo surpresa –Eu também estou surpreso de não ter ninguém. 

– Qual é a piada? – de repente ele me olhava um pouco bravo. 

– Não tem piada nenhuma, aqui estão suas cargas, eu disse que as traria pra você, não disse? 

Ele abriu a boca para dizer algo, mas como eu esperava, a polícia finalmente apareceu, o barulho das sirenes era a prova viva, aquilo fazia parte do plano. Os homens que antes pegavam as caixas agora sacavam suas armas, um tiroteio se deu início e o el capo ficou perdido no meio dele. Tudo estava acontecendo conforme o planejado, e foi então que eu entrei no meu carro, enquanto os tiros se intensificavam cada vez mais.  

– HEY! – gritei a ele – AQUI! 

Ele foi mais rápido que um avião, quase quebrou a porta de tanta força que usou para fechá-las. 

– Droga, droga, droga! – ele resmungou irritado enquanto eu voava ultrapassando o limite o velocímetro. - Você está metido nessa, garoto? - ele encostou a pistola em minha cabeça. 

– O cara – eu disse – Ele deve ter avisado a polícia, filho da puta! Eu não tenho nada com isso. 

Ele vociferou mais um bocado de palavrões e desencostou o cano da minha cabeça, até que finalmente voltamos a sua mansão. Ele estava tão bravo que saiu dando disparos pra tudo quanto é lado. Adam rapidamente correu até nós, sua expressão furiosa, como se ele estivesse prestes a me matar. 

– O que ele fez? 

– Nada, eu acho. – esbravejou el capo – Ele me salvou. 

– Te salvou de que? 

– Houve um tiroteio, Adam. Eu poderia estar preso agora caso ele não tivesse me ajudado a fugir, droga, se eu pego o desgraçado que fez isso eu juro que não sobra nem um ossinho pra contar história! 

O tal Ryan também estava ali, ele ouvia atentamente enquanto Abílio contava de forma frustrante tudo que tinha acontecido, a adrenalina já tinha desaparecido de minha face, tudo tinha acontecido exatamente como devia ser, agora eu tinha sua confiança, ou pensava que tinha,  agora as coisas iam começar a tomar um rumo certo. Eu ia acabar com aquele imbecil e voltaria pra casa, pra minha vidinha de merda. 

– Mas que saco! Por que você está atirando de novo? – ergui os olhos até a escada para poder ver a dona daquela bela voz que de alguma forma eu jurava já ter ouvido antes. 

Puta que pariu! 

Abri a boca e ergui a sobrancelha completamente descrente, era Jammin ali na minha frente, seu queixo caiu e suas mãos deslizaram do corrimão da escada quando nossos olhares de encontraram. Eu estava assustado, sentia o sangue fugindo da minha face assumindo um semblante pálido, os olhos dela estavam marejados e incapazes de serem desviados para outra direção. 

Mas não era só isso que me assustava, era o modo em que ela se encontrava, seu rosto coberto por hematomas, ela não estava assim quando eu a tinha visto, ela tinha sido claramente espancada. 

- Querida? - Abílio ergueu o tom de voz. - Achei que demoraria mais um tempo para que saísse de seus aposentos, volte para o quarto há visitas na casa, me espere.  

Ela era a mulher do el capo, caralho, eu estava muito fodido. 

Eu a fitava confuso e angustiado. 

Eu sou um homem morto, eu tinha fodido a mulher do chefe?! 

 

Continua...


Notas Finais


Bjos e até mais meus amores.


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