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História Loser - Bubbline - Amizade não, trabalho.


Escrita por: fertalli

Notas do Autor


Espero que curtam, leitores!

Capítulo 3 - Amizade não, trabalho.


Fanfic / Fanfiction Loser - Bubbline - Amizade não, trabalho.

  Não foi de uma hora pra outra esse nosso contato, entre aquela conversa tensa e o acontecimento que narrei antes, a gente conversou algumas vezes, mas eu sempre me sentia mal, com saudade e só queria correr. Porém, com ajuda das minhas amigas e da minha própria vontade de superar, fui melhorando aos poucos. Conseguia conversar com ela sem surtar.

  Dia seguinte, Educação Física. Era queimada, meninas contra meninos, acredita nisso? Nem lembro quem perdeu, provavelmente as garotas, mesmo estando em maior número. Queimei dois ou três caras. Eu estava no cemitério junto com a Bonnibel. Inventei alguns apelidos pra ela, tipo Bonnie, Bel-bel... ela não gostou muito de Bel-bel, prefere Bonnie, mesmo assim ainda acho Bel-bel fofo e engraçadinho, ainda mais pela reação dela.

  -Se você me chamar assim, vou te ignorar. – disse ela, girando o corpo para frente.

  -Ah... Bel-beel! – eu chamava, arrastado. – Ok, Bonnieee!

  -Quê? – ela olhou pra mim, segurando a risada.

  Passamos mais tempo juntas, eu sempre cuido para que não deixe ninguém de lado, tento equilibrar minha amizade com ela e com Phoebe e Fionna, essas duas já estavam com ciúmes. Era engraçado, mas é difícil manter isso quando você é amiga de alguém que não é tão amiga assim de quem você realmente é amigo. Complicado na teoria, pior ainda na prática. Eu percebi que ela é bem amiga de um menino chamado Finn. Ele é muito engraçado mesmo, às vezes percebo que ele é um pouco parecido comigo em certas coisas. Mais especificamente, quando falando com a Bonnibel. Me pergunto se ele também gostou dela, ou gosta.

  Eles se conhecem há mais tempo, e são mais próximos. Me sentia com bastante ciúme quando via ele encostando nela, mas fui me acostumando, afinal ela é uma pessoa que, como eu disse outra hora, gosta de tocar e ser tocada. Sabe, na brincadeira principalmente. Não é bem que ela gosta, mas ela não liga, então eu também passei a não me importar. É algo normal por aqui, tem mais afeto, gentileza, e isso vem também em forma de toques.

  Esses dias, o piso que fica ao lado da mesa do professor estava rangendo. Quando passávamos por cima, o ladrilho fazia um som oco. Claro que começaram a pular em cima dele, e Bonnibel, do jeito que é preocupada, foi evitar que as meninas continuassem pressionando o piso, mas na quinta palavra dela, eu a puxei por trás, com uma mão em sua barriga e a outra na sua boca.

  -Bonnie, deixa elas quebrarem o piso, aí a gente vai ter aula lá fora! – eu queria ver o circo pegar fogo, mesmo.

  -Mas é que pode estourar! Imagina o barulho e pode voar pedaço... – a gente estava sorrindo enquanto falava uma com a outra.

  Terminamos de conversar e me afastei, para falar com a Phoebe. Ela estava com uma cara que só ela sabe fazer quando está segurando uma risada.

  -Que foi? – perguntei.

  -Nossa, velho, ficou estranho aquilo... – ela começou a rir.

  -Aquilo o quê, jumento? Hein? – eu perguntava, e ela só gesticulava, o que me fez rir também. – Fala logo, sério.

  -O jeito que você puxou a Bonnibel.

  -Ah, mas por quê? – perguntei, imaginando se ela não se sentiu incomodada, já que eu nem percebi.

  -Ah, porque você puxou ela assim, e encostou aqui... – ela tentava reproduzir o momento puxando algo invisível pra perto com violência.

  Eu ri muito, ela sempre imita algo de forma exagerada só pra ficar mais engraçado, e funciona. Fica hilário. A gente caiu na risada, tive até que me apoiar na mesa de tanto que ri. Nem era mais daquilo, é porque quando a gente está rindo, começa a fazer gestos para a outra relembrar momentos engraçados, e o riso só piora.

  Respiramos, relaxando um pouco. Mas fiquei pensando naquilo. É, pode ser que eu tenha feito besteira... esse tipo de coisa eu só lia em história, e do nada faço isso na vida real com uma menina que eu gostava, em público e... e... bom, mas ela nunca liga pra essas coisas, dessa vez espero que não seja diferente. Mas claro, não posso extravasar. Outro dia vi ela super séria falando algo com um menino da sala assim:

  -Eu não gosto desse tipo de brincadeira. Não, não gosto. Se você fizer isso, eu vou na diretoria pra resolver isso, então vê se para.

  O menino se desculpava, e ela só falava tipo “tá, tá.”  Esse foi um dos momentos em que ela estava bem ameaçadora. Eu morro de curiosidade pra saber o que ele tinha feito, mas sempre esqueço de perguntar, ou não tenho coragem, já que posso ouvir um:

  “Por que quer saber?”

  Ou

  “É pessoal.”

  E não posso reclamar, perguntar algo assim é estranho mesmo. Mas teve algo que ouvi no ano passado, que me deixou bem chateada, já que ainda estava meio comovida com tudo. As amigas da Bonnibel começaram a falar algo sobre um tal namorado dela, e de como ela era seletiva, porque ele era bonito e não sei o quê...

  A Bonnie não negou, só olhou pra baixo e pediu pra pararem enquanto ria timidamente. Isso me deixou de coração partido. Mas... passou, então esses dias ouvi as amigas dela falando de algo assim novamente, e como estávamos um pouquinho mais próximas, fui tirar minha curiosidade:

  -Bonnie, o que é isso? Algum tipo de conflito amoroso? – fiz piada, para não ser tão direta.

  -O quê? Do que você está falando?

  -Ah, ouvi dizerem que você tem um namorado.

  -Aaah, isso aí! Eu não estou namorando ninguém, é uma mentira que inventaram aí. – ela explicou na maior calma.

  -Por quê?

  -Porque... tinha um menino me seguindo, e eu não quero ficar com ele, aí inventaram essa mentira.

  -Nossa. Que menino é esse? – questionei, mais curiosa do que nunca, e com certo receio em saber a resposta.

  -Ah, não posso falar... – ela disse, meio cabisbaixa.

  -É da sala? – ela afirmou com a cabeça.

  -Você não conta pra ninguém? – ela perguntou, se aproximando com a cadeira.

  -Não, não conto. Nem teria motivo para isso.

  -Nem pra Fionna!

  -Certo, certo.

  -Bom, é o Creamy. – ela disse baixo, perto do meu ouvido.

  Me afastei, encarando ela de olhos arregalados.

  -O Sr. Cremoso?! – era um apelido tosco que os amigos dele deram, e eu usei enquanto ria.

  -Shh, shh, fala baixo! – ela pediu, também rindo.

  -Nossa, mas como você ficou sabendo que ele gosta de você? – imaginei o Creamy se confessando pra ela e, talvez seja maldade, tive um pouco de pena.

  -Ah, os amigos dele ficam dizendo.

  -Entendi, pensei que ele tinha tipo, te chamado no celular e mandado um “Oi, linda”. – fiz piada, rindo com ela.

  -Pior que ele fez isso! – ela disse rindo, parecia até meio envergonhada.

  Certo, o Creamy é legal, mas fazer isso é muito audacioso. Isso é vida real, pessoas como a Bonnibel não caem no famoso “Oi linda, rs”. No máximo as funkeiras do fundo da sala, mas a Bonnie? Nunca. Viajou, Sr. Cremoso. Imagino o tanto de vergonha que ele deve sentir.

  -O quêê??? – perguntei, incrédula.

  -Sim!!

  -Nossa... que doideira.

  Nessa parte da conversa, uma amiga da Bonnie pediu para que ela saísse do seu lugar, já que a Bel-bel tinha sentado ali pra poder falar essas coisas mais perto e ninguém escutar.

  -Espera, eu tô conversando com a Marceline! – ela retrucou, e a amiga dela riu.

  A Bonnibel já fez isso várias vezes, de evitar conversas e distrações quando falava comigo desse jeito. Acho que ela faz isso com todo mundo, essa menina sabe fazer você se sentir especial.

  Ri um pouco com a atitude dela, e quando sua amiga se distanciou, voltamos ao assunto:

  -Então, né... foi isso que aconteceu, eu deixei claro que não tenho interesse nele.

  Imediatamente lembrei de como é difícil gostar de alguém e não ser gostado de volta. Não pude evitar um:

  -Nossa, coitado...

  -Coitado por quê? Eu não posso ficar com quem eu não gosto... além do mais, não ligo pra essas coisas de... namoro, romancinho, nhé nhé nhé. – ela disse, fazendo uma voz engraçadinha.

  -Eu sei, mas... – ri pra amenizar um pouco – Deve chatear... mesmo assim, você fez o que era certo.

  -É, não posso ficar iludindo ele... só piora as coisas, ele precisa saber logo.

  Então, ela teve que voltar pra sua cadeira, sua amiga sentou do meu lado e bateu o sinal do intervalo. Subimos até a quadra e ficamos vendo as garotas jogarem futebol, hoje era a vez delas. Estava encostada na parede, com Fionna do meu lado. Phoebe estava jogando. Então, Bonnibel aparece, e fica do meu outro lado, já que sua amiga também estava jogando. Quase discutimos quando ela e Fionna começaram a falar que uma menina parecia querer ser um garoto, só pelo estilo. Eu defendi que era só o jeito dela, isso não significa nada.

  Não foi nada intenso, mesmo assim fiquei meio estressada. Sempre me chamaram de masculina e que eu parecia muito macho. É muito, muito idiota e eu repudio qualquer pensamento ignorante como esse. Julgando alguém como sapatão ou maria-macho porque tem uma roupa diferente? Pura idiotice.

  Logo esquecemos sobre isso, e eu estava lembrando de como fazer trabalho com a Fionna nunca dava certo, porque ela colocava uma tal Carol no grupo, e essas duas sempre acabavam saindo e indo fazer sozinhas, ou só saíam e nem faziam, ou desistiam. Eu e Phoebe decidimos entrar no grupo da Bonnibel, que era dedicada e com seus amigos sempre conseguia fazer algo legal.

  Era Geografia, e juntamos. Fionna tinha faltado, Phoebe e eu tivemos um bom desempenho naquele grupo, e terminamos na outra aula, já entregando e sabendo que ficou bom. Em Artes, também entramos no grupo deles, qualquer matéria sempre seria uma boa colar com a Bonnie e seus amigos, eles eram esforçados e não desistiam; mas não eram caretas e ficavam mudos fazendo, eles conversavam, trocavam uma idéia, riam, mas sempre fazendo.

  Fionna, quando veio, e Carol, sua amiga, ficaram sem grupo nas duas matérias. Não pude fazer nada. Amizade é amizade, trabalho é trabalho, e já vimos em vários trabalhos que não ficávamos bem juntas quando o assunto era grupo. Mas ainda sinto uma barreira que me impede de chegar mais perto da Bonnibel, e me sinto meio chateada.

  Eu não vou forçar nada, só quero ficar próxima dela, como antes. Ou pelo menos, como uma amiga daquelas verdadeiras. Eu só quero que ela saiba que pode contar comigo, e que eu mudei.


Notas Finais


Terminei outro capítulo! Dois no mesmo dia, hein? Estava meio animada. Espero que tenham gostado.


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