1. Spirit Fanfics >
  2. Loser [HIATUS] >
  3. Capítulo 04 - Como o vento.

História Loser [HIATUS] - Capítulo 04 - Como o vento.


Escrita por: LuaSama

Notas do Autor


Desculpa a demora, essas ultimas semanas foram corridas de mais para mim. Primeiro viajei, depois tive minha formatura, depois o baile. Estou com o capítulo pronto a seilá quanto tempo mas só consegui postar agora.
Beijos, boa leitura,

Capítulo 5 - Capítulo 04 - Como o vento.


Encarando as estrelas, não conseguia pensar em nada que não fosse o meu passado. Mesmo sendo há anos atrás, parecia que toda a dor havia sido cravada em mim há apenas poucas horas. Não havia uma noite em que eu não olhasse para os céus pedindo para que tudo fosse um terrível pesadelo, uma ilusão causada por algum truque de hipnose. 

Levantei-me do parador da janela, começava a chover do lado de fora e não possuir qualquer blusa tapando a parte superior do meu corpo não ajudava muito. Antes que pudesse fechar o vidro, não fui capaz de evitar o forte vento de entrar. Olhando pelo cômodo, agora mais calmo, apanhei do chão uma foto algum tempo atrás, talvez uns dois anos. Chan Hee sorria para a câmera com um sinal de "v" em seus dedos enquanto eu e Jimin carregávamos o troféu de melhor dueto. Era um prêmio simples na verdade, um troféu de latão e 100.000 wons, porém era nossa primeira vitória, e melhor que as condecorações, foi a nossa união naquele dia. Sorrimos depois de muito tempo, como uma família. Não era nenhum dia especial, apenas um domingo qualquer onde dois irmãos conseguiram um prêmio e o outro não queria ficar sozinho em casa.

  Por impulso, senti uma vontade de falar com o mais novo novamente. Ele havia me ignorado durante o dia todo, assim como no jantar – não que eu houvesse feito muito esforço para que conversássemos. Tentei entrar em seu quarto, sendo recebido por uma porta trancada. Bati na mesma, esperando qualquer resposta, e ao vê-lo por uma pequena fresta me mandando “cair fora”, pus-me para dentro do aposento completamente bagunçado.

-Já te ligo, preciso resolver um problema. – Falou ao telefone antes de me encarar. – O que você quer.

Ele jogava na defensiva, desviando o olhar de mim. – Até os pingos da chuva do lado de fora lhe pareciam mais interessantes.

-Como foi seu dia? Estava falando com quem? – Lhe enchi de perguntas, sentado em sua cama com colcha de algum filme qualquer. – Por que não me contou sobre hoje, mais cedo? Não quer mais falar com seu irmão?

-Você falou para que eu não falasse contigo.

-Isso é lá! Não aqui em casa. Está chateado comigo?

Em pé, virado para a janela, não pude ouvir sua resposta. Mas sabia que não estava tudo bem. Abracei-o pelas costas, bagunçando seu cabelo.

-Me desculpa? Não queria te ferir.

Demorou alguns minutos para que me respondesse, pude sentir as finas lágrimas que escorriam sob seu rosto e a alcançavam minhas mãos. Assim que se recompôs agiu como se nada tivesse acontecido, me chamando para uma partida em seu videogame, logicamente eu perdi de primeira, e de segunda e terceira. Distraímos-nos com seu jogo histórico sobre segunda guerra mundial e outras coisas, e em algum ponto da noite nos esquecemos do relógio, poderia ser duas da manhã e não saberíamos, poderia estar na hora de acordarmos e sequer perceberíamos o tempo passar. Em nosso completo silêncio, cortado apenas pelo som dos botões sendo apertados fervorosamente enquanto assumíamos uma postura de “jogadores profissionais”, assustei-me ao ouvir a voz de Chani clamando por mim repentinamente e, por consequência, acabei morrendo novamente para algum alemão nazista, pausando a tela em seguida.

Fiz sinal para que prosseguisse com suas palavras, virando meu em sentido ao mesmo, cruzando as penas sob a cama. Observei seu rosto ganhar uma coloração avermelhada e logo em seguida abaixar-se, olhando para as próprias mãos. Quando questionei o problema, apenas me mandou esquecer, enxotando-me de seu quarto me empurrando em direção ao corredor. Sinceramente, ele era estranho, mas não tinha culpa sob as influências que recebia.

Na manha seguinte fui às aulas normalmente, sem perder nenhum período ou viajar durante as palavras do professor. Não havia conseguido meu caderno, contudo, também não havia sido importunado. Na verdade, durante a semana inteira eu estive em paz. Rowoon, por incrível que pareça me deixara quieto pelos quatro dias seguintes à manhã na qual meu Batman havia sido furtado. Estranho? Com certeza, porém não seria eu a questionar o motivo.

Apesar do certo conforto que eu obtivera durante os primeiros dias de aula, mantive um pé atrás, não gostaria de me dar o luxo do alívio apenas para ser pego desprevenido. Dawon também parecia nervoso, ao contrário de seu normal comportamento energético. Sempre que precisávamos passar ao lado do “grupinho” abaixava a cabeça e pedia para irmos por outro lado. Eu me preocupava.

Por que nosso Beagle está agindo assim? Intrigava meus próprios pensamentos.

Era o último tempo de aula antes do fim de semana quando decidiu me dizer o que se passava. Eu não aguentava mais ficar no escuro, nem ele se manter calado. Estávamos indo para o terraço quando seu telefone tocou. Me escorei no corrimão da escada esperando que a ligação terminasse, sua expressão não parecia ser algo bom e tão pouco rápido de se resolver. Quando guardou o celular no bolso da calça tentou me esboçar um sorriso, porém seus olhos sem brilho deixavam claro que passaria por alguma dificuldade. Abracei-lhe por cima dos ombros, apoiando meu queixo em sua cabeça sem me importar que alguém pudesse ver esse afeto “impróprio” para homens, meu amigo precisava de um apoio.

- Kim Inseong saiu da casa da tia. Está indo morar com meu irmão ainda hoje. – Eu entendia a preocupação em sua voz. Não era seguro, nenhum lugar era. O que podíamos fazer quando vivíamos em meio a loucos? – Jaeyoon-Hyung pediu para que eu o ajude com as caixas. Não vou poder ajudar você com a letra hoje, desculpa Juho-ssi.

Assenti levemente, separando nossos corpos. Seu semblante, assim como sua voz, estava pesado, clamando por ajuda a qual eu não conseguiria oferecer naquele momento. Ter alguém indesejado em nossas vidas era um fardo penoso de mais, principalmente quando não podíamos nega-lo. De todos os envolvidos, Kim Inseong era um dos mais feridos na loucura de nossas vidas, perseguido por um primo doente, expulso do lar por um pai homofóbico e esquecido pelo próprio irmão caçula, além de ter o peso de todas as pessoas as quais envolvera indiretamente em seu drama todo.

-Tudo bem. – Sorri antes de descer as escadas. – Posso fazer isso sozinho e qualquer coisa, tenho outras pessoas que podem opinar...

Mentira!

Todos que eu conhecia estavam ocupados ou não eram próximos o suficiente para que eu conseguisse mostrar minhas letras. Não gostaria de expor meu mundo à qualquer um, muito menos para aqueles que se preocupavam apenas em apontar o dedo e rir da primeira vida medíocre que encontrassem.

Bastardos mentirosos,

Sanguessugas mascarados

Não se pode abrir um mundo

Não se pode confiar

Joguei o papel amassado na lixeira próxima a minha escrivaninha. De nada adiantava rabiscar em um papel quando não obteria resultado algum. Cada verso soava como mentira, como algo diferente de mim. Não eram apenas palavras jogadas em um guardanapo ou cupom fiscal, eram contos de outras pessoas se não eu. Eu não podia continuar a contar a vida de estranhos e viver um personagem, eu precisava transmitir uma mensagem verdadeira, esboçar meu ódio pelo demônio em pessoa. Mas palavras não me eram o suficiente para clarear anos de dor sem que expusesse de mais minha angustia pessoal.

Pode ser quem quiser,

Menos o verdadeiro você.

Pode falar o que pensa

Despir-te de mentiras.

Um cachorro guiado pelo pai

Um canalha travestido de rei.

Nada!

Nada era capaz de fluir e eu possuía apenas uma semana, uma semana que passara tão rápido quanto a anterior.  Uma semana para organizar pensamentos que voavam tão longe quanto o vento era capaz de ir e transformar confusões internas em raiva descarada cuspidas por rimas caseiras.


Notas Finais


Prometo tentar fazer capítulos maiores, esse aqui foi escrito em um guardanapo do Subway então espero que entendam..
Enfim, tentarei postar mais um capítulo antes do ano novo. Viajarei dia 26 e só voltarei dia 4 então não posso dar certeza de nado.
COMENTEM, COMENTARIOS ME DEIXAM FELIZ


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...