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História Losing Your Memory - Here's my body that I'm giving to us


Escrita por: AddekLovato

Notas do Autor


Alô, alô.

Capítulo 7 - Here's my body that I'm giving to us


_ Quem é você?

As três palavras ecoaram repetidamente em minha cabeça, e eu não fui capaz de pronunciar nada durante um bom tempo. Como ele não sabia quem eu era? Sobeida, percebendo minha confusão, se pronunciou a fim de sanar a curiosidade que emanava dele.

_ Querido... – sua voz soou mais amorosa do que eu jamais tinha visto. _ O que está havendo? Essa é Demi...

_ Mãe? – sua testa se vincou em confusão. _ Uau, você está diferente. _ Ele tentou sentar-se na cama, mas gemeu de dor ao tentar fazê-lo e eu cuidadosamente o ajudei a deitar-se novamente.

_ Você precisa continuar deitado, Willy. – minha voz soou mais confiante do que eu realmente me sentia. Ele me olhou confuso antes de encarar o próprio corpo.

_ O que aconteceu? – sua pergunta foi direcionada a mim, mas foi Sobeida quem respondeu.

_ Houve um acidente filho, um motorista perdeu o controle e acabou atingindo seu carro... – ele olhou para mim, depois para ela e suspirou antes de responder.

_ Eu estava bêbado? Eu me lembro de sair de uma festa, eu estava bêbado de novo, não é mesmo? – Arqueie minha sobrancelha em descrença. Bêbado? Wilmer estava sóbrio a quase tanto tempo quanto eu. Anos atrás, quando tive uma recaída, ele havia decidido parar de beber para me dar apoio e eu reconheço que muitas vezes, ele havia sido o motivo de eu não voltar a meus velhos hábitos.

_ Não querido. – Mais uma vez, a voz de sua mãe foi ouvida no quarto. _ Você não estava bêbado. Na verdade, você não bebe a anos.

_ O que? – foi a vez de Wilmer encara-la com descrença. – Do que você está falando? Eu me lembro de estar em uma festa ontem, eu me lembro de estar em um bar com Lindsay a duas noites atrás. – Espere, Lindsay? Eles não se falam desde...

_ Wilmer... – o receio em minha voz era evidente. Eu me recusava a aceitar o caminho para o qual minha mente estava rumando. Suspirei. _ Em que ano nós estamos? – ele me olhou como se essa fosse a pergunta mais estúpida que alguém poderia ter feito.

_ Dois mil e dez. – Sobeida olhou-me em desespero antes de sair pela porta a procura, do que eu imaginei, ser o médico. Quando ficamos sozinhos percebi que Wilmer encarava minha mão esquerda, que involuntariamente eu havia entrelaçado a sua, mas antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, o médico que o havia atendido no dia do acidente entrou no quarto juntamente com Sobeida. 

_ Senhor Valderrama, é bom finalmente vê-lo acordado. Como se sente? – a voz animada do médico era totalmente contrária a atmosfera melancólica do quarto.

_ Como se tivesse sido atropelado por uma multidão de fãs. – Ele tentou rir, mas isso se transformou em uma careta de dor e ele gemeu.

O silêncio perdurou enquanto o doutor Lenss fazia todos os exames de rotina, mas foi quebrado por um suspiro do médico.

_ Senhor Valderrama, pode me dizer a data exata de hoje? – Wilmer o fitou com irritação antes de responder.

_ Dois de janeiro de dois mil e dez. – Vi quando Sobeida virou-se para a porta incapaz de conter as lágrimas. Eu apenas fiquei sentada lá, o encarando, sem saber o que dizer, minha mente era incapaz de processar o que estava acontecendo. O doutor suspirou antes de voltar a falar.

_ Eu sei que isso é confuso, senhor, mas nós estamos em outubro de 2016. Isso foi a seis anos. – Wilmer o encarou incrédulo.

_ O que você está dizendo? – sua voz aumentou notavelmente e ele fez menção em se levantar, mas coloquei minha mão sobre seu peito levemente, temendo causar-lhe dor, impedindo-o de se levantar.

_ Com o acidente... – a voz do médico soou pesarosa _ o senhor sofreu uma lesão no crânio, que gerou uma concussão. Não houveram lesões cerebrais aparentes no momento, mas devido à força do impacto, o senhor pode ter sofrido danos à memória. Vou leva-lo para realizar alguns exames imediatamente.

Observei atentamente quando enfermeiros entraram no quarto com uma maca, para onde Wilmer foi transferido antes de ser levado para a sala de exames. Antes de sair pela porta, o doutor ainda lançou-nos um olhar penoso, como se se desculpasse. Os próximos quarenta e cinco minutos foram os mais longos da minha vida. Eu esperava ansiosamente que Lenss voltasse com Wilmer e explicasse o que estava acontecendo; momentaneamente me permiti acreditar que ele só estava confuso pelo acidente. Ele voltaria, sorriria pra sua mãe e provavelmente me expulsaria do hospital, mas eu poderia viver com isso. Mas não acho que seria forte o bastante pra suportar a dor de vê-lo simplesmente não se lembrar de quem eu era. Porém, toda esperança que eu havia criado foi se esvaindo quando o médico voltou ao quarto com Wilmer. Ele suspirou antes de falar e alternou seu olhar entre mim e Sobeida.

_ Nós fizemos todos os exames possíveis. Como constatado anteriormente, não houve nenhum dano cerebral notável. Porém, houve uma pequena lesão no lóbulo frontal...

_ O que isso quer dizer? – interrompi, minha voz soou mais calma do que eu realmente me sentia. Ele me olhou antes de responder e eu podia jurar ter visto pena em seus olhos.

_ Esse tipo de lesão não é rara em acidentes automobilísticos e afeta a memória do paciente. Nós chamamos isso de amnésia dissociativa. Essa quadro, apesar de comum, se manifesta de forma diferente em cada caso e pode levar a perda da memória recente ou de um longo período de tempo. Como eu disse, o quadro sempre se apresenta de forma diferente em cada paciente e pode levar desde dias a um período indeterminado de tempo. Resumidamente, o senhor Valderrama não se lembra de nenhum dos fatos ocorridos nesses últimos seis anos. Eu sinto muito. – Sentei-me, incapaz de reagir.

_ Espera, isso quer dizer que eu não lembro de seis anos da minha vida? Isso é loucura. – Wilmer o fitou horrorizado.

_ Sinto muito, senhor. Eu sei que é muito confuso, mas o senhor precisa manter-se calmo e tentar voltar a rotina normal. Como eu disse, esse quadro pode durar dias ou até anos, e é de extrema importância que o paciente tente se lembrar, e assumir as tarefas rotineiras é um sempre um bom começo. É, também, muito importante que a família apoie o paciente nesse momento, relembrando fatos importantes, levando-a a lugares que ele costuma frequentar, apresentando pessoas que formavam o círculo de amigos. Tudo isso tem importância vital na recuperação do paciente. Eu vou deixa-los a sós agora. -  Assim que o médico fechou a porta, Wilmer olhou-me incrédulo, parecendo, finalmente, notar-me sentada à seu lado

_ Quem é você? – a repetição da pergunta fez meu estômago revirar.

_ Você não se lembra de mim... – a frase saiu mais como uma afirmação do que como uma pergunta. Ele não estava apenas confuso pelo acidente, ele realmente não fazia ideia de quem eu era.

_ Will, essa é Demétria... – Sobeida pensou por alguns segundos antes de responder. _ Sua namorada. – Encarei-a completamente boquiaberta. Ela, mais do que qualquer outra pessoa, sabia que ele havia me deixado e o porque; porém, a mulher apenas desviou o olhar de volta para Wilmer enquanto eu ainda a olhava atônita.

_ Namorada? – ele me olhou novamente. _ Desculpe, isso é algum tipo de brincadeira, certo? Você tem idade para ser minha sobrinha. Quantos anos você tem? 18? – em qualquer outra situação eu teria rido de sua reação, mas agora não. Senti meus olhos arderem e pisquei para me impedir de chorar.

_ Na verdade, você é doze anos mais velho que eu, tenho vinte e quatro. – sussurrei.

_ A quanto tempo estamos juntos? – suspirei e quis dizer que havíamos terminado, mas Sobeida respondeu antes mesmo que eu tivesse a chance.

_ Vocês estão juntos a seis anos. – Sua voz soou tão confiante que quase acreditei que ela havia se esquecido do término e de tudo o que eu havia feito. Quase.

_ Seis anos? Isso é... loucura. Eu nem sequer me lembro de ter conhecido você. E por Deus, você é linda, mas eu nunca passei tanto tempo com alguém, nunca achei que pudesse fazer isso. – sorri forçado.

_ Você pensava assim no começo, mas as coisas mudaram com o tempo. – tentei ao máximo manter minha voz estável.

_ Demi, será que podemos conversar por um instante? Creio que Will apreciaria alguns minutos sozinho. – assenti seguindo-a pela porta, não antes de me virar para encontrar o olhar perdido de Wilmer. Ele não se lembrava de parte da sua vida, ele não se lembrava de mim, era como se tudo que vivemos tivesse sido apagado. Talvez essa fosse a forma de Deus me punir por meus erros.

_ Porque está mentindo? – despejei sobre ela assim que alcançamos o corredor.

_ Eu não sei sobre o que está falando... – sua falsa inocência me irritou.  

_ Porque disse a ele que ainda estamos juntos? Você, melhor do que ninguém, conhece os motivos... – ela me interrompeu impaciente.

_ Escute Demétria, meu filho acabou de perder a memória. Ele não se lembra dos seis últimos anos da vida dele. Seis anos nos quais você esteve presente, mais do que qualquer outra pessoa. Você ouviu o que o médico disse? Ele precisa de ajuda para se lembrar. Você esteve ao lado dele todo esse tempo, sabe mais sobre ele do que qualquer outra pessoa. Vocês partilhavam uma casa, uma vida. Por mais que eu queira, não posso apagar você do passado dele. Como eu poderia dizer ao meu filho que a mulher com quem ele passou os últimos seis anos é uma vadia que o traiu e o fez acreditar que o filho de outro era dele? – Sobeida suspirou e me fitou tristemente. _ Desculpe, eu não quis dizer isso. Eu só... Eu não encontrei outra saída.

_ Eu teria dito a verdade, teria dito que não estamos mais juntos. – E sim, eu teria, eu havia aprendido da pior forma possível a não mentir para ele.

_ Se ele soubesse a verdade... – sua voz soou rouca e percebi que ela lutava contra as lágrimas. _ Se ele soubesse o que causou o término, ele a expulsaria daqui imediatamente e se recusaria a vê-la novamente. E ele precisa de você, Demi. Ele precisa que você ajude-o a se lembrar.

Suspirei e apertei meus olhos com força. Eu sei que não é justo mentir para ele, ele tem direito de saber a verdade. Mas Sobeida tinha razão, ele jamais voltaria a querer me ver se soubesse e toda sua família vivia em outro país. Ele precisava de mim e eu jamais me recusaria a fazê-lo, mesmo que tivesse que sacrificar meu coração para isso.

_ Ele vai me odiar quando se lembrar... – ponderei. _ Eu farei isso, mas direi a verdade quando tiver a chance.

_ Obrigada.- a mulher abraçou-me antes de me puxar de volta ao quarto de Wilmer.

Ela sentou-se na poltrona ao lado da cama dele, que antes era ocupada por mim e iniciou uma conversa aleatória sobre sua família e aproveitei o momento para tomar um café. Na verdade, eu só precisava de um tempo para pensar. Ao fechar a porta, ainda pude sentir o olhar dele me queimar.

Passei um longo tempo na lanchonete do hospital apenas vendo as pessoas indo e vindo. Pensei em ligar para Marissa ou Selena para contar que ele havia acordado, mas desisti; ainda não estava pronta para falar sobre isso. Quando resolvi voltar ao quarto, Sobeida já estava de saída, ela despediu-se não antes de agradecer-me novamente e dizer que estaria de volta mais tarde. Ao entrar, caminhei receosa até a poltrona ao lado da cama, o clima no local era estranho. Wilmer me fitou curiosamente.

_ Então, Demi, você pode me contar o que eu perdi nesses seis anos?

Passei vários minutos contando fatos aleatórios para ele. Premiações, participações em programas, projetos da empresa, papéis importantes. Qualquer coisa que fosse relevante e que não me incluísse, diretamente.

_ Uau, eu gostaria de me lembrar dessas coisas. Mas, você não mencionou nada sobre nós... – endureci contra o assento da poltrona. _ Estamos juntos todo esse tempo?

_ Sim, nós tivemos alguns problemas mas sempre encontramos nosso caminho de volta um para o outro. – Até agora, acrescentei mentalmente.

_ Você devia mesmo ser o amor da minha vida. – Ele sorriu e meu coração se aqueceu; foi involuntário não sorrir também.

_ Sim, assim como você ainda é o meu. – As palavras fluíram livremente e ele sorriu timidamente.

_ Eu gostaria de me lembrar de como eu me sentia sobre você, de como é amar você. Algo dentro de mim se aquece sempre que você sorri. – Involuntariamente, aproximei meu rosto do seu, selando seus lábios.

_ Eu estarei aqui para ajuda-lo a se lembrar, mi amor. – Mesmo que você vá me odiar quando isso acontecer.

 


Notas Finais


Demorei de nove né? Eu vou me expor na internet. Sério, alguém me processa '0'


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