23:00 — Sexta-feira
O som dos motores de carro eram audíveis por toda a imensa pista de corrida. Vários carros estavam lado a lado, prontos para darem partida e ganharem aquela corrida. Uma mulher com roupas curtas estava em frente aos carros, segurando uma bandeira xadrez, que logo foi abaixada pela mesma, dando início a corrida. Um MP4-12C Spider vermelho disparou na frente, sendo seguido por um McLaren 650S verde logo atrás deste; outros carros estavam mais atrás. O carro verde ameaçava colidir-se com o vermelho, o que, de certa forma, não assustava nenhum pouco o motorista.
Cada um estava concentrado em sua corrida, agora sobrava apenas três carros na frente, incluindo o verde e vermelho e uma Lamborghini Aventador LP700-4 cinza. Finalmente os três estavam próximos da chegada, cada um determinado a ganhar; porém, uma imensa luz surgiu em frente a eles, ofuscando a visão de cada um, obrigando-os a pa rar.
A luz foi sumindo aos poucos, dando então, novamente, a visão normalizada. No lugar da luz, um garoto agora fazia-se presente, vestindo apenas uma camisa branca que ficava grande demais em si, mas suficiente para cobrir suas partes, deixando a mostra somente suas coxas fartas e um pouco de uma bunda levemente empinada e grande. Seus cabelos brancos, que iam até um pouco abaixo de seu pescoço, estavam jogados rebeldemente, dando-o um ar fofo; seus olhos vermelhos observavam tudo com curiosidades, vendo que os motoristas dos carros haviam saído dos mesmos para observar o que era aquilo.
— O que pensa que está fazendo, garoto?! Atrapalhou a corrida! — Falou o dono do carro cinza, um homem por volta de seus 40 anos e gordo, possesso pela raiva, aproximando-se do garoto, que apenas sorria, achando a expressão do mais velho engraçada, fazendo-o irritar-se ainda mais. — Quero ver se você irá sorrir depois que eu quebrar todos esses seus dentes! — Proferiu, levantando a mão pronto para dar um soco no rosto do menor, mas que logo foi impedido por uma mão que segurou seu punho: Era o dono do carro vermelho.
— Ele é só uma criança. — Falou com uma expressão assustadora, ouvindo o velho murmurar um "Dylan sempre atrapalhando...", mas ignorou-o e agachou-se na frente do pequeno albino. — O que está fazendo aqui, pequeno? É perigoso. Onde estão seus pais? — Dylan então perguntou, por sua vez, não obtendo resposta, apenas um sorriso.
— Garoto, eu tinha uma corrida para ganhar, sabia?! — Finalmente o dono do carro verde pronunciou-se, levemente irritado, aproximando-se também do pequeno garoto, que permaneceu calado.
— Você não sabe falar? — Perguntou Dylan, preocupado e observando o pequeno albino, que inspirou e expirou, finalmente falando.
— Por favor, tome conta de mim! — Disse, abraçando Dylan fortemente, que, por sua vez, apenas disse um "Ok", extremamente confuso, como os outros.
4 meses depois — 22:00 — Sábado
— Sério mano, você tem certeza que não quer ir? — Perguntava uma voz masculina do outro lado da linha, com um ar desanimado.
— Sim, eu tenho que cuidar do meu garoto, não posso deixá-lo só. — Respondeu o rapaz de cabelos pretos, olhando para o lado, entediado.
— Poxa mano, desde que esse garoto chegou, você não desgrudou dele! — Reclamou, com um tom irritado. — Não corre mais com a gente, não curte a noite, apenas quer ficar com esse menino birrento!
— Preste atenção em suas palavras, não te dei liberdade para falar dele assim! — Falou, com um tom de irritação.
— Mas mano... —
— Dyy... — A fala do outro foi cortada quando ouviu a voz manhosa do garoto que impedia o seu amigo de sair consigo e suspirou pesadamente.
— Vou desligar, até mais. — Dylan falou, desligando o telefone e dando atenção ao seu pequeno albino, agachando-se para ficar a sua altura.
— O que foi, pequeno? — Perguntou, acariciando o cabelo do mesmo, vendo este fazer uma cara fofinha enquanto coçava os olhos.
— Você estava falando muito alto... — Murmurou, fazendo um biquinho fofo nos lábios, bocejando e abraçando Dylan, colocando sua cabeça no pescoço do mesmo.
— Oh, desculpe-me... Não irá se repetir, pequeno. — O maior falou, com um tom gentil e acariciando o cabelo do pequeno em seu colo, enquanto o levava para a cama.
Desde o último acontecimento, Dylan apegou-se ao garoto, tanto que começou a tratá-lo como um irmão mais novo, ou talvez até algo a mais. O pequeno não se lembrava de nada antes do dia em que encontrou-se com os garotos, apenas sabia que deveria ficar com Dylan; apesar do melhor amigo de Dylan — Max, dono do carro verde — insistir em ficar com o garoto por apenas um dia, o maior não deixava. O albino não lembrava-se de seu nome, por isso recebeu um do próprio Dylan, Snow.
— Dyy... Dorme comigo... — O pequeno falou, vendo que estava deitado na cama e que o Dylan já estava saindo do quarto. Ouviu uma pequena risadinha e o maior assentiu, deitando de frente a ele e abraçando sua cintura.
— Boa noite, Snow White. — Dylan brincou, recebendo uma risadinha gostosa e logo um pequeno bocejo. — Te amo. — Completou, acariciando os cabelos de Snow.
— Também... — O pequeno albino respondeu antes de finalmente dormir, recebendo um beijo no nariz de Dylan, que apenas olhava para a pequena e recheada boca do albino, mas logo afastou esses pensamentos, dormindo em seguida.
Porém, uma sombra apenas observava-os de longe em uma árvore, com uma aura assassina sobre Dylan, amaldiçoando-o por estar tocando em algo tão puro como Snow. Ele não deixaria isso continuar por muito tempo. Snow era seu.
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