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História Lost Boys - Um presente especial


Escrita por: fallenbnew

Notas do Autor


Boa leitura<3

Capítulo 5 - Um presente especial


Fanfic / Fanfiction Lost Boys - Um presente especial

O resto da semana passou depressa.

A noite de Natal se aproximava. Cairia em uma sexta, para ser mais exata.

Minha mãe passou a maior parte da semana ocupada se adaptando ao novo trabalho e correndo com os preparativos para nosso primeiro Natal na casa nova.

Fui ver Austin no cemitério quase todos os dias. Em alguns deles, quando nevava, ia até lá apenas para dar um oi rápido. Em outros, quando o tempo estava bom, ficava a tarde toda com ele.
Nosso lugar favorito para passear era uma pequena praça oval no centro do cemitério.

De alguma forma, sempre acabávamos indo para lá. Parecia que Austin estava sempre no cemitério, todos os dias, em qualquer horário.

E tinha sempre a habilidade de me encontrar, independentemente de onde eu estivesse. Eu não sabia como ele fazia isso, então, certo dia, lhe perguntei a respeito.

– Os fantasmas que vivem por aqui sempre me avisam quando você chega e onde você está.
– ele explicou com um tom de brincadeira e soltou uma risada alta ao perceber minha cara de susto.

Olhei ao redor, preocupada, e cruzei os braços sobre o peito em um gesto defensivo. De repente, o vento parecia mais frio.

– Você não devia fazer piadas sobre fantasmas nesse lugar! Não é nada engraçado.

Ele levantou uma das sobrancelhas, como quem suspeita de algo, rindo para mim.

– O que foi? Tem medo de fantasmas, é?
– Não – resmunguei. – Mas é melhor manter uma distância respeitável deles, só isso.

Ele riu diante da forma educada que arranjei para dizer que eu, na verdade, morria de medo de fantasmas.

– Bem, não existe nenhuma razão para ter medo de fantasmas, querida.
– Austin abriu outro daqueles sorrisos incríveis que eu aprendia a amar tanto.

– E lhe garanto, minha adorável Ally, que jamais deixarei nenhum dos fantasmas daqui fazerem qualquer mal a você! Tem a minha palavra. Por isso, não precisa se preocupar.
– Ele deu uma leve risada diante de minha expressão apreensiva.

Aquela conversa deixou meus nervos tão à flor da pele que levantei do gramado sem ver onde pisava e tropecei em uma rachadura no canto do caminho pavimentado.

Acabei me esborrachando sobre a pedra gelada.

Passei as mãos nos meus jeans, limpando um pouco da sujeira, morta de vergonha. Austin correu até onde eu estava.

Parecia realmente preocupado.

– Ally, você está bem?

– Estou. Um pouco sem graça, mas bem.
– Mais uma vez, eu estava coberta de terra.

Como sou estabanada!

Olhei para cima, esperando que ele fosse oferecer uma das mãos para me ajudar a levantar, como qualquer pessoa normal faria.

Por uma fração de segundos, culpa e remorso passaram pelos olhos dele, porém logo foram substituídos por um sorriso um tanto afetado.

– Vamos lá, Dawson! Vai ficar aí sentada o dia todo? Não seja molenga! Vamos continuar andando!
– Ele começou a se afastar, sem esperar por uma resposta.

Franzi a testa, incomodada. Não que eu esperasse que ele me tratasse como uma donzela em perigo.

Eu sabia cuidar muito bem de mim mesma sem ter que apelar para nenhum tipo de ajuda masculina, muito obrigada. Só que aquilo foi... bem rude.

Fiquei ali por mais alguns momentos, chateada, até enfim me levantar.

Ele era tão bipolar. Um dia me dizia que eu era extraordinária e no outro me tratava como se fosse uma perfeita idiota! Eu me senti tão irritada com o incidente que depois de algum tempo disse a ele que tinha um compromisso importante e precisaria ir embora dali a pouco.

Ele sabia que minha partida tinha algo a ver com aquele acontecimento desagradável, pois parecia profundamente triste e envergonhado enquanto me observava ir embora.

Eu estava tão irritada que não dava a mínima para como ele parecia se sentir. Ele é quem foi grosso. Não o contrário.

Isso aconteceu na quinta. Pensei a respeito durante o resto do dia, trancada no quarto, e quando a noite chegou decidi que havia exagerado.

Assim, no dia seguinte, véspera de natal, voltei para me desculpar por ter ido embora com raiva. Sentia que precisava fazer isso, apesar de saber que não havia feito nada de errado.

Andei por meia hora e não encontrei Austin. Era a primeira vez que isso acontecia.

Aquele lugar não era o mesmo sem ele. Não conseguia evitar o pensamento de que ele estava me evitando.

Após um tempo, desisti de procurar e fui embora.

Caminhei de volta para casa com um humor péssimo que permaneceu durante o resto do dia.

Sábado foi Natal. Fiquei em casa durante o dia, ajudando minha mãe a preparar a ceia. Trocamos presentes após o jantar e assim era o Natal dos dois membros da pequena família Dawson.

Eu gostava das festas mais pela ceia especial, pois tanto eu quanto minha mãe não éramos lá muito religiosas. Mal podíamos nos considerar católicas. Por anos, não fizemos nenhum tipo de celebração, apenas ficávamos juntas e assistíamos a filmes antigos que passavam na TV.

Isso era tudo que costumávamos fazer nas noites de festa.

Porém, naquele Natal, minha mãe fez um esforço extra para preparar um jantar bacana, pois queria tornar a ocasião memorável: nosso primeiro Natal em uma nova cidade e eu também logo partiria para a escola.

Além disso, ela estava muito feliz com o novo trabalho e a gorda conta bancária (pela primeira vez em muitos, muitos anos). Ela tinha muito para comemorar!

Todo aquele papo de celebração me fez pensar em Austin e fiquei muito triste por nosso último encontro ter terminado tão mal.

Vi minha mãe subir as escadas para tomar banho quando tive uma ideia louca para fazer as pazes com ele. Olhei para o relógio.

Ainda era cedo, nove da noite.

Dava tempo de fazer tudo e estar de volta em vinte minutos. E minha mãe sempre tomava banhos incrivelmente longos.

Vinte minutos era tudo de que eu precisava.

Corri escada acima para o meu quarto e revirei algumas caixas na tentativa de
encontrar alguma memorabília da família Dawson. E lá estavam!

Meus velhos álbuns de fotografias. Peguei o mais velho deles – que tinha as minhas fotos preferidas – e passei depressa as páginas.

Sabia exatamente o que estava procurando. Quando achei, retirei uma foto do álbum e corri de volta para o primeiro andar. Na sala, escrevi com todo o cuidado um recado no verso.

Então ouvi a porta do banheiro se fechar lá em cima. Ok, hora de correr.

Coloquei o suéter e escapuli de casa quando comecei a ouvir o barulho da água do chuveiro. Corri o mais rápido que pude e em cinco minutos estava no portão do cemitério.

Era estranho, mas o lugar ficava aberto até onze horas, de forma que eu tinha tempo de sobra. Corri para dentro, contando os passos e refazendo o caminho que havia memorizado durante a semana. Tentei não pensar no quão assustador o cemitério parecia ser à noite, concentrando-me apenas em encontrar a alameda que levaria até o túmulo coberto de musgo de Austin.

Ele gostava de ficar por lá, de forma que era muito provável que encontrasse meu presente cedo ou tarde.

Cheguei lá em dois minutos. Olhei para a fotografia em minhas mãos. Havia sido tirada quando eu trabalhava no circo, três anos antes, na minha outra cidade. Eu tinha catorze anos e estava cercada por um grupo de palhaços, bailarinas e outros artistas, segurava vários balões vermelhos e sorria para a câmera.

No verso, em uma caligrafia caprichada, escrevi:

Austin, Lembre-se: A vida é sempre cheia de possibilidades. Feliz Natal. Ally.

Sorri, satisfeita, e coloquei a foto sobre o túmulo embaixo de uma pedra para que não fosse carregada pelo vento. E então corri do cemitério o mais rápido que pude.

Mais cinco minutos e eu já estava em casa, um pouco ofegante, mas sã e salva. E, o mais importante, não havia sido pega. Minha mãe ainda estava no banho, sem fazer a menor ideia de minha escapada noturna.

Larguei o corpo no sofá, liguei a TV e zapeei pelos canais, feliz com minha travessura de tarde da noite.

Esperava que Austin visse o meu presente. Caí no sono no sofá e sonhei com contorcionistas, bailarinas e palhaços. E balões vermelhos voando até o céu.


Notas Finais


4 comentários eu posto mais um hoje ein <3 amo vcs


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