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História Lost Boys - Promessa


Escrita por: fallenbnew

Notas do Autor


Geeente mais um capítulo<3 boa leitura

Capítulo 6 - Promessa


Fanfic / Fanfiction Lost Boys - Promessa

Passei o domingo finalmente desencaixotando todo o resto das minhas coisas. Minha mãe tinha me dado uma data limite. Tudo deveria estar arrumado no domingo, “Senão...”, palavras essas seguidas por Aquele Olhar.

Pode acreditar, ninguém seria louco de desobedecer Àquele Olhar. Por isso não me atrevi a sair e procurar por Austin. Na segunda, acordei de bom humor.

Enquanto eu devorava o café da manhã, minha mãe entrou na cozinha com as boas notícias: eu havia sido oficialmente aceita no Internato Sagan! Ainda passaria uma semana em casa até o Ano-novo e então eu teria de começar a fazer as malas (de novo).

Esperava que o pessoal não fosse muito esnobe. Eu odiava riquinhos mimados e mal educados!

Minha mãe estava muito empolgada, me lembrando de todas as atividades disponíveis na escola. Eu, porém, não ouvia nem uma única palavra. Minha mente sempre retornava para a expressão no rosto de Austin.

Por isso, saí para uma “caminhada” matutina.

Minha mãe estava feliz por eu estar tão disposta a fazer algum exercício. Ela não ficaria tão feliz, entretanto, se soubesse aonde eu ia fazer toda essa ginástica.

Vi os portões do cemitério se aproximando e corri para dentro como uma bala, do
mesmo jeito que vinha fazendo na maioria dos dias anteriores, seguindo pela alameda que levava até o túmulo de Austin. Não tive de esperar.

Ele já estava lá, sentado sobre a sepultura, com as pernas compridas balançando para a frente e para trás como na primeira vez em que eu havia o visto. Antes que eu pudesse cumprimentá-lo, ele virou aquele rosto lindo para mim e abriu um daqueles sorrisos extraordinariamente brilhantes,
o que fez com que meu coração palpitasse.

– Olá, Dawson!
– ele gritou para mim.

– E aí, Aus? Encontrou meu presente de Natal?
– Eu atropelava as palavras de tão
empolgada.

Estava morrendo de curiosidade para saber o que ele tinha achado.

Austin pulou de cima do túmulo com aquela habilidade que lhe era tão usual.

– Achei sim. Ontem – respondeu ele, feliz. E então baixou o rosto, triste. – Estou me sentindo muito mal por não ter nada para lhe dar...

Fiz um gesto para ele, como se dissesse que não havia problema.

– Tudo bem. Eu não ligo. Só achei que você ia gostar de ver aquela foto. De qualquer forma, foi só uma besteirinha.

Ele se aproximou com aqueles olhos prateados intensos fixos em mim. Como eu havia sentido saudade daqueles olhos!

– Não foi uma besteirinha. Foi o melhor presente que já recebi na vida. Obrigado Ally. – Ele sorriu, gentil. – Foi muito doce da sua parte se lembrar de mim.

– De... de... na... nada
– gaguejei, corando.

– Venha se sentar comigo.
– ele convidou, caminhando até um banco de pedra alguns metros dali.

– Quando você passou por aqui para deixar a foto? Não a vi ontem, nem no sábado...

– Vim no sábado. Era Natal, então tive de vir mais tarde, um pouco antes do cemitério
fechar.

– Você veio aqui à noite? Não ficou com medo?
– ele perguntou, impressionado. Olhei para ele, confusa. Com medo de quê? De entregar uma fotografia? Ao perceber minha expressão de quem não estava entendendo nada, ele completou a frase: – Com medo de vir ao cemitério sozinha, no meio da noite.

– Ah, isso...
– murmurei.

E só então me lembrei dos fantasmas. Bem, agora que pensava melhor no assunto, eu provavelmente deveria ter ficado com medo...

– Não sei. Simplesmente não senti medo. Pelo menos não muito. Não me assusto com facilidade. Acho que às vezes acabo agindo como um garoto. É a maldição do “Nome”.
— Fiz um gesto no ar que imitava aspas e ele riu.

Sentamos no banco e me virei para olhar para ele.

– Vim aqui na sexta falar com você, mas não o encontrei.

Ele franziu a testa, tentando se lembrar do que havia feito na sexta, até que a lembrança veio como um raio.

– Ah, é. Um velho amigo veio me ver na sexta. Perdemos a noção do tempo enquanto conversávamos. Ele conta as histórias mais incríveis. Às vezes acho que ele é meio maluco. As coisas que ele diz... – Tristan comentou, rindo levemente, porém logo ficou sério. – Apesar de que, gostaria que algumas dessas coisas fossem realmente verdadeiras.

– Que coisas?
– quis saber, curiosa.

Austin balançou a cabeça como se fugisse do assunto.

– Nada, na verdade. Um monte de besteiras sobre magia e velhos feitiços, tagarelices
malucas de gente velha. Mas deixe ele pra lá. De qualquer forma, ele deve inventar a maior parte dessas coisas. Fico feliz por não termos nos desencontrado hoje!
– ele disse, parecendo feliz mais uma vez.

– Você vem mesmo aqui todos os dias, Auss?

– Sim, estou aqui todos os dias
– ele respondeu de forma evasiva.

– Eu sei por que você faz isso. Pensei nisso nos últimos dias e descobri o motivo
– eu disse, cruzando os braços sobre o peito.

Ele olhou para mim, assustado, e vi medo e apreensão alternando em seus olhos.

– Você trabalha aqui! Você deve trabalhar na funerária atrás do cemitério! Isso explica
porque você precisa estar aqui o tempo todo, as roupas formais e todo o resto.
– declarei, orgulhosa da minha descoberta.

Isso na verdade explicava muitas coisas, sem contar aquela fobia de tocar nas pessoas. Ver gente morta o dia todo é algo capaz de traumatizar qualquer ser humano. Eu não iria querer chegar perto de ninguém depois de passar o dia inteiro olhando para cadáveres!

Só de pensar na possibilidade eu já ficava toda arrepiada. Olhei para Austin.

Ele pareceu aliviado, mas logo em seguida se mostrou um tanto sem jeito.

– Desculpe, Allyson. Pen... Pensei que você ficaria chocada se soubesse a verdade. Você deve achar que sou o maior fracassado,  com esse emprego esquisito e tudo mais.
– ele murmurou, evitando olhar para mim.

– Deixe de ser bobo! Só queria que você tivesse me contado. Eu não ligo. É só um
emprego
– eu disse, com sinceridade.

O tempo estava muito ruim. O vento soprava sobre nós, fazendo com que eu tremesse.

Fechei o zíper do casaco até a gola e encolhi os ombros.

–Ally, preciso perguntar uma coisa
– ele disse, indeciso.

– Vá em frente.

– Você... realmente acha aquilo? Que você escreveu atrás da foto? Com toda a
sinceridade, você acredita naquelas palavras?

Parei para pensar sobre o que eu havia escrito. Lembre-se: A vida é cheia de
possibilidades. Sorri.

– É claro, Aus. Você não acredita?

– Estou começando a acreditar

– ele sussurrou. Porém, quando olhou para mim, parecia aprisionado, como se estivesse preso em uma vida sem possibilidade alguma.

– Vamos lá, sua vida não pode ser assim tão ruim!
– Tentei animá-lo.

Ele piscou para mim, perplexo, desviou os olhos e limpou a garganta, desconfortável.

– E então, está empolgada com a nova escola?

– Ele mudou drasticamente de assunto.

Acho que não queria mais falar de si.

– É. Acabei de receber a carta de admissão formal. Nunca fui para um colégio interno antes. Acho que vai ser divertido.
– Eu tentava soar animada, porém, naquele momento, pensar em partir não parecia ser algo tão legal assim.

– Quando você vai?

– Alguns dias depois do Ano-novo.

Ele pareceu triste por alguns instantes, mas logo se animou.

– Sério? Então quer dizer que você vai estar por aqui no Ano-novo?

– Vou. Por quê?

– Pode me prometer uma coisa? Tem uma festa que acontece aqui no cemitério toda
véspera de Ano-novo. É a única noite em que os portões ficam abertos a noite toda! É uma velha tradição da cidade... e todos vem para cá para celebrar e ver os fogos. É muito divertido! Você acha que consegue vir? Para virar o ano comigo? Antes de ir embora?
– A voz dele soava esperançosa.

Observei Austin em silêncio, tentando pensar em uma boa maneira de explicar para minha mãe que eu passaria a noite de Ano-novo em um cemitério. Sozinha. Com um garoto. Um garoto muito, mas muito bonito, charmoso, extremamente estranho e misterioso.

Eu já disse que ele era bonito?

É, muito bonito. Ela não deixaria ir de jeito nenhum. Nada feito. Sem chance. Minha mãe não colocaria nenhum empecilho a eu me encontrar com garotos em lugares públicos, ou que eles fossem jantar lá em casa, mas ela faria uma grande objeção de eu me encontrar completamente sozinha com um garoto e, ainda por cima, em um cemitério.

Austin entendeu meu silêncio como uma negativa.

– Tudo bem se você não quiser vir.
– ele murmurou, cabisbaixo e triste.

– Não é nada disso! Eu só estava pensando que vou ter que inventar uma boa desculpa
para minha mãe me deixar vir, mas eu venho com certeza!
– eu disse, me amaldiçoando mentalmente.

O que eu estava fazendo? Eu não teria como cumprir essa promessa.

– Sério? Você virá?
– ele perguntou, empolgado.

– Claro. Deve ser divertido.
– Droga. Droga. Droga. Pare de fazer promessas que você não pode cumprir, Allyson!

– Que brasa!
– ele se animou.

– O quê?

– O que o quê?
– ele perguntou, confuso.

– O que você acabou de dizer?

– Eu disse que será ótimo. Então você vem mesmo?

– É, vou sim.
– Sorri.

Não tive coragem de dizer que minha mãe jamais me deixaria vir. Eu nunca tive alguém querendo que eu estivesse em algum lugar tanto assim antes.

Espere! Aquilo era tipo... um encontro?

Ele estava me chamando para sair? Ou era
apenas uma festinha para nos despedirmos do ano velho?

Uma grande confraternização de despedida antes que eu fosse para o colégio interno? Eu estava pensando nisso quando ele se virou como se acabasse de se lembrar de algo muito importante.

– Então... preciso ir agora, Allyson. Mas vejo você por aqui, não é? Temos a semana
inteira até sexta à noite! Falo com você depois, ok?
– Ele se levantou mais do que depressa e correu para longe, me dando adeus.

– E obrigada mais uma vez pelo fantástico presente. Adorei.
– ele gritou quando já estava bem distante.

Senti um calor no peito apesar do vento frio que soprava ao meu redor. Como eu
poderia dizer não para Austin? Ele era o garoto mais incrível que eu já havia conhecido! Passar a noite de Ano-novo ao lado dele seria inacreditável.

Talvez eu ganhasse até um abraço à meia-noite! Ou quem sabe até um beijo rápido? Afinal, essa era a tradição do Ano-novo, não é?

Suspirei fundo e me senti muito triste por partir para o colégio interno. Isso significaria deixar Austin para trás. Bem, eu poderia visitá-lo nos fins de semana, quando viesse ver a minha mãe.

Esse era o único plano possível. Caminhei de volta para casa me sentindo ao mesmo tempo animada, triste e preocupada. Precisava encontrar um jeito de enrolar a minha mãe para que ela me deixasse ir à festa de Ano-novo.

Mas o que eu diria para ela? A semana passou como um furacão. Havia tanta coisa a ser feita e tão pouco tempo! Tive de sair com minha mãe para comprar roupas novas para a nova escola. Escolhi
basicamente roupas esportivas, jeans largos, suéteres grandões e All Stars, para a total decepção da minha mãe. Eu já disse que gostava de me sentir confortável! E foi então que recebi a melhor notícia do mundo.

Eu estava tomando o café da manhã
na cozinha quando minha mãe entrou e me perguntou o que eu faria na noite de Ano-novo. Felizmente, ela estava de costas para mim, caso contrário me veria quase engasgar com o cereal. Antes que eu pudesse inventar alguma mentira, ela me disse que o pessoal do escritório organizaria uma grande festa e quis saber se eu gostaria de ir.

Eu, é claro, respondi que não estava no clima para festas de escritório (só para as do cemitério), mas que ela com toda a certeza deveria ir (vá, por favor, por favor!), que eu ficaria em casa curtindo a noite do meu jeito (só que não!).

Até cheguei a lhe dizer que não precisaria ligar à meia-noite porque eu provavelmente estaria dormindo. Ela sabia  que eu não era uma grande fã de festas de Ano-novo, nunca havia sido. Em muitos anos passei a noite inteira dormindo apesar de todo o barulho.

Por isso ela não pensou muito no assunto. Eu, por outro lado, NÃO conseguia acreditar na minha sorte! Era o destino abrindo as portas para a minha celebração de Ano-novo no cemitério! Nem precisei inventar nenhuma mentira. Minha mãe simplesmente tinha me dado tudo de bandeja! Foi só então que me dei conta de que ainda não havia ido ao cemitério durante toda a semana, pois minha mãe sempre arrumava alguma coisa para eu fazer assim que botava os olhos em mim.

Por isso, inventei uma desculpa fajuta e corri como uma bala para fora de casa antes que ela pudesse me impedir, indo direto para o cemitério. Eu caminhava devagar pelas alamedas, imaginando se eu encontraria Austin naquele dia, quando percebi que o lugar não estava assim mais tão deserto.

Lanterninhas muito bonitas foram penduradas nos galhos secos e enegrecidos das árvores, flores brancas foram plantadas em grandes vasos posicionados nas encruzilhadas e castiçais foram espalhados por todos os cantos. O cemitério parecia estar pronto para a festa.

Austin não estava mentindo sobre a grande celebração que aconteceria ali.

– Ei, estranha.
– A voz de Austin veio por detrás de mim.

Dessa vez, eu apenas me encolhi. Antes, costumava dar o maior pulo, apavorada, sempre que ele fazia isso, mas já estava me acostumando com essas aparições surpresa tão silenciosas.

Eu me virei a fim de olhar para ele. Austin ainda vestia o uniforme preto e branco de
sempre e tinha uma expressão séria.

– Ei, Aus. Esse lugar está fantástico!
—Ele abriu um sorriso fraco que logo desapareceu, dando lugar novamente à expressão carrancuda. O que estava acontecendo com ele?

– É uma velha tradição da cidade, como eu lhe disse. As coisas por aqui andaram bem
malucas essa semana.

– E então, está tudo pronto para hoje a noite?

– É... Isso quer dizer que você virá mesmo? – ele perguntou, animando-se subtamente.

– É claro! Eu prometi que viria.

– Você sumiu essa semana toda... Achei que você estava vindo até aqui hoje para dizer que havia desistido.

Isso explicava aquela cara triste dele. Ele era tão fofo. Essa era a maneira dele de se chatear comigo. Ri alto.

– Não, eu venho com certeza!

– Sua mãe deixou?

– Está tudo bem. – menti. – Ela tem uma festa para ir, mas perguntou sobre você.
Quando você tem folga no trabalho? Você podia passar lá em casa para almoçar ou algo do tipo... Não seria nada que tomaria muito o seu tempo e a minha casa fica no fim do quarteirão.

Ele apertou os olhos na minha direção com suspeita.

– Ela perguntou sobre mim?

– É, porque estou sempre falando de você e...

– Você sempre fala de mim?
– ele interrompeu abrindo um sorriso brincalhão e convencido.

– Ah, você sabe. Sempre me lembro de algo que você falou ou alguma das nossas conversas.a
– disse revirando os olhos para ele.

– Você não consegue parar de pensar em mim, não é?
– ele provocou, encostando-se,
todo sexy, na estátua de um anjo.

– Quer saber de uma coisa? Se você ficar impossível desse jeito, não acho que vou
estar muito a fim de vir para a festa hoje à noite!
– grunhi, irritada.

– Não! Não! Desculpe!
– Ele ergueu os braços como se pedisse desculpas e me lançou
um daqueles sorrisos brilhantes.

– Serei bonzinho, prometo! Eu estava só brincando! Você ainda virá, não é?

Coloquei as mãos na cintura e ergui uma das sobrancelhas fazendo a minha cara seriíssima de deixe-me pensar no assunto.

Ele cruzou as mãos nas costas e passou o peso do corpo de uma perna para a outra, lançando-me o melhor olhar de cão que caiu do caminhão da mudança que já vi na vida! Os olhos dele cintilavam na luz de inverno.

Não consegui mais segurar o riso e caí na gargalhada.

– Está certo. Pode parar de fazer manha. Eu venho sim!

Ele abriu um sorriso radiante para mim.

– Certo! Podemos nos encontrar no nosso lugar de sempre na praça oval mais tarde,ok?

– Combinado.
– respondi, feliz. E depois corri para casa toda empolgada com a festa.

Passei o resto do dia escolhendo minha roupa para a noite. Aquela seria uma ocasião muito especial. Eu podia sentir.

E, estranhamente, eu estava no clima de usar algo mais estiloso que roupas esportivas. Mais tarde, me olhei no espelho, investigando meu reflexo.

Vesti meu único jeans
preto, que só uso em ocasiões especiais e um top prateado debaixo de um casaco preto chique que peguei emprestado do armário da minha mãe.

Até me atrevi a passar um pouco de sombra prateada bem clarinha. Mas achei que batom talvez fosse um pouco demais.

Gostei do meu visual para a festa. Não estava legal? Autoestima nunca foi o meu ponto mais forte. No último minuto decidi tirar a sombra. Mas deixei o cabelo solto só para variar um pouco.

Ok, assim estava melhor. Minha mãe havia saído algumas horas antes e eu ainda estava em casa me olhando no
espelho. Olhei para o relógio e me dei conta de que já eram onze horas. Eu estava tão atrasada!

Austin devia estar surtando ao achar que eu daria o bolo nele. Corri para o andar de baixo mais que depressa e tinha acabado de abrir a porta da frente quando alguém chamou meu nome.

– Allyson? Aonde você está indo?

Que droga. Era a minha mãe.


Notas Finais


Boa leitura amores e mt obrigado obrigado pelos comentários.

4 comentários pra continuar

O que será que acontece nessa festa ein?

O PROXIMO CAP ESTA MUUITO REVELADOR


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