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História Lost Boys - Fogos


Escrita por: fallenbnew

Notas do Autor


Geeente olha aí o capítulo<3

Capítulo 7 - Fogos


Fanfic / Fanfiction Lost Boys - Fogos

– Hum... Oi, mãe! O que está fazendo aqui? – perguntei tentando disfarçar o pânico em minha voz.

Ah, não! Aquilo não estava acontecendo. O que eu ia fazer agora?

– Saí da festa cedo. Queria passar a noite de Ano-novo com você. Por que está vestida desse jeito? Você não disse que ia passar a noite toda em casa?
– ela perguntou, cheia de suspeita.

– Eu... bem...engraçado você perguntar isso... Eu estava...
– murmurei, tentando ganhar tempo.

O que eu deveria dizer em uma situação como aquela? Que eu estava saindo para uma festa incrível, onde eu me encontraria com um cara maravilhoso e esperava do fundo do meu coração que ele me beijasse essa noite e, falando nisso, por acaso mencionei que a festa seria no cemitério local? Minha mãe já me lançava Aquele Olhar enquanto esperava por uma resposta.

– Isso tem alguma coisa a ver com aquele garoto com quem você anda agora para cima para baixo?

– O nome dele é Austin, mãe. Já falei isso! E foi uma coisa de última hora. A festa é aqui perto. Eu ia ligar para você, mas já era quase meia-noite e... Por favor, mãe! Deixe eu ir.

– Tudo bem. Onde é essa festa? Vou andando com você até lá. Não se preocupe, não vou entrar. Não vou envergonhá-la na frente dos seus amigos!
– ela acrescentou após perceber a expressão de terror em meu rosto.

– Só preciso saber onde você vai estar.
Caso aconteça alguma coisa.

– Não vai acontecer nada, mãe!
– eu me queixei.

– Eu sei, querida. É só por precaução. Vamos lá.

Que droga! Agora eu estava ferrada, com toda a certeza!

– Ok, vamos então.
– eu disse, apertando o passo em direção ao cemitério.

Já era muito tarde.

Se Austin estivesse esperando por mim no portão principal, talvez ela me deixasse entrar. Ninguém era capaz de resistir àquele sorriso. Em oito rápidos minutos já estávamos no cemitério.

Muitas pessoas entravam e saíam,
batendo papo com copos de bebida nas mãos. Os portões estavam totalmente abertos, velas decoravam as placas de aço sobre a entrada e lanternas lançavam uma luz amarela ao redor.

Nenhum sinal de Austin. Minha mãe parou ao meu lado e observou as pessoas ao nosso redor.

– Olhe só toda essa gente. O que está acontecendo aqui? Allyson, a sua festa está acontecendo no cemitério?
– ela perguntou, surpresmãe.

– Bem, está sim. Mas não tem nada demais, mãe.– eu disse, mesmo sabendo muito bem que havia tudo de demais. – É uma tradição em Esperanza. Todos vêm celebrar a noite de Ano-novo aqui.

– E você não me disse porque sabia que eu nunca deixaria você vir sozinha à uma festa no cemitério, Allyson Dawson!
– ela me confrontou, descobrindo o meu truque. Meu Deus!

O instinto materno é uma bela de uma droga.

– Tudo bem! Tudo bem! Mas já estamos aqui e você pode ver que não há perigo algum e vai ser uma droga completa se você não me deixar ir! – implorei. – Por favor, mãe! Podia sentir que ela ainda estava um pouco relutante.

– E juro que Austin está aqui. Você vai mesmo fazer com que eu quebre a minha promessa, mãe? Já é quase meia-noite!
– Lancei meu golpe final. Era ela que passava o tempo todo tentando me arrumar um encontro.

Agora eu oficialmente tinha um. E ela estava ARRUINANDO tudo! Ela mordeu o lábio, suspirou e então jogou os braços para o ar, derrotada.

– Tudo bem! Mas tenho que conhecer esse tal de Austin antes de ir. Não, Ally, não a deixarei entrar aí sozinha sem antes dar uma palavrinha com esse menino! E ponto final. Depois disso, vou embora e vocês podem... ficar um pouco mais. E só mais um pouquinho e olhe lá.
– ela ordenou.

Revirei os olhos, sabendo muito bem que não adiantaria nada discutir com ela naquele momento, e caminhei depressa para o lugar onde havia marcado com Austin.

O cemitério estava lotado! Que cidadezinha mais estranha, com tradições e pessoas esquisitas que iam celebrar o Ano-novo em um cemitério... Parecia, no entanto, que a maior parte delas se concentrava nos portões principais. Quanto mais caminhávamos em direção às partes mais antigas do cemitério, menos pessoas víamos.

– Allyson, aonde você está indo? Não acho que deveríamos ir tão longe
– minha mãe sussurrou.

– Está tudo bem. Ele está logo ali.

– Eu virei uma esquina. Foi então que parei de repente. Sentada em uma cadeira de madeira dobrável, em uma
das extremidades da praça oval, estava a velha Dona Vaiola. Ela tinha uma vela acesa no chão bem ao lado da cadeira e parecia olhar para o centro do gramado.

Quando minha mãe parou ao meu lado, Dona Vaiola percebeu nossa presença e se virou para onde estávamos.

– Ah, olá, queridas. E eu estava achando que iríamos passar a meia-noite sem ninguém aqui conosco...  Que bobagem da minha parte.

Nós? Será que ela estava falando de Austin? Onde ele estava? Outra voz veio do outro lado do círculo. A voz de uma velha senhora.

– Não gosto de me gabar, mas eu avisei que isso iria acontecer essa noite. Meg viu.

– Ah, cale-se, Margaret.
– Vaiola fez uma cara séria. Apertei os olhos, tentando enxergar melhor no escuro.

Do outro lado havia uma senhorinha de aparência severa, que só poderia ser Margaret, sentada em outra cadeira dobrável. Como Dona Vaiola, ela tinha uma vela aos seus pés. Ela nos observava com olhos duros.

Aquilo definitivamente estava se tornando cada vez esquisito.

– O que está acontecendo aqui?
– minha mãe cortou o assunto.

Quando meus olhos se acostumaram à escuridão, percebi uma terceira senhora do lado oposto do gramado. Com a mesma cadeira e a vela. Mesmo no escuro, ela parecia terrivelmente velha e frágil. Estava sentada na cadeira em silêncio, olhando para nós. Pensei comigo mesma que ela não deveria estar fora de casa com o frio que fazia naquela hora da noite.

– E então, quando é que você pretende aparecer, mocinho?
– Dona Vaiola perguntou para as sombras.

Olhei para as moitas escuras diante dela bem a tempo de ver Austin surgir, andando pela beirada do gramado. Ele parecia um pouco assustado e evitava olhar diretamente para mim. Que diabos estava acontecendo ali?

– E então? O que você pretendia fazer essa noite, garoto?
– perguntou Margaret,irritada.

Austin não respondeu.

Apenas baixou a cabeça e olhou para o chão.

– E quando você planejava contar à menina?
– Dona Vaiola perguntou a ele.

Austin levantou a cabeça, uma expressão desafiadora em seus olhos.

– Essa noite. Eu ia contar à ela essa noite.
– ele retrucou.

– Ally , com quem...
– minha mãe começou, mas eu a cortei.

– Me contar o quê? – Olhei diretamente para Austin. Precisava descobrir que diabos estava acontecendo!

– Sinto muito, Allyson. Queria contar a verdade, juro! Eu só... pensei que você não acreditaria em mim e iria embora. Para sempre. Desculpe.
– Austin implorou, dando um
passo à frente dentro do gramado em minha direção.

– Me contar o quê? Que verdade, Aus?
– perguntei, assustada. Ele parecia tão perdido.

– Ally, com quem você está falando?
– minha mãe murmurou.

– Com Austin, mãe.

Ela olhou ao redor com uma expressão confusa. Será que estava cega? Ele estava bem ali na nossa frente!

– Onde ele está?
– ela insistiu, intrigada.

– Do que você está falando? Ele está bem ali.
– eu disse, impaciente.

– Não há ninguém ali, querida – minha mãe sussurrou, olhando para mim, preocupada.
– Aqui só há nós e essas senhoras.

– É claro que há. Ele está bem ali! – apontei para Austin.

– Ela não pode vê-lo, querida. Nem ouvi-lo
– Dona Vaiola interveio.

– O quê?
– eu disse, irritada.

– Apenas nós, que estamos familiarizados com o oculto, podemos. Eu, Margaret e Meg, que está ali sentada. E você, aparentemente – ela declarou.

– Como assim? Vocês estão familiarizadas com o quê?
– Eu não estava entendendo
nada.

– Bem, você sabe. Aqueles que estão acostumados com o sobrenatural – ela tentou me explicar mais uma vez.

Eu a encarei. Com toda a certeza, aquela velhota era meio maluca.

– Ela está dizendo que apenas nós, bruxas, podemos vê-lo. – Margaret explicou por fim.
– O seu garoto é um fantasma, querida.

– O quê? Claro que não!
– gritei. Todos podiam vê-lo e falar com ele, pelo amor de Deus! Andei em direção a Austin, irritada com toda aquela maluquice.

– Mãe, qual é,deixe de brincadeira. Você pode ver ele, não pode?

Parei bem na frente de Austin e me virei para olhar para ela.

– Mãe?

Ela olhou para mim, alarmada.

– Ah, meu Deus, o que há de errado com vocês?
– berrei e me virei para Austin. Ele olhou de volta para mim com os olhos tomados de desespero.

– Allyson, por favor, não me odeie. Eu sinto tanto... – ele sussurrou suavemente para mim. — Ia contar a você essa noite. Menti para que você não sentisse medo de mim. E... eu estava feliz... por estar com você. Mesmo que por pouco tempo.

Os fogos de artifício começaram a explodir no céu. Centenas de cores dançavam na
escuridão da noite. O Ano-novo havia chegado.

– Você está falando sério?
– eu gritava sobre o barulho dos fogos. Dei um soco raivoso no peito dele.

E minha mão simplesmente o atravessou! Eu me desequilibrei e tropecei para a frente, mas logo retomei o equilíbrio e olhei para Austin, surpresa.

Ele estendeu uma das mãos para mim e, assustada, recuei com passos cambaleantes.

Um dos meus pés ficou preso na raiz de uma árvore e caí de cabeça no chão. Senti uma dor intensa na cabeça a nas palmas das mãos. Ouvia a voz da minha mãe, mas não conseguia entender o que ela dizia. Parecia estar muito distante, uns cem quilômetros dali. Abri os olhos e tentei manter o foco.

Um vento gelado soprava. As chamas das velas tremeluziam, mas não se apagavam. Vi uma silhueta de alguémde pé, ao longe no escuro.

Usava botas pretas e pesadas. Sentia a grama nas pontas dos meus dedos. E, de alguma forma, não sentia mais frio. Nem medo. Tudo parecia se mover em câmera lenta, como se todos nós estivéssemos submersos em água. Não havia mais sons altos apesar de eu ainda poder ver os fogos de artifício dançarem no céu.

Tudo estava silencioso e em paz. Era tão bonito. Ainda era meia-noite? E então o rosto de Austin apareceu junto ao meu. Ele estava deitado ao meu lado, sorrindo.

– Não tenha medo. Você ficará bem.
– ele sussurrou para mim, enxugando as lágrimas que eu nem havia percebido que começaram a cair.

Ele parecia tão calmo e etéreo.

– Não estou com medo.
– sussurrei. Eu me senti calma e segura, pois ele estava comigo.

Austin estendeu um dos braços e pegou minha mão com suavidade. Pontadas agudas correram sobre minha pele onde os dedos dele me tocavam.

Era estranho, mas de uma maneira boa.

– Você me odeia? Por ter mentido?
– ele sussurrou com uma voz entrecortada e tão cheia de tristeza.

– Claro que não. Jamais seria capaz de odiar você, nem em um milhão de encarnações
– falei e logo pensei que aquela era uma expressão muito esquisita para usar, embora eu soubesse que era a mais pura verdade.

Ele, porém, desapareceu lentamente, sumindo do meu campo de visão, engolido pela escuridão que parecia tomar conta de tudo ao meu redor. Tudo estava escuro. Tudo estava silencioso.

Será que ele realmente tinha ido?

Morto e acabado, algo suspirou tragicamente dentro da minha cabeça.

– Austin?
– sussurrei. Estava tudo tão quieto.

Eu não podia ouvir mais a voz dele e
sentia falta disso. Sentia falta do calor que sua voz trazia ao meu coração. De seus olhos prateados e dos sorrisos hipnotizantes. Sentia falta dele.

– Austin?
– Minha voz ondulava na escuridão.

– Não tenha medo.– ele sussurrou próximo a mim, os lábios roçavam em minhas orelhas como penas no ar. – Mesmo que você não possa me ver, sempre estarei bem aqui, ao seu lado.
– Mais uma vez os dedos dele se entrelaçaram nos meus.

Meu coração palpitava ao seu toque delicado.

– Sinto como se sempre estivesse ao seu lado e sempre estarei. Isso faz algum sentido?
– A mão dele apertou ligeiramente a minha.

Mas eu sabia o que ele queria dizer. Porque me sentia da mesma maneira. Como se eu o conhecesse havia mais tempo do que conseguia me recordar, além do próprio tempo, até.

– Uau, Allyson. Você está vendo isso? – ele perguntou, pasmo.

– Vendo o quê?
– Minha voz ainda falhava um pouco.

Tudo estava escuro como breu.

– Toda... essa luz saindo de você, cegante, me cobrindo... tão bonita.
– Ele largou minha mão e meu coração se contorceu com a solidão e frieza que sua ausência me trazia.

– Não... não consigo ver nada. Não sinto nada.
– Algo se moveu para mais perto de mim.

– Pode sentir isso?
– ele sussurrou, como se estivesse a apenas um sopro de distância.

Algo roçou levemente em meus lábios, tão suave que pensei que fosse apenas minha imaginação.

Pontadas de eletricidade se espalhavam por todo o meu corpo, fazendo com que meu coração batesse furiosamente, sobrecarregado, e então senti um solavanco, como se a Terra estivesse voltando no tempo. Se antes parecia que eu estava me afogando, agora então parecia estar voltando à
superfície.

Cores brilhantes explodiam através de minhas pálpebras como fogos de artifício que se acendiam dentro de mim. O som das explosões preencheu meus ouvidos, me ensurdecendo. Eu me sentia tonta, como se fosse desmaiar a qualquer momento.

Ouvia minha mãe falar, com outras vozes, todas tagarelando ao mesmo tempo. O tempo pareceu colidir contra mim, passando depressa, clamando, furioso, para que eu lhe devolvesse os minutos perdidos.

Naquele exato momento, o vento passou a soprar mais uma vez, destruidor, gélido, atravessando tudo que ousava estar em seu caminho, congelando meus ossos e minha alma.

A dor perfurava minha cabeça e agulhas quentes pareciam atravessar minhas mãos.

Grunhi alto em protesto.

– Allyson? Querida? Você está bem?
– Ouvi a voz preocupada de minha mãe e senti ela me sacudir com cuidado.

– Pa... pare de me sacudir, mãe!
– Eu me sentei na grama segurando a cabeça, que começava a latejar de dor.

Respirei devagar, tentando controlar as batidas do coração. Olhei para baixo e vi que havia arranhado minhas mãos. Minha mãe continuou a me examinar, com uma expressão aliviada no rosto ao perceber que eu estava bem.

– O que aconteceu?
– perguntei um pouco desorientada.

As três senhorinhas estavam
agachadas ao redor de um corpo estendido no meio da grama.

– Você caiu e bateu com a cabeça um minuto atrás.
– Minha mãe se ajoelhou ao meu
lado.

– E no momento seguinte aquele garoto apareceu bem ali no gramado! Simplesmente apareceu do nada, Allyson! Não havia nada ali e,um segundo depois, um menino nu estava deitado na grama!
– ela sussurrou, apavorada.

Cambaleante, me levantei depressa, atordoada e com o estômago revolto enquanto caminhava até as senhorinhas.

Quando me aproximei, vi as mãos de Dona Vaiola pousadas sobre os cabelos loiros e lisos do garoto. Ele estava deitado de lado no chão, de forma que eu não conseguia ver seu rosto, mas ele se contorcia e tremia com espasmos sobre a grama.. Estava totalmente nu.

Um medo congelante começou a surgir em meu peito.
Eu conhecia aquele cabelo liso e loiro.

Era Austin.




Notas Finais


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