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História Lost In Paradise - Face the truth!


Escrita por: Sunkrich

Notas do Autor


Escutem a música enquanto leem o capítulo.
Link nas notas finais!

Capítulo 21 - Face the truth!


Fanfic / Fanfiction Lost In Paradise - Face the truth!

O carro estacionou bem em frente á um lugar grande e extremamente bonito, parecendo ser uma casa de shows.  Kylie pagou a corrida e entramos. Infelizmente, não íamos assistir ao show. Ela achou que seria demais pedir ao Mike que nos deixasse entrar de graça.

Um meet já estava de bom tamanho. Bom, não era bem um meet já que íamos entrar depois do show e geralmente os meets eram feitos antes dele...

Andamos até onde ele disse pra irmos. Minhas pernas pareciam não me obedecer. Kylie segurou firme em minha mãe, me ajudando a caminhar.

- Calma- ela sorriu pra mim.

- Não sei se... Não posso fazer isso- falei chorando já.

- Geminha, claro que pode- ela me abraçou- Engula esse choro aí, erga a cabeça e encare-o de frente! Nada de choro!

Sequei as lágrimas com as mãos, literalmente engolindo meu choro. Logo vimos Mike. O cumprimentamos educadamente e ele disse pra esperarmos. Me escorei na parede, sentindo minha vista embaçar ligeiramente.

- O que foi?!- Kylie parou do meu lado, preocupada.

- Nada- menti- Nervoso só!

Esperamos ali, em pé por quase quinze minutos. Mike nos chamou, nos fazendo entrar por uma porta lateral. Havia um corredor grande e bem iluminado. Ele fez sinal pra que seguíssemos até no fim.

- Já avisei que vocês viriam!- ele piscou pra nós- Mas não demorem muito, ok?!

Assentimos, agradecemos e prosseguimos. A porta estava entre aberta. Entramos e demos de cara com Nick, AJ, Howie e ele, Kevin! Fizemos tudo como se realmente fosse um meet. Cumprimentamos todos, dando abraços e eles sendo bem gentis com nós duas!

Ao contrário do que eu esperava, não consegui abraça-lo. O medo, a vergonha por estar naquela situação e o nervosismo me impediram absurdamente de fazer o que meu coração gritava pra que eu fizesse!

 

“Um cinza cintilante

São minhas próprias veias

Algo mais que um sussurro

Algum movimento repentino de meu coração”

 

- Oi- falei somente, emitindo um sorriso fraco.

- Liv?!- ele disse surpreso, mas sorriu de volta pra mim.

- Preciso falar com você- emendei rapidamente- É urgente. Por favor... – pedi olhando-o nos olhos.

Ele assentiu, pedindo educadamente pra que eu o acompanhasse até uma sala ao lado. Olhei pra trás e vi Kylie falando com Nick. Ela me fez um sinal positivo com a cabeça, sorrindo muito e me encorajando! Kevin abriu a porta pra que eu entrasse antes dele, como o perfeito gentleman que era! Eu sentia todo o meu ser implorar por ele, gritando pra que eu ao menos me aproximasse pra um abraço ou qualquer contato maior.

 A saudade também era física! Ele fechou a porta, revelando um espaço como a outra sala anterior. Havia vários móveis e um sofá grande. Continuamos em pé, ele esperando que eu dissesse o que pretendia dizer. Eu não sabia nem por onde começar...

- Ainda não nos cumprimentamos adequadamente- ele veio até mim.

Fui envolvida naquele abraço que eu tanto sentia falta! Fechei os olhos, inalando pela ultima vez o perfume dele. Coloquei a cabeça em seu peito, desabando no choro... Ele ia me odiar quando eu contasse.

- Hey- ele me beijou no rosto- O que foi?!

Tentei dizer alguma coisa, mas fui impedida por uma tontura forte que quase me fez cair ali mesmo. Levei as mãos á testa, abrindo e fechando os olhos com força. Kevin me pegou delicadamente pela mão, me fazendo sentar. O vi se afastar e me entregar um copo de água em seguida.

- Obrigada- agradeci bebendo tudo rapidamente.

Ele se sentou ao meu lado, aguardando. Segurei firme o copo entre as mãos. Por onde começar exatamente?!

- Se sente melhor?!- me perguntou com educação.

- Sim- assenti- Foi só uma... Tontura!

- Estou surpreso em te ver!- sorriu de lado.

- Eu precisava vir- comecei.

- Estou ouvindo- ele se recostou no sofá, olhando diretamente pra mim.

O olhar dele transpassava todo o meu ser. Engoli em seco, sentindo um nó em minha garganta e um aperto no peito que não me deixava respirar. Minhas mãos tremiam muito.

- Não sei... Não sei como começar- falei mexendo no copo entre minhas mãos.

 

“Desisto de teu caminho, você poderia ser qualquer coisa

Desisto de meu caminho, e me perco, não hoje

É muita culpa para pagar”

 

Eu sabia que não tinha muito tempo. Aliás, eu não podia tomar o tempo dele, mais do que já estava fazendo. Respirei e novo, longamente, tentando encontrar forças que nem eu mesma sabia que existiam em mim. Não havia outro modo de dizer. Eu só precisava dizer.

- Me desculpe- me levantei- Eu preciso ir!

Dei alguns passos em direção á porta. Senti ele me puxar delicadamente, me impedindo de sair.

- Liv- me encarou- Quero saber o motivo pelo qual você veio até aqui pra me ver...

Apoiei o corpo na parede. Se eu pudesse, gostaria de ter sido engolida por ela! Eu precisava sair dali o quanto antes. Tinha sido um erro. Ele não precisava saber. Não precisava se com isso ele fosse me odiar.

Não, eu não queria ser odiada! Abaixei os olhos, fitando o chão. Eu já tinha ido longe demais pra fugir.

- Eu estou... - falei com a voz embargada-... Grávida!

Um silencio estranho, desesperador e sufocante se instalou. Senti vontade de rir. Nem eu mesma estava acreditando em minhas próprias palavras!  Deus, eu estava mesmo grávida? Era mesmo real?!

Kevin se matinha do mesmo modo, olhando seriamente pra mim, com a expressão dura, estreitando os olhos e comprimindo a boca. Pela feição dele, ele queria me matar ali mesmo...

- Grávida?!- o tom da voz dele era de deboche.

Levei ás mãos á boca, comprimindo o choro. Eu só queria não ser odiada. Era tudo no que eu conseguia pensar e pedir interiormente.

- Não sei como aconteceu... – comecei a chorar- Eu não sei...

Ele se afastou, se sentando novamente no sofá com as mãos sobre o rosto. Isso durou alguns segundos, mas pra mim parecia ser a eternidade.

- Então você veio até aqui pra dizer que está grávida?!- me disse ironicamente- Que está esperando um filho meu?! É isso, Olivia?!

Balancei a cabeça, assentindo positivamente. As lágrimas escorrendo pelo meu rosto...

- Você era casada quando nós... Quando transamos- falou- E te vi saindo do quarto com George no dia seguinte.

O tom de acusação que ele usou me fez tremer sobre mim mesma. As palavras dele eram duras, acusativas e difamatórias. Eu me sentia humilhada, um nada mesmo... De acordo com ele, eu poderia estar grávida de qualquer um!

- O que te faz ter a certeza de que de eu sou o responsável por essa gravidez?! – me perguntou diretamente.

- Eu não... Não tive nada com meu ex marido depois que... Não tive nada com o George. Somos amigos, ele me ajudou somente... – falei colocando as mãos tremulas dentro da minha bolsa.

Tireis os resultados dos exames que havia feito, entregando á ele. Kevin os tirou rapidamente das minhas mãos. Os pegou e ficou olhando durante um longo tempo... Me encolhi mais sobre a parede.

Eu só queria desaparecer. A expressão que ele tinha era de incredulidade absoluta. Ele me olhou, erguendo os olhos. Raiva, ódio, arrependimento... Tudo estampado naqueles olhos que uma vez me olharam com desejo, paixão e até mesmo carinho.

- Me perdoe- falei baixo, sendo acometida por um choro sentido e convulsivo.  

Ele se levantou, atirando os papéis no chão. Sem que eu esperasse, ele deu um soco na mesa, me fazendo dar um pulo, me assustando absurdamente.

- Me perdoe- repeti- Eu sinto muito... Não queria isso...

- O QUE VOCÊ QUER DE MIM, OLIVIA?!- ele gritou, batendo as mãos na parede, colocando-as ao redor do meu rosto- COMO VOCÊ PÔDE?!- começou a rir- COMO VOCÊ PÔDE FAZER ISSO?!

 

“Adoecido ao sol, você é tão lindo em sua dor

Mas você me manteve pra baixo e gritou que queria que eu morresse...

Querido você sabe, você sabe que nunca te machucaria dessa forma”

 

- Eu não queria- o encarei aos prantos- Juro por Deus que não...

- O QUE VOCÊ PRETENDE?! HÃ?!- me segurou pelo braço- ACHA MESMO QUE SÓ PORQUE ESTÁ GRÁVIDA...  QUE VOU FICAR COM VOCÊ?! É ISSO O QUE QUER?!

- PARE- gritei de volta, colocando as mãos na cabeça- POR FAVOR, PARE...

- EU NÃO VOU, OLIVIA! EU TENHO UMA ESPOSA, DOIS FILHOS E NÃO VOU DEIXAR QUE VOCÊ ACABE COM TUDO ISSO! NÃO VOU DEIXAR QUE VOCÊ DESTRUA A MINHA FAMÍLIA!

- PARE COM ISSO- pedi, sentindo meu coração sendo arrebentado ao meio- PARE, PELO AMOR DE DEUS!

- QUEM É MILA GRACE, OLIVIA?!- ele riu ao dizer isso.

Á menção daquele nome me fez quase desmaiar. Como ele podia saber? Como?! Era impossível! Ninguém, nunca, além das minhas amigas, tinha me ouvido dizer algo sobre aquilo.

- MILA GRACE, A SUA FILHA IMAGINÁRIA COMIGO!- voltou a rir, me olhando como se olhasse pra alguém totalmente insignificante.

Eu me sentia traída, arrasada, totalmente morta por dentro. Eu não sabia como, mas ele havia descoberto tudo sobre mim... Até isso, o meu maior segredo, o que eu guardava no mais fundo da minha alma. Aquele nome significava toda uma vida da qual eu sonhava em viver ao lado dele!

- EU NUNCA QUIS TER UM FILHO- berrei- NUNCA QUIS SER MÃE!

- A NÃO SER COMIGO!- gritou- E pra sua sorte, o seu desejo se realizou!- ele bateu palmas contra meu rosto.

- EU NÃO QUERIA- voltei a dizer.

Kevin se virou, pegando alguma coisa em cima da mesa de centro. Senti algo ser atirado contra meu rosto. Dezenas de notas, jogadas contra mim!

- É DINHEIRO O QUE VOCÊ QUER?!

- NÃO- berrei alto, amassando as notas no chão.

- Por um segundo eu pensei que você fosse diferente- ele apontou o dedo pra mim- Mas você é como todas as outras, Olivia!

Me joguei instintivamente no chão, caindo aos pés dele. Agarrei suas pernas, não o deixando sair.

- AMO VOCÊ- gritei- DESDE SEMPRE E SEMPRE VOU AMAR- senti meus olhos serem inundados pelas lágrimas- Por favor, não me odeie... Não me odeie... Se você quiser eu... Eu tiro! Tiro esse bebê amanhã mesmo se me disser pra fazer isso. Mas não me odeie, por tudo que mais ama, não faça isso comigo, por favor...

Me senti ser erguida bruscamente do chão. Ele me segurou pelos ombros, me sacodindo um pouco.

- Esse filho não é meu- ele riu na minha cara- Peça ajuda ao seu ex marido, ao George ou a qualquer outro homem com quem você tenha dormido- me disse- Eu estou pouco me fodendo pro que você vai fazer!

Kevin me soltou e eu voltei a desabar no chão. Ele abriu a porta com força, batendo-a fortemente em seguida... Fiquei ali, sem ter a capacidade de me mover. Todo o meu corpo tremia, suando frio. Eu não conseguia mais enxergar. Não conseguia chamar alguém pra... A porta voltou a se abrir.

 

“Então fuja, fuja, fuja

E me odeie, se lhe parecer bem

Eu não aguento mais ouvir seus gritos”

 

- GEMINHA!- Kylie deu um grito.

Ela veio e me tirou do chão com a ajuda de Nick e Brian. Fui levada pra fora, passando pelo corredor. Eu ouvia gritos alterados dele, falando com alguém. Assim que viramos o corredor, o vi sentado no chão, as mãos jogadas ao redor do corpo... Ele estava alterado, gritava e chorava muito. Meu coração compreendia sua desconfiança e seu acesso de fúria. Eu jamais poderia odiá-lo! Quando me viu, nossos olhares se encontraram.

O meu, era um pedido mudo de perdão. O dele, o mais profundo pesar... A culpa era toda minha por estar causando isso á ele. Inconscientemente, eu sabia que eu havia desejado aquilo! Eu não tinha o direito de virar a vida dele de cabeça pra baixo. Não tinha o direito de destruir uma vida, uma família pela qual ele havia lutado arduamente pra conseguir...

 

“Exigindo minha resposta

Não se importe em levar a porta abaixo

Eu encontrarei uma saída

E você nunca me machucará novamente”

 

Fomos levadas por Mike até a rua. Ele esperou até que um táxi chegasse. Algo dentro de mim me dizia que nunca mais nos deixariam chegar perto deles. E que eu nunca mais voltaria a vê-lo...

- Me desculpa- falei pra Kylie, chorando.

- Geminha, não... - ela me abraçou chorando também- Não tem importância. Vai ficar tudo bem. Eu sei que vai!

Entramos no táxi e seguimos pro hotel. Assim que chegamos, me atirei na cama. Era como se meu corpo todo tivesse sido espancado. Cada milímetro dele, cada milímetro de mim doía muito... Eu não queira mais viver. Só queria morrer, mais uma vez...

- Me conte o que houve- ela me pediu, falando baixo.

- Me deixe morrer- pedi á ela- Finja que não está me vendo e me deixe aqui- implorei chorando de desespero.

Kylie me abraçou forte. Apeguei-me nela como se apega á um bote salva vidas no meio do oceano!

- Não vou deixar que isso aconteça- me disse chorando- Não volte a dizer isso nunca mais! Se ele não... Nós não precisamos dele. Você e seu filho não precisam dele!

Fechei meus olhos devagar, sentindo o sono me atingir. Tudo o que mais queria e precisava era esquecer tudo. Eu só precisava fingir que nada aconteceu. Se eu tivesse sorte, eu nem mesmo iria acordar no dia seguinte. (...)

 


Notas Finais




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