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História Lost In Paradise - Forgiveness


Escrita por: Sunkrich

Capítulo 38 - Forgiveness


Fanfic / Fanfiction Lost In Paradise - Forgiveness

 

- Quer ir pra outro lugar?!- ele me olhou de um jeito fofo!

Assenti concordando e ele me estendeu a mão pra me ajudar a levantar. Segurei firme nas mãos dele e George me puxou, sorrindo pra mim! Andamos pela areia e entramos no carro estacionado bem perto dali. Eu estava me sentindo péssima! Péssima e bem confusa. Eu não tinha muita noção dos meus sentimentos ou do que estava fazendo. E queria fazer.

- Vai ser muito estranho se eu te convidar pra ir até o hotel onde eu tô hospedado?!- me disse.

- George... – tentei dizer.

- Pra conversarmos- me interrompeu- Nada mais... Prometo que é somente isso! Você tá precisando de um lugar pra ficar e alguém pra conversar!

Concordei, meneando a cabeça. Ele estava coberto de razão! Eu não podia e não queria voltar pra casa. Eu me sentia sozinha, perdida no mundo, sem ter pra onde ir ou a quem recorrer... Ele dirigiu bom um bom tempo até chegarmos no centro de Los Angeles. O hotel era bem ali, aonde tudo acontece! Assim que chegamos, fomos direto pra suíte dele.

- Fique á vontade- disse passando o cartão e me dando passagem.

Olhei ao redor e o quarto era bem decorado, com uma vista panorâmica da cidade! Andei até a cama e me sentei na beirada, suspirando longamente. Minha cabeça doía muito!

- Acho que teria sido melhor se eu tivesse ido pra casa- comentei- Não é certo, sabe?! Ficarmos aqui...

George veio até mim, sentando-se ao meu lado na cama.

- Já disse que não vai acontecer nada. A não ser que você queira!- sorriu grande pra mim.

- Ah, por favor- ri dele- Olha pra mim... Tô imensa!

- E linda!- sorriu de novo- E sexy!

- Não, para- tapei o rosto com as mãos- Tá me deixando sem jeito!

- Pelo menos te fiz rir!- deu de ombros- Não me diga que Kevin não costuma te elogiar...

- Sim ele... Costuma!- falei sentindo uma dor no peito e uma imensa vontade de chorar- Não quero falar nele.

- Me desculpe- ele ficou sério- Sei que não devia me meter nisso, mas acho que ele não está sabendo te valorizar, Liv.

- Ele tem uma família!- disse sentindo meus olhos arderem.

- Não foi com ela que ele... Bom, que ele traiu você!- completou- Não sei que tipo de acordo vocês têm, mas claramente ele não está sabendo ser fiel a isso!

- Eu sei- sequei as lágrimas com as mãos- Foi horrível. Foi desumano. Foi... – caí no choro.

Lembrar de tudo o que eu havia visto era torturante demais. Não seria fácil esquecer. Embora eu tentasse me fazer de forte, por dentro eu estava desabando!

- Você sabe que merece mais do que isso, não sabe?!- voltou a me dizer.

- Mereço?!- ri de mim mesma.

- Você o ama tanto assim?!- me perguntou sinceramente- A ponto de se anular, de achar que não merece, de se sentir tão mal consigo mesma?! Por que não é assim que eu te vejo, Liv!

- E como você me vê?! – o questionei sem medo. Eu sabia muito bem a resposta!

- Liv... – ele sorriu timidamente. O sorriso dele era encantador!

O celular dele tocou. Fomos interrompidos bem na melhor parte! Confesso que fazia muito bem ao meu ego ferido ouvir todos os elogios que ele tinha pra mim! Ele atendeu, indo até o quarto. Esperei por alguns minutos até que ele voltasse.

- Meu pai- me disse- Pra perguntar quando volto pra casa!

- E quando você volta?!- quis saber.

- Depende... – ele olhou pra mim- De quando vou conseguir o que eu quero. O que eu realmente vim fazer aqui!

Fiquei olhando pra ele, sem ter uma resposta. Eu sabia que ele estava se referindo á mim!

- Talvez demore um pouco- respondi- Talvez jamais aconteça...

- Vou tentar- me disse- Sempre vou atrás do que eu quero!

- Imagino que não seja difícil pra você conseguir o que quer – refleti- Mas nesse caso...

- Quer conversar sobre o que houve?!- ele mudou o assunto- Tô aqui se quiser falar!

- Eu nem sei por onde começar- respirei fundo- E não acho que... Que vai ser bom pra você ouvir certas coisas. Não mesmo!

- Quer comer alguma coisa?! Posso pedir pra você- falou- Ou quem sabe você não queira tomar um banho- sugeriu- Você tá precisando!

- Banho?!- ri dele- Precisando?!

- Pra relaxar, Liv- ele riu- Sozinha!

- Certo!- me levantei- Tô precisando mesmo. Acredito em você!

George me acompanhou até o banheiro grande e bem iluminado.

- Tem toalhas limpas no armário- me indicou, abrindo a porta pra que eu entrasse.

Agradeci, entrando e fechando a porta em seguida. Tirei minhas roupas e liguei o chuveiro. Fiquei ali, por um bom tempo pensando em tudo o que eu havia feito. Tinha sido uma noite longa. Longa e cansativa. Pensando melhor, eu não deveria ter feito nada. Eu me sentia culpada e triste. O nó em minha garganta teimava em não se desfazer, o vazio no peito... A compensação momentânea havia ido embora. A dor e decepção ainda habitavam em mim.

Estava acabando de me vestir quando ouvi batidas na porta. Abri e dei de cara com ele me esperando. George me empurrou porta adentro de novo, me segurando.

- Liv- me chamou- O que você sente por mim?!

- O que?!- eu não estava entendendo a atitude dele- Do que é que você tá falando?!

- O que você sente por mim- voltou a repetir- Eu preciso saber. Por favor...

Fiquei olhando pra ele, esperando que ele desistisse da ideia de me perguntar, o que não aconteceu.

- Eu gosto de você- falei rindo freneticamente- Você é lindo, é simpático e... E eu me sinto atraída por você!

Ele sorriu satisfeito, me soltando e me dando passagem. Peguei a toalha pra secar meu cabelo e andei até a o quarto... Meu coração gelou no mesmo instante. Kevin estava  em pé, os braços cruzados e olhando fixamente pra mim. Engoli em seco, sem saber o que dizer ou o que fazer. George veio até nós. Só então reparei que ele estava somente de bermuda, o cabelo molhado...

- Como você...?!- perguntei á Kevin, aterrorizada.

- Disse á ele onde estávamos- George respondeu, me lançando um sorriso- Quando me ligaram...

Então ele tinha feito mesmo tudo isso, planejado cada passo. Mas com que propósito?!

- Vem comigo- Kevin me pegou pelo braço, mas de um modo delicado.

- Não, eu não vou!- me soltei dele- Não quero ir!

- Olivia- ele fechou os olhos, parecendo sem paciência- Vem comigo. Por favor... Vim buscar você!

George veio até mim, me abraçando demoradamente e beijando meu rosto! Eu mal conseguia me mexer. Meu corpo estava todo retesado. O clima tenso no ar que preenchia o lugar.

- Faça o que tem que fazer- ele disse rente ao meu ouvido- O que disser, eu irei confirmar!

Devolvi o abraço, totalmente sem jeito. Kevin nos olhava seriamente, como se quisesse nos matar ali mesmo! Esperei que ele saísse e o acompanhei até o carro, estacionado na rua não muito movimentada. Não dissemos nada durante o caminho. Ele sequer me olhava... Entrei no carro que logo reconheci não ser o dele. Provavelmente deveria ser do AJ ou Nick. Ele girando a chave, arrancando furiosamente o veículo, dirigindo em alta velocidade. Não ousei dizer absolutamente nada!

Descemos pela rodovia, indo em direção á Santa Monica. Kevin parou bruscamente perto de uma praia, fazendo meu corpo ir um pouco pra frente. Ele colocou as mãos no volante, olhando pro outro lado. Prendi a respiração, temendo o choro que não tardaria a vir. Eu odiava a proporção do meu amor por ele. Era ridículo, degradante e vergonhoso. Eu não conseguia odiá-lo. Não importava o que ele fizesse, eu simplesmente não conseguia...

- Você transou com ele?!- ele me olhou, os olhos brilhando de raiva.

- O QUE?!- gritei, sentindo meu corpo congelar de novo.

- Sim ou não- disse firmemente- Você transou com ele, Olivia?!

- Você se importa?!- rir na cara dele- Não finja que...

- NÃO BRINQUE COMIGO!- ele alterou a voz- Não... Não faça isso...

- O que você acha?! Hã?! – o provoquei- Não te devo explicações, Kevin!

Ele ligou o carro novamente e voltou a dirigir. Fiquei olhando pela janela, sentindo as lágrimas escorrem. Eu sabia que tinha cometido um erro. Erro do qual a maior parte de mim, a que o amava acima de tudo, já estava arrependida de tê-lo feito! Ele parou o carro na frente da casa e saiu, batendo a porta com força. Saí em seguida, andando a passos lentos, bem atrás dele. As luzes estavam meio apagadas. O vi encostado no sofá, as mãos sobre ele, cabeça baixa, parecendo pensar. Passei por ele, esperando sabe-se lá o que!

- Suba- me disse taxativamente, a voz entrecortada.

- Não, eu não vou- cruzei os braços na frente do corpo, desafiando-o.

- Por favor- respirou longamente- Vem comigo...

Esperei que ele caminhasse primeiro. Hesitei, mas algo me puxava até lá. Me puxava até ele! Andei devagar, indo em direção ao quarto. A porta já estava aberta. Kevin estava em pé, esperando por mim. Mal tive tempo de fechar a porta atrás de mim quando ele me agarrou, me beijando violentamente., me prensando contra a parede... Fiquei totalmente sem reação, sentindo meu corpo todo amolecer, o ar sendo tirado de mim...

- ME SOLTA!- disse empurrando-o- ME LARGA!

Sem acreditar na minha reação, ele me soltou. Tentei respirar, recuperando o folego. Lágrimas escorreram, me fazendo soluçar de susto, de nervoso, de amor...

- QUE PORRA VOCÊ ESTÁ FAZENDO?!- gritei o mais alto que pude, completamente histérica.

- Me desculpe, Liv- ele tentou me acalmar, fazendo gesto com ambas as mãos- Por favor...

Desabei no choro. Não tinha como não chorar!

- Vá embora- pedi- Por favor. Saia daqui!

Kevin se aproximou, colocando as mãos na parede ao meu redor, na altura da minha cabeça. Os olhos dele encaravam os meus, nos perdendo dentro deles, nos reconectando automaticamente... Quando ele me olhava daquele modo, eu podia ver exatamente tudo o que ele tentava, inutilmente, esconder de mim! Culpa, arrependimento, ciúmes... Era isso o que eu estava vendo!

- Quer mesmo que eu vá?!- a voz dele era calma agora, praticamente um sussurro.

Fechei os olhos, evitando olhar diretamente pra ele. Eu tinha que ser forte, tinha que fazer isso. Por mim, por ele e por todas as vezes que eu havia sido e viria a ser uma fraca, totalmente manipulada por ele, manipulada pelo amor que eu sentia por ele...

- Quero- fui firme- Quero que... Que você vá.

- É por causa dele?!- me interrogou- Pelo que vocês fizeram essa noite...

Voltei a abrir os olhos, olhando pra ele. Kevin não havia se mexido um milímetro sequer.

- Eu não... Eu não fiquei com ele- soltei sem querer, entregando toda a verdade.

- Não?!- ele sorriu, aquele sorriso de canto de boca!

- Vá embora- rebati- Eu tô te pedindo...

- Eu só queria dizer, queria que você soubesse que eu sinto tanto, mais tanto...  – começou a falar. Os olhos dele estavam cheios de lágrimas- Eu fui a pior pessoa que eu poderia ser. Pra você, pra ela... – olhou pra minha barriga.

- Não precisa se... – o interrompi.

- Me escuta, por favor- me disse- Sei que palavras jamais serão o suficiente, sei disso. Eu não deveria ter sido impulsivo, vingativo ter te magoado e te decepcionado tanto... Eu errei. Muito! E honestamente, não sei como reparar todo o mal que te fiz, toda a dor...

- Kevin... – disse o nome dele, chorando muito entre os soluços.

- Eu sei o quanto você me ama. Eu sempre soube! E eu não soube dar valor ao que você sente. Eu te ofereci dor quando tudo o que você me deu foi amor, Liv... – continuou- Só peço que me perdoe, por favor. Eu te imploro... – ele estava chorando- Foi horrível quando pensei que você pudesse... Não posso ficar sem ela, sem a nossa filha. Não posso ficar sem você!- confessou.

Tudo o que eu queria fazer era me jogar nos braços dele. Dizer que eu o perdoava, que podíamos esquecer o que havia acontecido, dizer que ainda podíamos ser felizes, que eu sempre o perdoaria... Sempre! Meu amor não era páreo pra nenhum outro sentimento. Nenhum! Mas eu não podia... Não ainda. Não tão facilmente. Seria o mesmo que provar á ele que eu não tinha o mínimo de dignidade, de amor próprio...

- Ainda podemos conserta isso, Liv- ele sorriu pra mim- Você não precisa dele. Não precisa de ninguém além de mim. Ambos sabemos disso! Vou provar que você pode confiar em mim. Porque eu quero ser fiel ao que combinamos, ao que temos, por mais insano que isso seja, eu quero isso!

- Me deixe aqui- falei somente- Eu preciso ficar sozinha...

Ele assentiu, se afastando. Meu peito doeu quando o vi sair. Eu não queria que ele fosse. Queria que ele ficasse comigo, que fizéssemos amor ali mesmo, como ele havia feito com ela...

- Não vou desistir- me garantiu- Não vou te perder pra ele e nem pra ninguém!- disse fechando a porta.

Eu soube, eu senti no exato momento, que não se tratava de amor. Ele jamais me amaria. Era uma questão de ego, de disputa, de quem ficaria com o premio no final. E o premio era eu! Eu não valia nada pra ele. Era um troféu a ser conquistado. Conquistado pra ser deixado ali, intocável, pronto pra satisfazê-lo, sempre pronta pra ele! (...)



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