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História Lost In Paradise - Lost in Paradise


Escrita por: Sunkrich

Notas do Autor


Escutem a música quando forem avisados!
Link nas notas finais!

Capítulo 43 - Lost in Paradise


Fanfic / Fanfiction Lost In Paradise - Lost in Paradise

Dia 3 de outubro. O grande dia havia enfim chegado! O dia do aniversário dele... Eu mal podia crer que passaríamos o dia juntos. Ou parte dele. Eu realmente esperava que fosse assim. Felizmente, ele não era mais alguém distante a quem eu parabenizava com pensamentos e todo o amor do mundo. Agora eu podia fazer isso pessoalmente! Era estranho e bom crer nisso, era sim.

Acordei cedo. Estava muito ansiosa! Não sabia se podia ligar ou algo assim. Aliás, ele ainda não havia me dado o número do telefone dele, então toda vez que eu precisava falar com ele eu tinha que ligar pro Keith. E isso era uma droga! Mesmo assim, resolvi tentar. Liguei duas vezes. Nada. Era compreensível. Muito cedo ainda pra receber telefonemas, mesmo que fosse o aniversário dele!

- Geminha! Bom dia!- Ky entrou no quarto.

- Bom dia!- sorri.

- Sei que ainda é cedo e você sabe como eu odeio acordar a essa hora, mas andei pensando em uma coisa...

- Em que?!

- No que você vai fazer pro Kevin!- me disse- Eu adoro surpresas! Principalmente organizar!

- Eu não sei- respondi sem jeito- Não pensei em nada. Mas espero que... Que ele venha- comentei- Já liguei pra ele.

- Conseguiu falar?!

- Não - dei de ombros.

Tirei Mila do berço que já chorava pra sua terceira mamada matinal e desci com Ky até a cozinha. Encontramos Shay e Sophia tomando café da manhã.

- Senta aí!- Sophia me disse- Vou te fazer um leite com achocolatado!

- Obrigada sis!- agradeci.

- Grande dia hoje!- Shay deu uma mordida no pão.

- Ainda não consegui falar com ele- reclamei.

Tomamos o café, conversamos um pouco e subi de volta pro quarto. Mila precisava dormir. As meninas iam pegar um táxi até Los Angeles. Eu ia aproveitar pra tentar novamente. E assim o fiz. Uma, duas, três vezes... Nada! Voltei a dormir! (...)

 

Almocei sozinha, com minha filha em meu colo. As meninas até tinham me chamado pra ir com elas, mas eu estava totalmente sem vontade. O fato de não conseguir falar com ele já estava me angustiando. E muito!

- Será que não vamos conseguir falar com seu papai, meu amor?!- falei pra Mila, enquanto trocava sua fralda.

Passei o resto da tarde vendo TV e organizando o material da Universidade. Eu ainda podia estudar online até que Mila completasse seis meses. E isso era maravilhoso, poder ocupar meu tempo! As meninas chegaram por volta das 17h.

- E aí, conseguiu?!- Shay disse entrando com várias sacolas, colocando-as no chão.

- Não- respirei fundo- Já cansei de tentar...

- Mas você não pode desistir!- Kylie me disse.

- Não mesmo!- Sophia concordou- Toma aqui! Ky quem escolheu!- ela me entregou uma sacola.

- Pra hoje à noite, geminha!- ela bateu palmas animadas.

Abri o embrulho e havia um vestido ali. Muito bonito, marsala, relativamente curto e ligeiramente decotado!

- Obrigada!- agradeci dando um beijo nela- Amei!

- Estive pensando aqui- Shay disse- Será que o George não sabe de alguma coisa?! Ele tá sempre ligado no que os caras estão fazendo, cheio de amizade com os seguranças e tudo...

- Eu não gosto dele- Sophia cruzou os braços, fechando a cara- Já sabem minha opinião!

Mesmo contrariando-a, peguei meu celular e liguei pra ele. Assim, como quem não quer nada...

- George?!

- Oi linda! Como está?!- a voz dele era de sono.

- Bem e você?!

- Melhor agora!- ele me cantou descaradamente, como sempre fazia- Hoje não é o grande dia?!

- Se está se referindo ao aniversário dele, sim, é!- respondi suspirando.

- Devo me sentir lisonjeado por estar me ligando justo hoje?!- ele riu do outro lado.

- Na verdade, tô ligando porque preciso da sua ajuda!- falei sem rodeios- Não consigo falar com ele... E isso tá me matando!- confessei.

- Eu não sei aonde mais ele poderia estar a não ser com a família- me disse.

- Mas por que não me atender?! Eu não entendo... – comecei a querer chorar.

- Hey- me chamou- Vou ver o que eu consigo, ok?! Me espere aí daqui a duas horas. Passo pra te pegar!

- Obrigada. Mesmo!- agradeci.

Desliguei o telefone, me sentindo extremamente ansiosa.

- E aí?!- Ky quis saber.

- Alguém vai ter que ficar com a Mila!- dei um meio sorriso.

- Não acredito que vai sair com ele- Sophia disse irritada- Eu não gosto desse cara! Isso vai dar merda!

- Mas é o que tem pra hoje, né?!- Shay se meteu, olhando feio pra ela- Vai amiga! Você não perde nada tentando. Se é ele quem vai te ajudar, então que seja!

- É geminha- Kylie também disse- É só não se deixar levar por ele, o que deve ser bem difícil, já que ele é gato, mas...

- Eu sei!- ri delas- Isso não vai acontecer. Vocês sabem que eu só quero saber dele. Kevin!- encerrei o assunto.

Deixei elas cuidando da Mila e fui me arrumar. Aceitei a sugestão de colocar o vestido. Saltos, maquiagem, algumas pulseiras e um colar e só. Me olhei no espelho e a pergunta que me veio a mente me fez dar um salto, embaçando minha vista e bagunçando mais todos os meus sentimentos. Eu estava me arrumando pra quem?! Era mesmo pra ele?! É claro que é, pensei de imediato, afastando esses pensamentos.

O fato de Kevin estar incomunicável estava me matando. Justo agora que eu mais precisava dele. Do carinho, da atenção, do amor... Era bem difícil ter que lidar sozinha com a minha filha, nossa filha. Ele sempre estava presente, era verdade. Mas eu sentia que, o nascimento da nossa filha acabaria nos separando. Eu não sabia o porquê, mas sentia isso. Obviamente que um bebê muda a rotina de um casal. E nós nem éramos um casal, então não é difícil imaginar como era isso...

- Sua carona chegou- Sophia bateu na porta do banheiro, me chamando.

Abri a porta e saí, vendo Ky e Shay brincando com a Mila em cima da cama.

- Linda amiga!- Shay me jogou um beijo.

- Muito geminha!- Ky concordou.

- Obrigada amores!- sorri pra elas- Mas tenho que ir!

- Cuidado!- Sophia me olhou seriamente.

- Eu já sei!- mostrei a língua pra ela- E cuidem bem da minha bonequinha!- me sentei na cama, beijando o rostinho da Mila- Mamãe já volta, meu amor! Preciso procurar seu papai, tá bem?! Hoje é um dia muito importante pra ele!

Antes de sair, a peguei no colo e a amamentei. De todo modo, eu não podia passar muito tempo fora. Ela mamava sagradamente de duas em duas horas! Fiz ela dormir, me despedi das meninas e desci. George estava me esperando na porta de casa. E como sempre, com todo o charme e estilo do mundo!

- Oi sexy!- ele me beijou demoradamente no rosto.

- Você não tem jeito mesmo!- dei um soco de leve em seu braço- Abusado!

Rimos e ele me levou até o carro, abrindo a porta pra que eu entrasse. Fomos conversando enquanto ele dirigia. Eu não sabia pra onde ele estava me levando e nem sequer tinha tido a ideia de perguntar. Peguei o celular mais uma vez, tentando ligar pra ele. Nada de novo! O carro estacionou pouco depois, em meio á uma paisagem bonita, cheia de colinas e mansões luxuosas. Imediatamente eu soube onde estávamos. Santa Clarita!

(Escutem a música)

“Estou acreditando

Em algo tão distante

Como se eu fosse humano

E estou negando

Esse sentimento de desesperança

Dentro de mim, dentro de mim”

 

- Liv- George tocou meu braço- Preciso te dizer algumas coisas antes de irmos...

- Eu sei que... Que aqui é a casa dele- falei com a voz embargada.

- Vamos tentar entrar- me disse- Falei com o Keith e ele vai tentar ajudar.

- Obrigada- respondi somente.

Saímos do carro. A rua estava bem movimentada com vários carros e pessoas entrando em um lugar que parecia ser um salão de festas ou algo assim. Caminhamos juntos, parando na portaria. Não nos deixaram entrar, obviamente. George pediu pra que chamassem o Keith. Não demorou pra ele aparecer.

- Liv?!- a cara dele mudou assim que me viu- O que tá fazendo aqui?!

- Ela veio comigo!- George disse.

- Eu disse que ia te ajudar a entrar porque você disse que ia entregar um presente ou algo assim- Keith olhou feio pra ele.

- Liv é o presente!- disse em tom de sarcasmo.

- É melhor você ir- Keith me disse.

- Eu preciso falar com ele, por favor- pedi.

- Liv... – ele ainda me olhava- Sugiro que evite problemas. E eu garanto que vou te impedir de fazer isso!

- É o aniversário dele- respondi com raiva- O que você quer que eu faça?!

Ele nos analisou, coçando a cabeça. Eu sabia que não ia adiantar...

- Sinto muito- fez um gesto com as mãos, voltando pra dentro.

Sem ter o que fazer, voltamos pro carro. Eu estava arrasada!

- Quer ir pra casa?!- George me perguntou.

- Ainda não- falei olhando pros lados.

Alguma coisa me pedia pra permanecer ali. Não dissemos nada, apenas esperamos. Eu não sabia o que estava acontecendo, não sabia mesmo. Há dias estávamos bem e agora ele me ignorava completamente... Por Deus, o que é que eu tinha feito?!

“Todas as promessas que fiz

Só para te decepcionar

Você acreditou em mim, mas estou destruída”

 

- Eu, de você, não olharia pro frente- ele me disse, olhando pelo vidro.

Virei minha cabeça, sendo extremamente teimosa. Se eu soubesse o que viria a seguir, eu jamais teria vindo... Ele estava com ela! Andando juntos, os dois filhos ao lado, sendo guiados por uma mulher, possivelmente uma babá. E então ali estava eu, prestes a morrer novamente, prestes a sucumbir diante de toda a dor...

“Não tenho mais nada

E tudo que eu sinto é este desejo cruel

Pelo qual estivemos caindo esse tempo todo

E agora estou perdida no paraíso”

 

- Melhor irmos- George fez menção de ligar o carro.

- NÃO- gritei- Não vamos. Eu... Eu preciso ver.

- Acho que você já viu o bastante- disse me olhando- Durante todo esse tempo... Coisa demais pra ainda insistir, Liv. E você sabe disso! Sabe que nada vai mudar.

Assenti, deixando as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Nunca seria eu. Nunca. George tinha razão. Ele nunca seria meu, afinal. Não do modo como eu queria. Kevin era pra mim como um sonho atingível, mas temporário. Pequenos momentos que me eram dados. Uma mísera noite já era o suficiente para viver o mundo com ele!

Sem que ele notasse, abri a porta do carro devagar.

- Aonde você...?!- George tentou me puxar de volta pra dentro do veículo.

Caminhei devagar a passos firmes, o olhar fixo neles que tinham parado pra conversar com um casal. Senti George me segurar pelo braço, caminhando ao meu lado. Eu podia vê-los, eles não estavam muito distantes... Os filhos dele eram tão lindos! Minha filha se parecia com eles... E ela?! Kristin era maravilhosa! Bonita, alta, fina... A mulher perfeita e ideal pra ele! Por que ele iria querer alguém como eu sendo que tinha a ela?!

Andei até que ele pudesse me ver. Nossos olhares se encontraram no momento em que parei, no meio da rua, a poucos metros de onde estavam... Ficamos nos olhando. O olhar dele era um misto de surpresa e raiva, principalmente. O meu, de desapontamento e dor. George me pegou pela mão, me levando alguns metros a mais.

- Kevin- ele o cumprimentou, estendendo a mão á ele- Não podia deixar de vir e parabeniza-lo!

Kevin pegou a mão dele, segurando firme e balançando a cabeça. Ele ainda me olhava fixamente, sem se importar que percebessem. George cumprimentou Kristin com um beijo no rosto. Ela foi extremamente simpática com ele. Talvez já o conhecesse...

- E essa moça?!- ela me olhou, sorrindo muito.

Sorri de volta, fitando o chão em seguida. Meu corpo todo tremia. Nervoso, medo, dor, angustia...

 - Olivia- ele disse á ela- Minha namorada!- me dando um beijo demorado no rosto.

- Ela é linda!- disse, olhando pra mim.

Não ousei dizer nada. Kevin tinha o olhar distante, o semblante sério... Ódio! Era isso o que eu via nele. Uma imensa vontade de me matar ali mesmo, de matar á mim e ao George.

- Ela é mesmo linda, não é Kevin?!- George o provocou.

“Por mais que eu queira

Que o passado não exista

Ele ainda existe

Por mais que eu queira

Sentir que pertenço a esse lugar

Estou tão assustada quanto você”

 

- Todas as suas namoradas são- Kevin disparou no mesmo tom- Todas elas! Nada menos do que isso...

O clima era tenso. Eu me sentia presa, sufocada, sem ar... Eu só queria correr dali, fugir pra qualquer outro lugar. Desaparecer. Alguém a chamou de longe. Kristin acenou animadamente.

- Se me dão licença- pediu educadamente, tocando meu braço- Foi um prazer conhece- la!- me disse.

Saímos andando de volta pro carro e vi Kevin fazer sinal pro Keith. Eles conversaram um pouco enquanto ficamos parados ao lado da calçada, esperando o que quer que fosse acontecer... Peguei minha bolsa de dentro do veículo e a segurei rente ao corpo. Eu precisava de algo. Seu eu pudesse, seguraria minha filha! Mila me daria forças pra suportar.

- Que merda- George me disse- Sinto muito por isso!

E embora estivesse se mostrando solicito, eu sabia que ele não se importava. Mais do que tudo, ele queria ganhar! Derrotar Kevin Richardson era algo que significava muito pra ele. E eu era o troféu, o grande premio a ser disputado!

- Liv- Keith me chamou de lado, me assustando- Vem comigo!

Andei com ele rapidamente, logo em frente. Ele abriu um carro enorme, preto e grande, me fazendo entrar ali.

- Espere aqui- me ordenou.

Os vidros eram escuros e mal dava pra ver alguma coisa, somente as luzes do lado de fora e o barulho de música vindo da festa. A porta do lado contrário ao meu bateu com toda a força, minutos depois. Emiti um grito alto e fino, devido ao susto.

- Kevin?!- falei vendo-o ao meu lado no bando traseiro.

Ele olhava pras próprias mãos, balançando as pernas. O cabelo estava presto e ele vestia um terno preto. Ele estava lindo! O perfume dele, como sempre, inebriando todo o lugar...

- O que você veio fazer aqui?!- a voz dele era baixa e ele mal me olhou enquanto dizia.

- É seu... É seu aniversário- respondi gaguejando- Eu só queria... Ver você!- confessei.

- Me ver?!- ele riu sarcasticamente, meneando a cabeça- Aqui?! Na minha casa?! Com a minha família?!

Eu não sabia o que dizer. Mesmo! Ele estava coberto de razão. Que direito eu tinha de vir?!

- Me desculpe, eu só... Senti a sua falta- comecei a chorar- Mila também. Eu só queria te desejar os...

- MILA É UM BEBÊ, OLIVIA!- ele gritou, me interrompendo.

- Desculpa, eu...

- QUE PORRA VOCÊ ACHA QUE TÁ FAZENDO?!- voltou a gritar, gesticulando- QUE PORRA VOCÊ SEMPRE ESTÁ FAZENDO, NÃO É?! SEMPRE E SEMPRE E SEMPRE...

- NÓS TAMBÉM SOMOS SUA FAMÍLIA!- gritei na cara dele- MILA, SUA FILHA! ELA É SUA TAMBÉM!

Caí no choro, escondendo o rosto com as mãos. Ele não tinha mesmo um pingo de piedade, de compreensão, de amor... Nem mesmo depois de termos passado por tudo, por todas as coisas maravilhosas, depois de termos nossa filha...

- Foi ele quem te trouxe aqui?!- me perguntou, referindo-se ao George- Quem teve a brilhante ideia de te trazer até aqui?!

Apenas neguei com a cabeça, insistentemente. Repetidamente.

- Ele não...

- Onde está a Mila?!- quis saber.

- Com as meninas- falei ainda chorando.

- Você... - ele riu nervosamente, decepcionado- Olívia, me diz que não tá saindo com ele...

- NÃO- gritei- EU SÓ QUERIA VER VOCÊ, FALAR COM VOCÊ... SÓ QUERIA QUE VOCÊ TIVESSE IDO NOS VER, NO DIA DO SEU ANIVERSÁRIO...

- Vá embora- me disse decidido- Agora!

- Kevin... – pedi chorando- Por favor...

- O que você quer de mim?!- disse sarcasticamente.

- Dizer que... – me aproximei dele, passando as mãos em seu rosto- Que eu amo você!

O vi fechar os olhos, trancando a boca fortemente. Aproveitei e beijei seu rosto demoradamente. Era tudo o que eu mais queria!

- Fica comigo- pedi- Depois. Quando puder... Vou te esperar essa noite. Pra comemorarmos. Eu, você e nossa filha!

Ele se afastou, segurando minhas mãos.

- Não- disse somente- Não Me espere. Só... Vá embora. Por favor. Faça isso!

- Você vai... Me trocar por ela?!- perguntei sentindo todo o ódio dentro de mim.

“Fuja, fuja

Um dia, não sentiremos mais essa dor

Leve tudo embora

Sombras suas

Porque elas não me deixarão ir embora

Até que eu não tenha mais nada”

 

Mas é claro que ele ia. Sempre! Eu ainda não havia entendido que, pra ele, eu sempre seria a segunda opção. Kristin era mais bonita, mais elegante, a que todos conheciam e amavam. Mas acima de tudo, ela era a mãe dos filhos dele! Ela era o sinônimo de família perfeita, a que ele apresentava pra mídia, pros fãs... Eu não era ninguém.

Ele desceu do carro, batendo a porta. Abri rapidamente a minha. Eu precisava ir atrás dele.

- KEVIN- o chamei, vendo-o se afastar.

O que mais me doía era ver que ele não se importava. Ele realmente não dava a mínima pra mim e pros meus sentimentos, pelo que eu estava sentindo. Corri o mais que pude, tentando alcança-lo. Ele andava a passos largos até o outro lado.

- Por favor... - toquei o braço dele.

Kevin me olhou intensamente. Decepção. Pena. Ódio. Eu realmente estava estragando a festa perfeita, a grande comemoração com a família, com a esposa... Ele apenas se virou, fazendo um sinal com a mão pro Keith, que veio rápido até mim.

- Liv, por favor, não cause problemas- ele me puxou pelo braço- As pessoas estão olhando.

- FODA-SE!- gritei a plenos pulmões- EU NÃO ME IMPORTO! EU QUERO QUE TODOS SAIBAM...

- Liv- George apareceu, me pegando pela mão- Melhor irmos embora.

- NÃO- me soltei dele e de Keith- EU NÃO TENHO MEDO. ELE NÃO QUER QUE AS PESSOAS SAIBAM QUE... – parei de dizer.

Eu não podia fazer isso. Não ali, no meio de todo mundo. Algumas pessoas já estavam realmente olhando pra mim. Nem sinal dele. Provavelmente já devia ter entrado. Notei Nick e AJ se aproximando.

- O que houve?!- Nick perguntou.

- Liv querida, o que tá acontecendo?!

Eu não consegui dizer nada, apenas caí no choro. George contou a ele o ocorrido. Ele e Nick prestavam atenção, tentando entender.

- Vem comigo- AJ me chamou.

Eu sabia que ele só queria me ajudar. Segui com ele, Nick, Keith e George até o carro. Meu estomago doía, minha cabeça, meu corpo, tudo, exatamente tudo... Eu só queria gritar e correr, pra sempre, sumir... O choro voltou. Forte, rasgando meu peito, deixando esvair toda a dor que havia. Nova dor. O mesmo motivo. Sempre ele. Sempre!

Me sentei na calçada, sentindo minhas pernas e mãos tremerem. Um gosto ruim veio até a minha boca, seguido de uma ânsia. Acabei vomitando ali mesmo. George me socorreu. Nick saiu, voltando segundos depois com uma garrafa d’água, provavelmente trazida de dentro da festa.

- Querida- AJ se sentou ao meu lado- Sei como se sente e eu sinto muito que esteja passando por isso!- ele pegou em minha mão, acariciando de leve.

- Eu só queria que...- respondi engolindo o choro- Só queria vê-lo. Dar o presente á ele...

- Eu sei. Eu sei- ele me abraçou forte.

- Quero morre- falei enterrando a cabeça no ombro dele, chorando convulsivamente.

- Não- ele enxugou minhas lágrimas com a ponta dos dedos- Não diz isso. Mila precisa de você. Você precisa ser forte por ela, ok?!

Assenti, concordando. Era a única coisa que eu podia fazer. George me levantou, me pegando pela mão, me aparando. Ele me levou até o carro, me colocando ali dentro. Nick e AJ continuaram ali, assim como Keith. Certamente pra ter a certeza de que eu não causaria problemas.

- Cuide-se!- AJ me beijou no rosto- Pode me ligar se quiser conversar. Vou te mandar o numero essa noite, por Direct, tudo bem?!

- Sim, eu... Obrigada!- respondi, forçando um sorriso.

- Kevin gosta de você- Nick sorriu também, metendo a cara no vidro aberto- Eu o conheço, então acredite em mim!

Sorri pra ele também. George se despediu e entrou do lado do motorista. Não disse nada ao Keith. Nesse momento, eu o odiava também. Coloquei a bolsa em meu colo. Só então me lembrei do presente guardado ali.

- AJ?!- o chamei, vendo- o se aproximar de novo- Será que você... Entregue pra ele- dei o embrulho pequeno na mão dele.

- Esteja certa de que ele vai receber!- me garantiu, colocando o embrulho dentro do casaco.

George ligou o carro e saímos. Tudo o que eu queria era me matar. Nada me importava mais. Por Deus, como ele havia podido fazer isso, como?! Depois de tudo... Enfim eu havia chegado á estaca zero. De novo! Sempre era o mesmo recomeço... Voltamos pra casa. O carro estacionou.

- Obrigada por tudo. Como sempre- falei quase sem forças.

- Não por isso. linda!- ele sorriu pra mim- Me ligue.

Abri a porta e saí. Entrei mal conseguindo subir as escadas. Encontrei com as meninas andando pela sala. Mila gritando a plenos pulmões, de fome.

- O que foi que aconteceu, geminha?!- Ky me perguntou.

- Sua cara tá péssima- Sophia observou- Foi o gringo, não foi?!

- É claro que não!- Shay socou o braço dela de leve.

Peguei Mila do colo da Ky, me sentei na poltrona com ela e comecei a amamenta-la.

- Amiga, o que aconteceu?!- Shay se abaixou ao meu lado.

Neguei com a cabeça. Eu não queria contar. Se contasse, acabaria chorando. Elas saberiam depois. Me levantei e subi as escadas em direção ao quarto. Abri a porta, me deitando na cama com Mila. Nenhuma delas veio atrás de mim, felizmente.

Peguei o celular dentro da bolsa. Uma mensagem. AJ tinha me mandado uma mensagem e o numero do seu celular, como havia prometido.

 

“Espero que esteja melhor. Já sabe que pode me ligar, se quiser”.

Sorri pra mim mesma. (...)

 

 

 


Notas Finais




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