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História Lost In Paradise - Kiss it better, baby!


Escrita por: Sunkrich

Notas do Autor


Escutem a música até o fim do capítulo
Link nas notas finais!

Capítulo 48 - Kiss it better, baby!


Fanfic / Fanfiction Lost In Paradise - Kiss it better, baby!

Eu jamais sonhei em passar essa data nos Estados Unidos. E o fato de poder estar fazendo isso me deixava muito animada! Ah, o Halloween... O dia perfeito pra nos fantasiarmos e sermos o que quisermos ser, sem desculpas, apenas oculto pelas nossas fantasias. E fantasia era uma ótima palavra pra definir este dia!

Eu não costumava sair, ir á festas ou algo do tipo. A maternidade me mantinha presa, do modo mais cruel. Eu estava praticamente sozinha. Ninguém pra me fazer companhia. Curiosamente, após o termino de uma das aulas, Matt, um cara da minha sala me convidou pra uma festa em sua casa. Todos da minha turma iam. Segundo ele, não seria aquela coisa idiota do dia 31 de outubro, mas ainda assim seria uma festa de Halloween. Aceitei de imediato!

Mal sabia ele que o que eu mais queria era justamente aquela coisa idiota de sair por aí fantasiada pedindo doces. Uma das coisas que sempre quis fazer na vida! Meu lado americano era estranho! Corri pra casa, pensando na minha fantasia. Eu devia ir fantasiada?! Logo recebi uma mensagem no grupo do WhatsApp. Pra minha má sorte, a festa seria em Santa Clarita!

Tudo bem que ir até lá não queria dizer nada. Eu não ia topar com ele em cada esquina. Com certeza ele passaria com a família. A família perfeita o oficial que ele exibia por aí nas redes sociais. Eu e Mila éramos a parte oculta. A que ele usava sob a máscara... Lá pelas 18h, comecei a me arrumar. A babá ficaria com a Mila. Eu já disse que odiava o fato de ter que deixa-la?! Mas era isso ou acabar enlouquecendo.

Presa, sendo mãe todo o tempo, perdendo minha identidade, minha feminilidade, sendo apenas mãe... E eu não queria isso. Jamais quis! Ter uma filha dele era o meu sonho realizado. Mas eu não podia me definir sendo somente a mãe da filha dele. Olívia lutava pra continuar existindo dentro de mim...

Por falta de opção, por ter sido pega de surpresa pelo convite, optei por rasgar um vestido branco e curto. Peguei um pedaço de tule da mesma cor de uma saia e fiz o melhor que pude até transformar tudo aquilo em um vestido de noiva. Ironia do destino?! Abusei da maquiagem pesada, coloquei uma sandália e era isso. A noiva cadáver! Outra ironia! É, talvez eu estivesse prestes a morrer dentro de mim mesma, perambulando com o corpo por aí...

Cuidei de Mila, dando banho e amamentando-a. Depois, pedi um Uber e saí. Aquele frio bem dentro do meu ser. Aquela certeza. A euforia de quando algo grande e libertador estavam por vir. Eu não conhecia o lugar. Tinha ido apenas uma única vez então eu não sabia mesmo, não lembrava nem sequer de que lado ficava a casa dele. Paguei a corrida e entrei pelo portão grande e bem iluminado da grande casa.

A uma hora que passei ali foi ótima! Consegui, finalmente, socializar. Fora o desconforto de ver a reação chocada das pessoas ao saberem que eu era mãe solo, tudo tinha sido ótimo. Como assim eu não tinha um namorado?! Como assim eu tinha deixado minha filha em casa, com a babá?! Que tipo de mãe horrível eu era e que sai pra se divertir?! Quando percebi isso, decidi que estava na hora de ir embora. Não importava o lugar, os conceitos eram sempre os mesmos.

Pedi outro Uber. Estava quase entrando quando o vi passar de carro com a família. Eu seria capaz de identifica-lo em uma multidão... A família perfeita! A família que eu nunca teria. Não, ele não tinha me visto. Se tivesse, estaria me mandando mensagem. Era assim que ele sempre resolvia tudo. Á distancia... Era bem mais simples, sem se expor, me prendendo, pela menor coisa que fosse por um pequeno texto no celular. Outra ironia! O dia 31 de outubro era perfeito para possessões. E eu sentia como se ele tivesse me possuído de fato, assumindo todo o controle sobre mim...

Respirei. Pedi que o motorista me deixasse no centro de Los Angeles. Passei pela Walk of Fame, vendo algumas pessoas fantasiadas, felizes com suas vidas perfeitas... Ou será que elas não eram tão perfeitas assim?! Por que elas pareciam ter tudo e eu não tinha nada?! Isso era mesmo justo?! Entrei em uma loja de bebidas. Comprei uma garrafa de vodca e um maço de cigarros. Comecei a andar, á esmo, sem rumo... O que eu estava fazendo mesmo além de me divertir?! Ah sim, estava sendo uma mãe horrível, além de ser a amante de um homem casado! A perfeita destruidora de um lar!

Um carro passou bem devagar por mim, virando na esquina. Definitivamente não era comigo. Eu não conhecia ninguém. Era como uma intrusa naquele lugar maravilhoso, caótico e cheio de cores!

- Olívia?! Liv!- ouvi me chamarem.

Eu ainda devia ter esse nome, então sim, era comigo! Parei no meio fio e me virei pra olhar. O carro já tinha estacionado. Segui andando... Eu não tinha interesse algum de falar com quem quer que fosse.

- Espera!- alguém tocou meu braço- Hey... ESPERA!

Sim, era ele. Em que mundo eu imaginei que pudesse encontrá-lo justamente ali?!

- Oi AJ- falei rindo.

- O que tá fazendo aqui?!- ele olhou pros lados.

- Andando por aí... - segurei a garrafa de vodca e o cigarro nas mãos.

Ele me olhou seriamente, coçando a cabeça.

- Não quer vir comigo?! Podemos andar juntos por aí...

- Não sei não- comecei a me equilibrar muito mal- Não acho que seja uma boa ideia.

- É Halloween!- ele riu alto- Usamos máscaras e tá tudo certo!

- Máscaras, fantasias... – respondi- É, se fingirmos, tá tudo certo!

O segui até o carro e entramos. Deitei a cabeça no banco, vendo tudo rodar... Uma merda sem fim!

- Mila está em casa?! Com a babá?!

- Não, a deixei na rua, tomando sereno e tudo- falei o mais sarcástico que pude.

- Só queria saber se ela tá segura, entende?!- ele ficou sério.

- Claro! Típico pensamento machista- voltei a dizer, fula da vida!

- Não vamos começar mal- ele me olhou enquanto virava uma quadra- Vamos?!

- Tanto faz- dei de ombros- Pode me deixar aqui se quiser. Sei como me virar sozinha!

- Sei que sim- ele deu outra risada- Mas não vou fazer isso.

Ficamos calados, finalmente. Nada de bom podia ser dito por mim naquele estado. Eu não tinha a mínima ideia de onde estávamos indo. Mesmo!

- Tá me levando pra onde, hein?!- perguntei, tentando reconhecer a paisagem da auto estrada.

- Quer ir pra sua casa?!- me perguntou.

- Não- neguei com a cabeça- Aquela casa não é minha. É dele! E preciso de um tempo sendo mulher e não mãe. Amo minha filha, mas não quero ser mãe. Tem horas que é bem difícil... – confessei.

- Imagino que seja- ele assentiu.

O carro estacionou não muito depois em um tipo de hotel ou algo assim, eu não me lembro muito bem. AJ me ajudou a sair do carro e entramos discretamente e rapidamente pela porta lateral do lugar. Grande. Bem iluminado. Chique! Pegamos o elevador e tudo que eu me lembro é de ver tudo borrado e girando, só girando...

Ele abriu a porta e me deixou entrar primeiro.

“Você sabe que sempre faz do jeito certo

Cara, que se dane seu orgulho, só me faça sua de novo

Me faça sua de novo garoto, me faça sua a noite toda

Só me faça sua de novo, me faça sua de novo

Faça o que for, me faça ficar acordada a noite toda

Está me machucando muito cara, e dói por dentro

Quando eu olho em seus olhos”

 

- Preciso de um banho. Eu posso?!- pedi.

- Deve!- me disse rindo- Vou pegar algo pra você beber!

Entrei no banheiro, me sentando na beirada da privada. Deus, que merda! Coloquei as mãos no rosto, segurando firme as beiradas... Respirei fundo e tentei não rir. Meu corpo todo parecia querer cair ali mesmo. Eu não podia nem com meia garrafa de vodca... Aliás, eu a havia deixado dentro do carro. Merda de novo!

Tirei as roupas com raiva. Liguei o chuveiro e entrei. Por sorte a água não estava gelada. Deixei a água escorrer, limpando todo o meu ser, recompondo minha consciência... Acho que fiquei ali uns dez minutos. Peguei a toalha e me sequei, vestindo meu vestido branco. Eu nem sabia aonde tinha deixado meus sapatos também. Ou minha bolsa!

Abri a porta e o vi. Sentado na cama. As mãos no meio das pernas entreabertas despojadamente, sem qualquer tipo de preocupação...

- Meus sapatos. Minha bolsa- perguntei - Você viu?!

- No carro- ele fez sinal com a mão- Quer que eu vá buscar?!

- Não precisa- me sentei na cama- Não vou usar agora.

Ficamos em silencio de novo. E o silencio meio que dizia tudo o que não tínhamos coragem de dizer. Talvez fosse por causa da bebida. Ou não.

- Quer conversar?!- me disse gentilmente- Me contar o que houve...

- Prefiro te poupar dos detalhes da minha vida agitada e ótima na Califórnia!- falei em tom de deboche.

- Não gosta daqui?! Não é feliz aqui?!- ele torceu as mãos- Com ele?!

- Eu não quero falar dele. Não hoje. Não agora- falei rispidamente.

E pela primeira vez eu não queria mesmo falar sobre ele. Não tinha a mínima vontade. Eu estava bem cansada de tudo...

- Então vamos mudar de assunto- ele se ajeitou na cama- Sobre o que quiser.

E foi como se um fogo, um espírito ou minha vontade mesmo tivesse tomado conta de mim. Não importava. Bêbada ou não, era o que eu sentia. Bem no fundo, reprimido, por mais ínfimo que fosse, aquilo estava ali. Como um leve incomodo no meio de todo o amor, de toda a certeza. Aquela incerteza que às vezes te fazer pensar, que te faz rir e seu ego fica enorme, prestes a explodir... Kevin era a certeza, o amor. Éramos perfeitos juntos! Mas com AJ eu tinha atenção. Ele me ouvia, prestava atenção em mim, em quem eu realmente era.

- Preciso de água- pedi.

Ele me entregou uma garrafa de água com gás, pegando-a no frigobar e colocando uma parte no corpo. Bebi apressadamente. Ele achava que era pela bebida. E eu bebia por mais coragem. Precisava da minha sanidade. Ou o que restava dela no momento. Tentei pensar rápido. “Vamos lá querido cérebro, o que vamos fazer?! Corpo, não! Sim coração, estou te ouvindo!”. Era isso. Todas aquelas vozes malucas dentro de mim! Ri sem ao menos disfarçar.

- Desculpa- falei colocando o copo em cima de uma peça.

As luzes estavam semi acesas. Tons de um amarelo contrastando com a imponência e os tons de vermelho e branco do quarto enorme.

- Você me acha sexy?!- quando vi, já tinha perguntado. Assim, rápido e certeiro!

- Liv- ele sorriu um sorriso bonito.

E eu o vi. Aquele Alex! Não o AJ, o cantor famoso. Mas ele. Eu vi pelo sorriso. E ele raramente sorria...

- Tá, eu já sei. Já sei- tapei o rosto com as mãos- Você já me disse... Mas então por que ele não vê isso?!

- Ele?!- ele piscou os olhos repetidamente- Kevin vê. Garanto que sim!

- Mas ele vê só isso. Entende?!- respirei pausadamente- A Olívia fã, que ele transa quando tem vontade, a mãe da filha dele... Mas essa não sou eu!

- Você é tudo isso. Todas essas partes suas- me explicou- Complexa, linda, sexy pra caralho... Você é foda! Deu pra entender?!

Nos olhamos por alguns segundos. Por no mínimo uns cinco. Dizem que, quando duas pessoas fazem isso, ou elas querem fazer sexo ou querem matar uma á outra. Nos encaixávamos na primeira. Quase que obviamente! Mas eu queria mesmo fazer isso?! Eu queria?!

- Você tá me cantando, Alex?!- ri pra ele.

Mas não foi aquele riso bobo. Foi um riso provocativo, emponderador, cheio de confiança, certo do que estava prestes a acontecer... Ele devolveu no mesmo tom. A cabeça um pouco baixa, olhos entre abertos, a boca também... Ele estava bem bonito. Jeans e camiseta preta!

- Você tem um cigarro?!- pedi.

“O que você está disposto a fazer?

Ah, me diga o que está disposto a fazer?

Beije, beije para sarar, querido

O que você está disposto a fazer?

Ah, me diga o que está disposto a fazer?

Beije, beije para sarar, querido”

 

Ele se levantou e veio até mim, tirando um maço e um isqueiro do bolso da calça, acendendo-o. Dei um longo trago, mas tossi em seguida, soltando um pouco da fumaça que não havia sido engolida. Que ótimo! Nem ser sensual eu podia ser. Tirei o cigarro da minha boca e ofereci á ele. Naquele momento tudo aconteceu. Aquela troca. Não precisávamos dizer mais nada. Olhares, a fumaça que ele soltou pela boca... O meu desejo e o dele, ali, pairando no ar, bem acima de nós.

Passei uma das mãos pelas costas dele, deixando-a ali. Eu mal conseguia olhá-lo nos olhos. Ri de tudo. De mim principalmente!

- O que você quer, Olívia?!- me disse passando mão pelo meu braço.

Deitei a cabeça em seu peito. Nos encaixávamos. O tamanho também era bom!

- Eu quero me sentir desejada. Quero saber que alguém me quer. Que alguém me quer aqui, agora... Quero ser a fantasia. O desejo. O proibido!- falei olhando pra ele.

Sim, eu só podia estar sendo obsidiada. Era uma explicação plausível até. De onde, por Deus, vinha todo aquele desejo?! Se é que isso podia ser chamado de desejo.

- Gosta do que é proibido?!- me perguntou.

- Muito!- confessei.

- Mesmo sabendo que isso pode magoá-lo?! Que ele vai ficar puto quando souber?!- ele envolveu o outro braço ao meu redor.

- Não tô nem aí pra ele- ri alto- Mesmo... E o que eu sinto?! O que eu quero?! Isso não deveria contar?!

- Me diz o que você quer- ele me provocou- O que exatamente você quer...

 Pronto! As cartas escondidas estavam sendo reveladas. Jogadas. Atiradas. Em cima da mesa do desejo! Daquela luxúria momentânea que te faz perder o juízo, que te faz se arrepender amargamente, miseravelmente...

- Sexo!- falei sem nenhum pudor- Ou você acha que não tenho uma vontade louca de fazer isso?! Kevin não...- me calei.

- Não acho isso. Óbvio que não!- disse- E eu não sou o Kevin!

- Não, não é... – balancei meu corpo e consequentemente o dele também.

- Não se preocupa mesmo com o que ele pode achar disso?!- ele passou uma das mãos no meu rosto.

- Não- neguei veemente- Não me importo com quem não se importa comigo!

AJ balançou a cabeça, pensativamente. Talvez analisando se eu valia mesmo o risco. Uma amizade de anos. Eu não valia tanto assim. Não. Era só mais uma, pra ambos. Então não havia problema. Havia?!

“Estou esperando acordada a noite toda

Querido, me diga o que há de errado

Faça tudo ficar certo

Faça tudo ficar certo a noite toda

Estou esperando acordada a noite toda

Querido, me diga o que há de errado

Faça tudo ficar certo

Faça tudo ficar certo a noite toda”

 

O empurrei com jeito, as mãos em seu peito, até que ele se sentasse na poltrona. Ele tinha as pernas totalmente abertas, me comendo com os olhos de cima a baixo, sem cessar. Um calor tomou conta de mim, uma excitação. Aquela sensação de proibido, de errado, de pior coisa que eu poderia fazer na vida. Ou seria de melhor?! Não pensei. Em nada! Apenas esvaziei minha mente de tudo, completamente tudo o que poderia me impedir. E nada podia me impedir. Eu queria, ele também e era isso. Apenas sexo!

Abaixei o corpo e sentei com as pernas ao redor do corpo dele. As mãos dele foram imediatamente pro meu quadril. Ficamos nos olhando, esperando, sem saber o que exatamente... Coloquei as mãos ao redor do pescoço dele, fechando-as ao redor da nuca. As mãos dele subiram pelas minhas costas, parando em meu pescoço também. Antes que eu pudesse protestar, ele estava me beijando! Calmo, mas intenso. Como tudo nele. Como se minha alma estivesse sendo sugada também. Ar. A falta dele. Gosto de nicotina e bebida. O cigarro dele e minha vodca. A combinação dos diabos!

Nossas mãos corriam soltas pelo corpo um do outro. A minha, por baixo de sua camiseta. A dele, pelas minhas coxas, apertando-as. Comecei a puxar a camisa dele pra cima, a fim de tirá-la. Ele não protestou. Passei as mãos pelos braços, pelas tatuagens, por todo o peitoral definido... Fechei os olhos e me concentrei. Mordi o lábio dele, passando a língua em seguida. Ele me deu um sorriso sacana, mas extremamente envolvente e bonito! Continuei, me dedicando agora ao pescoço dele, mas não me demorei muito ali. Comecei a beijar o peito, toda e extensão, descendo, como uma trilha... Só me dei conta do que estava realmente fazendo quando vi a tatuagem de numero 69 no umbigo. A realidade. Era ele!

Com as mãos, abri o zíper da calça. Elas não estavam tremulas como de costume. Me ajoelhei na frente dele, entre suas pernas.Sem pensar menos ainda, peguei o membro dele com uma das mãos. O que eu estava fazendo?! Era mesmo real ou apenas um sonho?! Não, o tamanho não era grande. Não como eu estava acostumada. AJ era pequeno, então... Era impossível não fazer mentalmente essa comparação. Com Kevin! Mas não era ele quem estava ali. Olhei pra ele. AJ estava surpreso, um pouco perplexo eu diria. Minha ousadia tinha ido longe demais. Claramente eu havia queimado etapas importantes de um bom sexo. Ah, essa minha maldita ansiedade!

- Eu... – balbuciei, nem sabendo o que estava falando.

- Não- ele negou com a cabeça, seriamente, me olhando nos olhos- Não precisa fazer se não quiser.

- AJ... – eu não sabia o porquê, mas eu estava paralisada.

Não ia conseguir, Não ia mesmo! Aquele par de olhos verdes me olhava fixamente, como uma imagem dentro da minha cabeça. Pisquei várias vezes, expulsando-o, mas ele não queria sair, não ia me deixar em paz! Efeito da bebida?! Culpa?! Vontade de correr. Meu corpo reprimindo todo o desejo. Sim, eu o queria. Meu corpo pedia por ele. Pedia por sexo!

- Vem aqui- AJ me pegou pelos braços, me levantando.

Sentei em seu colo, como estava antes. Ainda dava pra sentir toda sua ereção embaixo de mim. Ele me beijou novamente, me dizendo pra não ir. Ele não ia me deixar escapar! Não quando ambos queríamos aquilo. Me entregar, era só o que eu podia fazer... Comecei a me movimentar, sendo ajudada por ele. Nossos corpos se esfregando enquanto a boca dele passeava livremente pelo meu pescoço. Ele tentava, em vão tirar o meu vestido... Havia somente minha calcinha entre nós, nos impedindo, o impedindo de entrar dentro de mim.

- Vou gozar em você- me disse com a voz rouca e baixa.

- Eu não sei se quero fazer isso- mordi o lábio com força- Se quero continuar...

- Tudo bem- ele beijou forte meu rosto- Tudo bem, Liv!

Ele me empurrou devagar, saindo dali. Pensei que ele fosse embora ou algo assim, mas não. AJ se ajoelhou, de frente pra mim.

- Eu quero continuar- deixou bem claro- Prefiro me entregar, mas também gosto de dar prazer. Vou adorar chupar você!

As palavras dele foram como um tiro na minha cara! Se é que eu ainda tinha um rosto depois daquilo. Bom, eu só tinha que aproveitar então. Eu mesma havia nos colocado ali. Eu mesma estava querendo, e muito que algo acontecesse! Se eu não conseguia continuar, ele daria conta de nós. Sozinho. Eu me sentia confortável com ele, confiava nele, então era isso! Assenti, de olhos fechados, com força. Senti as mãos dele puxarem com maestria minha calcinha pra baixo, descendo-a pelas minhas pernas.

Antes de continuar, ele me beijou! As mãos ágeis descendo também a parte de cima do meu vestido tomara que caia, massageando meus seios, lambendo-os com a língua e fazendo movimentos circulares... Enlouquecida?! Eu estava! Sem reação?! Idem! AJ colocou minhas pernas pro lado, erguendo-as nos braços da poltrona. Quando dei por mim, ele estava com a boca em mim! Os dedo entrando, um a um, e saindo, vagarosamente... A língua dele me chupava, todo meu clitóris e a parte internas das minha coxas, como se fosse um beijo. Ele estava me beijando ali!

Afundei meu corpo, meu peito arfando, subindo e descendo... Eu queria pedir pra que ele parasse. Ou que continuasse, nem eu sabia! Ele me olhava, eu tinha consciência disso, mas não conseguia olhar de volta ou segurar em seu cabelo. Eu não conseguia dizer que estava maravilhoso, que meu corpo estava extremamente agradecido... Mas meu corpo estava falando por mim, emitindo pequenos espasmos e tremores. Ele estava me saboreando, como se eu fosse algo delicioso! Atingi o orgasmo, tremendo, segurando firme no tecido da poltrona. Eu estava molhada. Antes, durante e principalmente depois!

- Eu quero- falei num ímpeto- AJ, eu quero!

O vi descendo a calça pelas pernas, junto com sua cueca branca. Ele pegou o preservativo dentro da carteira e o colocou em menos de dois minutos, com a maior praticidade do mundo. Eu estava em choque! Era como se meu corpo não estivesse sendo comandado por mim, mas ele estava. Era ele falando, dando as ordens, o tempo todo! Meu coração e minha mente tinham dado espaço. Se recusavam a participar daquilo, de algo tão carnal.

Ele me levantou, tentando de novo tirar meu vestido.

- Não- me recusei.

- Quero ver você. Nua!- o som da voz dele ressoou em meus ouvidos.

Comecei a descer o vestido, até o fim. Nua, sim! Ele também. O copo pequeno, magro, mas definido e proporcionalmente bonito. Ele se sentou e me puxou. Sentei em cima dele, colocando seu membro todo dentro de mim. Não doeu como eu esperava. Me mexi, segurando as bordas da poltrona, dando impulso. As mãos dele pegavam minha bunda, me ajudando a dar impulso...

- Assim- me disse- Isso. Continue!

De olhos fechados, eu me mexia. Estava sendo bom, muito bom mesmo! Eu podia senti-lo.

- Tão bonita, tão sexy... - falou olhando pra mim- Continue rebolando, Liv. Tô amando foder você!

Não parei. Um segundo sequer. Mais rápido, cada vez mais... Nos beijávamos com intensidade, arfando e gemendo. Calmo, mas intenso. Como ele! Como tudo nele! Discreto, sem pressa, aproveitando tudo, cada sensação... AJ apertou minhas mãos entre as suas quando gozou dentro de mim. Ele me tocou em seguida, massageando, instigando... Não parei de me movimentar, nem ele. Mas eu não ia chegar lá, não mais. Aquela conexão, aquele jeito de atingir o orgasmo, corpo a corpo, eu só havia conseguido com uma pessoa. E não era ele! Não fingi. Apenas relaxei o corpo em cima do dele.

Encostei meu minha cabeça no encosto, me virando pro lado. Meu lugar não era ali, nunca foi. Tinha sido bom, mas não era o mesmo. Nunca era. Nunca seria! Eu pertencia a outra pessoa. Pertencia á ele. Kevin! Sempre ele. Sempre dele! Me levantei e comecei a me vestir.

- Vou tomar um banho- disse- Não quer vir?!

Eu sabia que ele queria aquele contato pós sexo, talvez imaginando que fosse necessário pra mim. Não era. Sexo casual, apenas isso! Eu não precisava, mesmo, de carinho ou algo assim. Não dele, não depois de tudo! Vi que ele havia deixado a porta entre aberta. Ele esperava que eu fosse entrar. Mas eu não podia. Eu estava satisfeita, saciada, vingada... Éramos amigos, tinha sido bom, mas era isso. Fim da história! Terminei de me vestir e saí. Sem sapatos, sem celular, sem bolsa, sem nada. Apenas a roupa do corpo! Ele podia me devolver depois. Eu precisava de algo pra lembrar, pra não me deixar esquecer. AJ me daria isso. Jogaria todas as evidencias, as devolveria na minha porta! (...)


Notas Finais




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