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História Lost in the Moment - Capítulo 1


Escrita por: pri-ncezona

Notas do Autor


É a primeira fanfic que escrevo na vida.
Escrevi em poucos dias e ainda não terminei,
então comentem caso queiram dar sugestões, dicas, etc.
Espero que gostem, mores.
Boa leitura.

Capítulo 1 - Capítulo 1


Fanfic / Fanfiction Lost in the Moment - Capítulo 1

A cidade parecia mais calma do que nunca naquela noite. Henry, encostado ao velho fusca amarelo de sua mãe, olhava ao redor buscando por algum sinal de movimento nas ruas. Nada. Tudo permanecia demasiadamente quieto.

Haviam se passado dez anos desde a chegada de Emma em Storybrooke, desde a quebra da maldição e de todas as consequências que vieram com isso. Os acontecimentos mágicos relacionados à floresta encantada ou ao livro de contos agora não passavam de histórias. Tudo finalmente havia se encaixado e todos pareciam ter encontrado seus finais felizes. 

Mary Margaret e David agora tinham um novo filho. Ruby era a mais nova xerife da cidade. Rumpelstiltskin se tornara apenas um velho comerciante, casado com Bela, que era agora uma escritora conhecida por seus livros tão bem detalhados de estórias sobre bravas heroínas: Emma Swan e Regina Mills. 

As duas estavam noivas, lembrou Henry dando passos largos pela rua vazia. Ajeitou o sobretudo, fechando-o mais firmemente e cruzando os braços para se proteger do frio. Emma casaria com Killian e Regina com Robin. Homens tão distintos, mas que agora possuíam o mesmo fim. Futuros maridos das duas maiores lendas dos contos encantados. Suas mães, suspirou Henry, deixando os ombros caírem e encarou o letreiro acima de sua cabeça.

Estava a um passo de algo que não teria como voltar atrás. Sabia que o que pensava em fazer não era exatamente correto, que todos os motivos, por mais verdadeiros, eram egoístas. Mas, ainda assim, não conseguia afastar tais pensamentos. Não conseguia parar de pensar que ele não tivera seu final feliz.

O relógio, no topo da torre, marcava meia noite quando Henry deu seu último passo rumo ao seu destino. A porta da loja do Sr. Gold estava trancada, mas isso não o deteve. Lembrou-se de onde já havia visto diversas vezes Bela esconder uma cópia da chave. Esticou o braço um pouco, alcançando o batente da porta Henry sentiu o metal gelado em seus dedos. Respirou fundo ao destrancar a loja. 

Todos pareciam viver bem sem o uso da magia. Todos ignoravam a existência da magia em prol de permanecerem em seus "felizes para sempre". Tinha sido o acordo feito entre suas mães em nome de todos da cidade. "Pelo bem de Henry" dissera Emma ao selar o trato com Regina.

Henry era o único que não pensava assim. A magia fizera parte de sua vida, e por mais que soubesse o quanto fizera mal a ele e às pessoas que mais amava, não podia ignorar a latente vontade que sentia de poder viver em um mundo mágico novamente. 

Ainda era complicado levantar toda manhã e saber que sua maior preocupação seria escolher com qual mãe, em qual casa jantaria ou almoçaria, ou até mesmo dormiria. Mesmo que suas mães agora não fossem mais inimigas, Henry ainda vivia sua vida tendo que escolher entre elas. 

Era exaustivo. Emma e Regina podiam se dar bem, mas não faziam o tipo melhores amigas. O que apenas desgastava ainda mais a mente de Henry ao tentar dar conta de tanto amor. Parecia pensamento de garoto mimado, ele admitiu a si mesmo em silêncio, antes de chamar pelo avô. Reclamar por receber muito amor e querer mudar isso parecia completamente estúpido. Mas para ele não era. Henry precisava saber como seria viver em um mundo onde as mães se amassem tanto quanto o amavam.

- Você está atrasado, meu rapaz - murmurou Rumple, sentado numa cadeira num canto escuro da loja. - Sua demora é porque ainda não está certo do que quer?

- Não! - apressou-se em dizer Henry, sua pressa contrariando sua resposta. - E-Eu apenas perdi a noção da hora. 

- Pois muito bem, meu caro, vamos ao que interessa - Rumple levantou-se com dificuldade de seu lugar. 

Seus dias sem magia pareciam ter lhe deixado mais devagar, mais fraco, reparou Henry ao vê-lo caminhar a passos mais lentos do que o de costume antigamente. Virando-se Rumple sorriu amplamente.

- Aqui está o que combinamos. A poção que fará seu final... feliz.

Henry estendeu a mão e pegou o pequeno frasco, relutante.

- Você sabe o que fazer? - perguntou Rumple, com seu olhar magnético preso em seu neto, que encarava o frasco em suas mãos com os olhos perdidos. 

- A-acho que sim. - levantando os olhos para o avô, respirou fundo e continuou: - Preciso beber essa poção e depois... me matar.

Henry pôde ver a cor sumir do rosto de seu avô ao escutar suas últimas palavras. Depois Rumple sacudiu a cabeça e retomou seu tom de gracejo costumeiro.

- Ora, mas será uma morte de mentirinha. Logo você voltará e terá a chance de viver seu final feliz. E é isso que deseja, sim?

- S-sim - respondeu Henry antes de levar o frasco aos lábios.

- Espere! - Rumple disse antes que Henry tivesse a oportunidade de beber o líquido azul brilhante. - Preciso lhe dizer que toda magia tem um preço? 

O menino, agora já beirando seus vinte anos, balançou a cabeça negativamente. E sem mais palavras engoliu a poção.

Despediu-se do avô com um aceno leve de cabeça e saiu antes que mudasse de ideia. Caminhou a passos largos em direção ao fusca. Entrou no carro e dirigiu em alta velocidade pelas ruas da cidade. 

Não sabia como faria aquilo. Não havia pensado naquela parte antes.

Tudo que conseguia pensar era que precisava ser naquela noite. Porque na manhã seguinte seria o casamento de Emma. Killian vivia falando em como seria ótimo se eles passassem o resto de suas vidas viajando pelo mundo em seu navio de piratas. 

Henry revirou os olhos ao lembrar de seu futuro padrasto gabar-se de quão grande velejador era, e Emma parecer tão admirada com aquilo o fazia enjoar. 

Por outro lado havia Regina. Sua tão querida mãe, aquela que havia deixado de lado todo seu poder e sede por vingança apenas por amor a ele. Agora não passava de mais uma mulher cegamente apaixonada por um cara e prestes a se casar também. Robin Hood. Quem diria, pensou Henry, sua mãe, a verdadeira Evil Queen, apaixonada por um bem feitor. Só podia ser brincadeira.

Não era que Henry odiasse os futuros padrastos ou achasse que eles não merecessem suas queridas mães. Mas, a verdade era que Henry ainda sentia-se como aquele pequeno garotinho assustado que fora abandonado quando criança. E não conseguia lidar com a sensação de que poderia correr o risco de ser abandonado de novo. Tinha que fazer algo para evitar isso a todo custo.

Por isso, quando soube do noivado das mães e dos planos para se casarem na mesma semana, foi à procura de seu avô. O único que o ajudaria sem pestanejar.

Rumple sentia falta da magia. Do poder. Da sua antiga glória. E Henry sabia disso. Por isso não foi surpresa quando Rumple concordou em ajudá-lo. Nem mesmo precisou lhe oferecer algo em troca. O simples fato de estarem mexendo com magia já era ganho para o antigo Rumplestiltskin.

Henry não sabia exatamente o que a poção faria. O avô apenas o prometera que ele viveria em um mundo onde a vida seria como ele realmente desejava. Henry estava desesperado demais para questionar. 

Pensando assim, girou todo o volante do fusca de uma só vez, fazendo o antigo carro de sua mãe alcançar as areias da praia e logo depois atingir o mar.

Demorou alguns minutos para que o carro fosse inundado por completo, e demorou mais alguns minutos para Henry ficar sem ar até desmaiar. As últimas coisas que passaram pela sua cabeça foi a imagem de suas duas mães, sorrindo para ele, chamando-o para que fosse com elas, dizendo que o amava. Era aquilo que ele queria. 

Foi ao sentir-se abraçado em meio as duas mulheres que Henry fechou os olhos e morreu. 



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