- Henry já deve estar chegando, preciso me trocar.
Quando preparava-se para usar magia, Emma a interrompeu:
- Deixe que eu faço isso.
Emma meneou a cabeça levemente e o robe vermelho se abriu. Regina revirou os olhos, mas manteve-se imóvel. Um sorriso de canto, desafiador, se formou em seus lábios.
- Você está aprendendo... Finalmente.
O elogio mais parecia um desafio. E Emma não demorou a aceitá-lo.
- Deixe-me mostrar o quanto.
E com um gesto rápido de mão o robe estava no chão. Regina sorriu sem mostrar os dentes e já preparava-se para ir embora quando sentiu a fina camisola desaparecer deixando-a completamente nua.
- Swan!
Apesar da vontade de tampar-se, fixou o olhar na loira que parecia divertir-se com tudo.
- Você não está me ajudando, Emma - proferiu.
Emma nem sabia como ainda conseguia manter-se em pé. Jamais pensou que Regina Mills nua em sua frente a deixaria tão incrivelmente excitada. Era quase difícil de concentrar-se em fazer magia quando a única coisa que desejava era arrastar a morena para aquela enorme cama entre elas e fazê-la arrepender-se do que disse mais cedo. Sobre ela ter dormido com Ruby. Como Regina poderia sequer cogitar essa ideia quando possuía tudo para enlouquecê-la, se assim desejasse?
Regina reparou bem a maneira como Emma a encarava, e seu corpo parecia pegar fogo sob o olhar da loira. Podia sentir-se queimar por dentro de tanta excitação que via no olhar da esposa.
Se Emma realmente dormira com Ruby naquela manhã não parecia ser o suficiente. O olhar de Emma não era o de uma mulher que estivesse satisfeita. Regina sentiu-se esquisitamente contente em imaginar que Emma a desejava. Tanto quanto ela aparentemente, concluiu, obrigando-se a acalmar o coração que parecia querer fugir do peito.
Arfando, Emma balançou novamente a mão e Regina estava vestida.
A loira deu alguns passos em sua direção e tocando a borda do terninho que Regina agora vestia, murmurou:
- Que desperdício, Gina.
Regina tremeu com a palavras de Emma. Sorriu de lado e erguendo a mão afastou um fio de cabelo que caía sobre o rosto da loira. Uma onda de eletricidade, ou seria magia?, passou de uma pela outra e as duas arregalaram os olhos, assustadas.
- Que estranho... Não lembro de acontecer algo assim antes. – Regina pousou a mão sobre a de Emma esperando novamente que o fenômeno acontecesse. Nada. – Vamos?
Emma deixou-se ser levada por ela até a cozinha, através de magia. Um Henry contente as encontrou lá, já sentado em seu lugar de costume. As duas sorriram ternamente antes de abraçá-lo e beijar-lhe a testa, ao mesmo tempo. Apenas depois notaram a presença de mais uma pessoa ali.
Violet as encarava, o sorriso demonstrando toda a falsa segurança que sentia ao encarar as duas mães de seu...
- Noivo!? - esbravejava Regina andando de um lado para o outro em seu escritório. - Como assim noivo, Henry?
Agora os quatro se encontravam no escritório da prefeita. Regina saíra da cozinha como um furacão após o anúncio do noivado tão recente de seu querido e adorado filho. Emma, apesar de conter-se, também sofria da mesma revolta que Regina, porém a morena já fazia escândalo o suficiente pelas duas.
O jovem deixou os ombros caírem e afundou-se na cadeira de frente para as mães. Regina ocupava seu lugar de costume, mas ao invés de sentar manteve-se em pé porque mal conseguia conter a raiva. Emma estava logo ao seu lado, sentada no canto da ampla mesa branca.
A revolta de Emma esvaiu-se bem mais rápido do que pensara, ao fitar os dois jovens com os semblantes tristes. Eles estavam noivos, afinal. E, então Emma, que permanecia estranhamente calada, interveio:
- Ele já respondeu isso, Gina. Eles se amam, o que mais você quer entender?
O jeito sério como Emma respondera fizera Regina se calar. Talvez estivesse realmente reagindo da maneira errada naquele momento. Suspirou, baixou os olhos e apoiou as duas mãos na ampla mesa de seu escritório e inclinou-se para frente, mirando um Henry frustrado e uma Violet desconfortável se remexer no sofá branco ao canto da sala.
- Tudo bem - respirou fundo. - Me perdoe, Henry... Eu só queria dizer que, às vezes, pensamos que amamos alguém - olhou de canto para Violet, que baixou os olhos para as próprias mãos sobre o colo. - E não percebemos que talvez não seja exatamente isso que sentimos.
- Eu tenho certeza do meu amor pela Violet, mamãe. - respondeu firme. Depois olhou para a noiva e sorriu suavemente. - Não tenho dúvidas sobre isso.
Violet se levantou de repente e Henry também, alcançando um ao outro em meio ao escritório e dando as mãos.
- Eu a amo, Violet. Sempre amei.
O rubor tomou conta do rosto da garota.
- Eu também o amo, Henry Mills.
Os dois aproximaram-se ainda mais, as bocas quase colando-se em um beijo apaixonado.
- Só pode ser brincadeira! - exclamou Regina, incrivelmente frustada. Virou-se novamente para Emma, apontando para o casal: - Você não vai dizer nada?!
Emma não correspondeu ao seu olhar, apenas deu passos pequenos até o filho, beijou-o na testa como sempre fazia, sentindo seu cheiro costumeiro de folhas e terra fresca, e depois sorriu, segurando a mão da menina.
- O que sua mãe quis dizer, Henry - começou firme e continuou mesmo ao ouvir o suspiro raivoso da morena atrás de si. - É que estamos muito felizes por vocês e o apoiaremos em tudo.
O casal a abraçou, emocionados demais para responder, e antes que o cenário escurecesse novamente se despediram ali mesmo. Henry apenas acenou com um sorriso fraco para Regina, e Violet deu um tchau sem muita convicção antes de saírem e as portas brancas fecharem atrás deles.
Regina estava agora sentada sozinha na cozinha. Toda a decoração era em preto e branco, os armários, os eletrodomésticos, até mesmo os utensilíos. Cada detalhe minimamente pensado. Era como Regina gostava, notou Emma, ao entrar na cozinha a passos suaves.
Ela se destacava de tudo. O terninho que usava era completamente preto, a saia em formato agulha ia até a altura dos joelhos e apesar de cobrir tudo, era tão apertada que mal deixava para imaginação. A blusa era vermelha, como o batom, e mesmo mais folgada que a saia, ainda era uma provocação, tendo os dois botões abertos e dando-lhe uma boa visão do começo dos seios volumosos. Emma piscou fortemente tentando expulsar os pensamentos que insistiam em entrar em sua cabeça sempre que mirava Regina.
A morena notou sua presença, mas não se dignou a levantar o olhar.
- Regina - começou Emma, sentando-se ao seu lado. - Precisamos conversar.
- Claro que precisamos! - respondeu, sem sequer tentar ocultar a raiva. Puxou o bolo de maçã para mais perto e o partiu com a faca. - Que tal começarmos pelo fato de que você acabou de entregar nosso filho para uma desmiolada?
- Regina...
- Ou talvez - continuou, partindo outro pedaço do doce, dessa vez com mais violência. - Sobre você não me apoiar e me deixar ser a vilã, mais uma vez?
- Gina...
- Você simplesmente adora isso, não é mesmo, Swan? Afinal, você é filha da Branca de Neve, a coitadinha que sofreu por minha culpa e...
- Para! Já chega, Regina! - a morena se calou, os olhos estupefatos encaravam a loira. - Eles se amam. Henry sempre amou a Violet e não tem nada que podemos fazer sobre isso!
A morena continuou sem reação. Apenas deixou a faca sobre a mesa e pegou um pedaço do bolo, levando-os aos lábios cobertos pelo batom mais vermelho que Emma já vira.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.