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História Lost in Time - Lost with the devil back


Escrita por: SulkinPettyfer e VitoriaWolf

Notas do Autor


Boa leitura!!

Capítulo 57 - Lost with the devil back


Fanfic / Fanfiction Lost in Time - Lost with the devil back

Pov Maxon 
O ar parecia ter mudado de repente. A tensão se instalou enquanto a garota caminhava em passos lentos pelo salão como se fosse o seu próprio. Seus soldados pararam na porta enquanto ela continuava avançando com um sorriso sádico no rosto. Não consegui desviar o olhar, acho que se tivesse babado não teria percebido. Segui seus movimentos até o lado oposto da távola onde Arthur estava. Os dois se encaravam, mas o rei não sorria, parecia extremamente abatido, como se tivesse acabado de ver um fantasma. E ela poderia muito bem ser um com sua pele pálida em contraste com o vestido preto, a cauda deslizando pelo chão e o cabelo negro atenuando o azul frio de seus olhos.
Meu primeiro instinto foi entrar na frente de America de um jeito protetor, mesmo sabendo que eu seria de pouca utilidade com a aura de poder que emanava de mulher. Ela não parecia ter me notado, até aquele momento quando captou America e seu sorriso se transformou em ódio, então se virou para mim e quando olhei fundo em seus olhos, me vi em meu pior pesadelo. Perdi as forças, me sentia um inseto entre gigantes, então ela sorriu, e depois não olhou mais para mim. 
_Sentiu saudades, irmão? –seu sorriso não possui afeto algum, era vazio em emoções, fazendo minha espinha estremecer.
 Ninguém havia tentado impedi-la até aquele momento em que os três homens em capas vermelhas ameaçaram retirar as espadas de suas bainhas e atacar. Eles não chegaram nem a dar dois passos em direção da oponente antes que ela fizesse um mero sinal com as mãos e os três voassem para se chocar na parede, batendo em um estrondo e permanecendo desacordados. Recuo, amedrontado, e não fui o único. Gaius levanta os braços em sinal de rendição e caminha lentamente em direção dos corpos inertes enquanto todos nós continuamos observando em silêncio a confusão prestes a se desenrolar. 
_O que faz aqui, Morgana? Isso não faz seu estilo. –aponta para os poucos soldados que ela trouxe. –Não é muito grandioso para você. –ela sorri, olha para trás e dispensa os homens, que fecham os portões do salão. Ótimo, estamos presos! 
_Não vim lutar. –Arthur a encara abismado, sem acreditar que o que ela diz seja realmente verdade. –Não posso sentir falta do meu irmão? Você ficou muito tempo fora, estava começando a ficar preocupada. –suas delicadas mãos deslizam pelos murais entalhados nas cadeiras da mesa enquanto se aproxima cada vez mais, ainda sem olhar para o irmão. –A última vez que o vi você tinha uma espada na barriga. Fico feliz que tenha se recuperado. 
_E sua irmã também tinha uma na dela. –America dá alguns passos à frente, se livrando do meu braço. A atenção de Morgana se vira para ela imediatamente. –Fico feliz que aquela vaca não tenha se recuperado. –A feiticeira avança em America com um rosnado, mas consegue se controlar a poucos centímetros de distância, abrindo um sorriso. 
_Existem casualidades na guerra. –dá de ombros com um careta. Puxo, com uma expressão desaprovadora, America de volta para seu lugar. 
_O que quer? –a hostilidade na voz de Arthur é evidente, mas a irmã simplesmente o ignora, se voltando para nós novamente. 
_E quem seria você? –ela se acomoda em uma das cadeiras, se sentando confortavelmente. Sinto o medo me atingir, qualquer palavra errada e eu terminaria exatamente como os três soldados ainda caídos no chão. Sinto uma mão em meu ombro e fecho os olhos, tentando encontrar alguma coragem há muito tempo guardada. 
_Maxon. –ela levanta a sobrancelha esquerda e me analisa por alguns segundos que mais pareceram horas. 
_Eu nunca acreditei no amor, sabe. –ela se levanta e caminha em minha direção. –Mas quando descobri sobre os dois. –sua cabeça aponta para Arthur, que segura a cadeira com as mãos, olha para o chão e tenta se controlar e para a ruiva ao meu lado. –eu realmente achei que fosse real. Você tinha de ver como era fofo, a família perfeita. –o sarcasmo em seu tom é mais do que evidente, mas ninguém a interrompe. A essa hora ela já estava tão perto de mim, que conseguia sentir sua respiração, poucos centímetros e ela poderia me beijar. Eu realmente achei que ela fosse fazer isso, mas quando se aproximou mais, sua boca veio parar ma minha orelha. –Você é bonito demais para dormir em uma cama compartilhada. –sussurra e se afasta subitamente. 
_Vá direto ao ponto ou eu juro... –Arthur aproveitou seu momento de distração, então quando se afastou de nós, virou-se para encontrar a ponta da espada em sua garganta. –O que aconteceu com você, Morgana? –sua voz é extremamente deprimida, consigo ver seu coração partido pela irmã que costumava amar. Posso não ter estado ali para presenciar exatamente o que tenha acontecido, mas conheço as histórias o suficiente para não ficar perdido. 
_Eu cresci. –sua voz soa como pedra para mim, fria e dura, Arthur assente, mas não move a espada. –Se importa em abaixar isso? Já disse que não vim brigar. –O ferro afunda mais um pouco na pele pálida da garota, e um filete de sangue escorre. 
_Talvez eu queira brigar. Passei anos tentando fazê-la ver o juízo, talvez eu tenha desistido. –as palavras de Arthur a fazem gargalhar. 
_Você não vai me matar. Não consegue, ainda acha que tenho esperança. O que não consegue entender é que não pode salvar uma pessoa que não quer ser salva. Eu estava no precipício e Morgause me tirou de lá. –uma lágrima silenciosa escorre de seus olhos. –Eu era feliz, então ela apareceu e tudo desmoronou. –a esse ponto ela já não controla mais suas lágrimas, mas nem assim parecia vulnerável, dava mais medo. –Vocês a escolheram e eu estava amedrontada. Estavam ocupados demais a consolando por estar sentindo saudades de casa para repararem que eu estava despedaçada. 
_Como eu poderia saber quando nunca me contou? –Arthur berra. Compreensão passa imediatamente pelo rosto dela, que abre um sorriso de canto. 
_Eu tenho pena de você, Arthur, iludido ao lado de amigos que não se importam em lhe dizer a verdade. Por quando tempo vai aguentar essas mentiras? –America treme ao meu lado, mas ela não me olha quando a toco, olha para o fundo do salão, não para a cena que se desenrola, mas para o criado cabisbaixo. –Porque você sabe que eles mentem, descobriu uma parte e os perdoou, mas talvez deva saber que quem mente uma vez, não para. 
Eu conseguia ver a semente da desconfiança plantada em Arthur, mas só percebi naquele momento que tudo o que Morgana havia dito não lhe era novidade, a dúvida já fazia parte dele, sabe que America mentiu para ele e tento acalmar a mim mesmo dizendo que ele pode até saber de algo, mas não de tudo. Se soubesse eu não estaria aqui nesse momento. 
_Foi ótimo ver vocês, já fiz o que tinha de fazer. –pisca antes de desaparecer em uma névoa de fumaça. 
Então o caos se formou. Os soldados negros que antes estavam do lado da porta entraram, seus passos sincronizados, a espada batendo nos escudos em uma tipo de ritmo musical que imagino ser feito para nos amedrontar. Funcionou perfeitamente. Não queria admitir, mas estava tremendo. Meu primeiro pensamento foi acreditar que eles eram idiotas por fazer isso, afinal estão em dez e esse castelo tem mais de centenas de guardas espalhados, e mesmo quando fecharam a porta para que nenhum outro guarda entrasse, eles ainda teriam de voltar pelos corredores para ir embora. A não ser talvez que esse fosse o objetivo deles. Morrer. Ser uma distração. 
Arthur parece ter pensado a mesma coisa, porque berrou por Gaius e o mandou esperar que os soldados estarem distraídos para então sair e pegar qualquer guarda que encontrasse para procurar Morgana. Arthur e os outros três cavaleiros, agora já despertos, atacaram. Gaius saiu de fininho enquanto os quatro homens tentavam segurar os oponentes para que não chegassem até nós. Tudo era um borrão, conseguia ver alguns corpos já caídos, mas o rei ainda estava em visível desvantagem. Podia ser bom, podia ser um deus, mas ainda estava machucado e agora sabia que não era mais indestrutível. 
_O que fazemos? –Pergunto pra America enquanto corremos até Merlin, que observava a luta por detrás de uma pilastra. Ele não nos notou, estava obcecado pela confusão, não piscava, seus olhos estavam amarelos e sibilava alguma coisa. 
_Esperamos. –ele nota que eu encaro Merlin. –Ele está ajudando, se certificando de que Arthur não se machuque. –assinto, ainda sem entender muito bem essa coisa de magia, mas dou de ombros. –E caso um deles passem pela linha de frente... –ela mostra a espada em mãos que eu não havia notado até aquele momento. 
_O que? Você não vai lutar! –tento tirar a arma de suas mãos, mas ela desvia. 
_E quem vai? Você? –ignoro seu comentário ofensivo. 
_É perigoso. –tento convencê-la, mas já devia saber que ela é teimosa. 
_Isso não é nada comparado a tudo o que tive de fazer. –me lança um olhar gélido e se vira para observar a luta a tempo de levantar a espada e aparar o golpe de um dos soldados que havia conseguido passar por Arthur. 
Ele olhou pra trás preocupado, mas pareceu se aliviar quando viu o que acontecia. Me afastei, assustado, bem quando uma segunda espada passou diante dos meu olhos. Não sabia que tinha reflexos tão bons assim até ter de abaixar para fugir da espada. America chutou a virilha do homem e me jogou a espada. Não sei como a segurei, provavelmente a adrenalina me consumia, mas foi o necessário para fazer com que o homem hesitasse. Nesse momento, America apareceu com uma cadeira, que foi rapidamente despedaçada na cabeça do homem. Eu estava prestes a abraçá-la de alivio quando o primeiro homem, já recuperado da dor, correu em sua direção. 
Ela não havia visto, mas quando notou minha expressão e se virou para ver o que acontecia, levou os braços em direção do rosto, para tampá-los, mas não foi necessário, o fogo saiu de suas mãos, atingindo o rosto do homem e seu coração. Um milhão de coisas se passaram pela minha mente no momento, como aquilo era impossível, como eu devia estar louco. Então as conexões começaram a ser feitas, o corpo carbonizado da minha mulher caído em um corredor em chamas onde não existia nenhuma vela, lâmpada ou qualquer coisa inflamável, e uma America cheia de fuligem, tossindo sem ar. Decidi ignorar isso no momento, mas agora tudo fazia sentido. 
_Foi você... –minha voz saiu como um mero sussurro. –Você... Kriss... –eu não conseguia formar uma frase, e se conseguisse, não sei o que poderia falar. A mulher que amo matou minha esposa e me escondeu. Me afastei instintivamente, amedrontado enquanto ela tentava se aproximar, seu rosto cheio de remorso. 
_Maxon... –tenta amenizar a tensão, mas dessa vez eu não vou deixar. 
_Você a assassinou! –grito de volta. –Eu achei que fosse melhor, America, achei que fosse boa. –já não controlo minhas lágrimas e também não me importo de ser visto nesse estado. 
_Ela estava tentando me matar! Ela apareceu com uma faca e eu me defendi! Realmente acha que eu seria capaz de retirar uma vida a sangue frio? –fico sem palavras, Kriss não seria capaz de fazer isso, não seria... 
_Ela não... –começo a retrucar, mas perco a palavra. 
_Serio, Maxon?! Depois de tudo acha que ela não seria capaz? –permaneço sem palavras. –Ela me encurralou naquele dia, eu achei que fosse morrer, tinha certeza. O fogo saiu sem querer, não era minha intenção, foi o reflexo. –olho em seus olhos e sei que diz a verdade. 
_Magia... você é como ele. –aponto para Merlin que continua atrás da pilastra. Ela ri. 
_Ninguém é como ele. –retruca. Tinha esquecido da luta ao nosso redor, não sabia o que estava acontecendo ou se ao menos ainda tinha alguma coisa acontecendo. –Mas não é como se pudesse chegar e dizer "Ei, eu faço mágica, não do tipo que você está pensando, mágica de verdade." –sua imitação fica horrível, mas me faz sorrir. 
_Me desculpe, não queria me descontrolar, é só que... 
_Eu sei. –ela me interrompe e me abraça. Não achei que fosse sentir tanta falta do seu corpo tocando o meu, do cheiro do seu cabelo e da sua pele colada a minha. Quando finalmente abri os olhos, vi Arthur derrubando o último homem, mas sua atenção não estava nos corpos no chão, estava em nós. Tentei decifrar seu olhar, mas não consegui. Não sei o que ele teria feito, nem se America sabia que éramos observados, mas Gaius entrou e correu até Arthur. 
_Me desculpe, Majestade, mas ela se foi. Ela e o cristal. 
_Que cristal? –me identifico com sua pergunta. 
_Da caverna de cristal, onde vocês viajaram no tempo. Seu pai guardava uma escondida nas masmorras. –Gaius explica. Arthur permanece em silêncio por um tempo, ponderando, então chama Percival, ou o que imagino ser ele. 
_Chame alguém para ajudá-los com os corpos. Enterrem os mortos e os outros levem para Gaius. – os três assentem e correm para fora do quarto. –Gaius, leve os dois para seus quartos. Imagino que deva ter dois criados em algum lugar procurando promoção? –o curandeiro assente. 
_Já estão nos quartos. 
_Ótimo. Já está tarde, tomem um banho, durmam, descansem. Façam o que quiserem. –seu pouco caso incomoda America, mas ela não diz nada. –E você. –Merlin o olha assustado. –temos um ano e seis meses. 
_Agora? –pergunta. 
_Você não estava me ouvindo? Quem está fazendo pergunta idiota agora? –Merlin dá de ombros.
_Claro, quem precisa dormir para sobreviver, não é mesmo? –Arthur ignora seu comentário e os dois saem juntos, deixando eu e America sozinhos naquele salão. 
_E agora? –pergunto completamente perdido. 
_Agora nós dormimos. –ela segura minha mão e sorri.


Notas Finais


Para aquelas que so sabem perguntar sobre as crianças... ELAS VAO APARECER kkkk e ja tem o começo da treta sendo plantada


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