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História Lost Love - Capítulo Único


Escrita por: Semideus4

Capítulo 1 - Capítulo Único


Fanfic / Fanfiction Lost Love - Capítulo Único

Quando me perguntam se estou bem, como estou indo, apenas sorrio e digo que está tudo certo, ninguém se importa, ninguém quer saber realmente como estou. Porque no fundo estou devastada, meu coração está em pedaços e eu teto viver, sim, apenas tento, cada dia tem sido como uma nova luta, porque é está difícil viver... É tudo complicado sem teu sorriso, sem teu abraço. Você está tão distante agora, me sinto tão sozinha, como se faltasse uma grande parte de meu coração, porque na verdade falta, ele está como um balão; cheio de ar, cheio de nada.

Porque tínhamos que acabar assim? Era tão difícil permanecermos juntos para todo o sempre como nossas promessas? Toda aquela história de formarmos uma família, termos nosso lar, nossos filhos... Tudo acabado em questão de segundos em meio a uma guerra. Em meio a sua guerra. Me pergunto toda noite: porque comigo? Porque com você? 

Porque com nós?

Lembro da primeira vez que nossos olhares se cruzaram, onde nos conhecemos, como foi... Momento por momento, palavra por palavra, foi amor a primeira vista, com certeza foi. Nunca tinha amado e de repente você aparece, tão lindo, pronto para ser meu, para se entregar a mim e eu me entregar a você.

“Era uma noite de verão, o ar quente de Rosewood derretendo até a alma, mas todos estavam felizes e rindo. Era uma noite especial, o circo estava na cidade e eu com minhas amigas, andando sobre o chão de terra, crianças correndo e rindo, adultos conversando animadamente, como se fosse a noite mais perfeito de suas vidas. Para mim realmente foi, um dia mágico, o dia em que te vi.

Eu sentada na arquibancada, o palhaço em cena, e então você entra, se senta ao meu lado, o único lugar vazio em toda aquela arquibancada de madeira. Te olhei casualmente, você sorriu, algo que me fez derreter. Seus olhos me encantaram, uma cor tão profunda de azul que quase me perdi neles. Inevitável foi não retribuir o sorriso.

– Está gostando do show? – uma pergunta casual em uma voz grossa porém suave, algo atraente e sexy.

– Está perfeito – colocara uma mecha de meu cabelo castanhos atrás da orelha e voltei a olhar para frente. Pude sentir seu olhar sobre mim por horas, mas não me importei, a sensação era boa, como se de alguma forma aquilo me acarinhasse.

Naquela noite, lembro que depois das apresentações disse para minhas amigas que ficaria mais um pouco, elas foram embora e eu torci para que em meio as voltas que estava dando pelo lugar esbarrasse com você, um acidente talvez, rezava mentalmente para que o destino me ajudasse.

E quando te vi andando pelo meio das várias pessoas sorri involuntariamente. Nossos olhares novamente se encontraram, você sorriu, e veio até mim. Estávamos próximos e senti minhas pernas bambas, senti meu coração acelerando, senti como se você fosse tudo aquilo que sempre quis.”

Eu ainda não compreendo como você foi capaz de causar tais sensações tão de repente, assim do nada, mas nos conhecíamos e você me fez sorrir como boba, como uma garotinha que se apaixona pela primeira vez. O amor é sempre assim? Será que todas as pessoas que amam se viram desse modo? Não que eu tenha amado você desde a primeira vez que nos olhamos, mas soube que era especial, soube que faria uma grande diferença em minha vida, pude prever isso como videntes podem prever o futuro, ambos surreais e difíceis de se acreditar.

Algo que me faz ficar com água na boca é lembrar de nosso primeiro beijo. Lembro que demorou uma semana a acontecer, antes disso havíamos nos tornado bons amigos, parceiros, mas não conseguíamos esconder nem no olhar o que sentíamos um pelo outro.

Até que naquela tarde você se declarou...

“Eu corria rindo como uma pateta sobre a aquela extensa campina, a grama verde roçando em meus calcanhares, podia senti-la sob meus pés descalços e o sol batendo em meu rosto era algo magnifico. E claro, você vinha logo atrás de mim, gritando que iria me pegar, até que pude sentir seu braço passou por minha cintura e nós dois caindo no chão.

Eu por cima de você, nós dois rindo. Até pararmos e nos sentarmos. Um ao lado do outro.

- Sabe Spencer... – o olhei, gostava como seus lábios se moviam ao pronunciar meu nome. – Gosto de você...

O observei retorceu as graminhas em seus dedos, e então virou se rosto para me encarar. Seus olhos analisaram meu rosto, eu queria sorrir mas parecia que havia congelado, que não tinha poder sobre mim mesma. Imaginei como seria quando confessasse, se demoraria muito ou se ao menos sentia o mesmo que eu. Claro que já estive em dúvida, mas agora estava feliz, senti as famosas “borboletas no estômago” e então fiz algo que nunca pensei que faria, levei minha mão ao seu rosto e aproximei minha face da sua calmamente, até poder sentir nossas respirações se misturando e eu então, o beijar. Sentir tais lábios nos meus era mágico, era algo novo, era algo maravilhoso. Lembro perfeitamente que me puxou para seu colo, uma de suas mãos passeavam pelas minhas costas enquanto o outro braço envolvia minha cintura, um beijo calmo e romântico me perfeita sintonia, ambos explorando cada canto... Até isso se tornar mais urgente, e você me apertar contra si, enquanto eu envolvia meus braços em seu pescoço para que de alguma forma pudéssemos nos unir mais.

Paramos por falta de ar. E eu tanto amaldiçoei a bendita falta de ar, pois não queria que aquilo acabasse.

– Também gosto de você – sorri lhe dando um selinho.”

Éramos como um só. Um completando o outro de forma perfeita. Um encaixe.

Porque você sempre fora a peça que faltara no meu quebra-cabeça.

Até eu perdê-la, como nos dias de hoje... Lamento o inevitável. Choro por simples desespero....

Porque maldição você se fora? Porque maldição me deixara sozinha? Sei que a culpa não foi sua. Mas quem posso culpar? Na verdade, devia culpar a mim mesma por permitir que você se fosse. Por em um momento de insanidade ter entendido que era para seu futuro. Mas na verdade ambos sabíamos a razão.

Seu pai queria nos afastar, lembra como ele nunca gostou de mim? Eu não era a namorada perfeita para você segundo ele. Não era uma riquinha metida, não estava no mesmo nível que o seu. E ele dizia que eu estragaria sua vida, sua linhagem...

E então você partiu para a guerra, ele o alistara na Marinha. Literalmente para a guerra. Fardado. Lembro daquela noite gelada e triste como se estive acontecendo agora. Como imagens de um filme antigo passados em minha memória. Depois de cinco meses de namoro, sim, de namoro... Lembra que me pedira na mesma tarde do nosso primeiro beijo? Eu lembro das suas palavras. Embora as mais clichês possíveis: quer namorar comigo?

Mas voltando á aquela noite, um dia antes do Natal, a noite em que você partiria....

“Como em várias outras noites, estávamos lá, eu e você sentados no meio-fio de uma pracinha distante de olhares julgadores. Distante da inveja das pessoas, pois éramos o casal perfeito aos olhos dos outros. Que de perfeito não tinha nada. E isso era comprovado pelas lágrimas que desciam por meu rosto congelado pelo frio.

– Você não pode ir, e se algo de ruim acontecer? – eu agarrava sua mão desesperadamente.

Podia ver a dor em seu olhar. Seu olhos brilhando pelas lágrimas que teimavam em descer. Você era mais forte que eu, pois as minhas já formavam uma poça.

– Estou indo obrigado, não posso fazer nada – dissera com amargura.

Imaginei eu sem você e isso bastou para que meus soluços se tornassem mais altos, para que sentisse tudo indo por água abaixo. Não era o fim, não era. Mas e se fosse?

– Ei, ei – você passou o braço por mim e eu aconcheguei minha cabeça em seu ombro, sentindo seu cheiro almiscarado. – Você é tudo para mim, tudo que tenho de mais precioso. Vou voltar, quero voltar e pretendo fazer isso, para ficar ao seu lado até estarmos velhinhos e caindo aos pedaços...

Sorri fraco, lembro que você era o único que conseguia me fazer sorrir nas situações mais difíceis, eu poderia rir, mas isso parecia impossível em tal circunstância. Até porque eu já estava caindo aos pedaços. Podia sentir cada parte de meu corpo perdendo a força. Sei que era drama, mas a maioria das mulheres perdia seus maridos nessas coisas, os filhos ficavam sem pai...

Eu ficava sem o amor da minha vida.

– Você é meu anjo – sussurrei em meio aos soluços. – Não quero te perder no final de tudo. E nossos planos? Como ficam se o pior acontecer?

– Nada de ruim vai acontecer, mas se... – suspirou e pegou algo em seu bolso, eu sequei minhas lágrimas tentando me acalmar e então você me mostrou algo, era um colar – ...se acontecer quero que tenha isso, um pedaço de mim.

Eu peguei o objeto e o olhei, era uma corrente de outro com um pingente de lua crescente. Reconheci aquilo de uma foto sua e de sua mãe antes de ela ir á falecer.

– Não posso aceitar isso... – ainda tentava conter as lágrimas, tentativas falhadas.

– Quero que fique! – sorriu, seu sorriso brilhante que me contagiava.

E então você colocou o colar em mim. E eu sorri de verdade na primeira vez aquela noite”

Nesse momento estou sorrindo feito boba enquanto algumas lágrimas caem. Aquilo era realmente importante para você, sei disso. Você me contou uma vez que se fosse para se desfazer de algo da sua mãe teria que ser para alguém em quem você confiasse...

Para alguém que fosse o seu mundo.

Todos dizem que tudo que é bom não dura para sempre. E eu começo a acreditar nisso. Quero dizer, olhe o que está acontecendo comigo, olhe o que aconteceu com você, olhe o que nos aconteceu.

Maldito amor. Maldita vida.

Não me arrependo de ter amado você por esse pouco tempo, não me arrependo de ter vivido esses momentos que vivi com você.

Lembro que na noite de sua partida, depois que voltamos para sua casa, nos despedimos com beijos, promessas e carinhos. Nos declaramos um para o outro, como se já não tivéssemos feito isso. Mas ainda sim, sabíamos que as chances de retornarmos a nos ver eram mínimas, lá no fundo, sofríamos por isso. E tive mais certeza ainda, quando vi pela primeira vez suas lágrimas, seus olhos vermelhos... Nosso último beijo e então seu pai saiu pela porta da casa e me empurrou com brutalidade, fazendo-me cair na neve. Você o xingou e o empurrou também naquela noite, lembra? Me ajudou a levantar e então foi puxado brutalmente pelo braço.

Nunca senti nada igual, era como parte de mim sendo arrancada e despedaçada, era como estar meu mundo. Você foi praticamente jogado para dentro do carro. Eu entendia que você não podia fazer muita coisa. Entendia que de qualquer maneira, estaria indo lutar, mais tarde ou mais cedo. Estava no seu sangue. Lembra que me contou do acampamento de verão que fez aos 14 anos para o corpo militar? Só que estava sendo obrigado a ir tão cedo, com 18 anos...

Eu não queria que fosse agora, não queria ter que olhar o carro se afastando sob as luzes de Natal. Irônico uma paisagem tão bonita, com bonecos de neve sorrindo e luzes coloridas piscando funcionar como cenário de algo tão triste. Tão deprimente.

E então, aqui estou eu, escrevendo essa longa carta para você. Não faz muito sentido, pois seu enterro foi ontem e agora estou aqui, fazendo isto sentada em frente a sua lápide.

Em memória de Toby A. Cavanaugh. Filho querido e dedicado. Honrado e amado.

Droga, uma lágrima minha acabou de manchar a folha de caderno. Eu estava tendo tanto cuidado para que meu sofrimento não caísse no papel branco e nas linhas azuis. Mas ainda está visível. Não que algum dia você vá ler, não há mais como. Porém, gosto de imaginar que está compreendendo tudo isso. Talvez esteja em algum lugar do céu sorrindo, com belas e majestosas asas brancas. Você ficaria lindo como um anjo.

Espera, você viu? Acabei de sorrir. Acho que qualquer pessoa em meio ao maior sofrimento consegue encontrar alguma razão para sorrir, não é? Mesmo que ela não exista mais ou não esteja mais ao seu lado...

De qualquer maneira, a minha é você. A razão pelo qual vou continuar vivendo, mesmo que não sinta vontade, estou fazendo isso por você. Afinal, a frase entalhada em sua lápide parece mais uma mensagem para mim do que uma filosofia de vida para você.

“Continuar vivendo. Não importa o que aconteça.”

Com todo amor,

Spencer.

Xoxo


Notas Finais


É minha primeira oneshot gente, comentem o que acharam e se gostaram, favoritem *-*


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