História Lost Lovers - NamJin - Hoje e para sempre

O que é melhor do que beijar a pessoa mais linda, incrível e frágil do universo? Tê-la em meus braços.

Definitivamente a melhor tarde de filmes da minha vida! Apenas eu e Seokjin juntos, deitados em minha cama. Meu braço servia de travesseiro para ele e de vez em quando eu fazia um cafuné em seus cabelos sedosos.

Nem sei o que estava acontecendo no filme, minha mente estava focada em Jin - pra variar.

Beije então.

Ah... Aquelas palavras reverberavam em minha cabeça. O toque macio de seus lábios, seu gosto inexplicável de morango, o toque de suas mãos em meus cabelos, tudo, todas as sensações voltavam à tona em minhas memórias.

Esse cheiro magnífico de seus cabelos me fazem delirar, o calor de sua mão em meu tronco me derrete, o som de sua respiração é música para os meus ouvidos.

Esse momento que para mim está sendo mágico não seria possível se minha mãe estivesse em casa, pelo menos eu creio que não. Aliás, tenho que lembrar de agradecê-la por ter saído.

- Namjoon. - me chamou baixo.

- Hm? - murmurei.

- Seu celular está tocando.

E não é que eu estava tão no mundo da lua que nem ouvi o telefone tocar?

Sussurrei um obrigado para Jin e estiquei meu braço livre para o lado, a fim de alcançar o aparelho que repousava no criado mudo.

- Alô?

- Filho, não vou voltar pra casa hoje, ok?

- Ué? Por que não?

- Você realmente quer que eu diga? - senti aquele tom de ironia em sua fala e logo percebi do que se tratava.

- Não, pelo amor. - franzi a testa só de imaginar.

- Então tá. - riu. - Faça a janta se quiserem comer.

- Fazer? Não sobrou o almoço?

- Não, vai ter que fazer. De um abraço no Seokjinnie por mim, sim?

- Pode deixar. - sorri.

- Até amanhã, filho. Juízo, hein.

Assim que encerrei a chamada coloquei o celular de volta na comada e dei um beijo no topo da cabeça de Jin. Ele virou o rosto e me encarou surpreso.

- P-Por que fez isso?

- Preciso de motivo pra te beijar?

Pude ver nitidamente seu rosto enrubescer.

- Era... Era a sua mãe? - perguntou ainda meio tímido com a situação. E, apesar de achar graça toda essa vergonha dele, eu não ri.

- Era sim, ela disse que não vai dormir aqui hoje.

- Não? - esperou um pouco e arregalou os olhos antes de falar. - Então seremos apenas nós dois?

- Exatamente. - sorri. - Se você quiser pode dormir aqui comigo. - falei mais pra ver qual seria a sua reação.

Se bem que eu adoraria que ele dormisse aqui comigo.

- N-N-Não é necessário. - falou constrangido.

- Ah, mas que pena. - fiz uma cara triste. - Queria poder dormir te abraçando, mas se você não quer, né? Fazer o que?

- Mas você já está me abraçando, Namjoon. - riu.

- Ya, mas agora não vale. - ri.

- Claro que vale!

- Ah é? Sabe o que mais vale? - tirei meu braço debaixo de sua cabeça com cuidado e me sentei na cama. - Cosquinha!

Ataquei sua barriga com meus dedos e pude ouvir suas gargalhadas ecoarem pelo quarto. Seu corpo de remexia a medida que eu fazia cócegas em si. Depois de alguns segundos pude ouvir um "Ai" camuflado entre os risos. Parei de provocá-lo e ele foi recuperando o fôlego aos poucos. As risadas logo se transformaram em um ou dois gemidos de dor.

- Meu quadril... - resmungou enquanto achava uma posição confortável na cama para se deitar.

- Perdão. - peguei sua mão esquerda, que era a mais próxima de mim, e beijei-a. Em seguida olhei-o e dirigi-lhe um sorriso doce. Sua face tomou uma coloração rosada e seus lábios se abriam e fechavam levemente algumas vezes como se as palavras estivessem presas na sua garganta.

- Idiota... - disse baixo.

- Por que eu seria um idiota?

- Porque você adora me deixar envergonhado.

- Tem razão. - dei um outro beijo nas costas de sua mão.

Ele tentou puxar sua mão, mas não conseguiu, e ao invés de soltá-lo eu fui subindo os beijos pelo seu braço. Primeiro beijei seu pulso, depois subi pelo seu antebraço, segui para o braço e finalizei no ombro. Quero dizer, poderia ter finalizado no ombro, mas continuei. Fui subindo os beijos até chegar no seu pescoço, e quando eu cheguei lá ouvi arfes de Seokjin.

Demorei-me um pouco no pescoço, beijando cada cantinho dele. Não chupei, não lambi, apenas beijei - e beijei bastante. Teve um momento em que eu devo ter encostado em alguma área mais sensível de seu pescoço, porque ele gemeu leve e baixo. Ergui um pouco a minha cabeça e mirei seu rosto com um sorriso de lado.

Em seguida uma de suas mãos foi ao encontro de sua boca e a tapou, imagino que seja para não deixar mais nenhum som escapar. Aquela mão estava atrapalhando os meus planos, então teria que me livrar dela.

Nem voltei ao pescoço, depositei um selar diretamente em sua bochecha esquerda, depois fui para a direita, beijei sua testa, seu queixo e as costas da mão que bloqueava a sua boca. Bom, digamos que depois que eu fiz aquilo não foi difícil remover a mão de Seokjin dali, eu apenas a puxei devagar e a segurei.

Com o caminho livre me permiti admirar sua face com aquela intensidade pela segunda vez naquele dia. Ao contrário do que eu esperava, a mão que eu usei como uma trilha para os meus beijos pousou do lado direito do meu rosto e permaneceu por lá. Vez ou outra eu sentia seu polegar se movendo levemente, meio que fazendo um carinho sutil em meu rosto.

Minha mão esquerda ainda segurava a destra de Jin, mas num gesto calmo eu entrelacei nossos dedos e pousei ambas as mãos no travesseiro - ao lado da cabeça de Jin. Eu estava louco para tomar aqueles lábios pra mim mais uma vez, e eu torcia para que Jin estivesse do mesmo jeito que eu.

Nossos rostos já estavam bem próximos àquela altura do campeonato, mas quando eu ameacei aproximá-los um pouco mais Jin fechou os olhos e ergueu o queixo um pouco. Era disso que eu precisava, um sinal verde.

Abaixei a cabeça e juntei nossos lábios sem demora e passamos à movimentá-los juntos em uma dança que poderia durar para sempre. Sua mão saiu de minha bochecha e foi parar em minha nuca, onde acariciava e, vez ou outra, puxava uns fios de cabelo lá existentes. Nossas línguas brincavam uma com a outra e parecia que cada novo beijo superava em tudo o anterior.

O beijo não era fogoso nem calmo, tinha um ritmo médio, mas se continuássemos naquele pique eu não seria mais responsável pelos meus atos. Na verdade, eu só estou conseguindo me controlar por ele.

De repente eu escuto meu celular tocar, fazendo com que nosso beijo fosse interrompido. Me sentei e bufei em desaprovação, a pessoa tem o dia todo pra me ligar e resolve ligar justamente quando não deveria! Vai tomar naquele lugar seja lá quem estiver do outro lado da linha!

- Alô? - falei ao pegar o celular da cômoda.

- Por que faltou de novo? Aliás por que você e o Jin faltaram de novo?

- Ah, Yoongi! Eu vou dar nessa tua cara de bolacha amanhã!

- Ué? Que que eu fiz? - perguntou se fazendo de coitado. - Será que atrapalhei a fornicação dos dois?

- De onde você tira essas coisas? - ri. - Mas não, não foi nada disso não tá, vacilão?

- Foda-se, agora me responde que eu quero voltar à dormir.

- Não deu pra ir, que coisa. Depois eu explico, agora por que você vai dormir no meio da tarde?

- Tarde? Namjoon, são oito e meia da noite!

- O quê?! Nem vi o tempo passar!

- Percebi! Agora tchau que eu to com sono, e parece que já atrapalhei demais por ai. - riu.

- Babaca. - xinguei-o baixo assim que desliguei a chamada.

- O que houve? - Jin me perguntou erguendo um pouco o corpo e se apoiando nos cotovelos.

- Nada, o Yoongi só queria saber por que faltamos hoje.

- Entendi. - disse ele.

Ao analisá-lo notei que seus lábios estavam bem vermelhos e inchados, suas bochechas estavam coradas, e pude ver seu peito subindo e descendo pesadamente como se estivesse recuperando o fôlego.

- Sabe que horas são? - perguntei.

- Não... Umas cinco?

- Errou, são oito e meia.

- Que?! Como assim? Nós almoçamos agorinha!

- Parece que passamos a tarde toda vendo filmes. - ri.

Mas acontece que eu passei a tarde toda pensando em você.

- Acho que passaram uns quatro ou cinco filmes por ai. - disse ele.

"Por ai"? Mas ele não estava assistindo?

- Deve ter sido isso mesmo. - concordei. - Está com fome?

- Um pouco. Vai fazer comida?

- Errou de novo. - levantei o celular. - Vou pedir pizza, não sei cozinhar.

- Ué? - riu. - Mas você não disse que faz almoço todos os dias porque sua mãe não está aqui pra fazer?

- Eu disse que esquento a janta do dia anterior pra comer no almoço todos os dias. - corrigi. - E você, Jin? Sabe cozinhar?

- Claro que sei, eu morava sozinho até hoje de manhã, esqueceu? - disse rindo.

- Cozinha pra mim um dia?

- Vamos cozinhar juntos.

- Mas eu não sei nem cortar uma cebola, Jin.

Ele riu com gosto.

- Eu te ensino.

- Promete? - estendi o dedo mindinho.

- Prometo. - selou o juramento abraçando o meu dedo o meu dedo com o seu.

~

- Coloquei a pizza na mesa. - disse ao entrar no quarto.

Nunca foi tão complicado escolher um sabor de pizza, sério. Jin insistia em dizer que a pizza de brócolis era uma delícia, mas eu queria algo mais simples e entupido de carne - tipo a boa e velha pizza de calabresa.

No final das contas, depois de uma pequena "discussão" com o atendente da pizzaria, conseguimos pedir uma meio à meio. Não sei porque eles não tem a opção de dois sabores em uma só pizza, isso facilitaria a vida de muita gente.

- E agora? - ele perguntou.

- Vamos comer aqui, ué.

- No quarto? Sua mãe não vai ficar brava?

- Vai sim. - dei de ombros.

- Vamos comer lá em baixo mesmo, Namjoon. - ele se ajeitou na cama para se sentar.

- Então eu te levo.

- Como assim "me leva"?

- No colo. - me aproximei para pegá-lo, mas suas mãos pousaram em meu peito num sinal que dizia para eu esperar.

- Eu sou pesado.

- Não é não, eu te aguento.

- Como sabe?

- Digamos que eu já te carreguei umas vezes. - ele arregalou os olhos um pouco. - Você estava desacordado em todas elas, então não vai se lembrar de qualquer maneira.

Ele não disse mais nada, então eu me ajeitei e peguei-o no colo. Desci as escadas com calma para não correr o risco de cair, derrubar o Jin ou machucá-lo ainda mais.

~

- Viu como a de brócolis não é tão ruim assim? - Jin disse assim que provei um pedaço da verdinha.

Na verdade, Jin cortou um pedaço da fatia dele e estendeu pra mim. Sim, ele me deu comida na boca - e eu achei isso digamos que nada mais nada menos do que simplesmente adorável.

- É, mas a de calabresa é melhor. - concordei discordando.

Não fez sentido, mas ok.

- Mas a de calabresa é enjoativa. - bufou. - Por que você é tão teimoso, Nam?

Nam? Essa é a primeira vez que ele me chamou por um apelido.

- O que disse? - queria confirmar se minha audição estava me pregando uma peça ou não.

- O que? - perguntou confuso.

- Como você me chamou.

- De Namjoon?

- Nam.

Ele arregalou os olhos e corou, poucos instantes depois ele desviou o olhar.

- Foi sem pensar, desculpe.

- Eu gostei. - ele me encarou de novo. - Nunca me chamaram assim.

- ... Então eu posso continuar te chamando assim? - perguntou baixo.

- Por favor. - concordei. - Quando me chamam de Namjoon tenho a sensação de que estão bravos comigo, você principalmente.

- Então "Namjoon" e "Seokjin" só em situações delicadas / bravas / não calmas?

Ri.

- Somente em situações delicadas / bravas / não calmas.

Continuamos a comer a pizza enquanto conversávamos, e quando acabamos eu apenas coloquei os pratos na pia e guardei o que sobrou da pizza na geladeira.

- E então, Nam... - meio que enfatizou o apelido. - O que fazemos agora?

- Deixe eu ver... - peguei-o no colo novamente. - Que tal dormirmos, princesa?

- Princesa? - ele riu e abraçou meu pescoço para se segurar. - Por que "princesa"?

- Hm... Porque eu sempre te carrego como se fosse uma princesa, mas não é só por isso não. - disse enquanto caminhava de volta para o quarto com Jin em meus braços.

- Ah não? Por que mais então?

- Porque você é lindo, tem uma pele macia, e tem os lábios rosados e doces. Por isso é minha princesa.

- E quem disse que sou seu? - me perguntou divertido assim que chegamos no quarto.

- Eu, assim como eu estou dizendo que sou seu. - depositei-o na cama, mas não me afastei.

- Então agora você é meu? - perguntou olhando nos meus olhos.

- Hoje e para sempre.