História Lost Souls - Possessão

Meu nome é Ariel Miller e eu tinha 17 anos quando um acontecimento mudou todo o rumo da minha vida.
Eu vou te contar tudo desde o início, mas não tenho certeza se você vai acreditar. Enfim. Tudo começou na tarde do dia 17 de Janeiro. Eu e meus amigos, Jack, Connor, Gabrielle, Lizzie, Bia e Marie combinamos de nos encontrar em uma igreja abandonada. Por que? Eu também não sabia. Jack e Connor apenas tinham nos mandado ir até a igreja no final da tarde.

Quando eu, Gabi, Lizzie, Bia e Marie chegamos lá, vimos os meninos no centro da igreja. Connor estava forrando uma pequena mesa circular com um pano preto e Jack estava colocando cadeiras ao redor dela.
-O que é isso?-perguntou Lizzie.
-Vamos jogar um novo jogo.-disse Jack
-Espera, vocês me fizeram vir em uma igreja velha e suja para jogar um joguinho?-perguntou Marie, sarcástica.
-Não é um "joguinho" comum.-Disse Jack. E pegou um tabuleiro de madeira com várias letras e números e um pentagrama invertido no centro.-Este jogo se chama Ouija, e esse é o tabuleiro dele.
-Como joga isso?-perguntou Bia.
-Sentem!-pediu Jack.
Connor já estava sentado em sua cadeira, me sentei em uma cadeira próxima a dele. Jack colocou o tabuleiro na mesa e Connor colocou uma seta de madeira em cima dele. Notei que a seta tinha um buraco no meio.
-Vamos um de cada vez, eu vou primeiro e o Connor vai depois, depois a Ariel e assim vai.-explicava Jack
-Pela ordem das cadeiras.-completou Connor.-Para jogar, você coloca as duas mãos na seta de madeira e vai deslizando ela pelo tabuleiro, formando frases etc.. Primeiro, você coloca o buraco da seta em cima do "Oi", assim você chama um espírito para conversar. Ele vai arrastando a peça até as letras e conversando com você, aí você faz o mesmo e quando não quiser mais conversar com ele, leva a seta até o "tchau".-explicou Connor.
-Espíritos? Vocês são loucos.-disse Bia.
-Se não querem jogar é só não jogar. Mas não pode sair no meio do jogo.-Disse Jack
-Vão jogar ou não?-perguntou Connor
Bia olhou para nós e nós assentimos.
-É, ok.-ela disse
 

O jogo começou. Jack levou a seta até o "Olá". A seta foi arrastada até as letras "O" e "i".
-Você que ta mexendo isso!-Disse Gabi.
-Cala a boca.-mandou Connor.

Jack arrastou a seta até as letras "b" "e" "m" "o" "u" "m" "a" "l".
-Eai?-perguntei
-Ele perguntou se o espírito é do bem ou do mal.-disse Connor.
-Isso é tão chato!-resmungou Lizzie.

A vez de Gabrielle chegou antes que a minha. Bia Lizzie e Marie já tinham jogado e estavam acreditando no jogo. Só espíritos bons tinham conversado conosco, até a vez de Gabrielle.
-Pergunta se é do bem ou do mal.-pediu Connor.
-Gabrielle, da tchau!-pediu Jack
-Por que?-perguntou ela
-Gabrielle, dá tchau logo!-Jack insistia
-Mas quase não conversamos.-disse ela
Foi quando eu percebi que a seta tinha ido ao "não" e a pergunta de Gabi foi "você do bem?"
-Gabi, eu te dou a minha vez e você tenta de novo, mas dá tchau para esse espírito.-eu disse
-Não! Ta na minha vez!-ela gritou e acabou tirando uma das mãos da seta. A seta foi se arrastando para a borda do tabuleiro e parecia que estava tentando sair do tabuleiro. Até que voou longe.
Gabi começou a tremer, parecia estar tendo uma convulsão. Ela caiu da cadeira e ficou agachada no chão com o cabelo cobrindo o rosto.
-Gabrielle?-Bia chamou
Mas Gabi ainda tremia com o rosto coberto pelo cabelo.
-Gabrielle, para de palhaçada.- Disse Connor tocando o ombro dela.  Ela levantou a cabeça. Não parecia a mesma, estava com os olhos vidrados e vermelhos, a pele parecia estar podre e ela estava sorrindo. Seu corpo levitou e pude ver mãos negras tentando puxa-la. Ela caiu novamente no chão e girou a cabeça, eu pude ouvir seus ossos quebrando, não sabia como Gabi ainda estava viva. Ela foi se contorcendo toda e seus ossos faziam um som horrível. Revirou os olhos até ficarem completamente brancos e começou a babar sangue. O sangue era de um vermelho intenso, mas foi escurecendo até se tornar um líquido preto com cheiro de carne podre. Gabrielle se contorceu mais e depois seus olhos revirados voltaram a me encarar. Ela olhou para mim e logo em seguida olhou para Lizzie, pulou em cima dela e lhe arrancou a cabeça com as mãos. Gabrielle não tinha toda aquela força, mas aquilo não era Gabi, não mesmo. Ela olhou para Bia e pulou na direção dela, mordeu o pescoço de Bia e arrancou pedaços. Logo depois, ela devorou o estomago de Connor e arrancou com a mão o coração de Jack. Marie e eu corremos. Cometi o erro de olhar para trás e vi Gabrielle vindo atrás de nós se contorcendo como uma aranha. Marie e eu não tínhamos para onde ir, nós seriamos pegas. Subimos as escadas antigas da igreja e fomos até o segundo andar. Nos trancamos em uma sala e ficamos em silêncio. Eu podia ouvir a respiração de Gabrielle e o som de seus ossos estalando e sua pele se esticando conforme ela ia contorcendo o corpo. Ela batia nervosamente na porta afim de entrar no cômodo, Marie estava chorando e eu tentava pensar em coisas positivas. O rosto demoníaco de Gabrielle apareceu em um buraco na porta. Eu e Marie nos afastamos da mesma e Gabrielle se contorceu, conseguindo passar pelo buraco que fez batendo na porta. Ela subiu em Marie com um pulo e afundou seus dedos nos olhos dela. Marie gritava e eu já estava chorando. Gabrielle colocou a mão por dentro da boca de Marie e puxou sua língua para fora. Marie cuspiu litros de sangue, até morrer. Gabrielle olhou em meus olhos, comecei a rezar em voz alta e ela gargalhava, me deixando ainda mais nervosa.
-Você será minha próxima refeição!-disse Gabrielle com a voz grossa e estridente.
-Nunca!- Gritei e me atirei pela janela. Não sei o que aconteceu com Gabrielle ou com o demônio que se apossou dela. Afinal, eu morri. Mas de uma coisa eu sei: O demônio não conseguiu se alimentar, ele queria comer as pessoas ainda vivas. Ainda deve estar com fome, talvez, você seja a próxima refeição.