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História Lost Souls - Quarto do Medo


Escrita por: LucyVidrig

Notas do Autor


Boa Leitura.

Capítulo 3 - Quarto do Medo


Fanfic / Fanfiction Lost Souls - Quarto do Medo

Uma das coisas melhores coisas de morrer e se tornar uma alma perdida, é que você pode observar as pessoas e possuir algumas delas. Isso aconteceu com minha mãe quando eu tinha 15 anos. Eu e minha mãe tínhamos acabado de nos mudar para uma casa antiga no Sul da Califórnia. Haviam boatos sobre a casa ser mal assombrada, mas eu e minha mãe preferimos ignorar essas historinhas pois não acreditávamos nessas coisas. Grande erro. Nós deveríamos ter escutado as pessoas, deveríamos ter acreditado nas histórias absurdas sobre uma mulher que esquartejou sua filha e depois se matou. Tudo teria sido mais fácil e eu ainda teria minha mãe comigo.

Na nossa primeira noite na casa, o lençol da minha mãe foi parar na sala, que fica no andar de baixo. Na segunda noite, eu senti algo puxando meu pé. Na terceira noite eu não dormi direito, tinha a sensação de estar sendo observada. Minha mãe acordava todos os dias com marcas roxas pela pele, arranhões e as vezes machucados sangrando. Depois de todos os vidros da casa explodirem ao mesmo tempo, minha mãe chamou um padre. Não adiantou de nada, as coisas só pioraram. De noite, no mesmo dia em que o padre veio nos visitar, eu acordei ás 3 da manhã com minha mãe gritando. Corri para o quarto dela e o que vi foi: Minha mãe no chão,  contorcendo o corpo de uma forma perturbadora, gritando e revirando os olhos. Gritei e comecei a chorar, minha mãe olhou para mim com ódio. Mas aquela não era mais minha mãe, era algo maligno que se apossou dela.
-Quem é você?-perguntei tentando conter as lágrimas.
         O demônio gargalhou com uma voz grossa.
-Eu sou sua mãe, minha querida.-respondeu. Aquela coisa na verdade, parecia possuir mais de uma voz, todas grossas e falando em uníssono.
-Você não é minha mãe! Diz logo quem você é.-ordenei
            O demônio se levantou e ficou andando em círculos ao meu redor. Ficou mexendo em meu cabelo enquanto andava e eu sentia um arrepio horrível percorrer meu corpo.
-Você se parece com minha filha. Ela também tinha cabelos extremamente lisos.- O demônio agora falava com outra voz, a voz de uma mulher. Mas não era a voz da minha mãe. Talvez fosse sua voz humana.
-Como assim "tinha"? O que aconteceu com ela?
       No fundo eu sabia a resposta, mas preferia não acreditar que pudesse ser aquilo.
-Ninguém te contou dos boatos, querida? Francamente! Antigamente eu era mais conhecida.. Enfim. Eu matei minha filha, aqui nessa casa.. Esse foi o quarto onde escondi os restos dela.
-Por que fez isso?-perguntei
-Eu fiquei meio louca após me separar do meu marido por traição da parte dele. Cortei os membros dela e quando vi o que fiz, me matei. Deus não perdoou minha alma e aqui estou eu. Condenada á passar o resto de minha vida- ela fez uma pausa e gargalhou com a voz de demônio- ..Morte na verdade. Condenada á passar o resto de minha morte atormentando as pobres almas que se mudam para essa casa.
-Deixa minha mãe em paz, por favor.-pedi
-Ah, minha querida.-Ela pousou a mão suja por meu rosto e limpou minhas lágrimas. olhou em meus olhos com seus olhos amarelos e seu rosto apodrecido.-..Eu não quero sua mãe. Eu quero você!- Ela sorriu mostrando dentes podres e deixando sangue escorrer de sua boca. Tirei sua mão do meu rosto e corri para fora do quarto. Eu estava em frente a porta do quarto de minha mãe e travei quando vi que meu corredor tinha se transformado em uma piscina de sangue. O demônio abriu a porta do quarto, que apodreceu no local onde encostou a mão.
-Eu arrastei o corpo de minha filha por esse corredor, e cortei ela bem onde você está.-ela disse.
-Isso é coisa da minha cabeça! Esse sangue não é real!-eu falava para mim mesma

Percebi que o sangue já estava alcançando minha cintura.
-Para com isso!-ordenei e fechei os olhos. O demônio gargalhou e quando senti que minhas pernas estavam secas, abri os olhos olhando para o chão. O sangue havia sumido. Olhei para cima e vi duas mãos, dois pés, uma cabeça e um tronco humanos pendurados. Afundei minha cabeça em minhas mãos e tentei pensar em coisas positivas. Senti uma respiração em minha nuca e um cheiro de carne podre. Olhei para trás e aquele demônio estava atrás de mim, sorrindo. Ela me deu uma facada nas costas e eu cai no chão, ela então, foi cortando meus membros e deixou minha cabeça por último. Eu pude ver meu corpo esquartejado e espalhado pelo chão, o demônio saiu do corpo de minha mãe, que viu o que "fez" e correu para o banheiro aos prantos. Ela pegou todos os remédios do armário do banheiro e foi os tomando.
"Mãe, não!" eu gritava, mas ela não me ouvia, eu era apenas um espírito. Minha mãe caiu no chão. Sua alma não ficou com a minha. Provavelmente, ficou presa na casa. Meus restos mortais foram cremados e jogados no mar, me deixando livre para assombrar outras almas. Gosto de observar algumas pessoas, mas nunca fico muito tempo só observando, pois também gosto de possuir corpos. Pessoas distraídas são as melhores de observar. As vezes tenho problemas para deixar as pessoas distraídas. Mas agora foi bem fácil, bastou eu contar a história de como morri e consegui te distrair. Talvez de noite eu esteja te olhando dormir. Ou talvez, esteja te observando agora mesmo. Você nunca saberá.

 

 

 


Notas Finais


Maira Jackson- Cap: Alice in Wonderland


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