1. Spirit Fanfics >
  2. Lotto >
  3. Capítulo Único: Ganhamos na loteria, baby.

História Lotto - Capítulo Único: Ganhamos na loteria, baby.


Escrita por: Wonfishy

Notas do Autor


Hello hello hello~

Cheguei quase atrasada, mas vida que se segue. Tô aqui linda e cheirosa postando mais uma XiuChen dlç pra vocês <3
Entrei no conceito de Lotto sim, amores. AQUILO LÁ TEM MATERIAL DE SOBRA PRA FANFICS, VAMOS BOTAR OS DEDINHOS PRA TRABALHAR AÍ! Eu confesso que pensei que não ia conseguir terminar a tempo, porque essa fase do concurso é bem mais complicada do que as anteriores, mas teve um limite maior de palavras que eu aproveitei e consegui terminar quase em cima. Era pra eu postar amanhã, mas por razões maiores vai ser hoje.

A capa foi feita pela linda da Lemmie <3
Mana, sua linda, muito obrigada!

O conceito de Lotto pode variar (?) de acordo com a ideia de cada um, então já sabem.

> OS NÃO betada por motivos das regras do concurso não permitirem.
> Chen e Minseok reis da porra toda.
> Byun Baekhyun sendo Byun Baekhyun.
> Suho sendo o SuHo (aka com participação especial do Kris, ADORO -v-)
> Não é o meu melhor lemon! Mas espero que gostem~

Boa leitura gente <3

Capítulo 1 - Capítulo Único: Ganhamos na loteria, baby.


Fanfic / Fanfiction Lotto - Capítulo Único: Ganhamos na loteria, baby.

Lipstick chateau wainbit keolleo (chateau chateau all over yeah)

Batom e Chateau cor de vinho (Chateau, Chateau em todo o lugar, yeah)

Hayan champagne beobeure syawo (hayan champagne on me)

Champagne branco e um banho de espumas (Champagne branco em mim)

Pyeongsaenge han beoniljido molla

Isso só acontece uma vez na vida

Kkuk chamassdeon bonneungi twieo olla

Meus instintos reprimidos estão surgindo

(bonneungi twieo olla)

(Instintos estão surgindo)

Eojjeona I just hit the lotto (just hit the lotto yeah oh)

O que fazer? Acabei de ganhar na loteria (Acabei de ganhar na loteria yeah oh)

 

LOTTO - EXO.

 

_

 

 

 

O lugar estava lotado.

 

Era impossível esconder o sorriso satisfeito que despontava em seus lábios ao calcular, mentalmente, o quanto faturaria hoje. Via o desespero estampado nas feições das pessoas que apostavam até o que não tinham na esperança de, subitamente, ficarem milionárias da noite para o dia. E quem não gostaria de ficar? De solucionar seus problemas dessa forma? Oh, mas nem sempre isso é possível. Nem todos tem a sorte de ganhar na loteria.

 

Com uma taça de vinho tinto em mãos, perambulava por entre os demais sem pressa, apreciando — com a pior das intenções, é claro — o medo se mesclar ao desespero; a ânsia em ganhar qualquer coisa para saciarem seu vício. O maldito vício que os afundava cada vez mais em dívidas, dia após dia. Como um ciclo vicioso no qual estavam presos e não conseguiam sair.

 

JongDae não se orgulhava de foder com a vida alheia, mas também não reclamava do lucro que vinha para seus bolsos ao fim do dia. Na verdade, pouco lhe importava os meios. Desde que recebesse sua grana, nada mais lhe importava. Pra que mentir? A verdade é que nada lhe fazia mais feliz do que ver todas aquelas almas fodidas gastarem até seus últimos tostões do bolso. Para seu deleite, era o que acontecida todos os dias.

 

Ninguém ali queria levar fama de perdedor.

 

O cassino era um de seus bens mais preciosos. Sua maior fonte de renda. Como todo bom fodido da vida, sua infância fora miserável e nem sequer podia lembrar tudo o que faltava em sua casa. Lembrava-se, com desgosto evidente, do fogão quase caindo aos pedaços e do maldito cheiro de gordura impregnado por todo o canto no que seus pais chamavam de “cozinha.” Sua casa era tão minúscula que mal cabiam os móveis, quem dirá uma família de cinco pessoas. Mas cabia. Era isso ou ter que dormir na rua.

 

 

E, bem, já havia feito isso muitas vezes. Mas apenas em casos de emergência — quando seu pai estava tão podre de bêbado que resolvia descontar sua frustração em algum dos filhos menores; ou em sua mãe, que mal tinha roupas para esconder os inúmeros machucados espalhados pelo corpo. Era uma merda. Mas o que podia fazer se não passava de uma criança chorona e ingênua? Não tinha como impedir as agressões contra seus irmãos, mãe ou até a si mesmo.

 

Agora, mais velho, sabia que foram tais lembranças que fizeram nascer em seu interior o desejo ardente de vingança. A ânsia em ter uma vida melhor, em se livrar daquela família problemática. Em se livrar das surras constantes. Já havia passado fome demais na vida para se arrepender da forma que ganhava dinheiro. Seu pai já estava morto e sua mãe, infelizmente, também. Não tinha notícias de seu irmão velho desde que resolvera fugir de casa, ainda adolescente, quando decidiu que não aguentava mais aquela vida miserável. Apenas sabia de Junmyeon — que, aliás, estava bem ocupado jogando e bebendo numa das mesas ali — porque ele lhe seguira na noite em que decidiu ir embora. Implorou de joelhos para que lhe deixasse ir consigo.

 

E como poderia negar? Eram apenas dois anos de diferença. Mesmo sendo filhos de pais diferentes, Junmyeon era alguém doce e ótimo com planos que envolviam quantizar grandes quantidades de dinheiro. Desfrutava da boa vida tanto quanto ele, ainda que suas preocupações fossem outras.

 

E eram tantas!

 

Deparou-se com uma roda de pessoas ao redor de uma gaiola grande. O cheiro forte e podre de sangue vinha dali, onde dois galos brigavam incansavelmente em busca da vitória. Era nojento. Não apenas pelo cheiro, mas a forma como se machucavam e sangravam, manchando o chão de madeira antiga. O grande alvoroço vinha dali, afinal. Localizou o responsável pelas apostas com os olhos fixos nos animais, ansiando pelo fim e pelo dinheiro. D.O. Era o único nome que tinha do rapaz de estatura baixa e olhos grandes demais para um coreano. Não podia chamar de “amizade” o que tinham, mas havia um acordo e um contrato que os ligava que funcionava da seguinte forma: eram sócios, mas cada um cuidava de seus próprios negócios. Sem interferências no negócio alheio por nenhuma das partes.

 

Era, basicamente, assim que acontecia há quatro anos. E, sinceramente, não via motivos para quebrar o acordo, por mais que aquilo não fosse nada agradável de presenciar. Acenou rapidamente com a mão para D.O, que lhe retribuiu da mesma forma, voltando o olhar para a briga de galos com um sorriso assustador nos lábios grandes. JongDae nunca admitiria em voz alta, mas sentia arrepios ao ficar sozinho com aquele homem baixinho e assustador.

 

Continuou a perambular pelas pessoas, recebendo acenos e olhares que sabia serem de desejo, retribuindo apenas aqueles que lhe interessavam. Entre eles, havia Byun Baekhyun e toda a sua áurea perigosa e sádica. Bakhyun viera de berço de ouro, sendo o único herdeiro de uma Multinacional que o tornava um dos jovens solteiros mais cobiçados de Seul. Engana-se quem pensa que ele é alguém que segue as regras da sociedade. Seguia suas próprias regras — e isso incluía ir para cama com quem quisesse, onde quisesse e quantas vezes quisesse, sendo homem, mulher ou até mesmo ambos — e não tinha um pingo de vergonha em ser dessa forma. Ele era um dos poucos que despertavam seu interesse e não negava sexo quando ele queria. Afinal, só um louco seria capaz de negar algo a ele.

 

— Já está por aqui, Byun? — Indagou alto por conta da música, sentindo a mão gelada escorrer por seu braço em uma carícia ousada e típica. Colou os corpos, recebendo um gemido manhoso em resposta, o que fez seu sorriso aumentar consideravelmente.

 

— Eu não sou um amador, Kim. — Riu alto, segurando uma taça pela metade de vinho. — Você bem sabe disso, não é?

 

— Sei. Claro que sei. — Sorriu ainda mais, bebericando de sua taça, sem se incomodar com os olhares e comentários alheios. Baekhyun costumava chamar muito a atenção, ainda mais quando protagonizavam uma cena como a de agora no meio de tantas pessoas conhecidas e igualmente importantes. — E então, onde está o zangão?

 

Baekhyun riu. Uma risada alta e gostosa.

 

— Deixe ChanYeol pra lá, Kim. — Revirou os olhos. Sabia que JongDae chamava ChanYeol de tal forma por causa de sua altura e de seu gosto peculiar por meias amarelas e listradas que em nada combinavam com seu perfil. Além do fato de ele ser sua quase sombra; sempre lhe seguindo para onde quer que fosse. — Você sabe que eu não brinco com peça repetida, mas você é uma exceção deliciosa. Que tal brincarmos um pouco em sua sala?

 

JongDae arqueou a sobrancelha, intrigado com aquela proposta tão repentina. Mas, afinal, qual era a surpresa? Já haviam feito muita coisa em sua sala. Aquela não seria a primeira e muito menos a última vez. Olhou ao redor, dividido entre aceitar e aceitar. Junmyeon já estava acostumado a tomar conta dos negócios quando estava fora, além de ter a companhia de Jessica que costumava harmonizar qualquer tipo de situação com sua presença. Havia os seguranças que guardavam a entrada do cassino… Não teria problema sumir por um tempo. Sabia perfeitamente que tudo iria transcorrer bem.

 

Entretanto, antes que pudesse dar sua resposta, alguém o fez por si.

 

— Vocês podem brincar outro dia, Byun. Hoje, JongDae e eu temos negócios a tratar. — A voz grave de Minseok se fez presente pela primeira vez na noite, pegando a ambos de surpresa.

 

Kim Minseok podia ser considerado seu inimigo nos negócios. Ele também mexia com coisas ilícitas e apostas, mas sua maior fonte de dinheiro era sendo agiota. Quando o dinheiro acabava, era a ele que muitos recorriam para obter mais. Pediam quantias absurdas que jamais seriam totalmente quitadas, tendo, em sua grande maioria, fins trágicos quando não pagavam suas dívidas. E não era uma porcentagem pequena de clientes que seu cassino perdia todo mês, era uma porcentagem grande que já estava começando a atrapalhar seus negócios. Minseok não via problemas em eliminar quem lhe devia.

 

E isso não era nada bom.

 

Tanto para um lado quanto para o outro.

 

— Oh, Minseok, que grande surpresa! — Baekhyun sorriu de lado ao se virar, dando de cara com o ruivo e seus seguranças particulares. — Vejo que está ainda mais bonito do que antes, huh?

 

 

— Nem tente me adular hoje, Byun. Não estou com paciência para seus joguinhos. — Rosnou grosseiro. Sua expressão séria já deixava claro que, de fato, não estava para brincadeiras. Muito menos para ouvir bajulamento e elogios vazios. — Então, Kim, vamos aos negócios ou não?

 

Baekhyun não era do tipo que se calava perante a alguém, mas Minseok tinha esse poder nas pessoas. E JongDae gostava de ver as reações alheias quando se tratava de Kim Minseok.

 

— Claro, Kim.

 

 

_

 

 

— Então… A que devo a honra de sua ilustre presença hoje?

 

O tom sarcástico era algo que tirava Minseok do sério, mas resolveu que iria ignorar por hora. Até mesmo a decoração brega — em seu ponto de vista — do escritório espaçoso o irritava. Dispensou seus seguranças e pediu que guardassem a porta, deixando bem claro que não queria ser interrompido até terminar seus assuntos. Ordem que foi acatada no mesmo instante e agora estavam a sós.

 

O rádio antigo tocava uma música qualquer que não fez questão de reconhecer, mas em nada aquilo lhe afetava. Por já estar familiarizado com o ambiente, seguiu até o frigobar e pegou uma cerveja para si, abrindo-a sem maiores problemas e jogando uma para JongDae, que a pegou no ar e a forçou contra a mesa até que a tampa saísse. Sentou-se numa das cadeiras de couro branco, de frente a mesa onde JongDae estava sentado. Finalmente tratariam de negócios. 

 

— Eu podia jurar que havíamos nos entendido em nossa última reunião, mas vejo que me enganei. — Puxou um envelope amarelo de dentro do terno preto, jogando-o sobre a mesa. — Tive que eliminar seus rastros mais uma vez, Kim. Além, é claro, de vender uma de minhas casas de apostas para quitar certa dívida que não deveria ter sido cobrada.

 

JongDae puxou o envelope e o abriu, notando que haviam fotos ali. Em todas elas, seu irmão aparecia com uma arma em mãos, junto de alguns homens com sacos escuros nas mãos e máscaras cobrindo os rostos. A última mostrava uma residência num dos bairros ricos de Gangnam. Era impossível não reconhecê-la, mesmo antes de ler o nome escrito atrás da foto.

 

Junmyeon fizera de novo.

 

Havia, mais uma vez, cobrado dívidas que não deveriam ser cobradas. E dos clientes errados.

 

— O imbecil do seu irmão me meteu no meio de algo que eu nem mesmo estava ciente até receber uma visitinha da família Huang ontem! — Bateu o punho contra a mesa, irritado. — O fato de o seu irmão xeretar onde não devia não me incomoda. O problema é quando eu levo a culpa por algo que não é de minha autoria! Eu não vou arcar com isso sozinho, JongDae!

 

Chen suspirou. Apesar de Junmyeon ser seu irmão, ele lhe dava sérias dores de cabeça. Gostava de se meter em seus negócios e gostava, sobretudo, de omitir tudo o que aprontava pelas suas costas. Sempre acabava sendo o último, a saber, de algo e isso lhe irritava de todas as maneiras possíveis. Às vezes, tinha vontade de surrá-lo como todo bom irmão mais velho faz. Ou, quem sabe, colocá-lo em quarentena por um bom tempo. Aí ele aprenderia. Contudo, tinha outros métodos para fazer com que ele aprendesse qual era seu lugar ali.

 

Apertou um botão vermelho embaixo de sua mesa e esperou. Cerca de cinco minutos foram necessários para que uma figura alta e de cabelos loiros rompesse pela porta igual a um touro.

 

— Yifan.

 

— Junmyeon de novo? — Não foi necessário mais nada para que o outro entendesse e saísse. Não sem antes garantir que puniria SuHo da forma que ele merecia. E não era como se Junmyeon fosse desgostar disso; às vezes, tinha a impressão que ele só fazia esse tipo de coisa para ter que lidar com Yifan mais tarde.

 

Todavia, isso não era mais problema seu.

 

 

— Você gosta mesmo de perverter tudo, não é?

 

— Não é como se você fizesse diferente, XiuMin.

 

— Não me chame assim. — Rosnou ainda mais irritado, o que parecia divertir JongDae ainda mais. Tinha a impressão que ele realmente gostava de lhe ultrajar sempre que podia.  — Tive um prejuízo milionário por sua causa. Como pretende me recompensar, Kim?

 

O sorriso malicioso denunciava o que aconteceria ali. Entretanto, Minseok não se deixava ceder com tanta facilidade. Ele gostava de jogar e como todo bom jogador, não perdia uma única oportunidade de fazer isso.

 

— Do jeito que você gosta, Minseok.

 

 

_

 

 

O cassino estava vazio.

 

Passava das 4h da manhã e, geralmente, ainda teria pessoas por ali. Não havia um limite estipulado de horário para o funcionamento de seu cassino. Mas havia ordenado que fechassem mais cedo hoje e dispensado seus funcionários — até mesmo seus seguranças, assim como Minseok — para que ficassem apenas os dois ali. O silêncio era muito bem vindo. O zunir de passos costumava irritar a ambos, então preferiam tratar de negócios apenas entre si. Ainda era possível sentir o cheiro de sangue que vinha das grades sujas, mas nada que pudesse atrapalhar o momento.

 

Sentados um de frente para o outro, degustavam de uma boa taça de vinho branco. Claro que Minseok não precisava saber que havia uma arma escondida num compartimento debaixo da mesa para ocasiões como esta. Era melhor prevenir do que remediar, não é?

 

— Baekhyun corre atrás de você feito um cachorro. — O ruivo soltou do nada, atraindo a atenção de Chen que até então apenas bebia goles pequenos de sua segunda taça da noite. — Eu fico me perguntando se você o faz latir também, sabe?

 

— Ciúmes? — Provocou.

 

— De você? — Minseok bufou alto, brincando com as fichas coloridas por entre seus dedos. — Por favor, já passamos dessa fase. Ou será que você ainda não achou alguém que fode tão bem quanto eu?

 

Chen o encarou, em silêncio. Sabia que ele estava lhe provocando como em todas às vezes, mas havia algo a mais no tom de voz alheio que lhe deixava intrigado. Minseok não era do tipo que relembrava o passado, nem mesmo quando era necessário. Conhecia-o tanto quanto conhecia Baekhyun. A diferença era que antes de ter seu próprio negócio, costumava trabalhar para o ruivo. E não podia negar que a origem de tudo o que já sentiu e nutriu por ele começou na primeira vez que partilharam a cama. Tinha boas lembranças disso.

 

Ainda conseguia se lembrar do cheiro dos lençóis e do yogurt que ele tomava todas as manhãs. Bizarro, mas até mesmo se lembrava da marca do xarope que seu irmão caçula tomava quando era criança. Tinha uma ótima memória que lhe ajudava a lidar com seus negócios. Não se esquecia nem dos menores detalhes que uma transação direta precisava para ser executada com sucesso; ou das negociações que já teve que lidar nos últimos anos com seus clientes mais importantes. O que parecia favorecer tanto sua vida quanto seu negócio, em certos momentos.

 

— Desculpe dizer que o meu mundo não pode girar ao redor da sua bunda, Min. — Usou seu melhor tom, dando ênfase no sarcasmo, separando suas fichas e os dados vermelhos. — Embora eu saiba que o seu deve girar em torno do meu pau, já que você sempre volta pra minha cama.

 

Não obteve resposta — nem esperava por ela, na verdade — e achou melhor assim. Foi o primeiro a jogar os dados, sorrindo ao receber logo de cara um 7. Um dos grandes defeitos de se viver no meio daquele mundo sujo e obscuro, é que se adquire, com o tempo, alguns vícios que se tornam sua melhor companhia em noites solitárias. O de JongDae era fazer altas apostas. Nunca jogava com valores pequenos, apenas com os altos. Assumia grandes riscos ao apostar tais valores, mas gostava da adrenalina que percorria sua corrente sanguínea toda a vez que o fazia. Só então era capaz de entender o motivo das pessoas se viciarem tanto em jogar.

 

Era excitante.

 

— Sua vez. — Passou os dados para o outro lado, observando, com atenção, o modo como Minseok lambeu os lábios antes agitar os dados na mão fechada e jogá-los para o alto. Um 7 foi obtido sem esforço.

 

— Você melhorou.

 

— Aprendi com o melhor.

 

— Aprendeu só isso comigo, Chen-ah?

 

Aquele tom de voz…

 

— Não me provoque, Minseok. Eu não gosto desses seus joguinhos!

 

— Você ainda sabe karate, não sabe? Então sabe se defender de mim. — Riu. — Não aja como uma moça indefesa, Chen. Porque você não é uma.

 

Era óbvio que JongDae já sabia que aquilo não passava de mais um jogo. Mais uma das diversas tentativas frustradas de submergir o que estava sentindo e Minseok era bom nisso; em esconder tudo o que sentia com sua indiferença e grosseria. Em ignorar o que sentia. Isso era tão óbvio que nem perdia mais seu tempo discutindo ou tentando fazer com que ele enxergasse a razão. Seria perda de tempo, de toda a forma.

 

— Isso está ficando entediante, Kim. — Desviou do assunto, jogando os dados de qualquer jeito em cima da mesa. Recebeu um 5. — Sua vez.

 

— Entediante? Igual àquela viagem de navio que fizemos anos atrás? Na qual, por sua culpa, perdi um dos melhores negócios de minha vida? — O ruivo parecia ainda mais afiado do que o de costume, o que já estava começando a passar dos limites. Se ele estava puto, era problema dele. Já não haviam resolvido a questão? Ou ele ainda estava com ciúmes de Baekhyun?

 

— Acho que já está na hora de você ir, Kim Minseok.

 

Levantou-se num rompante, deixando a taça de vinho escorregar de sua mão e se espatifar no chão. Sua expressão não era das melhores e esperava do fundo de seu âmago, que Minseok se retirasse sem abrir a boca. Porque, se ele o fizesse, mandaria a boa educação para a puta que pariu e o calaria a força.

 

No entanto, tudo parecia conspirar contra.

 

— E você acha que é quem pra me dizer quando é a hora de eu ir embora? — Também se levantou, levando a taça aos lábios, mantendo a maldita pose arrogante e maliciosa de sempre. Ele não iria ceder tão fácil. — Hein, Chen-ah?

 

— Eu sou a porra do dono daqui! A porra do cara que vai te fazer sair nem que seja na base da porrada! — Deu a volta na mesa comprida tão rápido que o ruivo só teve tempo de terminar sua bebida e então sentir uma mão pesada se fechar em seu braço, puxando-o, com extrema brutalidade, na direção da saída.

 

Mas Minseok não se abalou com aquilo. Talvez JongDae tivesse se esquecido, mas ainda tinha mais força que ele. Puxou sua mão de volta e o empurrou com força para frente, fazendo-o cambalear e quase bater a testa contra outra das várias mesas de jogos espalhadas pelo lugar. Não o impediu de vir para cima de si, deixando-se ser prensado contra a mesma mesa em que estavam jogando segundos atrás. Foi um baque forte e, tinha que confessar, dolorido, mas não alterou sua expressão maliciosa. Os corpos estavam praticamente colados; sentia a respiração acelerada e ofegante ricochetear contra seu rosto, assim como podia sentir as mãos alheias segurando com violência a gola de seu terno novo.

 

Oh, se seus planos ocorressem como o combinado, teria que comprar um novo.

 

— Você está muito enganado se acha que eu vou te deixar sair daqui sem uma boa surra. — O tom naturalmente firme estava mais rouco, mais grave, o que causava sensações muito bem vindas — e, até o momento, esquecidas; trancafiadas em sua memória — em seu corpo.

 

JongDae sabia dos riscos que correria após surrar um de seus maiores rivais, mas não estava raciocinando direito. Foi por isso que não previu o que aconteceria depois: Minseok o puxou para mais perto, de modo que seus lábios se chocaram com certa brutalidade. Demorou a agir, tentando se soltar, mas os braços alheios estavam cravados em torno de seus ombros. Ele podia ser baixinho, mas tinha força até de sobra.

 

— Eu quero que você me puna, Chen. — A voz carregada de manha implorou baixinho, separando os lábios apenas para que pudesse sugar o lóbulo da orelha alheia do jeito que sabia que ele gostava, mantendo-o próximo a si. — Eu quero que você me foda bem gostoso hoje. Aqui e agora.

 

Foi um choque ouvir aquelas palavras. Encarar aqueles olhos. Desvendar aquela expressão de seriedade mesclada ao prazer; a ânsia em lhe ter e ser tocado por si. Como não havia reparado antes? Lidar com Kim Minseok era como caminhar em uma corda bamba: o menor descuido, um passo em falso e seria sua ruína. A pior ruína de todas. Porque aquilo envolvia coisas que não deveriam envolver; sentimentos que não deveriam ser revividos em nenhuma circunstância. Mas a vida não segue da forma que queremos.

 

E se Minseok queria uma boa foda, teria a melhor de todas.

 

— Você quer ser fodido por mim, Min? Huh? — Perguntou em puro sadismo — pois sabia que ele não deixaria o orgulho de lado, nem mesmo em horas como essa — apenas pelo prazer de vê-lo se contorcer ao sentir seu quadril se mover contra o dele. — Eu não ouvi sua resposta.

 

— Você sabe qual é. — Cuspiu, puxando a gola da camisa social branca, vendo os dois primeiros botões ceder tamanha a força que impôs em seu movimento. Dane-se. Não era de correr atrás de ninguém, especialmente de alguém do passado. Mas Kim JongDae não era um qualquer. — Ou não consegue? Terei que procurar outro para fazer o serviço, Chen?

 

— Se acha que vai sair daqui sem ser fodido por mim… — Com um sorriso ladino nos lábios, agarrou o ruivo pelo cabelo e o virou contra si, deixando-o preso entre seus braços e prensado, mais uma vez, contra a mesa. — Você está tão enganado, Min. — Sorriu ainda mais ao vê-lo empinar o quadril na direção do seu, apoiando-se com ambas as mãos na borda escura da mesa. — Tire a roupa. Do jeitinho que você sabe que eu gosto.

 

Não foi preciso repetir a “ordem” uma segunda vez. No segundo seguinte, Minseok retirava seu paletó e o jogava no chão, dando o mesmo fim ao colete preto e a regata clara, expondo seu físico bem trabalhado e isento de qualquer tipo de marca. Chen quase salivou com a visão. A vontade de morder cada pedaço daquela pele só aumentava. Viu a calça social ser puxada para baixo, assim como o cinto e os sapatos que, por fim, foram chutados de qualquer jeito. O desespero era evidente. Teria gargalhado da cena se não estivesse na mesma situação. Desafivelou o cinto de sua própria calça e a desceu, tirando-a do corpo sem pressa. Abriu botão por botão da camisa branca, deslizando o tecido por seus ombros e a jogando num canto qualquer.

 

— Chen… — A voz manhosa lhe despertou para a realidade. A primeira coisa que viu lhe fez engolir a seco. As nádegas brancas e arrebitadas estavam totalmente expostas. Uma das mãos do ruivo brincava com o próprio pênis e a outra apertava com força a borda da mesa. — Você está querendo tirar uma foto da minha bunda? Faça isso depois!

 

— Eu disse que você podia se tocar? — Avançou contra a mão que já masturbava o pênis duro, impedindo-o de continuar a se aliviar ao prender o braço atrás de seu corpo, de modo a prensá-lo ainda mais naquela posição. — Huh?

 

— N-Não.

 

— Então por que você estava se tocando? Não estava conseguindo se segurar?

 

— JongDae… Por favor.

 

— Por favor? O que você quer?

 

— Deus, pare com esses malditos jogos e me foda logo!

 

JongDae poderia considerar uma verdadeira blasfêmia por parte de Minseok em citar o nome de Deus em algo tão… Sujo. Mas quem era ele para falar de sujeira? Seu histórico não era lá dos melhores e nunca seria, assim como o do outro, então, com toda a certeza, Deus ignoraria esse detalhe.

 

Encaixou-se atrás do ruivo, abraçando-o pela cintura com um dos braços. Passou a beijar e a lamber a nuca até deixá-la avermelha, descendo pela linha perfeita da coluna, usando a mão livre para empurrar o corpo alheio até que este estivesse praticamente debruçado. Ainda mais exposto, mas Minseok não se importava com tal detalhe. Até mesmo facilitou as coisas ao abrir as pernas. JongDae não resistiu em distribuir algumas palmadas nas nádegas branquinhas e macias, deixando a pele vermelha e sensível. Os resmungos baixos era a única coisa a ser ouvida naquela madrugada absurdamente quente e reveladora.

 

— No bolso da minha calça… Olhe lá, Chen. — Curioso, JongDae se afastou e foi até a peça de roupa. Tateou os bolsos e quase riu ao encontrar três pacotes de camisinhas lacradas e um pequeno tubo de lubrificante. De fato, Kim Minseok sabia como surpreender alguém. Quando voltou, Minseok estava sentado em cima da mesa, nu, de pernas abertas e com um sorriso malicioso nos lábios cheinhos. — Eu sabia que você não negaria. Claro que Byun Baekhyun era uma pedra que eu estava cogitando tirar do meu caminho, mas você é bem mais esperto do que eu pensava.

 

JongDae deixou o tubo perto, encaixando-se entre as pernas musculosas. Apertou a carne das coxas com tamanho gosto que quase gemeu, deixando a marca de suas mãos ali — estava tentado a mordê-las, mas o faria depois com mais calma —, antes de rasgar uma das embalagens com os próprios dentes. Seu pênis pulsava dentro da boxer que não era capaz de esconder o quanto estava excitado com aquela situação e sentir os dedos do pé do ruivo brincarem ali também não facilitava a situação. Minseok gostava de brincar com fogo.

 

Colocou a camisinha com certa pressa, encharcando sua mão com o lubrificante incolor e se encaixando, mais uma vez, entre as pernas do ruivo. Penetrou-o aos poucos, mesmo sabendo que Minseok não tinha a mínima paciência em esperar que seu próprio corpo se acostumasse com a penetração. Contudo, não o deixou forçar o corpo e se enfiou dentro dele em seu tempo. Encaixou suas mãos na cintura dura e juntou os lábios, permanecendo parado até que o ruivo movesse seu quadril. Entrelaçou as línguas, desfrutando do gosto peculiar de uva misturada ao álcool, sentindo as mãos alheias deslizar por suas costas até chegarem a suas nádegas, apertando-as com a mesma vontade com a qual fazia nas dele. Riu, quebrando o beijo e o estocando fundo. Um gemido alto escapou dos lábios inchados e foi muito bem recebido por ambas as partes.

 

— Você continua apertado. — Comentou casualmente, mordendo-o no pescoço e ombros, movendo o quadril sem ritmo. Sentia o interior quente se acostumar com seu pênis e tinha que admitir que sentiu falta daquela sensação maravilhosa. Do prazer que percorria cada centímetro de pele, do suor que se misturava a saliva quando resolvia mordê-lo em alguma parte já marcada. Não importava, mas gostava de mordê-lo. — Tão bom…

 

— Você sempre foi o melhor, Chen. — Minseok não diria aquelas palavras se estivesse em seu juízo perfeito, mas quem iria culpá-lo? Sentira falta de Chen assim como sabia que ele sentira a sua. Estava explícito em cada toque, em cada beijo e na forma como seus corpos se conectavam. Intenso e bruto. Da forma que sempre gostou; da forma que sempre amou. — Sempre… Oh, Deus, isso! I-Isso!

 

O barulho característico de sexo se fazia presente no local, somado aos gemidos nada discretos por parte do ruivo e os grunhidos altos por parte de Chen. Envoltos em tamanha bolha de prazer, não ligavam para mais nada além do momento que estavam partilhando. Das lembranças quentes e ruins que tinham. Das boas e de toda a história inacabada que envolvia a ambos. XiuMin jamais se arrependeria de ter se envolvido com JongDae. Assim como JongDae jamais se arrependeria de ceder a alguém tão sujo e pervertido quanto o ruivo.

 

No fim, ambos se mereciam.

 

De um jeito torto e sujo.

 

Quando o orgasmo veio para os dois; arrebatador, intenso, forte, um último beijo foi trocado antes de JongDae deitar a cabeça contra o peito de Minseok que o recebeu de braços abertos, tão exausto quanto. O suor fazia a pele arder e o fato de Chen ainda estar dentro de si, deixava Minseok ainda mais agitado. A realidade precisava ser tão dura com os dois? Havia tantas coisas que gostaria de dizer, de explicar… Mas, por hora, não forçaria nada. Não estava em condições de fazer qualquer coisa que não fosse encaixar seus lábios nos de Chen uma última vez, desfrutando do toque.

 

Sabia que tudo acabaria se resolvendo depois.

 

Afinal, havia ganhado na loteria ao conhecer Kim JongDae.

 


Notas Finais


Não, sério, acho que pra ficar um lemon "aceitável" pra mim teria que ser de 6k a 7k de palavras, porque eu me empolgo e vou escrevendo e escrevendo até o limite. Enfim, vida que se segue né bom.
Bom, eu nem preciso dizer o quanto eu AMO XiuChen e o quanto eu AMEI escrever essa OS, né? Porque eu amei mesmo, amo XiuChen, amo Lotto, amo td. Ainda farei uma fanfic mais ampla que aborde o universo de Lotto e suas tretas.

JongDae dono da porra toda. D.O sendo o D.O... Nada fora do normal, né? Baekhyun roubando a cena. ChanYeol zangão (cljkednfce ainda quero morrer com essas coisas) e o Minseok impondo respeito e autoridade SIM SENHOR. Pode dar a aquela bunda fantástica dele, mas tem moral pra porra essa coisa ruiva e gostosa. SEGUINTE: Todas as palavras em negritos são parte dessa fase junto ao lemon (tanto palavras aleatórios quanto os verbos obrigatórios que eu quase me fodi pra conseguir encaixar) e tinha muita palavra que eu não compreendia totalmente o significado e nem onde eu podia encaixá-la, então eu pesquisei, pesquisei e pesquisei. Essa OS foi reescrita 5 vezes. Pois é.

E esse lemon... Ai que decepção, plmdds.

Desculpa gente, de coração, prometo melhorar! E... É isso. Terá KrisHo? Quem sabe.
Terá continuação? Quem sabe.
Terá BaekYeol? Quem sabe.

Fica aí o questionamento :)

ENFIM, quero agradecer de coração a todos que leram e chegaram até aqui. Por favor, comentem! Quero saber o que acharam, o que gostaram, o que não gostaram, o que ficou estranho e SE querem os extras/especiais/continuação dessa OS! Não sei se terá a próxima fase ou se eu passarei, mas quero deixar registrado o quanto me diverti e o quanto eu gostei de participar desse concurso! Espero que tenha outros <3

Obrigada e até (quem sabe?) a próxima (que tenha, pfvr ;_;) fase do concurso!

P.S: GENTE BORA ENTRAR NA TAG E LER AS OUTRAS FANFICS. ESTÃO MARAVILHOSAS!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...