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História Louca, esperta, amargurada, honesta. - Nada como uma boa conversa


Escrita por: SarahEscritora

Capítulo 10 - Nada como uma boa conversa


O rapaz estava sentado no mesmo lugar onde eu o tinha deixado. A lua iluminava pouco seu rosto e resolvi me aproximar como humana mesmo, acho que ele não ia mais querer falar comigo. Só que eu não me importava com isso.
 - Henry? - chamei, sentando-me ao lado dele. Ele mantinha os olhos fechados e respondeu baixinho.
 - Queria voltar pra casa.
 - Eu posso levar você para lá. Se prometer não tentar me matar.
Ele dá um longo suspiro.
 - Não estou falando da sua casa. Estou falando da minha.
 - Você quer ir embora? - eu pergunto, notando a tristeza e dor na minha voz. Não adianta tentar esconder isso.
É incrível como as coisas podem acontecer tão rápido. Ontem eu achava aquele casal interessante e legal, por isso dera a eles abrigo na minha casa. Hoje eu descubro que estou apaixonada pelo cara que é noivo da garota misteriosa que veio com ele, eu salvo ele de virar o próximo vampiro da cidade e agora não posso nem imaginar minha vida quando ele estiver em sua própria casa. Muito, muito longe de mim.
Após essas divagações percebo que Henry ergueu seus olhos para mim e está sorrindo.
 - Obrigado por me salvar daquela mulher. Eu nunca ouvi falar de vampiros, mas se você estava decidida a tirá-la de perto de mim é por que ela era mesmo muito perigosa.
 - Você não sabe o quanto.
 - Me desculpe também por... tramar algo tão ruim para você. Acontece que eu cresci em um lugar onde lobisomens são temidos, são odiados, são a maior representação do medo entende? Meu pai foi morto por um deles e eu odeio Peter por ser um lobisomem também.
Sua voz era cheia de raiva e intensidade, percebi que fazia muito tempo que ele queria falar daquilo com alguém, mas não podia.
 - Henry, vamos para a caverna, lá está mais quente.
 - Certo.
Nos levantamos e seguimos para lá.
Já é de noite e pouco tempo depois chegamos no local do quase crime. Nos minutos seguintes eu faço uma fogueira para nos aquecer e então me lembro de algo que eu tinha ignorado. Eu ainda estava sem roupas!
 - Me espere aqui, eu já volto. - pedi, virando loba outra vez e indo em busca de alguma vestimenta. Não dava pra ficar de papo com o cara que você gosta sabendo que ele vai ficar olhando tudinho.
Henry já tinha me visto nua, mas não era assim que eu queria que as coisas fossem, ele não ia se sentir à vontade desse jeito.
Voltei para junto dele e nos sentamos no chão, encostados à parede, a fogueira esquentando nossos pés.
 - Então me conte, como o Peter virou lobo e por que a Valerie está contigo e não com ele?
Henry cruzou os braços e seu olhar me parecia resignado.
 -  - Eu não sei. Isso é o pior. A única coisa que Valerie me explicou foi que havia uma fera antes. Esse lobisomem matou meu pai e as outras pessoas da aldeia. O Peter apenas foi mordido quando tentava defender a Valerie desse lobisomem. O estranho foi que depois disso Peter se foi. Valerie ficou arrasada. - ele suspirou, provavelmente se recordando do estado em que estava sua noiva com a partida de Peter. - Ela parecia morta por dentro, seu sorriso raramente era visto, Valerie voltou a se aproximar das amigas dela, só que nunca mais eu as vi cantando, trabalhando ou dançando juntas como jovens felizes. Era tudo diferente.
 - E como vocês vieram parar aqui afinal? - perguntei cheia de curiosidade. Minhas pernas estavam geladas pelo contato com o chão frio, mas meus pés estavam quentinhos.
 - Eu não sei direito. A avó de Valerie me procurou na oficina em que trabalho e disse que a neta ia em busca de Peter e que eu tinha de ir com ela. Protegê-la do perigo e deixá-la ficar com ele, pois Peter era o cara que minha noiva amava.
 - E você simplesmente foi? - perguntei perplexa.
 - É claro que sim. Eu apenas deixei que ela conduzisse as coisas, só que eu sei que quando Peter vier eu vou ficar sobrando.
 - Espere, você ainda não me disse  como chegaram aqui.
 - Eu já disse que não sei. Valerie e eu tivemos um sonho, havia uma mulher jovem, com um vestido vistoso e sorriso belíssimo. Ela disse que ia ajudar Valerie e mandou ela colocar a pedra junto com as outras para criar um portal no tempo. Ele nos traria para onde estava Peter. Não faço ideia de como Peter conseguiu essas tais pedras também e por que raios Valerie tinha uma delas. O que isso importa? Alguma coisa bem poderosa está atuando para fazer os dois se juntarem de novo. Eu não posso ficar no caminho deles.
O silêncio tomou conta do local. A luz da lua era o bbastante para enxergar Henry e eu estava triste por ele.
 - Por que você não luta por ela? Você a ama! - eu provavelmente estava traindo a amizade de Peter, só que não podia ver Henry sofrer assim.
Ele riu desgostoso.
 - Eu tentei... como é mesmo seu nome? - ele perguntou virando-se para me olhar.
 - Leah. - respondi baixinho, enquanto olhava brevemente em seus olhos lindos.
Desviei o olhar e ele continuou:
 - Então Leah, eu tentei conquistar Valerie de todas as maneiras que pude pensar. Levei flores para ela todas as vezes que nos encontramos. Passeei com ela pelos bosques onde ela amava estar. Fiz um poema com as palavras mais lindas que pude pensar e entreguei a ela no dia em que a pedi em casamento. Ela aceitou. Ela sorriu, ela me agradeceu sempre, só que a gente sabe quando não é amado de volta. A gente sente isso.
 - Ela é uma idiota se não percebe seu valor. - eu disse irritada.
 - Não, o problema é que o coração dela já pertence a outra pessoa. Ela pode tentar me amar a vida inteira, só que eu não posso lutar contra isso.
 - Você simplesmente desistiu então? - perguntei cheia de incredulidade.
 - Não Leah, eu só não posso mantê-la a a meu lado sabendo que ela suspira por outro alguém. Se Peter tivesse morrido ou desaparecido para sempre, como eu pensava que tinha acontecido, eu ia me conformar em ter um pedacinho do coração de Valerie. Um cantinho apenas, onde eu pudesse fazer crescer respeito e admiração. Não amor, eu sei isso seria muito para eu ter lá dentro, mas quem sabe com o tempo ela poderia me amar um pouquinho.
 - Só que agora Peter pode voltar a qualquer momento...
 - Sim, e eu preciso vê-la feliz. Eu quero saber que ela está sorrindo, cantando, vivendo sua vida o mais intensamente possível, ela gosta disso. Eu não sou assim entende? Eu sou do tipo que conquista as coisas com paciência e Peter conquista com bravura. Eu não tiro o mérito dele, só que somos os opostos um do outro. Valerie é como ele. - ele explicava calmamente e eu me prendia a cada palavra. Ela quer viajar pelo mundo, quer conhecer pessoas e terras distantes e diferentes. Viver aventuras. Eu... eu só quero alguém pra me amar como eu sou.
Era muito bonito ouvir alguém falando assim com tanta sinceridade, admitindo seus defeitos e qualidades com facilidade.


Notas Finais


Sei que é meio estranho a Leah já estar assim caindo aos pés do Henry, mas a impressão funciona desse jeito né? Até ela acha esquisito, mas fazer o que. rs


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