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História Louca, esperta, amargurada, honesta. - A história de Leah, por ela mesma


Escrita por: SarahEscritora

Capítulo 11 - A história de Leah, por ela mesma


Eu novamente não sabia o que dizer. Henry estava tão falante naquela noite, eu não sabia se ele queria ouvir minha história também.
 - Me conte de você? Quantos namorados lobisomens você tem? Um bando inteiro? - brincou ele e mesmo sem saber sua brincadeira me machucou.
Acontece que eu não queria admitir para ele quem eu era. Tudo bem falar da herança dos Quileute, tudo bem falar do bando e como me sentia em relação a isso, porém eu não podia falar de Sam e Jacob.
 - Eu... eu não sei se posso explicar.
 - Tenta? Acabei de falar minha vida inteira aqui e agora é sua vez. - ele disse parecendo mesmo interessado nisso.
 - Certo. Serei breve. - falei incomodada respirando fundo.
Eu puxei minhas pernas para perto e as abracei, olhando diretamente para as chamas agora. Não queria olhar para o rosto de Henry.
 - Já amei dois caras, Sam e Jacob. Mas ambos me deixaram. Eu me apaixonei jovem por Sam. Ele era um cara incrível. Nós dois éramos como duas crianças inconsequentes. Sam sempre gostou de eu ser tão louca quanto ele. Nós estávamos sempre desafiando um ao outro. - contei com um sorriso. - Uma vez o desafiei a subir o monte La Piedra e trazer para mim uma das pedras azuis do topo dela.
 - Por que as pedras tinham essa cor?
 - Oh, era um musgo estranho que havia lá. Não sei bem. O caso é que ele foi e trouxe a pedra. Depois me desafiou a fazer a mesma coisa.
 - Você foi?
 - Sim, eu subi até lá. Só que na hora de descer, faltando alguns metros para chegar ao pé do monte, eu escorreguei e caí.
 - Sério? E como sobreviveu?
Eu ri, me recordando que eu tinha uns catorze anos naquela época e não tinha mesmo nenhum juízo.
 - Na hora estava passando uma carroça cheia de sacos de feno. Eu caí dentro da carroça, foi isso que salvou minha vida. Sam se sentiu tão culpado pelo acidente que nós paramos de fazer desafios tão perigosos por um tempo. As pedras azuis tinham um novo significado para mim.  Elas me lembravam do dia em que eu quase fui dessa pra melhor.
 - Nossa, que garota levada você é. Parece com a Valerie.
Não gostei muito de ser comparada com ela e nem  de ser parecida com a noiva dele. Mas não falei nada para não ofendê-lo.
 - Como Sam também não gostava mais das pedras, fizemos um juramento. Íamos  atirá-las juntos no rio que passa aqui perto, para que elas levassem embora toda a má sorte que eu tive naquele dia. Então nós as jogamos e nesse momento ele viu outras duas pedras vermelhas. Eram lindas e delicadas, não pareciam realmente ser coisa feita pela natureza. Só que a natureza pode criar coisas tão perfeitas e impressionantes que qualquer homem ficaria maravilhado.
 - Você tem razão Leah. -ele disse e virei meu rosto em sua direção.
 - Sam me deu uma das pedras e disse que elas seriam agora nosso talismã da sorte. E naquela tarde ele me pediu em namoro. Nos beijamos ao por do sol e eu  acho que nunca vou esquecer daquilo. Não importa o quanto eu deteste ele agora.
Minha voz saía com dificuldade quando continuei contando a história.
 - Eu estava feliz mesmo, mandamos fazer um colar para cada um com a pedra da sorte. Era muito lindo da parte dele usar  aquilo. Então descobrimos essa coisa de virar lobos. Isso é um segredo de família e quando ele começou a ser o líder logo eu também tive de virar membro do bando. Estava tudo bem por um tempo, pouco tempo na verdade.
 - O que houve? Ele te abandonou por causa dessa coisa de ser líder?
 - Oh não, quem me dera fosse isso. Ele me abandonou por outra garota.
 - Não  pode ser. Pelo que você me contou vocês combinavam tanto!
Tratei de explicar a ele sobre a impressão e como ela funcionava em nossa vida.
Além disso contei  tudo que eu sabia sobre os vampiros Cullen. Falei da historia de Edward, Bela Swan e Jacob.
 - Que fascinante. Acho que Valerie gostaria de morar aqui. O lugar parece um pouco com nosso vilarejo, mas aqui acontecem muitas coisas.
Eu ri, pelo menos ele estava achando tudo aquilo interessante e não tinha simplesmente caído de sono ao me escutar.
 - Bom, continuando, minha prima Emily veio passar uns dias em minha casa e quando Sam a viu, eu soube que estava perdida.
 - Ele teve esse negócio de impressão com sua prima? Mas por que não com você? Você era namorada dele.
 - Isso é um dos mistérios insondáveis cuja resposta eu jamais terei. Então desisti de buscar. - respondi contando como fiquei muito mau depois.
Eu não me orgulhava do meu comportamento e falar dele não me deixava feliz, mesmo assim sentia que precisava ser sincera sobre tudo o que tinha acontecido comigo.
 - Eu afastei todos de mim, eu atormentei as mentes de Sam e de seus amigos lobos. Fiz o que pude para demonstrar o quanto eu odiava aquela situação. Eu queria fazê-los sofrer nem que fosse uma fração do que eu sofri com aquela decepção. As pessoas não entendem como isso dói, é uma dor profunda e constante. Você pode até dizer que está tudo bem. Só que a dor ainda está lá, te lembrando que algo está errado com você.
 - Eu sei... - ele concordou olhando em meus olhos.
Na luz da fogueira eu podia ver bem o rosto de Henry. Ele me parecia um cara forte e paciente. Além disso, ele estava em uma situação parecida.
A garota que ele amava não o correspondia. Eu sei que muita gente adora histórias com triângulos amorosos. Porém um casal é composto apenas por duas pessoas. Ou seja, alguém vai sair machucado desse negócio.
No caso eu era a pessoa que saía machucada sempre e Henry era esse alguém agora. Seu olhar gentil e machucado era idêntico ao meu.
 - Então, eu parei um pouco de atormentar Sam quando Jacob se tornou o macho alfa do bando separando-se dele. Fui atrás de Jacob e me juntei ao bando dele,. Ele queria proteger os vampiros e Sam queria proteger as pessoas. Eu só queria estar longe de Sam e Emily.
 - Entendo. E esse Jacob? Ele se apaixonou por você?
 - Pensei que sim. Ele amava Bela Swan, só que ela nunca o viu desse jeito. Ainda assim ela deu esperanças a ele, eu sei que deu. Do contrário ele não teria ficado tão feliz e confiante que ficaria com ela. Eu nunca fui com a cara dela e hoje muito menos. Os lobisomens e os vampiros tem uma inimizade gigante, beirando mesmo ao ódio mortal. Eu ataco qualquer vampiro que não seja os Cullen ou amigo deles.
 - Como aquela mulher que queria me atacar hoje? - ele perguntou, sua voz soando preocupada. Não entendi bem o motivo disso.
 - Bom, ela ia te transformar em um vampiro, eu não podia permitir isso.
 - Por quê? Você nem me conhece. Não seria o castigo perfeito pra quem estava com planos de te matar?
Desviei os olhos para não ter que responder aquilo.
 - Vamos voltar a Jacob. - eu falei,  apertando meus braços ainda mais ao redor das minhas pernas dobradas. - Eu  e ele começamos a passar muito, mas muito tempo juntos. Eu ajudava a proteger seus  queridos vampiros e ele começou a me olhar mais. Nós compartilhamos muita coisa além de nossa dor, pois Bela se casou com Edward e ele sabia que tinha perdido a garota para sempre.
 - E o que aconteceu para ele também te deixar?
 - Renésmie aconteceu.
 - Quem?
 - A filha de Bela e Edward.
 - Vampiros podem ter filhos como seres humanos normais? - ele questionou confuso.
 - Na verdade não. O que houve com eles foi tipo uma exceção. Ele engravidou a Bela quando ela ainda era humana. Dentro dela havia uma bebê vampira meio humana. Quando a criança nasceu a Bela quase morreu. - expliquei a ele, me lembrando quando Edward e Rosalie me contaram sobre aquele dia. - Pelo que me disseram foi uma façanha ela ter sobrevivido. O Edward disse que Bela ficou uns três dias sofrendo para virar vampira depois que a menina nasceu. Parece que esse processo dói pra caramba.
 - Nossa, obrigado por ter me livrado de uma agonia dessas. - ele disse com um sorrisinho.
 - De nada. Quando precisar estarei aqui para livrar seu pescoço... Literalmente. - Nós dois rimos com minhas palavras. - Olha Henry não quero ficar a noite inteira falando na sua orelha, então vou resumir. O que aconteceu foi que Jacob, o Jacob que estava me conquistando de novo, o cara que estava me fazendo acreditar outra vez no amor, esse Jacob estava também preso a alguém pela impressão. Sei que é injusto dizer isso. Desse modo a impressão parece algo muito ruim, mas não é. O problema é quando você já tem alguém em sua vida e então, cabum! Outro alguém aparece e simplesmente tudo muda.
 - Eu entendo. Você deve ter muita raiva desse negócio de impressão. E me conta, o que exatamente a pessoa sente quando vê a outra?
 - Você sente que tudo em sua vida faz sentido, é como se fossem duas metades de uma coisa só que de repente se encontram. É como ver a luz radiante do sol no olhar do outro e no fundo do seu coração você só quer estar com ele. Não importa se vai ser seu amigo, se vai ser seu amante, apenas quer estar por perto, sempre para o que ele precisar. Eu ouvi essa descrição de outras pessoas Henry, só que ela é totalmente verdade. Agora eu sei.
 - Como sabe isso Leah? Você acabou de dizer que nunca sentiu isso por alguém.
Okay, ele tinha me pegado com aquela observação. Tudo que eu tinha a fazer era mudar de assunto.
 - Eu... eu... acho que já está tarde, Seth deve estar preocupado conosco, vamos. Já ficou claro que você não vai me matar porque eu sou uma garota linda e simpática que não merece um fim tão trágico.
Ele riu, se levantando e me estendendo a mão para que eu me erguesse do chão também. Não resisti a aceitar aquele toque breve de seus dedos nos meus. Ele me ajudou a ficar em pé, sua mão era quente e cheia de calos, provavelmente pelo trabalho na oficina.
Eu adorei sentir sua pele áspera na minha mão também. Se eu pudesse somente prolongar aquele instante para sempre. Eternizar nós dois, duas pessoas de mãos dadas em uma caverna rústica no meio do nada. Era até bonito de se imaginar.
só que ele soltou a minha mão e começou a limpar suas roupas.
 - Estou horrível, Valerie vai pensar que andei me arrastando pelo chão com você.
 - Se quiser diga a ela que você me pegou e que implorei por misericórdia. Então, como você é um cara do bem, me deixou em paz.
- Pode ser. Será que ela vai acreditar? Você não parece alguém que estaria pedindo por misericórdia. - ele me olhou de cima a baixo. - Na verdade  você tem cara de quem nunca faria algo assim.
 - Não faria mesmo, só que ela não precisa saber disso, pode ser nosso segredinho.
Ele sorriu e meu coração se encheu de alegria por causar aquilo.
Henry ficou me olhando por mais alguns instantes. Isso me permitia fazer o mesmo. Reparei em seus braços fortes, com certeza pelo trabalho que ele fazia como ferreiro. Seu corpo e seu porte eram elegantes e finos, seu olhar era doce e observador e seu sorriso, ah aquele sorriso tão incrível.
Ele parecia me analisar de verdade dessa vez e de repente ele estendeu a mão para mim.
 - Obrigado por tudo senhorita Leah Clearwater. Principalmente por ter salvado a minha vida esta noite.
Não sei por que raios eu corei com aquelas palavras. Talvez fosse o modo solene com o qual ele as havia pronunciado, talvez fosse por saber que ele me olhava  de verdade dessa vez e reconhecia minha importância, mas de qualquer forma eu amei poder segurar sua mão outra vez.
 - Eu não quero que nada de ruim te aconteça.
Ele piscou para mim, obviamente querendo maiores esclarecimentos. Não falei mais nada e saímos da caverna, a fogueira devidamente apagada e a lua no céu iluminando bem nossos passos pela floresta.
O vento agitou meu cabelo e Henry estremeceu de frio. Afinal estávamos perto do fogo a poucos minutos atrás e agora estávamos no frio da floresta.


Notas Finais


Tá pensando que é fácil ser Leah? Não é mesmo! rs.


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