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História Louca, esperta, amargurada, honesta. - Situações impossíveis criam heróis


Escrita por: SarahEscritora

Notas do Autor


Ponto de vista do Henry.

Capítulo 21 - Situações impossíveis criam heróis


"onde está você Leah? Minha Leah...", essas palavras não saíam da minha mente enquanto eu caminhava pela floresta.
Não sabia onde estava indo e não queria pensar que poderia estar perdido no meio daquelas árvores, eu não conhecia tão bem aquela floresta.
Morava naquele lugar a pouco tempo e não era o suficiente  para lembrar bem da geografia da região. Este fato não tinha tanta importância para mim naquele instante.
O que era essencial para me manter no controle era estar caminhando, indo a algum lugar, procurando, buscando e tentando encontrar a minha Leah.
Ela tinha sumido a várias horas e apenas quando as moças estavam todas prontas para o casamento é que perceberam sua ausência repentina.
Isso não era culpa delas, Leah não era do tipo sociável e Seth me garantiu que ela preferia assim. Talvez todos pensassem que Leah estava se aprontando em casa, com a ajuda de sua mãe ou sozinha mesmo. O caso é que ninguém pensou que algo como aquilo pudesse acontecer bem no dia do casamento.
Agora todos estavam atrás dela. Os lobos, os vampiros, os amigos humanos e desqualificados como eu e  fazia meia hora que tínhamos começado. Ninguém tinha nenhuma boa pista.
Se tinham alguma pista ninguém me contou nada. Não que eu lhes desse chance, esse desespero e medo que toma conta de mim agora me fez me embrenhar na floresta sem rumo, chamando por ela como um maluco.
Eu só sei que tenho de encontrá-la. Eu sinto que eu irei achá-la mais cedo ou mais tarde.
Acredito nisso com todas as minhas forças, apesar da razão me dizer que isso é apenas uma tentativa de não ser inútil. O que eu posso fazer realmente a não ser ficar perdido enquanto a procuro?
Não conheço este lugar muito bem, não tenho ideia de quem a levou ou o motivo de terem feito isso. Eu devia ter ficado na casa dela com sua mãe tentando tranquilizá-la. Com certeza Valerie me delegaria essa função se estivesse no comando dessa situação. Porém eu não posso acalmar ninguém no estado em que estou agora.
É mais provável que alguém tenha que acalmar a mim, sinto o meu coração bater tão forte e o medo pulsa nas minhas veias como se fosse meu próprio sangue."Leah, onde... onde você está?", e uma voz na minha cabeça sussurra de volta.
"Caverna!", é como um pensamento involuntário. Eu sei que isso só pode ser o destino me ajudando a encontrar o caminho para chegar até ela. Ou isso ou estou pirando de vez.
A caverna onde ela me levou no dia seguinte a nossa chegada naquela cidade... só podia ser aquele lugar. Onde eu fui atacado pela vampira.
Eu sei onde ir, porém não sei como chegar lá. Ao tentar retornar para o ponto inicial das buscas, alguma parte da floresta perto da casa de Jacob, eu percebi que realmente estava perdido.
 - Não acredito. - eu falo sentindo a frustração aumentar mais ainda o meu desespero.
 - Então resolvo subir em uma das árvores para poder olhar em volta, talvez a caverna não esteja tão longe ou eu veja outro ponto de referência que me ajude a me localizar.
Descubro que essa é uma excelente ideia, pois vejo na distância o local onde ela me prendeu.
Corro naquela direção ignorando os galhos que arranham os meus braços e o meu rosto, quebro os ramos com minhas mãos para poder passar pela vegetação. Me sinto em uma luta constante com a natureza, tentando vencer todos aqueles obstáculos em pouco tempo.
A única coisa que digo a mim mesmo é que não posso demorar, preciso chegar logo até minha Leah.
Algum tempo depois, não sei direito se algumas horas, ou minutos eu estou em frente da caverna.
Não posso entrar lá de mãos vazias, não tenho ideia se terá um bando inteiro me esperando, ou só algumas pessoas, quem sabe uma só? Não posso arriscar, a única coisa que tenho a mão são galhos e troncos. Pedras e folhas. Agarro algumas pedras e um galho cumprido que me parece perfeito.
Caminho cauteloso até a entrada escura. Não ouço barulho algum e entro mais ainda. Assim que meus olhos se acostumam com a luminosidade do fundo da caverna eu escuto lamentos.
Porém eles não parecem vir de uma pessoa e sim de um animal. Nessa hora compreendo que Leah deve estar por ali e na forma de loba.
 - Leah?
Os lamentos aumentam e então o galho é arrancado das minhas mãos e desce cortando o ar e batendo com força em alguma coisa.
Eu pisco e  vejo no canto mais escuro o corpo cinzento da loba sendo golpeado pelo meu galho.
 - Leah! Não faça isso com ela!
A risada que escuto vem de uma mulher toda de preto que está em pé ao lado da loba.
Leah está presa com correntes, ela não pode mover a cabeça e nem suas patas.
Mesmo que pudesse acho que ela não faria. Com horror percebo que seus membros estão todos em ângulos estranhos. Essa mulher deve ter quebrado as patas dela.
 - Quem é você?
 -Sou o mais novo membro da lendária família Goldwind. Sou a vampira líder que essa maldita fez questão de mastigar e triturar. Lembra de mim querido? Você estava me defendendo e hoje está defendendo ela? Como as pessoas mudam. - respondeu a mulher e eu soube que estava perdido.
Leah tinha me contado tudo sobre os vampiros, sua força sobrehumana, o modo que eles tinham de atrair a gente e nos matar em segundos, além disso ela era uma criatura cruel e vingativa.
 - Leah, esse é seu nome loba? Veja só, o seu namorado humano veio te salvar, pena que ele chegou tarde. Já quebrei suas patinhas não foi? Agora você não pode...
Joguei meu corpo sobre o dela em uma débil tentativa de derrubá-la. Não funcionou, é claro. A vampira se esquivou e eu caí no chão perto da Leah.
Ela emitiu um som como um rosnado.
 - Não pode me pegar tolinho, eu tenho reflexos incríveis, você não sabia?
 - Por favor, deixa ela em paz, você já a machucou muito. - eu pedi me levantando e olhando fixo para a vampira.
Os cabelos negros dela eram lustrosos e vastos, ela poderia ser bonita se não tivesse no rosto aquele sorriso macabro cheio de prazer em fazer o mau.
 - Eu não concordo. Sabe o que posso fazer? Veja isso. - ela agarra meu braço e me joga contra Leah. Meu corpo se choca com o dela com tanta força que posso ouvir algum osso estalando.
A fúria e o desespero estão crescendo dentro de mim junto com a dor por ser usado para machucar ela.
 - Olha só, você que a machucou agora, garoto mau! - ri a vampira com olhar cheio de satisfação. - Agora eu vou castigá-lo por bater em sua namorada.
Ela enterra suas unhas enormes no meu braço e desenha nela três linhas retas até o meu pulso.
Antes de machucar de verdade, aquilo dói como fogo.
Não posso deixá-la machucar mais ainda a Leah, os olhos dela quase não estão focados, deve estar doendo tanto, eu nem posso imaginar isso.
 - Garotinho venha aqui, vou te ensinar a não abraçar mais lobas nojentas. Agora você não pode mais abraçá-la!
As mãos geladas e fortes se fecham no meu braço esquerdo e tento em vão puxá-lo para longe dela. Não adianta nada, o aperto de aço se intensifica até que agora é o meu osso que estala entre as mãos dela.
Eu prometo a mim mesmo que não vou gritar, mas aquela dor é forte e intensa demais. Leah se remexe e faz mais sons de lamentos, ela está sofrendo por me ver ser ferido.
A vampira ri.
 - Gostei disso! Posso te ferir muito mais se machucar ele afinal lobinha idiota, o que você pode fazer para ajudá-lo hein? Hein? Nada? - diz a vampira se inclinando sobre  a cabeça de Leah.
Ela tenta morder a vampira e quase consegue, mas a corrente a impede de ir mais longe e os dentes afiados da minha loba ficam a poucos centímetros do rosto daquela cruel criatura.
 - Oh não, você não pode mais me pegar queridinha. Só que eu posso pegar ele! - grita a vampira agora segurando meu outro braço.
Dessa vez eu tento chutá-la com toda a minha força e isso a faz dar um passo para trás.
 - Você quer brincar menino? Tudo bem, eu tenho a noite inteira! - ela diz zombando de mim.
Leah está observando enquanto tento lutar com a vampira. No começo eu acerto alguns golpes nela, mas o que dói é minha mão ou meu pé, é como se o corpo dela fosse de mármore, não adianta bater. Eu sei que o único jeito de matá-la é fazendo uma fogueira e a queimando, porém eu não tenho como fazer isso agora.
Então eu sei que não posso vencer. Mesmo assim preciso tentar.
"Transforme-se em lobo Henry. Você é um lobisomem, pode fazer isso.", diz uma voz na minha mente.
Sei que é Leah sem ter de olhar para ela.
A vampira então se cansa de nosso jogo e me pega em seus braços me atirando com força para fora da caverna.
Eu voo no ar vários metros antes de bater o braço quebrado em uma árvore e cair no chão.
A dor é terrível, porém outra coisa tira a minha atenção.
Leah está uivando de sofrimento, posso sentir que ela está gritando por ajuda e eu preciso ajudá-la. Enquanto tento me lembrar como ela fazia eu percebo que o uivo dela cessou.
O silêncio é tão assustador que eu não tenho dúvida que a vampira a matou ou quase o fez.
Eu tenho de acreditar nela, se virar lobo é a única maneira de acabar com aquela criatura perversa, eu vou fazer isso, mas eu tenho que ver Leah primeiro.
Eu volto para a caverna e então me deparo com a cena que eu nunca queria ter de presenciar.
Leah agora está livre das correntes. Ela está imóvel e ao seu redor vai se formando uma possa de sangue que aumenta a cada segundo.
Indo de um lado a outro da barriga dela há um corte enorme.
Meu grito de raiva e dor enche todo o pequeno espaço. Leah rosna baixinho como para me dizer que ainda está viva, mas depois ela não abre mais seus olhos e eu sei que vou perdê-la.
"Eu te amo Leah.", eu digo enquanto fecho meus olhos e salto para frente como ela fazia.
Ou eu vou conseguir ou eu vou morrer, e se ela morrer eu não tenho razão para ficar vivo. É tudo ou nada agora.
Eu sei que em qualquer outro momento eu duvidaria das palavras dela, mas agora não. Eu conversei com Jacob sobre leah muitas vezes nos últimos dias. Da última vez eu contei a ele como ela se sentiu  quando ele teve a impressão com a Renesmy.
Então ele me explicou do que se tratava aquilo. Pensei que os sentimentos de Leah por mim eram passageiros. Algo como uma paixão forte e maravilhosa, mas então Jacob chegou e disse que eu era o parceiro perfeito para ela, eu era o melhor, eu seria o cara que ela sempre ia amar e que apesar de ter entregado seu coração para Sam Ulei e para o próprio Jacob, ela nunca tinha tido a impressão com eles.
O que fazia daquilo algo ainda mais especial e forte, estaríamos unidos de forma que ninguém poderia quebrar aquele laço.
Quando eu perguntei a ele sobre ser um lobisomem para poder ter a impressão, Jacob me olhou em silêncio. Disse que nunca ouviu falar de um lobo que tivesse por parceiro um humano.
Foi então que comecei a pensar se eu também poderia ser um lobisomem.
A ideia de que dentro de mim haveria uma criatura monstruosa me fazia ter náuseas, porém Leah era uma loba e não era repugnante e nem perigosa. Eu havia entendido muito bem a diferença entre os lobisomens dessa época e o lobo que aterrorizou a aldeia onde eu nasci.
Mesmo assim eu rejeitei a ideia, preferi não pensar mais nela e guardei em alguma parte do meu cérebro onde eu não me lembrasse toda hora.
Agora eu desejava que fosse realmente verdade, que eu fosse um lobisomem eu tinha de ser, eu tinha de conseguir me transformar em lobo.
E então aconteceu.
Minhas mãos se fecharam e senti como se meus braços e pernas se alongassem. Ao mesmo tempo minha visão mudou, de repente eu conseguia enxergar muito melhor e sentia o cheiro mais horrível de todos.
O cheiro da vampira, e registrei seu olhar de pavor ao me ver. Ela certamente não esperava por aquilo.
Abri a boca e  uivei com toda a minha força. Era um grito de ódio e vingança ainda mais alto e potente do que eu tinha dado a alguns minutos.
Ela se lançou para a saída e eu apenas me impulsionei com as patas dianteiras barrando sua passagem e abocanhando sua cabeça com minha boca.
Meus dentes cortaram fora o membro e seu corpo caiu no chão e permaneceu ali.
 - Me larga seu...
Uni os maxilares com a cabeça da vampira na minha boca e mastiguei como se fosse uma bala de goma. Era a bala de goma mais esquisita e nojenta, o gosto dela era ainda pior que seu cheiro. Tive vontade de cuspi-la para longe.
Ouvi sons de patas atrás de mim e vi os olhos grandes de Seth encarando de volta. Atrás dele vinham os vampiros Cullen e mais alguns lobos que eu não tinha ideia de quem eram.
 - Precisamos levá-la daqui, segurem a vampira! - ordenou Edward e os lobos imobilizaram a cruel mulher vestida de preto.
Emmet, Carlisle e Edward carregaram Leah para fora.
Após retirarem Leah da caverna, fizeram uma fogueira das grandes e jogaram o corpo da vampira, eu fiquei parado perto do fogo vendo os restos dela  em chamas. A cabeça em pedaços ainda estava na minha boca.
 - Henry, você precisa cuspi-la agora. - disse a suave  e familiar voz de Seth  em minha mente.
 - Eu  vou fazer isso. - respondo aproximando o mais que posso das chamas. Encaro o fogo vermelho que arde meus olhos e inalo a fumaça. O cheiro forte me faz engasgar e eu me vejo expelindo o que sobrou da cabeça triturada da vampira.
Ainda com um prazer esquisito e triunfante eu vejo os restos dela se dissolverem entre as chamas para sempre.
Mas naquele instante havia algo ou melhor alguém que precisava dos meus cuidados.
Saí da caverna e segui o cheiro dela, minha Leah, ela estava na casa dos vampiros e eu fui para lá o mais rápido que minhas três patas deixaram.
Agora que a adrenalina se fora eu podia sentir a dor na pata dianteira esquerda,, foi a que a vampira tinha quebrado.
Ao chegar lá Carlisle cuida de mim e fico ao lado de Leah. Ela não está consciente e nem está em sua forma  humana. Os ferimentos dela precisam ser cuidados na forma de loba, pois o corpo dela desse jeito é mais forte.
Se ela se transformasse de volta provavelmente não ia resistir.
Naquela noite eu consigo dormir apesar da angústia e do medo que ainda não saem do meu coração.


Notas Finais


Eu ia deixar essa vampira sem nome, mas isso não seria legal. E por favor, alguém dá um Gps para o Henry, tadinho. rs


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