História Louca, esperta, amargurada, honesta. - Finalmente o casório

As noites acabam. Elas levam embora os sonhos bonitos consigo, porém não podem levar o amor que está dentro da gente.
É o amor que me faz sentir flutuando nas nuvens no céu.
Me torno uma delas, voando para qualquer lado sem preocupações e medos. Se alguém olhar para o céu agora e ver uma nuvem em formato de lobo, ei, sou eu que estou lá em cima...
já amanheceu e eu ainda me sinto em um sonho.
A magia desse sentimento louco chamado amor é que faz isso comigo. Ontem a noite com Henry foi tão especial. Foi ainda melhor que a primeira vez que ficamos juntos. Eu não sei bem porque, mas isso não importa. Eu só sei que eu o amo.
Se ele ficar aqui mais um dia, mais uma semana ou algumas horas, eu decidi que vou amá-lo do mesmo jeito, com a mesma intensidade e verdade. Eu estou tão contente!
Henry é o meu amor, se ele encontrar outra garota em sua aldeia quando voltar e se casar com ela, eu sei que ele não vai amá-la como  me ama. Eu tenho certeza que vou ser a única Leah para ele, a única mulher que o fará completamente feliz.
Então com essa certeza enchendo meu coração de paz eu finalmente me sinto bem outra vez.
 Caminho até a oficina para ver o Henry, hoje ele vai dar os retoques finais na carruagem da Valerie para o casamento que sim, vai acontecer hoje a noite ao pôr do sol.
Ao me aproximar ouço vozes e fico esperando para escutar quem fala. Detecto a voz de Henry e de Peter, há mais alguém rindo bastante. Ei é Jacob!
 - Não ria cara. A Valerie disse que não vamos nem nos beijar até o fim do casamento. Tudo porque na primeira vez que íamos casar a gente não aguentou esperar a Lua-de-mel. E ficamos juntos depois que a Leah apareceu. - contou Peter com pesar.
 - É por isso que no café da manhã hoje ela ficou do outro lado da mesa só te olhando? - perguntou Henry e eu sorri junto com ele.
 - Sim. Eu estou ficando maluco, acreditam que quando estamos sozinhos ela fica a uns três metros de distância para conversar comigo? Qual é, porque isso agora?
 - Algumas mulheres pensam que tem de esperar até o dia do casamento para fazer amor. - comentou Jacob. - Como você está com a Leah, henry?
 - Eu? Ótimo... - ele responde sem querer dizer mais.
 - Vocês dois também já...
 - Bom dia rapazes! - eu digo entrando depressa e livrando Henry de ter de responder aquela pergunta. - Jacob, sua alteza mirin, a rainha Renésmy está te chamando para transportá-la de volta ao palácio  dela imediatamente. Foi isso que ela mandou dizer a você.
 - Esqueci que estava brincando com ela na casinha da árvore, tenho de ir pessoal. - disse ele se levantando e o empurrei para o chão de novo. Jacob foi pego de surpresa e caiu sentado com força.
 - Ei! - Que foi? Vai encarar? Vem... vem... - eu falei rindo enquanto ele me pegava e tentava me derrubar também.
 - Loba chata... cai logo. - ele dizia sem conseguir me dominar.
Eu apenas ria em quanto o empurrava para trás pelos ombros.
Me ajoelhei ao lado dele enquanto Jacob ficava lá deitado indefeso.
 - Ganhei! - declarei me levantando e indo dar um oi para o Peter e o Henry.
 - Exibida,  só porque os seus amigos estão aqui né? Deixa, eu me vingo de você outra hora. - ele falou e saiu em seguida.
 - Vou esperar sentada! - gritei para ele e olhei para Henry. - Oi Meu doce.
Nem me importei que Peter estivesse olhando. Abracei meu Henry e o beijei várias vezes nos lábios. Já sentia saudade dos beijos dele.
 - Hum-hum,, dá pra parar com isso por favor? Minha noiva está me deixando louco sem que eu possa me aproximar para fazer isso... qual é pessoal. Vamos lá, não sejam mau educados. Ok, querem que eu saia para continuarem namorando. Beleza, eu não existo. Não estou aqui, Tchau para vocês então. Estou indo embora. - ele ia dizendo enquanto caminhava para a porta.
Ao chegar na saída ele olhou para trás e continuávamos nos beijos maravilhosos. Henry não tinha feito menção de se afastar de mim, então Peter falou:
 - Estou indo tá, tchau! Obrigado pela compreensão! -
Assim que ele saiu eu me afastei de Henry e nós dois caímos na gargalhada.
 - Nós somos perversos. - ele disse ainda me abraçando pela cintura.
 - Gosta de ser perverso meu amor?
 - Hum... acho que sim. - ele respondeu com um sorriso lindo para mim.
 - Eu gosto de você. - falei beijando-o novamente.
Alguns minutos depois Henry disse que queria me contar uma coisa.
 - O que é?
 - Eu estive pensando muito depois daquele sequestro que você sofreu e eu acho que não quero voltar para casa.
Olhei para ele surpresa, por essa eu não esperava.
Claro que minha vontade era sair pulando de alegria com a notícia, só que as coisas não eram tão simples. Se Henry decidisse não voltar para casa ele tinha de saber que não ia poder se arrepender da decisão depois.
 - Amor, você tem certeza do que está falando? Peter e Valerie não vão poder voltar para te buscar se você se arrepender disso. Lá é o seu lar, você me disse isso. - então pensei em uma coisa. - Você não quer voltar porque agora virou lobisomem não é? Isso não tem nada haver comigo.
Ele me apertou contra seu corpo e acariciou meus cabelos com a outra mão.
Quando falou sua voz era baixa e cheia de ternura.
 - Tem tudo haver com você Leah. Eu quero ficar aqui para descobrir mais sobre essa mulher incrível que você é. Quero te apoiar e estar do seu lado e te amar todos os dias. Nunca me senti tão amado quanto me sinto nos seus braços.  - ele fez uma pausa enquanto eu absorvia suas palavras e o quanto elas significavam. - Claro que virar lobisomem me mudou mas não é só isso. Também tem o fato de eu  me sentir encaixado aqui. Ninguém vai me caçar ou me apontar o dedo ou me julgar por eu ser lobisomem. Aqui tenho amigos legais, tenho um trabalho que eu gosto nessa oficina.
Ele apontou ao redor.
 - Posso ajudar Jacob e a família dele aqui na oficina, posso conseguir algum lugar para mim e ficar ao seu lado Leah. Seria a melhor coisa que poderia me acontecer.
 - Você pensou bem nisso? Se você não voltar significa não ver Valerie de novo também. - eu sabia que ele já não a enxergava como antes, mas  ainda era algo bem sério. Ele tinha vivido com ela praticamente a vida toda.
 - Eu vou ficar triste por não voltar para casa e não ver as pessoas que eu conheci lá. Mas eu sei que você vai estar aqui comigo e vai me fazer sentir bem. Eu quero ficar Leah. Quero uma vida diferente para mim, uma vida tranquila e sendo amado por alguém que eu amo. - ele me beijou com doçura e comecei a chorar.
 - O que foi? - ele perguntou me olhando atentamente. - Falei algo errado?
 - Errado? Não... claro que não... eu não posso acreditar como tenho sorte de ter você. Henry, meu Henry. - eu respondi abraçando ele chorando de alegria. - Posso contar pra todo mundo que estamos namorando? Você vai virar lobo outra vez e andar comigo por aí? Posso te ajudar aqui na oficina? Ou você prefere fazer sozinho? Se eu estiver exagerando e sufocando você, é só me dizer tá bom?
 - Calma minha linda... teremos tempo pra pensar em tudo isso. Eu prometo. -ele me assegura com um lindo sorriso.
Mais tarde naquele dia eu estava me aprontando para o casamento no quarto de Valerie ali na mansão dos Cullen quando Alice entrou e disse que tinha de me maquiar.
 - Fecha os olhos que vou passar uma sombra com brilho. - ela disse enquanto eu ajeitava o meu vestido que estava um pouco apertado.
 - Certo, mas nada de vinganças ok?
 - E porque eu me vingaria de você? Só porque você coincidentemente impregnou meus casacos favoritos com seu delicioso cheirinho de loba do campo? Eu estou começando a ficar com certa antipatia por você, exatamente como a Rosalie. - ela declarou passando a maquiagem sobre a minha pálpebra.
 - Você tá por fora vampirinha, a Rosalie é minha amiga. A gente adora falar mau dos outros. Além do mais, você é rica. Vai lá comprar mais casacos e pronto.
 - Mesmo assim, eu jamais te perdoarei por ter surrupiado meu casaco de pele que eu ganhei do Jasper! Ele ia até o chão, era de um vermelho tão vibrante e você o roubou de mim. - ela choramingou com tom de menina mimadinha.
 - Desculpe, mas esse eu não devolvo mesmo. Agora ele guarda uma lembrança muito boa para mim.
 - Lobos sem vergonha. Vou fazer umas armadilhas na floresta pra pegar vocês.
 - Vai em frente.
Era divertido irritá-la e eu sabia que Alice não falava sério.
Logo chegaram Bella e as outras madrinhas. Nos aprontamos juntas enquanto Esmy ajudava a Valerie.
Encontrei ela no corredor antes de descermos para o jardim, onde seria a cerimônia. Valerie estava maravilhosa.
Parecia uma daquelas princesas dos livros de contos de fadas, fiquei de boca aberta ao vê-la.
 - Está nervosa? - perguntei enquanto Esmy caminhava segurando o braço dela.
 - Muito! Mas estou tão feliz também.
 - Um dia eu vou me casar com Henry e gostaria que vocês estivessem aqui também. - comentei com ela e Valerie sorriu.
 - Nós estaremos. - ela disse me olhando atentamente.
 - Tá bom... estarão dentro dos nossos corações. - eu disse enquanto descíamos as escadas.
Ela assentiu.
 - E já que estamos  conversando agora, eu não tive a oportunidade de pedir desculpas por ter contado ao Henry o seu segredo. Foi sem querer, eu juro Valerie.
Ela olhou para mim sem recriminações.
 - Eu sei Leah. Não se preocupe com isso. Acho que foi bom ele descobrir isso. Eu devia saber que era seguro confiar em Henry. Ele tinha que saber não porque era meu noivo antes, mas porque sempre foi meu amigo.
Eu sorri, adorava quando alguém falava das qualidades e do valor dele. Era como se vissem nele um pouco de  tudo que eu enxergava no meu amado.
o casamento foi lindo. Amei cada segundo dele e senti uma vontade de me casar também.
Mas teria muito tempo para isso acontecer ainda.
Quase chorei quando Valerie disse "aceito" e Peter falou o mesmo, foi maravilhoso. Ver o quanto eles estavam felizes e se amavam.
Cara é sério, todo mundo deveria encontrar  o amor desse jeito.
 - E aí loba. - disse uma voz ao meu ouvido.
Era Jacob que tinha saído do lado dos padrinhos e agora vinha falar comigo.
 - Ei eu não estou chorando tá? Eu tenho alergia dessa maquiagem.
 - Ah claro. Casamentos não são meu evento favorito, mas pelo menos dá pra comer muito na festa. - ele comentou pousando as mãos na barriga.
Dei risada enquanto batíamos palmas para o casal que acabava de se beijar.
Foi muito divertida a festa. Dancei com o Jacob e o Paul, Seth estava  tirando foto de todo mundo que encontrava pelo caminho e minha mãe estava com Charlie tendo uma conversa bem prazeirosa pelo que eu pude notar.
De repente chegaram Bella, Edward e a pestinha da Renésmie. Me aproximei deles e Seth surgiu de algum canto dizendo que ia tirar uma foto nossa.
 - Vem filha! - disse minha mãe colocando o braço sobre os ombros do chefe de polícia.
 - Humm, acho que não. Obrigada. - falei sem querer me juntar a eles.
Eu ainda teria de me acostumar que minha mãe estava saindo com o Charlie Swan. Não é que ele fosse ruim nem nada, era até legal eu acho, mas me olhava feio as vezes.
Será que minha mãe tinha contado a ele algo sobre meu comportamento rebelde? De repente achei engraçada essa possibilidade e mudei de ideia.
 -  Quer saber, acho que quero uma foto sim. Chega pra lá Bella. - falei me metendo entre ela e Charlie.
 - Ei, tenha modos. - pediu Bella e eu mostrei a língua pra ela.
Parece que afinal ia ser muito legal fazer parte da família Swan também! Mais pessoas para encher a paciência... que maravilha!
Seth bateu a foto e depois ele me deu a câmera para eu tirar uma foto dele com todos também. Em seguida pedi para Rosalie bater uma foto de todos nós.
Então   Seth pegou a câmera de volta e foi procurar mais pessoas para fotografar pela festa.
 - Leah... tudo bem para você sua mãe e eu... você sabe. Sermos um casal? - Charlie quis saber com uma cara séria e parecendo tenso.
 - Claro. Se ela está feliz eu também estou. Cuida bem da minha mãe e não vai monopolizar ela o tempo todo não. Eu sou ciumenta! - avisei logo e ele sorriu.
 - Certo, eu vou me comportar. E tente fazer o mesmo sim?
 - É, acho que  terei de fazer isso, já que meu padrasto será o chefe da polícia. Agora eu ando na linha né mãe! - perguntei abraçando ela com força.
 - Ai filha eu te conheço bem. Nem que eu casasse com o general do exército americano você não ia andar na linha.
 - Tem razão. Você me conhece bem mesmo mamãe.
Ela riu e nesse momento Henry se aproximou.
 - Olá. - ele disse timidamente.
 - Mãe, pai... digo padrasto. - falei rindo. - Este é o meu namorado Henry Lazar. Nós adoramos fazer coisas fora da lei juntos e pretendemos nos casar nas montanhas Apalaches assim que as escalarmos, não é querido?
 - Montanhas do quê? - ele perguntou confuso olhando para mim com aquela cara de desamparo que era um charme.
 - Nada não amor, só estou brincando. - falei enquanto minha mãe apertava a mão de Henry e Charlie fazia o mesmo.
  - Não vai apresentar ele a Bella e Edward querida? - perguntou minha mãe e olhei para o lado.
Tinha até esquecido que ambos estavam ali.
 - Jacoooooooob me pega! - gritou a pestinha dos Cullen correndo atrás do Jacob e desviando dele para que ele fosse correr atrás dela.
 - Nós já voltamos. - falou Edward e ele foi caminhando com a esposa atrás da menina, antes que ela tivesse a brilhante ideia de pular em algum canteiro de flores com espinhos e estragasse a roupinha.
 - Eles já conhecem o Henry, mãe. - eu comuniquei a ela. - Agora vou dar uma volta com ele por aí, tchau!
Nós fomos até o arvoredo e entramos no aglomerado de árvores nos escondendo um pouco da vista do pessoal da festa.
 - Parece que você está levando numa boa o fato da sua mãe estar com o policial Charlie. - comentou Henry me abraçando e eu encostei a cabeça no ombro dele.
 - Claro que sim. Foi uma surpresa no começo, mas fala sério, minha mãe gosta dele e o Charlie ficou bem sozinho depois que a Bella se casou não é? Deve ser muito solitário e chato não ter mais ninguém.
 - o amor está no ar, não acha minha Leah?
 - Concordo amor. O Cupido andou flechando muita gente estes dias.
 - Cupido? Quem é esse?
Expliquei a ele sobre a mitologia e o deus do amor.
 - Então o Cupido acertou uma flecha em mim e em você. Talvez ele seja amigo daquela deusa que o Peter diz que salvou ele da maldição. Vou procurar esse Cupido para agradecer a ele por ter colocado na minha vida a garota mais legal e maravilhosa desse mundo.
Ele me beijou e fechei os olhos.
Sentia-me sonhando outra vez, mas o bom é que agora eu estava bem acordada.