História Louca, esperta, amargurada, honesta. - Luz, câmera, ação, desfecho!

Naquela noite a festa se  estendeu e estendeu. Peter e Valerie pareciam cansados e radiantes. Com este ar de amor e alegria no ar eles disseram que estavam prontos para ir.
 - Vocês não podem ir ainda! - pediu Alice alarmada. - Esperem até amanhã.
 - Não, nós queremos ir agora. Não há hora melhor para isso. - assegurou Valerie pegando algo em uma bolsinha de lado. - Queremos ir nesse clima de felicidade. Tendo a lembrança de todos vocês aqui no momento que partimos.
 - É verdade. Obrigado por tudo pessoal. Vocês são muito legais,. Obrigado pela festa, a comida, as roupas, a hospedagem, a paciência. - Peter disse sorrindo. - Não temos palavras para dizer o quanto estamos felizes por ter conhecido vocês.
 - Odeio despedidas. - anunciei logo. - Não vou chorar mais nenhuma lágrima hoje tá!
Todos riram e começou  o negócio de abraçar e desejar coisas boas uns aos outros. O casal foi abraçado umas mil vezes e  logo chegou minha vez.
Henry estava bem ao meu lado.
 - Valerie se cuida viu? Não deixa o Peter te levar para o mau caminho.
Ela sorriu e me abraçou de volta.
 - E você não leva o Henry para o mau caminho. Ele é um rapaz direito.
 - Isso eu não prometo.
Ela olhou nos meus olhos e disse no meu ouvido.
 - Você é uma grande garota, fico feliz que Henry tenha vindo comigo, do contrário ele jamais teria te conhecido. Cuida bem dele Leah. Henry vale ouro.
 - Eu sei Valerie, eu sei.
Então fui abraçar Peter.
 - Cara, é uma pena que você não se transforme mais em lobo. Gostava de apostar corrida contigo na floresta.
 - Bons tempos...
 - Sim, mas eu entendo porque aquilo era tão importante, digo o fato de você quebrar  o ciclo de transformação em lobo,.
 - Sim, agora eu fiz uma escolha. E prefiro ser um cara comum  vivendo com o amor de sua vida.
 - Melhor escolha não poderia ser. Cuida bem da Valerie.
 - Pode deixar e você seja muito feliz com o Henry. Vocês formam um bonito casal.
 - Obrigada Peter.
Nos afastamos e nos entreolhamos.
 - Chegou o momento. - declarou Valerie colocando três pedras na mão de Peter. - Temos de ir para perto do carvalho no pé da sua rua, Leah.
 - Então vamos pessoal! - eu gritei que agora todo mundo tinha de seguir os noivos até lá e fomos todos juntos pelas ruas da cidade.
No meio do caminho algumas outras pessoas se juntaram a nós e Seth não parou de atormentar Valerie e Peter dando argumentos para eles ficarem.
 - O Henry vai ficar. Ele disse que vai trabalhar muito e comprar uma casa. Vocês podiam fazer a mesma coisa. Além disso vocês ainda não foram ao cinema! Não entraram na internet e nem assistiram clips do Linkin Parke!
 - Seth, deixa eles em paz. Os dois querem voltar para casa onde não há tecnologia avançada e maneira. - eu disse ao meu irmão.
 - Se vocês tiverem um filho podem dar meu nome a ele? É que eu estou cansado de ser o único Seth que existe por essas bandas. Vai ser legal saber que tem outro Seth no passado entende? - disse ele e Valerie assentiu.
 - Eu entendo...
 - Pois é, o mundo está cheio de Samuels, Scots e Seans, mas Seth só tem eu que eu conheça.
 - Também sou a única Valerie que conheço, Agora Peter eu conheci outros dois aqui. - ela contou e Peter olhou feio pra ela.
 - Posso saber onde estão esses outros dois Peters  senhorita?
 - Agora sou senhora... me casei com você lembra amorzinho? - ela disse rindo. - E eu já esqueci onde eles estavam.
 - Isso quer dizer que eu sou o Peter mais bonito e inesquecível para você?
- Com toda certeza.
 -Que coisa mais fofa. - comentou minha mãe.
 - Por que eles estão levando tantas malas? - quis saber Bella olhando Peter, Emmeth e Edward carregando uma mala cada um, além das duas mochilas que o casal levava nas costas.
  São presentes que eles ganharam no casamento e por serem tão legais também. - expliquei a ela. - Tentei convencê-los a levarem um celular, mas Henry disse que lá eles não teriam torres de sinal para poderem falar com a gente. Me senti meio idiota por não ter pensado nisso né.
 - Tudo bem, as vezes o Edward começa a falar sobre corridas de cavalos e carros de última geração. Eu acho que isso é ouvir alguém falando em chinês. Não entendo coisa nenhuma. - ela admitiu.
Olhei para ela e nós duas rimos.
 - mesmo assim eu os convenci a levar uns sabonetes, roupas e cremes legais para a lua de mel... você entende do que estou falando não é Belinha?
 - Humm, do que as meninas estão falando? - perguntou Henry se aproximando e segurando na minha mão.
 - Coisas de mulheres. - respondeu Bella e concordei.
 - Se nós te contássemos teríamos de matar você meu amor.
Ele me olhou esperando uma explicação que não dei.
 - Tudo bem então, fiquem aí com seus segredinhos.  Vamos nos preparar para o adeus, olha lá o carvalho princesa. - ele apontou para um ponto à minha direita.
Lá estava a árvore majestosa e tão misteriosa como antes.
O aglomerado de gente parou de andar.
Chegamos então ao pé do carvalho e Valerie depositou as pedras no chão em frente a ele formando um triângulo. Logo a névoa surgiu e o casal se virou para nós.
 - Adeus amigos! - disse Valerie acenando para todos.
 - Obrigado por tudo! - disse Peter.
 - Não se esqueçam de nós! - disseram juntos e entraram na névoa azul.
 - Eu quero ir! - pediu Renésmy que andava ao lado de Bella e Jacob.
 - Não pode lindinha, mas fica olhando, eles vão fazer uma mágica. Vão desaparecer. - disse Jacob para a pestinha, digo a garotinha.
Após isso entregamos a eles as malas todas e fiquei com dó deles. Esperava que corresse tudo bem na viagem até a aldeia.
Que os recebessem de braços abertos, que não fizessem perguntas demais e que eles pudessem ficar em segurança e felizes.
Em seguida a névoa brilhou em um azul intenso e depois desapareceu levando nossos amigos junto.
Ficamos mais um momento olhando para o lugar onde eles estavam a poucos segundos atrás.
 - Vou sentir falta deles. - disse meu irmão com tristeza.
 - Eu também. - falei baixinho e olhei para Henry que ainda segurava minha mão.
Será que ele não tinha se arrependido da escolha de ter ficado?
 - Meu amor? Você queria ter ido com eles?
 - Não Leah. Meu lugar agora é aqui, bem do seu lado. - ele respondeu com ternura e Alice sugeriu que voltássemos para a casa deles para a festa.
Todo mundo aceitou, alguns porém quiseram ir para casa e eu não queria nenhuma coisa nem outra.
 - Porque não vamos para nosso lugar secreto? - perguntou Henry no meu ouvido e assenti.
Mais tarde lá estávamos nós dois sentados à beira do rio  com os pés na água.
A pequena ilha não muito longe parecia convidativa, mas queríamos ficar ali só olhando para ela naquele momento.
 - Henry?
 - Sim?
 - Eu te amo.
 - Também te amo minha linda, especial e amorosa namorada. - ele disse falando cada adjetivo com as letras do meu nome.
Ele me beijou e olhei maravilhada para aqueles olhos tão bonitos e cheios de sinceridade.
 - Você esqueceu do H.
 - Humm, com h é difícil... que tal heroína?
 - Heroína é uma droga.
 - Uma droga? Mas...
 - Sou uma droga Henry? Sou sua droga? Você está viciado em mim? Não pode suportar não ter a mim por perto?
Eu ia beijando o rosto dele devagar enquanto falava.
Acima de nós, a lua ainda lançava sua luz difusa por toda parte, e o rio debaixo dos nossos pés corria para adiante na noite que logo se tornaria dia outra vez.
 - Estou viciado em você, mas você não é uma droga. Elas são ruins.
 - Então eu sou sua droga boa?
 - É... isso. Você é minha droga boa.
Eu ri, adorava deixar ele confuso daquele jeito, era tão bonitinho.
 - Leah?
 - Humm?
 - É tão bom que nós não possamos saber o futuro não acha? - ele perguntou e eu quis saber o porque  dessas palavras. - É que se alguém me contasse que eu viajaria para o futuro... se me falassem que eu encontraria aqui a dona do meu coração e que ela seria uma loba... se me dissessem que ser lobisomem  em algum lugar do mundo era considerado normal, mesmo que fosse um segredo... se eu soubesse que veria minha ex noiva se casar e seria padrinho do casamento dela, eu provavelmente não acreditaria nessa pessoa. Se eu tivesse conhecimento dessas coisas  nem teria vindo com Valerie.
 - Ainda bem que você não sabia então. - falei concordando com ele. - obrigada por estar aqui Henry e por me fazer tão feliz.
Eu queria ter mais coisas para dizer a ele , mas não precisava. Tínhamos muito tempo para nos conhecer ainda mais e expandir esse amor que só fazia crescer a cada minuto.
Henry me abraçou e fechamos os olhos.
 - O som da água é tão bonito. - comentei baixinho.
 - Eu acho que é  tão lindo quanto o som da sua voz dizendo que me ama. - ele falou e não pude deixar de sorrir.
Ficamos então em silêncio apenas sentindo a proximidade entre nós, ouvindo o som do rio bem pertinho e agradecendo ao destino ou qualquer coisa que seja que tinha feito nós dois nos encontrarmos para finalmente sermos amados por alguém que também nos queria.