História Loucos - A casa

Ele estava ofegante, provavelmente também estava correndo e provavelmente atrás de mim. Seus cabelos eram na altura dos ombros, sua pele era pálida e seus olhos, ah, aqueles olhos, eram era a coisa mais bonita que eu já vi em minha vida. Mas... Qual vida? Apesar daquele sentimento quente e borbulhante que havia dentro de mim por aquele homem, eu ainda não lembrava de seu nome, nem de algum momento que  passei com ele. Aquilo me assustava, não saber nada sobre ele, muito menos sobre mim. Foi então que notei suas roupas, uma camisa social preta, calças jeans escuras rasgadas no joelho e tênis vans cinzas.
Seus olhos estavam grudados em mim com uma expressão... de raiva?
- Oque você acha que está fazendo?
Uma pontada de raiva também me atingiu. Quer dizer, eu nem sei onde é porquê estou neste lugar, seria muito difícil não me perguntar algo que eu obviamente não sei?
-Quem é você? - perguntei.Um semblante de dúvida percorreu-lhe o rosto, mas logo desapareceu.
- Não importa agora. Vamos sair daqui. Este lugar é perigoso Ana, até mesmo para mim.
-Ana? É o meu nome? -neste momento ele se aproximou e me puxou pelo braço sem dizer uma palavra e começou a me arrastar para algum lugar que devia ser a saída da floresta.
-Para de me puxar, me diga alguma coisa, por favor.
Mas ele não soltava e eu podia sentir seus dedos apertando meu pulso cada vez mais. Meu coração estava disparado e aquele silêncio me matava. Então de repente chegamos em frente à uma pequena casa de madeira no meio do nada, o sol já tinha ido embora e estava anoitecendo. A casa era bastante pequena e parecia abandonada, a não ser pela luz que saia pela janela de vidro, uma luz fraca e amarela.
- Não vou entrar aí - enterrei meus pés no chão e segurei num galho de árvore, já estava cansada de não saber de nada.- Você vai me dizer quem é e porque estou aqui.
Ele se virou e agora me fitava com um olhar impaciente, como se olhasse para uma criança birrenta.
- Nós não temos tempo e você não está em posição de exigir alguma coisa, então é melhor fazer oque eu mando se não quiser morrer mais cedo. - sua voz ficou mais fraca quando disse as últimas palavras, mas logo ele se recompôs em sua postura impenetrável.
Eu não entendia, o medo me cobriu novamente e a vontade de chorar veio e  estacionou na minha garganta. Eu já nem perguntava mais nada, o vento forte e frio podia me derrubar se quisesse, mas no momento parecia que só queria me torturar. Desisti, e me deixei levar por eles.